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Mostrando postagens de setembro, 2019

Fragmentos Filosóficos, Delirantes, Criativos*

"Foi Schopenhauer que chamou a atenção para o caráter equívoco da vida, sua ambiguidade fundamental, também sua polissemia. Quanto a nós, há o fato de querermos estar aqui e ali, o desejo e a insatisfação, a dialética constante contra a estática e a dinâmica. Essa ambivalência foi, durante a modernidade, amplamente ocultada. Não sem motivo! O indivíduo devia ser um" "(...) E o passeador que vagueia chama, a contrario, um outro tipo de exigência: a de uma vida mais aberta, pouco domesticada, a nostalgia da aventura" "(...) o não-pertencimento a um lugar é a própria condição de uma possível realização de si na plenitude do todo" "(...) O paradoxo é a marca essencial desses momentos cruciais, nos quais o que está em estado nascente tem muita dificuldade para se afirmar diante dos valores estabelecidos" "É preciso saber resistir ao que é superficialmente claro, imediatamente compreensível porque totalmente racional"

O caminho do meio*

Só o meu é o caminho do  meio. Já que só a mim me vejo ali. Nem a direita, ou a esquerda, ou ao alto, ou abaixo, outrem vejo eu... O caminho do meio é ermo. Nem o tabaco de Buko, nem o legado de Buda. É caminho que não se trilha trilha que não se abriu... nem os bebês cor de rosa nem as rosas do tango cálido! Melancólico até é  e não... Já que aporta minha alegria caduca de quem está cabeluda de saber que não se tem mais a se tirar do mundo, por ninguém que esteja vivo, pisando sobre o planeta... É solitário, mas não é só - ou o contrário, sei lá... Tem a sombra amiga e perigosa das minhas convicções nada inflexíveis, no entanto fartas de conhecer que não há grande margem pra mudar segundo se pensa dos outros lados onde transitam os demasiado crédulos, que se dão ao desfrute da demasiada ilusão! O verdadeiro caminho do meio, não aporta o equilíbrio dos buscadores, nem a descompensação dos viciados... Distingue-se diametralmente desse

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Todo pensamento essencial atravessa incólume o cortejo dos prós ou dos contras" "Quanto mais poético um poeta, mais livre, ou seja, mais aberto e preparado para acolher o inesperado é o seu dizer" "O pensar vige em virtude da dobra que se mantém não pronunciada" "A ciência sempre se depara e se encontra, apenas, com o que seu modo de representação, previamente, lhe permite e lhe deixa, como objeto possível" "Se os grandes pensamentos sempre chegam com os pés do silêncio, muito mais ainda é o que acontece com a transformação da vigência de todo vigente" "Não foi Platão que fez com que o real se mostrasse à luz das ideias. O pensador apenas respondeu ao apelo que lhe chegou e que o atingiu" "Enquanto não for lido, este livro é uma coletânea de ensaios e conferências. Quando lido, pode transformar-se num recolhimento que não mais precisa preocupar-se com a sepração das partes. \o leitor ver-se-i

Sobre a singularidade*

A noção de singularidade para a filosofia clínica não consiste em apenas ter noção de que quem procura a terapia é único. Isso está presente na compreensão de terapeutas sérios de todas as abordagens – se não está, deveria. Mas, o filósofo clínico compreende a singularidade no sentido de não haver qualquer parâmetro normativo para mensurar o equilíbrio ou desequilíbrio do partilhante. Não há modelos ideais segundo o qual é possível dizer se o partilhante é normal ou anormal, são ou doente, feliz ou infeliz etc. O bem estar que o filósofo clínico pretende viabilizar é de acordo com a subjetividade do partilhante. E aqui não cabe a acusação de relativismo porque o bom senso – já nos ensinava Descartes – é algo presente em nós e a vida social, por mais imperfeita que seja, requer algumas limitações das liberdades, sobretudo no que se refere ao respeito do bem-estar alheio. O que for bom para a pessoa sem o prejuízo de outrem, pode ser trabalhado na terapia. *Prof. Dr. Migu

