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Mostrando postagens de julho, 2019

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"As poéticas contemporâneas, ao propor estruturas artísticas que exigem do fruidor um empenho autônomo especial, frequentemente uma reconstrução, sempre variável, do material proposto, refletem uma tendência geral de nossa cultura em direção aqueles processos em que, ao invés de uma sequência unívoca e necessária de eventos, se estabelece como que um campo de probabilidades, uma ambiguidade de situação, capaz de estimular escolhas operativas ou interpretativas sempre diferentes"  "(...) a abertura é a condição de toda fruição estética, e toda forma fruível como dotada de valor estético é aberta. É aberta, como já vimos, mesmo quando o artista visa a uma comunicação unívoca e não ambígua" "(...) um aspecto peculiar da obra, que a desvende inteira sob uma nova luz, deve esperar o ponto de vista capaz de captá-lo e projetá-lo" "Cada observador, com o passar de seu tempo, descobre, por assim dizer, novas porções do espaço-tempo, que se lh

Relacionamento Sério*

                                                       Tenho pena das pessoas que estão num relacionamento sério. Não sei se a palavra pena seria a mais adequada, talvez fosse melhor dizer que lamento saber que entre tantas opções, escolheram entrar justo numa relação deste tipo. E fica pior ainda, quando estas mesmas pessoas orgulhosamente compartilham seu status na mídia social - #em um relacionamento sério#. Relacionamentos sérios são cautelosos, vigilantes, sisudos. Envolvem posse, ciúme, cobrança, julgamento, competição para saber quem é mais inteligente, mais esperto, mais esclarecido. Uma guerra sem exército, disputada dia a dia para definir quem vai mandar em quem. Não é permitido falhar, estão sempre em guarda, sempre devendo, fiscalizando, reclamando. Nunca tiram folga para se querer, desejar, amar. Nem quando estão juntos, tampouco quando se separam. Relacionamentos sérios vão se consumindo dia a dia. São contratos, acordos, fugas, silêncios, distâncias, dissimul

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) o escritor, visto pelo leitor, realmente não interessa muito - é o livro, o texto, a linguagem que, às vezes até mesmo à revelia de seu autor, segue uma viagem própria e transforma seus leitores" "Quem escreve, escolhe a solidão do risco. Assim, retomando a meada, o escritor também, queira ou não, goste ou não, é uma figura suspensa à margem, no instante em que se decidiu por sua primeira palavra" "(...) não há de fato praticamente nenhum escritor de relevância que de algum modo, no seu tempo, não tenha vivido à margem ou então cultivado um olhar à margem, capaz de ver o que o olhar comum não conseguia ver" "Na boa literatura, a margem está sempre no centro do olhar" "É sempre a literatura que de fato, na faixa estreitíssima em que a palavra escrita conseguiu ocupar seu espaço civilizador, vem tentando nos dizer quem somos, em suas mensagens cifradas, às vezes interessadas, sempre contraditórias, à margem, que atr

Viver - realmente viver - é aceitar com alegria o risco iminente da dor e da morte*

Existe um abismo diante de cada passo: o reconhecimento dessa verdade nos faz mais graves, mas também mais leves - tão leves que queremos dançar. É divino encontrar, em algum momento da caminhada, alguém que aceite o nosso convite para a dança, até o fim, à beira do precipício, e que seja capaz de dançar sorrindo em meio à inevitável tragédia da vida humana. No dia 04 de julho, Bruna e eu comemoramos nossos quinze anos juntos: quinze anos de par sob o sol e as estrelas, dança após dança, diante do Desconhecido. Não comemoramos numa festa, mas num quarto de hospital, onde celebramos a sua permanência no mundo após uma breve e intensa luta contra a Morte. Mais um motivo para continuar, com um sorriso, a nossa dança da Vida. *Gustavo Bertoche e Bruna Mendes Bertoche Pais do João e da Diana Teresópolis/RJ

