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Mostrando postagens de outubro, 2018

Mestres aprendizes*

Desejo intenso pulsa em compartilhar o aprendido... Mestres, mais que ensinam, despertam o saber/fazer. Aprendem juntos, trocam experiências. No espanto frente ao tudo sabem que nada sabem. São parteiros de ideias, tiram pérolas dos alunos, estes sim, sábios. Guerreiros, não buscam o poder, mas a humildade de servir. Todos são mestres, Bastou nascer para ir trocando vivências, sonhos, ciências e poesias. Magos, feiticeiros, cientistas, filósofos, poetas, peregrinos... Doadores despertam, instigam. Com ou sem salários cumprem sua missão de agradecer o aprendido e fazer multiplicar. Seu dia não é apenas hoje. Todos os dias são dias de no exercício existencial partilhar com carinho e afeto. Mestres são aqueles que não guardam para si. Tentam fazer do mundo o melhor dos lugares. São companheiros de jornada que acreditam que É possível! *Dra. RosângelaRossi Psicoterapeuta. Astróloga. Escritora. Artista Plástica. Radialista. Fil

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) Método - É preciso compreender este termo em seu sentido mais estrito: o de um 'encaminhamento'. Não que esses trabalhos indiquem com segurança uma via já traçada, mas - melhor ainda - indicam uma orientação, fornecem elementos cartográficos e, principalmente, oferecem orientações para empreender-se o percurso"  "Ao nomear, com excessiva precisão, aquilo que se apreende, mata-se aquilo que é nomeado. Os poetas nos tornaram atentos a tal processo" "Do momento em que há vida, há labilidade, dinamismo. A vida não se deixa enclausurar. Quando muito é possível captar-lhe os contornos, descrever-lhe a forma, levantar suas características essenciais" "(...) estar atento a uma lógica do instante, apegada ao que é vivido aqui e agora. Tal lógica do instante nada mais tem a ver com a vontade racionalista que pensa poder agir sobre as coisas e as pessoas. Ela é muito mais tributária do acaso, de um acaso que ao mesmo tempo é neces

Ponto de vista*

Qual é a causa profunda desta situação na qual tanto a direita quanto a esquerda perderam a capacidade de compreender o outro? Em outras palavras: por que as elites políticas não mais são capazes de acessar o mundo do brasileiro trabalhador? Para mim, amigos, a resposta está, em primeiro lugar, na falência do sistema educacional brasileiro. Essa falência foi causada, em parte, pela desastrosa reforma educacional estabelecida pelos militares em 1971, que aboliu de vez o ensino clássico, tornando compulsório, no segundo grau, o ensino "para o trabalho" em todas as escolas públicas e particulares. Como conseqüência dessa reforma, as gerações formadas no Brasil após os anos 70, independentemente da formação acadêmica que alcançam – do fundamental ao pós-doutorado –, podem vir a ser escolarizadas, mas não se tornam cultas; podem ser instruídas, mas não são refinadas. E é o refinamento humanista que torna possível ouvir e compreender as palavras da diferença e, com elas, en

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"A narrativa não é o relato do acontecimento, mas o próprio acontecimento, o acesso a esse acontecimento, o lugar aonde ele é chamado para acontecer, acontecimento ainda por vir e cujo poder de atração permite que a narrativa possa esperar, também ela, realizar-se" "Não devemos esquecer essa lenta maturação, essa vida que sua vida empresta à obra e essa experiência estranha que faz depender sua existência de um livro sem fim, e depois a transforma, tornando-a fundamentalmente improvável" "O homem é esparso e descontínuo, e não momentaneamente, como aconteceu em outras épocas da história, mas atualmente é a própria essência do mundo ser descontínuo" "Virgínia Woolf fala de 'realidade': ela diz que: 'o romancista busca trazer à luz a parcela de realidade que é a sua'. Mas como essa realidade não é dada de antemão, nem nos outros livros, mesmo os considerados obras-primas, nem no mundo que se abre a nosso olhar cotidiano,

Invisíveis*

                     O que há com aqueles companheiros que esperam calmos e silenciosos ali na plataforma, tão calmos e silenciosos que colidem com a multidão em sua própria imobilidade”                                                 Ralph Ellison (Homem invisível) Não engane os vivos, a prova de amor mais bela, a oculta vem para depois do medo, o invisível luta o que pinta, quem escreve morrerá nunca. A música que toca, o texto na tela não é como marca imposta no corpo. Somos milhões pelo mundo, nunca morremos, desaparecemos, cherie. Aos poucos, nos unimos no fundo, profundezas da dor, então, estamos vivos novamente. Continuamos dançando, pintando, o canto nunca silenciará. Somos criaturas invisíveis, somos vozes e corpos que renascem da dor. Somos a mistura da arte com a vida que é ofuscada, da voz que é aterrorizada, vozes surgem de todos os lados do mundo, a invisibilidade é a poética da resistência. A liberdade está dentro dos olhos tristes, da negritude

