"Os poetas buscam as palavras que moram o silêncio"
"O professor é alguém que fez uma viagem e voltou. Ele foi até terras desconhecidas e teceu suas teias. Ao voltar, mostra-as àqueles que não foram. Ele lhes diz como é o mundo. Suas teias de palavras são mapas que mostram os caminhos seguros e indicam as trilhas que não levam a lugar nenhum"
"Lessing também preferia navegar a atracar no porto. Como Guimarães Rosa, que dizia que a coisa não estava nem na partida nem na chegada, mas na travessia"
"(...) Somos salvos pelo poder do sonho. Sonhar é o poder que ressuscita os mortos"
"Para uma lagarta não há nada mais lindo que coisas que se assemelhem a ela. No mundo das lagartas, até os deuses são lagartas. Mas as borboletas obviamente dirão: tolice"
"(...) não sabemos o nome de nosso desejo mais profundo. Resta-nos suspirar suspiros que são profundos demais para palavras. Nosso corpo fala línguas que ele mesmo desconhece"
"Os poetas têm estado repetindo isso o tempo todo. Não é de espantar, portanto, que não sejam convidados para nossos jantares acadêmicos. Quando os poetas falam, os outros convivas pensam que eles estão bêbados"
"Palavras de ordem não toleram as brumas, pois é lá que moram os sonhos. Luminosidade total para tornar impossível sonhar. Pois os sonhos são testemunhos de que a alma se recusa a se tornar um pássaro engaiolado"
"As explicações destroem o poder mágico das palavras"
*Rubem Alves in "Lições de Feitiçaria". Ed. Loyola. SP. 2003.
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