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Mostrando postagens de janeiro, 2019

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) o surgimento da novidade é uma propriedade dos sistemas abertos, o que significa que a organização tem de abrir-se a novas ideias e conhecimentos. Para facilitar o surgimento da novidade, é preciso criar essa abertura - uma cultura de aprendizado que encoraje o questionamento constante e recompense a inovação. As organizações dotadas de uma tal cultura valorizam a diversidade e, nas palavras de Arte de Geus: 'toleram atividades marginais: experimentos e excentricidades que dilatem a sua margem de conhecimento'" "Os artistas e cientistas nos descrevem com frequência esses momentos de perplexidade e maravilhamento, em que uma situação confusa e caótica cristaliza-se milagrosamente para revelar uma ideia nova ou a solução a um problema antes indecifrável. Uma vez que o processo do surgimento espontâneo é totalmente não-linear e envolve múltiplos anéis de realimentação, não pode ser perfeitamente analisado pelo nosso raciocínio linear convencional, po

A casa desprezada*

Uma empresa privada, bilionária, com licenças para explorar nossa terra, por irresponsabilidade de quem quer multiplicar a riqueza a qualquer custo, causa a morte de vidas humanas, animais e vegetais nas proximidades de sua instalação e, por meio dos rios, quem sabe o quão longe a morte chegará. O povo pobre, que vive nos arredores dessa empresa bilionária, pagará o preço. Não é a primeira vez e não sou inocente a ponto de achar que será a última. "Quanto menos estado, melhor", dizem os iludidos com o sonho de um mundo em que todos os grandes empresários são solidários. Não é necessário ser marxista para ver que o que importa para a Vale é o lucro. Quem socorre são os braços do estado: bombeiros, defesa civil, policiais, SUS etc. Ao mesmo tempo, populares se mobilizam para enviar doações. Os que não doam bens, doam tempo, dedicam suas vidas para confortar os sobreviventes. A Vale talvez pague algumas multas, seus representantes chegarão a passar por um tempo f

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) os amigos da humanidade e da perfectibilidade que acreditam que o ser humano almeja a felicidade e a vantagem quando na verdade ele também anseia por sofrimento, essa única fonte do conhecimento, e não deseja o palácio de cristal e o formigueiro da perfeição social, jamais abrindo mão da destruição e do caos" "(...) Há ainda coisas que o homem tem vergonha de revelar a si mesmo, e cada indivíduo vai colecionando uma quantidade bastante grande dessas coisas. Sim, podemos até dizer que, quanto mais correta for uma pessoa, maior será o número dessas coisas" "(...) certas conquistas da alma e do conhecimento não podem existir sem a doença, a loucura, o crime intelectual" "(...) aquilo que resulta da doença é mais importante e estimulante para a vida e sua evolução do que qualquer normalidade aprovada do ponto de vista médico" "A natureza não oferece paz, simplicidade, univocidade; ela é o elemento da interrogação, da

História(s) humanas*

"Madrugada, um céu de estrelas E a gente dorme Sonhando com o dia" Caetano Veloso Cansado da comicidade, da urbanidade na palavra média da média elitizada, estou carente de revolta, estou ansioso, perdido como nunca, em transição permanente livre para refletir, para ouvir Caetano nos complexos dos nexos e ler o que sempre gostei. Estou na leitura, pois como disse Gadamer “pois Ser-humanista significa saber ler”. Atento à leitura a vida fornece a liberdade de ler, a possibilidade ter a crítica na palavra que discorre e revela a imagem. O tempo é de leitura, de pensar, de espedaçar as nuvens que ocultam o disfarce da história, também, é o real olhar desatento. Estou cansado de mentes possuídas, de ideias conjuncionais, o mar é da cor do que é, a cor dos meus olhos é o que é, a roupa que visto é minha pele. Todas as cores no meu Ser. A única tradição que existe em mim é o legado do estar no mundo: a leitura é a prova de tudo.   *Prof. Dr. Luis Anton