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Eis alguém que aprendeu que as mudanças revolucionárias, em grupos sociais, são melhores e mais duradouras quando desencadeadas por meio de atitudes sutis, difíceis, aparentemente 'ineficientes', incorporadas numa abordagem centrada-na-pessoa"  "Se estivermos francamente querendo compartilhar algo, então há uma grande área na qual a compreensão é possível" "(...) se você ama um bando de garotos e está desejoso de mostrar-lhes isso, eles aprendem com você, apesar de todos seus desajeitados esforços e falhas" "(...) Na abordagem centrada-na-pessoa, o processo é o mais importante e as mudanças são apenas parcialmente previsíveis" "Perry tivera vinte e cinco anos de experiência tratando de psicóticos em vários ambientes. Ele se tornou cada vez mais convencido de que a maioria dos episódios esquizofrênicos era, na realidade, uma tentativa caótica, mas vital, de crescimento e auto-recuperação" "A terapeu

Escolhas*

A poesia persiste porque o amor é sempre triunfal no agora. A poesia é feminina por excelência porque é útero e é também o próprio fenômeno capaz de nos fazer perceber que só dá fraquejadas quem privilegia a opressão em vez da liberdade. Fraco é quem não suporta diferenças e nem solidariedade. Fraco é quem é incompetente para compreender a importância e a urgência do diálogo e das partilhas. Fraco é quem precisa da violência e da censura para se afirmar e se impor. Fraco é quem é incapaz de ouvir e de dar uma resposta honesta e coerente com as necessidades daqueles que diz representar. Fraco, principalmente nesse presente de tantos riscos a democracia é quem foge dos debates por não ter o que falar nem o que propor para o bem comum de fato. O fraco é sempre um violento a priori que é um demagogo enquanto busca o poder e se torna instantaneamente um ditador quando alcança aquilo que tanto almejava. No entanto, inspirado pela própria etimologia da palavra democracia, é ce

Traduzir-se*

Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira. Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta. Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. Traduzir uma parte na outra parte — que é uma questão de vida ou morte — será arte? *Ferreira Gullar

Poéticas do Amanhã*

                                                                           “Antes eu era transparente, agora sou cheio de cores”                                                               Arthur Bispo do Rosário A inédita conversação nos recantos da palavra delirante possui característica de anúncio. Sua perspectiva de grande abertura oferece derivações a insinuar vontades e perseguir refúgios existenciais. Uma filosofia dos devaneios sugere novas menções. O hospício cotidiano, esse lugar legitimado por força de lei, atualiza seu discurso em paradoxos com olhares desfocados. Enquanto a enfermaria multiplica a fenomenologia dos delírios, o lugar reinventa a camisa de força da normalidade e persegue os poetas enlouquecidos pelo não dizer. No caso da vírgula contida nesses atalhos, dizeres desconsiderados prosseguem em rituais de ilusão. Sua estrutura significante faz referência aos incríveis vislumbres, numa palavraria sem sentido aos endereços já superados. A co

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Mas se você algum dia já alimentou grandes esperanças que finalmente se realizam, saberá que esperar algo implica encontrá-lo" "(...) E depois adiante e adiante, até tornar a ver minha Conchita me esperando, vestida de freira, levada a isso por todas as minhas viagens e navegações (...)" "Dr. Y - Diga, por que nunca fala com o Dr. X? Ele está meio magoado com esse negócio. Eu também ficaria (...) Paciente - Já lhe disse, não consigo vê-lo" "Descendo e descendo, mas o mar agitado me levanta para a luz de novo, e sob a minha mão há uma pedra, um porto na tormenta, um rochedo preto e saliente, que nenhum grande marinheiro tocou antes de mim, nem os mapas mostraram" "Todo o litoral se abria para mim, inclusive o oceano azul, mais além. E era como se não houvesse mais ninguém no mundo fora eu mesmo" "Não havia necessidade de ficar solitário, pois aquela cidade, como já disse, tinha o ar de cidade habitada. Mais

Quem vencerá esta eleição?

O grande vitorioso desta eleição será o personalismo que, por meio de slogans, move as massas. Grande parte dos eleitores do Lula/Haddad e do Bolsonaro não apóia um conjunto de idéias, mas um herói. A busca por heróis salvadores da pátria é marca de povos que, em lugar de perseguir a autonomia, buscam a tutela. Como diz Kant, quem espera que um líder lhe ensine o que pensar e como agir não alcançou a maioridade, mas coloca-se, por sua própria culpa, na menoridade. O sinal mais evidente da menoridade é o desejo de participar dos rebanhos: é o desejo de ser aceito e abraçado por um grupo em benefício do qual a sua consciência crítica será sacrificada. As massas que seguem slogans gritados por seus líderes – nas ruas ou nas redes sociais – constituem um exemplo perfeito do que Nietzsche chamava de moral do rebanho. Infelizmente, grande parte da população – de todas as classes sociais, de todos os níveis intelectuais, à esquerda e à direita – deseja ardentemente participar

