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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"É característico da natureza do homem não estar limitado a uma única abordagem específica da realidade, mas poder escolher seu próprio ponto de vista e assim passar de um aspecto das coisas para outro"

"A arte (...) ensina-nos a visualizar as coias, e não apenas conceitualizá-las ou utilizá-las. A arte nos propicia uma imagem mais rica, mais viva e mais colorida da realidade, e uma compreensão mais profunda de sua estrutura formal (...)"

"Uma criança que joga não vive no mesmo mundo de fatos empíricos rígidos que o adulto. O mundo da criança tem uma mobilidade e uma transmutabilidade muito maiores"

"Quando a poesia perde de vista o maravilhoso, perde seu significado e sua justificativa. A poesia não pode prosperar em nosso mundo trivial e corriqueiro. O milagroso, o prodigioso e o misterioso são os únicos temas dignos de um tratamento verdadeiramente poético"

"Poetizar a filosofia e filosofizar a poesia - tal era a mais alta meta dos pensadores românticos. O poema verdadeiro não é obra de um artista individual: é o próprio universo, a única obra de arte que está sempre se aperfeiçoando"

"Todos nós sentimos, de maneira vaga e indefinida, os infinitos potenciais da vida, que silenciosamente esperam o momento em que serão despertados de seu sono para a luz clara e intensa da consciência"

"A imaginação do artista não inventa arbitrariamente as formas das coisas; mostra-nos essas formas em seu aspecto verdadeiro, tornando-as visíveis e reconhecíveis"

"Tem-se a impressão de que a realidade não só é acessível para as nossas abstrações científicas, mas também esgotável por elas. Mas assim que entramos no campo da arte isso se revela como uma ilusão, pois os aspectos das coisas são inúmeros, e variam de um momento para outro"

"(...) a mente primitiva as ignora e rejeita. Sua visão da vida é sintética, e não analítica. A vida não é dividida em classes e subclasses. É sentida como um todo contínuo e ininterrupto que não admite distinções nítidas e claras. Os limites entre as diferentes esferas não são barreiras insuperáveis; são fluentes e flutuantes"

*Ernst Cassirer in "Ensaio sobre o Homem - introdução a uma filosofia da cultura humana". Ed. Martins Fontes. SP. 2005.

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