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) não há qualquer embarcação de lazer nesse rio. Atraídos por uma irresistível corrente, chegam das tempestades e calmarias do mar, do seu silêncio e solidão, para o ponto de ancoragem que lhes é atribuído" "A aptidão de tudo para seu próprio objetivo, a previsão e a prontidão dedicadas a cada processo vêm, como pela porta de trás, fornecer o elemento de beleza a que ninguém nas docas deu a mínima atenção" "(...) A mente se torna uma lousa perpetuamente mutante na forma, nos sons e nos movimentos" "(...) Seu orgulho exigiu a ilusão da permanência. O nosso, pelo contrário, parece deleitar-se em provar que podemos tornar a pedra e o tijolo tão transitórios quanto nossos próprios desejos" "Derrubamos e reconstruímos enquanto esperamos ser derrubados e reconstruídos. É um impulso provocador da criação e da fertilidade. A descoberta é estimulada e a invenção fica em alerta" "(...) não estou pensando em educ

Notas sobre a filosofia clínica e a filosofia*

A filosofia clínica é fruto da reflexão de Lúcio Packter iniciada nos anos 80 do século passado. Se fôssemos enquadrar essa área em um “compartimento” dos estudos filosóficos, talvez o espaço que encontraríamos seria o da filosofia prática cultivada desde os tempos de Aristóteles, que pensa sobre o agir humano, na qual se encontra a ética. Porém, diferente das abordagens filosóficas que visam encontrar elementos universais da natureza humana para orientar nossa busca para o que chamamos de felicidade, a proposta de Packter passa por outro caminho: o da singularidade. O que há de universal na busca da filosofia clínica são aspectos formais da estrutura humana – omitirei os conceitos específicos da área para não tornar o texto demasiado longo. Esses aspectos são inspirados em diversos filósofos desde os gregos aos contemporâneos. Porém, precisamos destacar que a filosofia clínica não é uma mera “colcha de retalhos”. Tal como todo bom filósofo faz, Packter dialoga, se insp

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Que importam para nós, filósofo do sonho, os desmentidos do homem que reencontra, após o sonho, os objetos e os homens ?O devaneio foi um estado real, em que pesem as ilusões denunciadas depois. E estou certo que fui eu o sonhador. Eu estava lá quando todas essas coisas lindas estavam presentes no meu devaneio (...)" "A correlação do sonhador ao seu mundo é uma correlação forte. É esse mundo vivido pelo devaneio que remete mais diretamente ao ser do homem solitário. O homem solitário possui diretamente os mundos por ele sonhados. Para duvidar dos mundos do devaneio, seria preciso não sonhar, seria preciso sair do devaneio"  "(...) Temos tanta necessidade das lições de uma vida que começa, de uma alma que desabrocha, de um espírito que se abre! (...)" "(...) todos esses grandes fenômenos que enxergamos mal quando não estamos sozinhos para olhar" "(...) Como ser objetivo diante de um livro que se ama, que se amou, que se

Imagens do Pensar*

                                “O imaginário e o real tornam-se indiscerníveis.”                                                              Gilles Deleuze “Quando tudo foi dito, quando a cena maior parece terminada, há o que vem depois.”                                                       Michelangelo Antonioni Minha, a letra que vem do pensamento, A roupa, visto ‒ a música, sinto na pele. Transfiguro em tua boca, triste é viver neste buraco, A solidão é o começo da liberdade, me faz cantarolar, Acordar noturno é o começo do tempo que se despede. A narrativa em filigranas discorre no tempo, Folhas perdem a força, sequência do pensar disperso, O presente está depois da imagem, em signos, na nuvem. O movimento é de Antonioni, reúne os tempos, O vazio mescla com o tempo morto. O que está aí, feito está. O que foi dito, está aqui. Presa do tempo, o homem, inventa o que vem depois, O Imaginário e o Real é o café da manhã à linguagem da vida