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"A ideia de literatura, esse vasto e difuso corpus que inclui poemas, contos, romances, novelas sob o título também genérico de ficção, é portanto uma firme e bem cuidada construção histórica, a partir da qual iluminamos o passado, criamos trilhas e inventamos ancestrais" "(...) O escritor tem de saber que a voz que ele escreve em cada instante do texto não pode ser completamente a dele" "É provável que todo escritor trabalhe em graus diferentes de entrega, atendendo a um e outro leitor, em ondas sutis, talvez mais pelo acaso da criação que por uma suposta consciência determinante ou uma escolha objetiva" "Toda leitura deixava essa aura milagrosa da 'transformação'; a simples ideia de literatura que começava a se formar na minha cabeça incluía um excedente existencial que fatalmente mexeria com tudo que dissesse respeito à vida" "(...) Todos tinham algo a dizer mas ninguém tinha nada  para conversar" &q

Dos sentidos da leitura*

                                      Uma obra pode se traduzir em múltiplas direções. Ao reescrever-se aprecia significar, criticar, derivar, tendo como ponto de partida uma autoria. Os sentidos da leitura se deixam encontrar nos recantos da literalidade, onde a história, seus personagens e roteiros convivem com uma mensagem em movimento.    A plasticidade de seu discurso se atualiza na re_visão de cada página. Num enredo deslocável, multiplica-se de acordo com a estrutura do leitor. Ao inexistir um só olhar, é possível desler o teor narrativo do autor inicial. Para superar a primeira vista e reiniciar a obra, muitas vezes, é preciso subverter suas origens, descobrir um não querer ser dito, nas entrelinhas do discurso primeiro. A chance de se reconhecer por inteiro na obra é muito rara, quase sempre restarão acréscimos, discordâncias, críticas à narrativa precursora diante do fenômeno leitor. Um texto, embora possa oferecer uma polissemia hermenêutica, possui uma coerência

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"A ciência normal não tem como objetivo trazer à tona novas espécies de fenômeno; na verdade, aqueles que não se ajustam aos limites do paradigma frequentemente nem são vistos. Os cientistas também não estão constantemente procurando inventar novas teorias; frequentemente mostram-se intolerantes com aquelas inventadas por outros (...)" "A ciência normal, atividade que consiste em solucionar quebra-cabeças, é um empreendimento altamente cumulativo, extremamente bem-sucedido no que toca ao seu objetivo: a ampliação contínua do alcance e da precisão do conhecimento científico" "A ciência normal não se propõe descobrir novidades no terreno dos fatos ou da teoria; quando é bem sucedida, não os encontra" "(...) em departamentos de filosofia, dos quais têm brotado tantas ciências especiais" "Como pode tais teorias brotar da ciência normal, uma atividade que não visa realizar descobertas e menos ainda produzir teorias ?"

Uma viagem literária*

Gozo d’alma. Um profundo prazer, Que chega a doer, Ao ler cada linha De bom e rico livro. Quanta alegria, Mesmo na angústia Diante do texto real. Sinto nas entranhas A voz do autor, No seu murmurar Por vezes trágico. Com ele choro e rio, Aprendo e desaprendo. Ele vive em cada palavra, Fortalece em cada página. Somos um, cúmplices, Sem espaço, nem tempo, Eternos na viagem literária. Bem digo-o e o celebro. Quem tem o hábito de ler Sabe da magia de ser Amante voraz dos livros. Não há espaço para solidão. Só falta espaço nas estantes Para os viciados na literatura. Haja tempo para tudo ler! *Dra Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Filósofa Clínica. Livre Pensadora. Juiz de Fora/MG

