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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"E nada há mais belo que o momento que antecede à viagem, o instante em que o horizonte de amanhã vem visitar-nos e contar as suas promessas"

"(...) porque os versos de Jaromil pareciam-lhe ininteligíveis e pensou consigo mesma que havia nos seus versos mais do que seria capaz de compreender e que, consequentemente, era mãe de uma criança prodígio"

"(...) as palavras comuns são feitas para se apagarem assim que tiverem sido pronunciadas, não têm outro objetivo senão o de servir ao instante da comunicação"

"(...) o que há de mais belo nos sonhos, dizia ele, é o encontro improvável de seres e de coisas que não poderiam encontrar-se na vida real"

"(...) lembremo-nos desta carta de Rimbaud -  'todos os poetas são irmãos e apenas um irmão pode reconhecer num outro irmão o sinal secreto da família'"

"Delirem comigo!, exclama Vitezslav Nezval dirigindo-se ao seu leitor, e Baudelaire: 'É preciso estar ébrio... de vinho, de poesia ou de virtude, a seu bel-prazer...' O lirismo é uma embriaguez e o homem se inebria para confundir-se mais facilmente com o mundo (...)"

"(...) os estudantes eram absolutamente incapazes de reconhecer o reflexo de sua própria juventude nas rugas do poeta e o velho sábio via com surpresa que estava sendo vaiado por aqueles a quem amava"

*Milan Kundera in "A vida está em outro lugar". Ed. Círculo do Livro. SP. 1973.

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