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"A tradição é a muralha do passado que envolve o presente e que é preciso transpor para penetrar no futuro: porque a natureza não admite pausa no conhecimento (...) Sem cessar cria homens que o excesso de suas forças arrasta, como conquistadores, das margens conhecidas da alma para as zonas novas do coração e do espírito, através do sombrio oceano do desconhecido"  "(...) Sem esses pioneiros audaciosos, a humanidade seria a sua própria prisioneira e o seu desenvolvimento um labirinto. Sem esses anunciadores, pelos quais precede, de um certo modo, a si mesma, nenhuma geração acharia o seu caminho. Sem esses sonhadores a humanidade ignoraria o seu sentido profundo (...)" "(...) Não são sábios pacíficos, geógrafos do país natal que renovaram o mundo, mas os ' fora da lei ', que, atravessando oceanos desconhecidos, vagaram para a índia. Não são os filósofos, os psicólogos que penetraram na profundidade da alma moderna, mas os que, entre os poet

Sobre a escolha de um filósofo e o filosofar*

Toda vez que vejo alguém colocar seu filósofo favorito em um "altar" e a considerar suas ideias como parâmetros de mensuração do grau de verdade alcançado pelos demais pensadores, começo a perder o interesse nesse "canonizado". Tomar um pensamento filosófico como uma doutrina, mata qualquer possibilidade de renovação das próprias ideias, das visões de mundo, das perspectivas sobre a realidade etc. Todo grande filósofo que se preze soube dialogar com sua tradição e, a partir dela, reelaborou suas ideias com novas bases: as bases de seu próprio pensamento, história, experiências, princípios, crenças. Aqueles que apenas repetiram as "doutrinas" dos filósofos foram considerados historiadores da filosofia, pesquisadores da filosofia, professores de filosofia entre outras atribuições similares. Mas, foram considerados Filósofos justamente aqueles que não se limitaram a idolatrar as ideias dos pensadores que admiraram. Ser influenciado por um

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) Hladik preconizava o verso porque ele impede que os espectadores se esqueçam da irrealidade que é a condição da arte" "Dezenove anos tinha vivido como quem sonha: olhava sem ver, ouvia sem ouvir, esquecia- se de tudo, de quase tudo. Ao cair, perdeu o conhecimento; quando o recobrou, o presente era quase intolerável de tão rico e tão nítido, e assim também as memórias mais antigas e mais triviais" "Talvez Schopenhauer tenha razão: eu sou os outros, qualquer homem é todos os homens. Shakespeare é de algum modo o miserável John Vincent Moon (...)" "As razões que pode ter um homem para abominar ou para querer bem a outrem são infinitas" "Em todas as ficções, cada vez que um homem se defronta com diversas alternativas, opta por uma e elimina as demais; na do quase inextricável Ts'ui Pên, opta, simultaneamente, por todas. Cria, assim, diversos futuros, diversos tempos, que também proliferam e se bifurcam" 

Descrituras*

                                                    “(...) Deram-me esta bela gravata... como um presente de desaniversário! (...) o que é um presente de desaniversário ? – Um presente oferecido quando não é seu aniversário, naturalmente.”                                                                              Lewis Carroll Uma redação se faz página cotidiana na vida de qualquer pessoa, quer ela entenda ou não. Algo que restaria esquecido, não fora a ousadia semiótica a tentar decifrar essa trama de códigos imperfeitos. Por esse esboço a lógica descritura se incompleta para prosseguir inconclusa, aberta, viva.   Nem sempre se escolhe escrever, muitas vezes são as palavras a escolher você para dizer suas coisas. Conteúdos de rascunho, ilação, percepção extemporânea de ideias, reflexão. Aproximações com a zona interdita das margens de cada um. O tempo aprecia conceder eficácia de tradução aos traços persistentes. O sujeito prisioneiro dessa armadilha conceitual e

