A vida humana é dor,
angústia, sofrimento; caminhamos, a cada dia, para o nosso último suspiro, e
somente uma personalidade mimada e imatura exige, como se jamais fosse
encontrar o seu fado, uma vida tranqüila e confortável todo o tempo.
Mas os breves momentos
em que, compartilhando o que há de mais elevado na humanidade, alcançamos a
pura felicidade - ao participarmos da vida das pessoas amadas, ao lermos um bom
livro, ouvirmos boa música ou contemplarmos o céu estrelado - compensam
luminosamente todas as inevitáveis frustrações, impotências e amarguras da
vida.
É uma pena que tantos,
em nosso tempo, substituam o que há de melhor na vida humana pela alegria
efêmera dos remédios (servidos em copos gelados ou em comprimidos coloridos) e
do consumo de reluzentes inutilidades: o arrependimento por ter desertado
quando se era chamado a viver a tragédia da existência é inútil quando o que
resta é a descoberta de que se está morrendo sem haver jamais vivido.
*Prof. Dr. Gustavo Bertoche
Filósofo. Pesquisador.
Escritor. Educador. Filósofo Clínico
Rio de Janeiro/RJ
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