“Você também me lembra
a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem
vida”
Cartola
Vive-se a ironia
desprovida de vida, ir lá no fundo,
Escavar a alma, atracar
com unhas e sede − O copo.
O veneno da maldição,
combinar morte com dinheiro,
Esfregar mãos de
felicidade, contar os feitos,
Esconder os defeitos da
dor, promover a vida,
Escrever no face e se
glorificar do intento.
O poder de contrariar a
ignorância do cérebro,
A inteligência do berço,
do embalar, enlatar e aprontar.
Toda compota tem seu
apodrecimento,
Toda maldade é o que se
redime
Nem sempre é o perene o
que se persegue,
A caça é o que pode
morrer engasgado.
É o fim dos tempos logo
ali,
Atrás da noite vêm as
luzes,
O sol tardio é a dor
infinita,
De tanto ler o ver é
insignificante.
O que pode estar
oculto,
É como estar abrindo a
cabeça,
O dia é nos olhos
unidos,
O corpo, o prazer é o
texto em cor.
Depois deste dia, uma
flor é como a dor,
Desmancha a métrica
confunde o ritmo.
*Prof. Dr. Luis Antonio
Paim Gomes
Filósofo. Editor. Escritor. Livre
Pensador.
Porto Alegre/RS
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