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) Eu sentia uma verdadeira necessidade de escrever este livro. Quando morre alguém que se ama e admira, às vezes se tem necessidade de lhe traçar o perfil. (...) Mas é ele que se assemelha enfim a si mesmo, ao tornar-se tão dessemelhante de nós todos (...) Para mim, ele (Foucault) não deixa de ser o maior pensador atual"  "(...) Perigoso, sim, porque há uma violência de Foucault. Ele tinha uma extrema violência controlada, dominada, tornada coragem. (...) Ele percebia o intolerável (...) É um homem de paixão, e ele dá ao termo 'paixão' um sentido muito preciso" "Foucault sempre invoca a poeira ou o murmurio de um combate, e o próprio pensamento lhe aparece como uma máquina de guerra" ´ "É que, no momento em que alguém dá um passo fora do que já foi pensado, quando se aventura para fora do reconhecível e do tranquilizador, quando precisa inventar novos conceitos para terras desconhecidas, caem os métodos e as morais, e pen

A novidade e a descoberta*

Há novidade em toda descoberta! A novidade pode estar no passado re-significado no presente pela maturidade. A novidade pode estar sempre latente toda a vez que conseguimos compreender melhor qualquer circunstância ou contexto. A novidade é o sinal mais evidente de que continuamos aprendendo e reaprendendo a ser, a sentir, a considerar e a reconsiderar toda a vez que conquistamos mais compreensão e, por consequência, se amplia não só a nossa envergadura existencial como também, se fortalece a nossa capacidade de perdoar. A novidade sempre existirá em potência na nossa liberdade de olhar mais atentamente na direção daquilo que tanto acreditamos já ter visto com clareza. Pois, não raro, é exatamente esse passeio nas nossas memórias afetivas e na nossa história do jeito que melhor podemos compreendê-la agora é que nos permite visualizar novos horizontes. Enfim, a novidade é a transformação a cada passo dado, a cada dia vivido, a cada devoção ao coração, a poesia ou a escut

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Era uma vez um menino que comeu uma biblioteca inteira. (...) Ele começou com Conrad e, então, passou para Shakespeare, que o alimentou por toda uma quinzena. Depois, dedicou-se a Kafka, Tolstói e Oscar Wilde. (...) Esses três grandes gênios sustentaram as tripas do menino em questão por um longo, gélido e branco inverno polonês"   "(...) O velho não era inteiramente deste mundo" "(...) sucedera com Michael, que trocava sem pestanejar um bom prato de comida pelo consolo impalpável de um soneto (...) Era difícil explicar à Flora que os livros, ao contrário do que ela imaginava, guardavam em si todas as vozes e todas as vontades do mundo" "(...) Minhas roseiras florescem no inverno porque leio para elas histórias dos trópicos. (...) Se vocês lessem bons livros, iriam saber que a ficção invade a vida real. (...) A vizinhança, que ouvia o velho declamar poemas para as flores achava-o meio desmiolado" "(...) Queria cuidar do

História(s) humanas 2*

“O que é explicado como ideia e não como definição.”                           Werner Jaeger Coisas do mundo existem, digo, as mais preciosas e estranhas estão aqui no Brasil. Vivemos no país digno de ficção, um prato cheio para a literatura. Alguém escreveu que este país está virando um hospício. Estou sentindo em mim pequenas transformações no humor, na paciência em lidar com os objetos, com imaginário e os mais palpáveis tipos de estranhamentos. Como ligar o mundo concreto, aquela construção da consciência de Herder, em que o acolhimento histórico ligava a vida ao futuro? Estamos no tempo das versões e superações dos apóstolos da decadência dos valores modernos, a história já não é um caminho inexorável, o retorno é uma versão idealizada do que já foi o concreto estar no mundo. O mundo parece estar novamente no dilema entre o domínio das coisas, de um lado, no obscurantismo do que foi dado, e o retorno cego ao princípio das leis monoteístas sobre a vida. O que é de

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) Que tudo muda, é uma verdade eterna. E que sempre há alguma coisa - o ser, o devir -, é a própria eternidade" "Não deixa de haver sucessão, já que há movimento, mudança, devir - Já que o presente não cessa de suceder a si mesmo, mas transformando-se. É sempre hoje, mas nunca é o mesmo. É sempre agora, mas todos os agoras são diferentes" "(...) já que o passado só é passado na medida em que não existe mais, já que o por vir só é por vir na medida em que ainda não existe: se existissem, seriam presentes, contento-me com viver, até prova em contrário, apenas no que me é dado. Aliás, é o melhor presente que já me deram, pois é o próprio presente" "Se a matéria não tem espírito, por que o nosso espírito teria de poder compreendê-la inteiramente ? Se todo pensamento é relativo a um cérebro, como poderia ele alcançar absolutamente o absoluto ?" "O que a experiência nos ensina é (...): que o presente nunca cessa, nunca se