Fragmentos Filosóficos, Delirantes, Criativos*

"Para o chamado homem primitivo, não existe distância entre a coisa e a palavra que a exprime. não há distância entre o sopro, princípio vital, e o Verbo que forma este sopro (...) A linguagem é uma substância e uma força material, não concebida como um alhures mental, uma operação abstrata, mas sim como um elemento do corpo e da natureza"  "Tal como a matéria e o espírito, o real e a linguagem, o significante e o significado se confundem na unidade do mundo exterior e do mundo interior" "Platão, no Timeu, declara: 'Rude tarefa é descobrir o autor e o pai deste universo; e, uma vez descoberto, é impossível torná-lo conhecido de todos os homens" "(...) a linguagem é conhecida, em sua expressão através do homem, como uma realidade material, e atirar uma palavra é um ato tão transformador quanto lançar uma flecha ou uma pedra" "(...) para o homem das antigas eras, a palavra é um vasto conjunto combinatório, um cálculo u

Uma arte de compor raridades*

                                   Um novo lugar surge da interseção entre duas ou mais estruturas de pensamento, vínculo de convivência animado pela diversidade dos encontros. Essa nuance discursiva passa longe de um molde universal, incabível ao método da Filosofia Clínica. A partir de uma sensação estranha, protagonista em uma história inédita, algo mais pode acontecer. Num esboço existencial compartilhado se apresenta alguém em vias de tornar-se. Ao olhar fenomenológico do Filósofo, acolhendo e descrevendo essas narrativas do Partilhante, se faz possível acessar esses desdobramentos de natureza singular. Eventos onde aparece e se elabora aquilo até então sem espaço para se contar. Na perspectiva de um e outro, esse instante aprendiz qualifica o olhar sobre o mundo que o constitui e por ele é constituído. Ao acrescentar linguagens, desvendar rotas, emancipar territórios, revela uma arqueologia expressiva sob os escombros do antigo vocabulário. O conceito de singularidade

Fragmentos Filosóficos, Delirantes, Criativos*

"Deixei uma posição anterior, não por trocá-la por outra, mas porque a posição de antes era apenas um passo numa caminhada. No pensamento, o que permanece é o caminho (...)" "A linguagem da poesia é essencialmente polissêmica e isso de um jeito muito próprio. Não conseguiremos escutar nada sobre a saga do dizer poético enquanto formos ao seu encontro guiados pela busca surda de um sentido unívoco" "(...) O delirante pensa e pensa mais do que qualquer um. Mas nisso ele fica sem o sentido dos outros. Ele é um outro sentido (...). O desprendido é delirante porque está a caminho de outro lugar" "O estranho está em travessia. Sua errância não é porém de qualquer jeito, sem determinação, para lá e para cá. O estranho caminha em busca do lugar em que pode permanecer em travessia. 'O estranho' segue, sem quase dar-se conta, um apelo, o apelo de se encaminhar e pôr-se a caminho do que lhe é próprio"  "A poesia de um poeta

Anotações e percepções de expressividade*

Não! Não renuncio à vida. Não vou seguir atirando na sarjeta cada sagrado segundo desta breve viagem, nas mãos da racionalidade, civismo e bom senso excessivos... O que de selvagem me restou travestiu-se na fôrma da ignomínia. Todavia, o fogo que arde no âmago das profundezas da vera essência, derrete as tolices formais e devolve a verdade imprecisa, pura, inocente. E só assim há coerência; o que não há no medo, nem na medida. O que não há na causa, nem no efeito. O que não há no tempo, nem no espaço. Coisas essas, que somente existem na opressão em que nos afogamos por nossos próprios meios. E tampouco neste asqueroso âmbito temos qualquer mérito ou recompensa. Escravidão, escravidão! Cegueira, cegueira, coletiva cegueira!!! Se liberdade não há, que ao menos não haja o grilhão. Gênero? Instituições? Moral? Formação? Modelos de aparência e conduta? A quantas chaves mais deveríamos nos trancafiar num cotidiano oco, padrão, robótico, mecânico, eletrônico, com o controle

