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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"O homem é criador de maravilhas, é poeta, porque é um ser inocente. As crianças, as mulheres, os enamorados, os inspirados e mesmo os loucos são a encarnação do maravilhoso. Tudo que fazem é insólito e não  sabem. Não sabem o que fazem: são irresponsáveis, inocentes"

"A contradição do diálogo consiste em que cada um fala consigo mesmo ao falar com os outros; a do monólogo em que nunca sou eu, mas outro, o que escuta o que digo a mim mesmo"

"A imagem não explica: convida-nos a recriá-la e, literalmente, a revivê-la. O dizer do poeta se encarna na comunhão poética. A imagem transmuta o homem e converte-o por sua vez em imagem, isto é, em espaço onde os contrários se fundem"

"O poema nos faz recordar o que esquecemos: o que somos realmente"

"(...) o sentido não só é o fundamento da linguagem como também de toda apreensão da realidade. Nossa experiência da pluralidade e da ambiguidade do real parece que se redime no sentido"

"Para a tradição oriental a verdade é uma experiência pessoal. Portanto, em sentido estrito, é incomunicável"

"As ideias de Breton sobre a linguagem eram de ordem mágica. Não só nunca distinguiu entre magia e poesia, como pensou sempre que esta última era efetivamente uma força, uma substância ou energia capaz de mudar a realidade"

"Pessoa conta que desde criança vivia entre personagens imaginários (Não sei, bem entendido, se realmente não existiram, ou se sou eu que não existo. Nestas coisas, como em todas, não devemos ser dogmáticos)"

"As obras do tempo que nasce não estarão regidas pela ideia da sucessão linear e sim pela ideia de combinação: conjunção, dispersão e reunião de linguagens, espaços e tempos"

*Octavio Paz in "Signos em rotação". Ed. Perspectiva. SP. 2009. 

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