A María Zambrano,
pensadora da aurora
(I)
Quando era menina, pensava como menina
aprender não era entender,
mas não podia me ocultar
do que nunca desaparece.
Verdade arrancada, lançada,
em acontecimentos decisivos
numa vida singela
em o céu fluído
no ilimitado deserto,
sem espejismos.
Com, em por, sobre, depois de
um horizonte de ecos
os que vejo em minha própria história
do EU expandido,
convertido,
reinterpretando as sombras
Sentinela no último confín
mapa da certera noite
por viver na geografia de um amor sonhado.
por viver na geografia de um amor sonhado.
(II)
Falta-me a luz do meio
dia
é a marca de Occidente,
re-vivida no claroscuro
seguindo os rigores do
imperativo
onde o atroz
corresponde por direito.
Malidicencia, engano,
rugido,
esplendor da agonia
ante uma voluptuosa
objetividade
que espalha e
desordena.
Aullando como lobos à
lua,
esvaziando a
arqueologia do divino
escavamos…e encontramos
pouco,
só uma fonte tardia,
certeza inapelable da
carência
almejando a
forma-sonho.
Significados
insignificantes
fraguando a consciência
casa do impossível
resonante
o som significante
na forma musical que
conhece a frase:
Um TUDO com sentido
palavra Fundida,
Fundante.
(III)
Shhhhhhhhhhhh…
Sedimentada e escondida
pedra da loucura
na que se adivinha a
emoção pura,
numa unidade separada
sacrificial,
em estado selvagem.
Copo de dor,
Como a posta de sol
que só conhecem os
corações consumidos.
Pouco sonho e voo de
pássaro,
espectador da clareza,
revoloteas em teu
espaço
Palpitando muito
próximo
do que olha
sem ser visto,
Sina vivente nas cores
da aurora,
no mar sem orlas.
Sou a ilha que desenhei
entre a terra e o vento,
a câmara vermelha de
tua tela,
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SILÊNCIO >>>>>>>>>
* Dra Arantxa
Serantes
Filósofa. Doutora em
Filosofia. Filósofa Clínica. Poetisa
La Coruña/Espanha
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