A escrita e a singularidade*

Sou aquilo que escrevo. Eu e a escrita Embora sendo vários Somos um só. Escrevendo, escrevo-me A escrita poética me define Todavia me limita Na insuficiência das palavras Pela poesia dou corpo a linguagem Na linguagem do meu corpo Regozijo- me nas alegrias E sofro da escrita Já não estou mais aqui Do lado de quem escreve Senão na letra da escrita Que me leva pelo mundo Dos personagens da poesia... *José Mayer Filósofo. Poeta. Filósofo Clínico. Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Dado que os novos paradigmas nascem dos antigos, incorporam comumente grande parte do vocabulário e dos aparatos, tanto conceituais como de manipulação, que  paradigma tradicional já empregara. Mas raramente utilizam esses elementos emprestados de uma maneira tradicional. Dentro do novo paradigma, termos, conceitos e experiências antigos estabelecem novas relações entre si" "Qualquer nova interpretação da natureza, seja ela uma descoberta, seja uma teoria, aparece inicialmente na mente de um ou mais indivíduos. São eles os primeiros a aprender a ver a ciência e o mundo de um nova maneira" "(...) Sua habilidade para fazer essa transição é facilitada por duas circunstâncias estranhas à maioria dos membros de sua profissão. Invariavelmente tiveram sua atenção concentrada sobre problemas que provocam crises. Além disso, são habitualmente tão jovens ou tão novos na área em crise que a prática científica comprometeu-os menos profundamente que seus conte

Uma busca por bem viver*

Qual a justificação para alguém procurar uma terapia? Dentre muitas, as mais recorrentes são as parelhas doença/cura, anormalidade/normalidade, loucura/sanidade. Porém, há outras justificações como o autoconhecimento, o bem-viver (não é necessário estar em ‘mal-viver’), a busca de uma condição melhor (não é preciso estar em uma situação ‘ruim’). Não em sua generalidade, mas, em grande parte de nossa sociedade, as primeiras justificações se dão pelas terapias ‘psi’, as segundas, pelas terapias filosóficas. Qual a diferença? Além da abordagem de aproximação ao fenômeno humano e seus modos existenciais, as terapias filosóficas são baseadas prioritariamente ou totalmente nos escritos de mais de 2500 anos de filosofia (e filósofos). Algumas terapias filosóficas usam de conteúdo filosófico (e de filósofos) aplicado à terapia, algumas dessas são chamadas de aconselhamento filosófico. Outras, como a Filosofia Clínica, não utilizam de conteúdo filosófico aplicado à terapia, mas na co

Fragmentos Filosóficos Delirantes*

"O mar, de ordinário, esconde seus golpes. Permanece de bom grado obscuro. A incomensurável sombra guarda tudo para si mesma. É muito raro que o mistério renuncie ao segredo. Existe, sem dúvida, monstro na catástrofe, mas em quantidade desconhecida. O mar é patente e secreto: esconde-se, não lhe interessa divulgar as suas ações" "A madrugada tem grandeza misteriosa que se compõe de restos de sonho e começos de pensamento" "O vento encontra-se repleto de semelhante mistério. Do mesmo modo o mar. Também este é complicado: sob os vagalhões de forças, que se não vêem. Compõe-se de tudo. De todas as misturas, o oceano é a mais indivisível e a mais profunda. Experimente-se conhecer esse caos, tão enorme que termina à superfície. É o recipiente universal, reservatório para as fecundações, cadinho para as transformações" "(...) A diversidade solúvel funde-se em sua unidade. Possui tantos elementos que se transforma em identidade. Está todo em

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