Fragmentos Filosóficos, Delirantes, Criativos*

"(...) Quem sabe respirar o ar das minhas obras, sabe que ele é um ar das alturas, um ar vigoroso. A gente tem de ter sido feito para ele, caso contrário não é nem um pouco insignificante o perigo de se resfriar no contato com ele" "A filosofia, assim como a entendi e vivenciei até agora, é a vida espontânea no gelo e nas montanhas mais altas - a procura de tudo que é estranho e duvidoso na existência, de tudo aquilo que até agora foi excomungado pela moral" "A gente retribui mal a um professor, quando permanece sendo sempre apenas seu aluno" "No fim das contas ninguém pode captar nas coisas, incluídos os livros, mais do que ele mesmo já sabe. Para aquilo que a gente não alcança através da vivência, a gente também não tem ouvidos" "(...) não acreditar em nenhum pensamento que não tenha nascido ao ar livre e em livre movimentação" "Em nenhum outro sentido a palavra 'espírito livre' quer ser entendida

A utilidade da filosofia e a liberdade em Sartre pensada na sua utilidade diante da vida*

A pergunta clássica: “para que serve a filosofia?” Não deve ser somente aplicada à filosofia. A matemática em si não serve para nada, a física igualmente; e o que se dirá das leis e ainda dos guias de macetes de videogame? A matemática ajuda na compreensão do mundo concreto, a física nas leis da natureza a fim de trabalhar nela. As leis são escritas para reger a sociedade a fim de organizar seu relacionamento. E os macetes de videogame? São meros sinais em papéis, mas se utilizados na prática, ajudam os jogadores a passar nas fases, fortalecem os personagens, etc. A filosofia igualmente, enquanto uma série de escritos nos livros, não são mais do que um monte de teorias, mas se pensados numa relação direta com a vida, ela serve tanto para pensar questões importantes da vida, quanto para pensar as condições de possibilidade de todas as demais formas de epistemologia. Jean-Paul Sartre foi um grande pensador do século passado. Ele elaborou uma reflexão sobre a liberdade, uma de

Fragmentos Filosóficos, Delirantes, Criativos*

"Os livros eram, naquele lugar, moradias provisórias, a maneira de recriar um pouco a casa perdida" "Com Michel de Certeau: 'Ler tem a ver com a liberdade de ir e vir, com a possibilidade de entrar à vontade em um outro mundo e dele sair'" "(...) a literatura ajuda a dar forma aos lugares onde viver, a se lançar e abrir caminho"  "Esse lugar remoto das leituras vem às vezes modificar a percepção dos lugares familiares, expande-os, como para Silvia, que passou a olhar de um jeito diferente para o espelho do banheiro depois de ter descoberto as aventuras de Alice no País das Maravilhas" "(...) a biblioteca, em particular, seja um ambiente 'natural' para a oralidade: é o lugar de milhares de vozes escondidas nos livros que foram escritos a partir da voz interior de um autor. Quando lê, cada leitor faz reviver essa voz, que provém às vezes de mutos séculos atrás" "Ao longo da vida, procuramos as

Anotações e Reflexões em Filosofia Clínica*

Sutilmente, no soturno da noite me pego em pensamentos, quando me vem em mente a considerada reflexão de como a Filosofia pode oferecer meios para clarear aos olhos do tal mundo e de como lidar com ‘problemas’ e também a delicadeza de levar indivíduos a caminharem do ócio para o refletir mais acentuado levando-os a viver em direção ao norte! Na prática da Filosofia Clínica, não poderia ser diferente, pois um olhar carinhoso, um abraço aconchegante, um sorriso como expressão de vontade e prazer, levará um conforto preciso ao partilhante que deixará de sentir o ‘problema central’ e soltará um suspiro conspirador mútuo ... E o momento da busca que era o progressivo bem estar vem a tona, sem análise de sintomas rotulados, mas sim o sentido íntegro do movimento que o levou a procurar ajuda para então dividir seu sofrer. Então, realizar esse propósito enternecedor, suavemente o terapeuta vislumbrará no olhar do partilhante menos desconforto para poder então enfrentar seu dia