Fragmentos Filosóficos Delirantes*

"A palavra do ser humano é o material mais durável. Quando um poeta encarna sua sensação mais fugaz com palavras adequadas, ela vive nestas por milênios e volta a despertar em todo leitor sensível" "Todo e qualquer livro importante deve ser lido duas vezes seguidas; em parte porque as coisas são compreendidas com mais facilidade em seu contexto quando lidas pela segunda vez e porque só se entende de fato o início depois de se conhecer o fim; em parte porque, a cada trecho, a segunda leitura fornece um efeito e um estado de espírito diferentes dos que se sentem na primeira, fazendo com que a impressão resulte distinta; é como ver um objeto sob outra iluminação" "Quando lemos, outra pessoa pensa por nós: repetimos apenas seu processo mental. Ocorre algo semelhante a quando o estudante que está aprendendo a escrever refaz com a pena as linhas traçadas a lápis pelo professor. Sendo assim, na leitura, o trabalho de pensar nos é subtraído em grande parte

Terapia é...*

Terapia é um espaço , com uma terra fértil, que ajuda a desabrochar as mais lindas flores. Ao desabrochar se descobre espinhos, folhas mortas e até galhos tortos. Detalhes que compõe uma flor única. Mas são apenas partes que constituem o todo da flor. Terapia é significar, é resignificar, é dançar entre as linguagens que formam o mundo de cada um. É descobrir para onde as tuas asas podem te levar, ou melhor ainda, é poder escolher para onde deseja que tuas asas te levem. Terapia é contato com as suas verdades, é poder brincar com essas verdades e, quiçá, descobrir que o que existe é apenas um espaço infinito de possibilidades de verdades. Terapia é descobrir que você faz parte de um todo, mas também é autônomo e tem as suas próprias escolhas. Fazer terapia é escolher para si mesmo desprender-se das grades de uma prisão, é poder se colocar sem se defender das mesmas e de se mudar para um local no qual lhe traz felicidade existencial. É escolher ser Feliz a ter

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) o sentido depende do nível em que o leitor se coloca" "Dionísio é um deus complexo, dialético; é ao mesmo tempo um deus infernal e da renovação; é o próprio deus desta contradição. É verdade que, ao se civilizarem, isto é, ao passarem à categoria de instituições civis, os gêneros dionisíacos (ditirambo, drama satírico, comédia) purificaram, simplificaram, apaziguaram o temperamento inquietante do deus: era uma questão de ênfase"  "(...) o sentido obtuso parece desdobrar suas asas fora da cultura, do saber, da informação;/ analiticamente, tem algo de irrisório: porque leva ao infinito da linguagem, poderá parecer limitado à observação da razão analítica; pertence à classe dos trocadilhos, das pilhérias, das despesas inúteis; indiferente às categorias morais ou estéticas (o trivial, o fútil, o postiço, o pastiche), enquadra-se na categoria do carnaval (...)" (...) dizer o contrário sem renunciar ao que se contradiz: Brecht teria amado

Reflexões e Partilhas*

Juntos somos muito mais poderosos e mais poder ainda descobrimos quando escolhemos encantar em vez de tolher, cuidar em vez de ferir. Lembra? Nós sempre fomos incansáveis! Seguimos rastros deixados por outros maiores do que nós e o que encontramos foi poesia. Perseguimos sonhos e também os nossos sonhos e o que encontramos foi poesia. Focamos em metas, em produtividade e nos lançamos na direção delas e tudo que encontramos de mais salutar foi poesia. E quanto mais poesia, mais vivo nos sentíamos porque a vida é sempre mais plena na arte. Perdemos as contas de quantas razões nós tínhamos para sorrir juntos. E até nos momentos de aridez durante algumas fases das nossas jornadas na vida havia poesia e foi ela que matou a nossa sede e nos ajudou a compreender o que acontecia e por onde prosseguir para superar os desafios devidos. Descobrimos juntos que a poesia estava sempre aqui e agora, em qualquer lugar e em todo lugar de dentro e de fora de nós porque ela mesmo sem querer