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"A voz é ainda outro signo: o do tempo; voz nenhuma é imóvel, voz nenhuma cessa de passar; mais que isso, esse tempo manifestado pela voz não é um tempo sereno; por mais chá e discreta que seja, por mais contínuo que seja o seu fluxo, toda voz é ameaçada; substância simbólica da vida humana, há sempre na sua origem um grito e no seu fim um silêncio; entre esses dois momentos, desdobra-se o tempo frágil de uma palavra; substância fluida e ameaçada, a voz é, pois, a própria vida (...)" "(...) o escritor está condenado a trabalhar sobre signos, para variá-los, desabrochá-los, não para deflorá-los: a sua forma é a metáfora, não a definição" "Michelet pratica além da conta o assíndeto, a ruptura, salta ligações, preocupa-se pouco com a distância que se estabelece entre as frases (a isso se chamou seu estilo vertical); trata-se aí - fenômeno estilístico interessantíssimo e pouco estudado, creio eu - de uma estrutura errática" "O que é reali

E pra terminar...*

Sim, houveram barreiras. Enfrentei feras de tamanhos que antes não ousava. São feras maiores, muito maiores que meus sonhos buscavam vencer. São existenciais e que me levaram a um salto quântico. Passeei por caminhos fluídicos com a percepção efêmera e própria de um viajante que busca conhecer lugares e almas, e encontrei respostas, embora não as tenha ido buscar. Meus elétrons saltavam!  Encontrei seres singulares como já era de se esperar e constatei a humanidade, como sempre constato em cada canto, cada rosto, gesto ou sorriso. Vi de perto o igual se igualando a mim numa diferença tênue, nada demais. Vi brasileiros em holandeses, londrinos e portugueses como agora tenho a exata certeza de que nascemos onde a alma ainda busca completar seu caminho em processo de ascensão em todas as raças, em todos os povos. Vi a maldade na fé cega e a bondade no inesperado. Não, você não é diferente, tenho essa má notícia para te dar. Ninguém é e, há anos venho pesquisando quanto a todos

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O efeito de um livro depende tanto de quem o lê, e do momento em que o lê, quanto do seu conteúdo ou do seu valor próprio" "A palavra só me interessa quando é o seu contrário de uma proteção: um risco, uma abertura, uma confissão, uma confidência... Gosto de que falem como quem se despe, não para se mostrar, como creem os exibicionistas, mas para parar de se esconder" "(...) dizia Epicuro: a vida não pára de se ensinar a si mesma, de se inventar a si mesma, até o fim, e a filosofia é apenas uma das formas, no homem, desse aprendizado ou dessa invenção. Portanto é a vida que vale. A filosofia só tem importância na medida em que se põe a serviço dela: é a vida pensada em ação e em verdade" "(...) não há verdade científica: só há conhecimentos científicos, sempre relativos, sempre aproximados, sempre provisórios, sempre de algum modo duvidosos ou sujeitos a caução" "(...) No fundo é o que Christian Bobin chama de oitavo di

Paradoxo das Sincronias - Nunca se está sincronizado totalmente com o mundo*

“Mas sem a integração da crueldade pela vida, também não haveria vida.”                                              Edgar Morin Recolher a dor, deixar o tempo tomar conta do instante vivido, deixar de ir ao encontro do que anos atrás se fazia presente, quando a memória podia ser a guardiã. Nesta viagem de agora não estar nem no início e já temer o fim abrupto do mal que surge no horizonte: estrondos e explosões. O tempo que não foge do corpo, está colado nas paredes da alma, invisível é parte de todo o universo. Um breve esquecimento, o tempo que te salva é o mesmo que passa sem retorno programado. É como ter o controle da memória sem mesmo saber o caminho certo por onde ela anda esse tempo todo. Reprogramar a vida, autoanálise, pensar que os encontros sempre foram parte importante da formação da pequena história de cada corpo. Aqui estou. Reflito sobre a capacidade de encarar a vida sem perder os fios que ligam a memória ao tempo. Se o passado é feito de portas que

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"No fundo da prática científica existe um discurso que diz: 'nem tudo é verdadeiro; mas em todo lugar e a todo momento existe uma verdade a ser dita e a ser vista, uma verdade talvez adormecida, mas que no entanto está somente à espera de nosso olhar para aparecer, à espera de nossa mão para ser desvelada. A nós cabe achar a boa perspectiva, o ângulo correto, os instrumentos necessários, pois de qualquer maneira ela está presente aqui e em todo lugar'" "Pasteur não só e simplesmente mostrou que não cabia ao médico ser o produtor da doença 'na sua verdade', mas que por ignorá-la tinha sido por milhares de vezes o propagador e o reprodutor da doença. O médico de hospital, indo de leito em leito, era um dos agentes mais importantes do contágio (...)"  "Antes do século XVIII, a loucura não era sistematicamente internada, e era essencialmente considerada como uma forma de erro ou de ilusão. Ainda no começo da idade clássica, a loucura er

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