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) Não só sustentava que somos feitos da mesma matéria dos sonhos; também acreditava verdadeiramente que vivemos todos num mundo de sonhos. O acaso levava-o a residir em modestos quartos, sem janela ou com janela que dava para estreito pátio interno (...)" "(...) A irmã de Borges era então moça encantadora (...) Vivia em mundo próprio, onde o irmão desempenhava o papel principal. Mundo poético e maravilhoso, em que perambulavam os dois (...)" "Muitos anos depois de Borges ter deixado a biblioteca e nela parte da própria alma, perguntei-lhe se não a visitava em sonhos. 'Em qualquer lugar do mundo em que esteja', respondeu, 'sonho com a Biblioteca (...). E inexplicavelmente, como costuma ocorrer nos sonhos, a Biblioteca é infinita e me pertence" "Borges deu uma conferencia em março de 1977, (...) longo labirinto tranquilo de ruas arborizadas, de grades e de sítios; labirinto de vastas noites quietas, o qual meus pais gosta

Luz havia*

“Por fim, sufocaram a lua.”        Carmen Laforet Acontece que esse embalo do tempo não impede da vida continuar..., um dia ouvi isso ou sonhei com essa frase, já não lembro mais. Só um personagem que ficou preso ao seu tempo é que irá negar a linha da vida que está temporalmente presa ao acaso dos acontecimentos. Exceto Eu. Diante dessa afirmação, parece ser mais inocente, dessa reflexão de um homem que deixou a juventude lá no passado, que agora nada incessante rumo à velhice, em sonhos e braceadas, o único esporte que te permite ser filósofo em tempo integral, que te permite sonhar com coisas que jamais alcançaria. Um livre espaço de águas que mais parece salvação da infância do que medo de morrer logo ali. Todos temem ver no velho seu amanhã. Aqui me despedaço em pensamentos do passado para recompor o presente, neste país à beira do abismo é que continuo a cultuar o acaso, a brincadeira de usar o “nada” como nadar. Viver no Brasil. Um retrocesso? Não, o abismo mes

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"A poesia é metamorfose, mudança, operação alquímica, e por isso faz fronteira com a magia, a religião e com outras tentativas de transformar o homem e fazer 'deste' e 'daquele' o 'outro' que é ele mesmo" "Léxicos e gramáticas são obras condenadas a nunca estar prontas. O idioma está sempre em movimento, mas o homem, por ocupar o centro do redemoinho, poucas vezes percebe essa mudança incessante" Quando um poeta encontra sua palavra, logo a reconhece: já estava nele. E ele já estava nela. A palavra do poeta se confunde com o seu próprio ser. Ele é sua palavra. No momento da criação, alfora à consciência a parte mais secreta de nós mesmos. A criação consiste em trazer à luz certas palavras inseparáveis do nosso ser" "(...) magos e poetas, ao contrário de filósofos técnicos e sábios, extraem seus poderes de si mesmos" "Sim, a linguagem é poesia e cada palavra esconde certa carga metafórica disposta a exp

As linguagens da terapia*

O espaço compartilhável da clínica aprecia se constituir num acordo de singularidades. Um desses lugares onde a interseção dos personagens pode acontecer. O veículo capaz de transcrever essa objetividade fugaz é a linguagem. As palavras, ainda quando silenciadas, convidam, pela atualização discursiva, a ingressar nos inéditos cenários.  Uma pronúncia das vontades costuma elencar o mundo como representação da pessoa. As palavras escolhidas para dizer, pensar, imaginar, constituem um aprendizado fundamental à atividade clínica do Filósofo. A aventura pessoal descrita na história de vida se utiliza de códigos linguísticos próprios.  Esta página em branco, inicialmente, rascunha-se em borrões. Seu vocabulário vai fazendo sentido na continuidade dos encontros, qualificação da relação, aprendizado da nova língua. Os deslocamentos da introspecção, compartilhados na hora-sessão, convidam a reviver eventos pelo viés atual. No entanto, ainda assim, o interior das palavras aprecia g