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) se o que está em estado nascente for medido com base no padrão daquilo que já está estabelecido. O establishment , com efeito, não é uma simples casta social, é, antes de mais nada, um estado de espírito que tem medo de enfrentar o estranho e o estrangeiro" "(...) a arte de pensar é efetivamente uma arte e integra uma dimensão estética que posteriormente, foi confinada à esfera das 'belas artes'" "Ao nomear, com excessiva precisão, aquilo que se apreende, mata-se aquilo que é nomeado. Os poetas nos tornaram atentos a tal processo" "(...) estar atento a uma lógica do instante, apegada ao que é vivido aqui e agora. Tal lógica do instante nada mais tem a ver com a vontade racionalista que pensa pode agir sobre as coisas e as pessoas. Ela é muito mais tributária do acaso, de um acaso que ao mesmo tempo é necessário,; próxima, nisto, do que os surrealistas chamavam de 'acaso objetivo'" "O próprio do aco

História(s) humanas 2*

“O que é explicado como ideia e não como definição.” Werner Jaeger Coisas do mundo existem, digo, as mais preciosas e estranhas estão aqui no Brasil. Vivemos no país digno de ficção, um prato cheio para a literatura. Alguém escreveu que este país está virando um hospício. Estou sentindo em mim pequenas transformações no humor, na paciência em lidar com os objetos, com imaginário e os mais palpáveis tipos de estranhamentos. Como ligar o mundo concreto, aquela construção da consciência de Herder, em que o acolhimento histórico ligava a vida ao futuro? Estamos no tempo das versões e superações dos apóstolos da decadência dos valores modernos, a história já não é um caminho inexorável, o retorno é uma versão idealizada do que já foi o concreto estar no mundo. O mundo parece estar novamente no dilema entre o domínio das coisas, de um lado, no obscurantismo do que foi dado, e o retorno cego ao princípio das leis monoteístas sobre a vida. O que é de espantar, de ver os que u

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) tudo adquire sob seus dedos um sentido Descartes que se pode compreender de várias formas, tudo passa a funcionar num mundo Descartes, enigmático como todo individual; sua própria vida vira testemunho de uma maneira de tratar a vida e o mundo, e esse testemunho, como qualquer outro, exige interpretação"  "(...) um filósofo livre (...) nele mesmo, em estado nascente, não é uma soma de ideias mas um movimento que deixa atrás de si um sulco e antecipa seu futuro, a distinção entre o que nele se encontra e aquilo que as metamorfoses por vir nele encontrarão (...)" "(...) é o preço que se deve pagar para ter uma linguagem conquistadora, que não se limite a enunciar o que já sabíamos, mas nos introduza a experiências estranhas, a perspectivas que nunca serão as nossas, e nos desfaça enfim de nossos preconceitos. Jamais veríamos uma paisagem nova se não tivéssemos, com nossos olhos, o meio de surpreender, de interrogar e de dar forma a configuraçõe

Sobre “O Belo Perigo”*

Um dia, por acasos lindos da vida, aparece em minhas mãos um livro interessantíssimo, eu estava no Guion Cinemas na Cidade Baixa e isso é importante que seja dito, já que ali tem algumas das coisas mais interessantes que acontecem em Porto Alegre. Lugar de cultura, selecionadas demonstrações de cinema, além de livros, CDs, discos, obras de arte e café. Coisas palpáveis, com cores, cheiro e sabor.  E que livro é esse, que tem um título aparentemente controverso? “O Belo Perigo”. Esse livro trata de uma conversa entre Claude Bonnefoy, crítico literário e o filósofo Michel Foucault. Na entrevista o filósofo fala como iniciou seu processo de escrita, fala sobre a história e os desdobramentos dessa atividade e o momento em que a assume como fundamental para sua vida, passando a refletir “(...) sobre a produção e o controle da escrita – suas potencialidades, limitações e perigos”. Foucault revela que “(...) Gostaria de fazer aparecer o que está próximo demais de nosso olhar pa