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Para aquele que se eleva, o horizonte se alarga e se ilumina. O horizonte é para ele a imensa auréola da terra contemplada pelo ser elevado; que essa elevação seja física ou moral, pouco importa. Quem vê longe tem o olhar claro, seu rosto se ilumina, sua fronte se aclara" "(...) Aprendemos a sonhar o texto que a crítica clássica se limita a compreender, e finalmente a negligenciar" "(...) Para ouvir os seres do espaço infinito, é preciso silenciar todos os ruídos da terra (...) a contemplação é essencialmente, em nós, um poder criador. Sentimos nascer uma vontade de contemplar que logo se torna uma vontade de ajudar o movimento daquilo que contemplamos" "(...) o vento, a nuvem trazem em sua própria substância o princípio da mobilidade aérea. A mobilidade é a riqueza mesma da substância leve" "Para a vida que se vê, para o movimento que se desdobra, basta a prosa. Só os poemas podem trazer à luz as forças ocultas da vida

Anotações e reflexões*

Nestes anos de paternidade, tenho visto conselhos e recomendações de muita gente sobre como devemos criar os nossos filhos. Livros, psicólogos, coaches com métodos prontos e infalíveis para tudo: para fazer das crianças futuros milionários, para desenvolver a sua criatividade, para ensiná-las a estudar melhor, para acostumá-las a dormir sozinhas... * * * Meu coração se entristece quando descubro que pessoas queridas usam essas coisas com seus filhos. Elas não percebem que cada criança é diferente? Que aquilo que é remédio para uma pode ser veneno para outra? Não, a vida não tem receita. Não existe uma fórmula mágica capaz de transformar os nossos filhos naquilo que sonhamos. Eles não são nossos projetos pessoais, prontos para ser desenvolvidos na direção de um ideal que preconcebemos. Pelo contrário: eles terão, eles já têm, os seus projetos próprios, talvez muito diferentes dos que imaginamos. A vida não tem fórmula. Não existe um gabarito com as soluções corre

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) Samuel foi, mais que qualquer outro, o homem das grandes obras malogradas; - criatura doentia e fantástica, cuja poesia brilha muito mais em sua própria pessoa que em suas obras" "Uma das mais naturais esquisitices de Samuel era considerar-se como o par daqueles que admirava; depois da leitura apaixonada de um belo livro, sua conclusão involuntária era: eis aí algo suficientemente belo para ser meu! - e daí a pensar: é realmente meu" "Era, ao mesmo tempo, todos os artistas que havia estudado e todos os livros que lera, e, no entanto, apesar dessa faculdade de ator, permanecia profundamente original" "Possuía a lógica de todos os bons sentimentos e a ciência de todas as velhacarias, e, apesar disso, nunca realizou nada, pois acreditava demasiadamente no impossível - Por que se espantar ? estava sempre a concebê-lo" "(...) Do alto de sua solidão, atravancada de papeladas, forrada de livros e povoada de sonhos"

Sobre a formação em Filosofia Clínica*

A formação em filosofia clínica é constituída de duas etapas. Na primeira, o formando aprende a parte teórica. Em seguida, inicia o processo para os atendimentos. Vou apresentá-las de forma bastante resumida. A formação teórica funciona como pós-graduação Lato Sensu ou especialização. Algumas instituições de filosofia clínica vinculam o curso a uma Instituição de Ensino Superior que emite um certificado de especialização reconhecido pelo MEC – como foi o meu caso. Mas outros preferem manter a especialização sem o vínculo que confere esse reconhecimento. Essa formação dura entre um ano e meio e dois anos. O certificado de especialização é chamado de Certificado B. A formação prática ocorre no fim do preparo teórico. O formando passa inicialmente por um pré-estágio, no qual é atendido pelo método da filosofia clínica e acompanha ativamente o processo. Em seguida, inicia os atendimentos supervisionados. Um formador acompanha o formando ao longo dessa etapa. Não há prazo de con

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