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(..) e tudo no mundo tivesse seu próprio nome secreto, um nome que não pode ser transmitido por nenhuma linguagem e que é simplesmente a visão e a sensação da própria coisa" "É sempre melhor o livro que se tem na cabeça do que aquele que se consegue pôr no papel" "(...) Aventure-se muito além no amor, diz consigo mesma, e você renuncia à cidadania no país que construiu para si mesma. Acaba apenas navegando de porto em porto" "(...) parte do encanto de um bolo é sua inevitável imperfeição" "De algum modo parece que deixou seu próprio mundo e entrou no reino do livro" "É suficiente estar nesta casa, a salvo da guerra, com uma noite de leituras pela frente, depois dormir, e trabalhar de novo pela manhã. É suficiente que os postes lancem sombras amareladas nas árvores" "Você tenta prender o momento, bem aqui, na cozinha, ao lado das flores. Tenta habitá-lo, amá-lo, porque é seu e porque o que exi

Reflexões e Partilhas*

Hoje vi uma propaganda na qual dizia que o brasileiro lê em média quatro livros por ano. O que, segundo o anúncio, é ridículo. O problema, segundo a narrativa, era que o brasileiro lê devagar e, dispondo de trinta minutos por dia, teria dificuldade de ler um número considerável de livros anualmente. Diante do problema apresentado, a solução proposta é que se faça um curso de leitura dinâmica. A solução é a mais ridícula possível por algumas razões: 1) Não se tem notícia de nenhum grande intelectual que tenha se dedicado à Leitura Dinâmica (LD). (Ler muito não significa ler mil palavras por minuto). 2) Nos raros casos em que é honesto, o curso de LD afirma sua eficácia em textos mais informativos e naqueles que temos mais domínio do assunto. No caso de conteúdos novos e/ou densos, é inevitável ter que diminuir a velocidade para que haja compreensão. (Vocês não têm ideia de quanto tempo já passei em uma página de um texto de Heidegger). 3) Li artigos de intern

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Como pode uma época compreender ou apreciar aquilo que, por definição a supera ?" "Toda a arte é uma forma de literatura, porque toda a arte é dizer qualquer coisa. Há duas formas de dizer - falar e estar calado. As artes que não são a literatura são as projeções de um silêncio expressivo. Há que procurar em toda a arte que não é a literatura a frase silenciosa que ela contém, ou o poema, ou o romance, ou o drama"   "Toda obra fala por si, com a voz que lhe é própria, e naquela linguagem em que se forma na mente; quem não entende não pode entender, e não há pois que explicar-lhe. É como fazer compreender a alguém um idioma que ele não fala" "Toda a coisa que vemos, devemos vê-la sempre pela primeira vez, porque realmente é a primeira vez que a vemos.  E então cada flor amarela é uma nova flor amarela, ainda que seja o que se chama a mesma de ontem. A gente não é já o mesmo nem a flor a mesma. O próprio amarelo não pode ser já o mesmo

O Instante Aprendiz*

                                            “Todas as coisas são de tal natureza que, quanto mais abundante é a dose de loucura que encerram, tanto maior é o bem que proporcionam aos mortais”                                                      Erasmo de Rotterdam Ao esboçar apontamentos sobre uma lógica da loucura, um viés de absurdidade se desvela em estilhaços de múltiplas faces. Fronteira onde a normalidade se reconhece nos seus paradoxos. Uma das características da expressividade delirante é ensimesmar-se em desacordo com o mundo ao seu redor. Cria dialetos de difícil acesso para proteger versões de maior intimidade. O papel da filosofia clínica na interseção com a crise imediata também é apresentação indeterminada num processo caracterizado pelo exagero da manifestação partilhante. Um não saber veicula provisórias verdades no compartilhar desconstrutivo das sessões. Representações existenciais difusas se alternam em narrativas no tempo da pessoa. A linguagem

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