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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

Mais do que erudito, o estudante de Filosofia deve ser um pensador*

A concepção do estudo filosófico como um processo de aquisição de conteúdos, a ponto de tornar o estudante um erudito, não só é recorrente como constitui uma característica comum quando se pensa em uma formação filosófica. É nesse sentido que Folscheid e Wunenburger afirmam que: “A tentação clássica de muitos estudantes sérios é [...] enxergar com complacência essa operação de recuperação, que consiste em suprir as próprias fraquezas pela riqueza de pensamentos que se acumulam como bens adquiridos”[1]. Trata-se, portanto, de uma tentação que não se encontra somente presente na vida do estudante mediano, como também na prática dos estudantes sérios. Desse modo, ao ceder a essa tentação, o estudante torna-se pronto para defender todas as questões apresentadas pela filosofia valendo-se, para isso, daquilo que os outros filósofos disseram. Com isso, um estudante de filosofia, tratará a filosofia como um corpo de respostas às perguntas que lhe são feitas ou como um oráculo d

Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*

"(...) A tradição é a muralha do passado que envolve o presente e que é preciso transpor para penetrar no futuro: porque a natureza não admite pausa no conhecimento (...) Sem cessar cria homens que o excesso de suas forças arrasta, como conquistadores, das margens conhecidas da alma para as zonas novas do coração e do espírito, através do sombrio oceano do desconhecido" "(...) quase sempre, a característica do gênio, como encarnação da alma de uma tradição nova, é combater a do passado e declarar guerra à geração findante na sua qualidade de anunciador de uma raça nova. Um gênio e sua época são como que dois mundos que permutam entre si suas luzes e suas sombras" "(...) Um estimulante extraordinário e o exemplo mais grandioso que possa encontrar uma vontade criadora em marcha para o inacessível" "Balzac não deve ser julgado, segundo um dos seus livros tomado em particular, mas, de acordo com o conjunto, deve ser considerado como uma p

Considerações de um Filósofo Clínico*

Leio que um americano lançou-se à morte num foguete construído em seu quintal com o propósito de provar que a Terra não é esférica. * * * Amigos, nenhum teólogo, nenhum cientista, nenhum filósofo jamais supôs que a Terra tivesse qualquer formato que não o esférico - não, pelo menos, desde Eratóstenes de Cirene, no século III a.C. Isso é conhecimento básico de história: não somente Eratóstenes provou, acima de qualquer dúvida, a esfericidade da Terra, como também calculou, com alguma precisão, a circunferência do planeta. * * * No Almagesto, publicado no século II, Claudio Ptolomeu também demonstra cabalmente, por várias razões, que a Terra não pode ter nenhum outro formato que não o esférico. Entre 2010 e 2018, eu levava aos meus alunos do segundo ano do ensino médio um trecho mais ou menos longo do Almagesto - mais especificamente, a passagem em se prova a esfericidade da Terra. O estudo desse texto era requisito para que pudéssemos começar a discutir temas

Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*

"A imaginação inventa mais que coisas e dramas; inventa vida nova, inventa mente nova; abre olhos que têm novos tipos de visão. Verá se tiver 'visões'. Terá visões se se educar com devaneios antes de educar-se com experiências, se as experiências vierem depois como provas de seus devaneios" "A verdadeira poesia é uma função de despertar" "(...) uma valorização dos devaneios inconfessados, dos devaneios do sonhador que foge da sociedade, que pretende tomar o mundo como único companheiro. Por certo, essa solidão não é completa. O sonhador isolado guarda em particular valores oníricos ligados à linguagem; guarda a poesia própria da linguagem de sua raça. As palavras que ele aplica às coisas poetizam as coisas, valorizam-nas espiritualmente num sentido que não pode fugir completamente das tradições" "Os sonhos que viveram numa alma continuam a viver em suas obras" "(...) Em nosso sono, são as lendas que sonham"

Paradoxo das Sincronias - Nunca se está sincronizado totalmente com o mundo*

“Mas sem a integração da crueldade pela vida, também não haveria vida.”                                                                                Edgar Morin Recolher a dor, deixar o tempo tomar conta do instante vivido, deixar de ir ao encontro do que anos atrás se fazia presente, quando a memória podia ser a guardiã. Nesta viagem de agora não estar nem no início e já temer o fim abrupto do mal que surge no horizonte: estrondos e explosões. O tempo que não foge do corpo, está colado nas paredes da alma, invisível é parte de todo o universo. Um breve esquecimento, o tempo que te salva é o mesmo que passa sem retorno programado. É como ter o controle da memória sem mesmo saber o caminho certo por onde ela anda esse tempo todo. Reprogramar a vida, autoanálise, pensar que os encontros sempre foram parte importante da formação da pequena história de cada corpo. Aqui estou. Reflito sobre a capacidade de encarar a vida sem perder os fios que ligam a memória ao tempo.

Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*

"A ficção fica do lado do singular - e o singular não se compara a nada, não se enfileira em ordem alguma" "Há que considerar ainda que, como todo grande artista, Pablo Neruda jamais deixou de se metamorfosear, arrancando sempre a pele conhecida para expor, sob ela, outra ainda mais surpreendente"  "A ficção não põe em dúvida a verdade, ao contrário, realça seu caráter complexo; não descarta a verdade abjetiva, ao contrário, enfatiza sua turbulência. Ela não deseja explicar, ou fixar nada; não se interessa por balanços e conclusões. Aposta, apenas, na verdade do singular. Verdade que, a cada vez é outra verdade"  "Função da literatura: descortinar novas maneiras de ver o mundo. Outra função: desestabilizar, desarranjar, desassossegar" "(...) Escreve em busca de uma resposta, mas permanece na pergunta, já que os grandes livros não fornecem soluções, mas, ao contrário, as destroem" "A literatura só chega a se

Encontro da Iris com um olhar*

A Íris dos seus olhos é a Íris que, de repente, eu encontrei e que me comoveu, se tornando uma poesia que passei a buscar sentir no cotidiano de um novo horizonte a cada dia... É nessa energia que procuro vibrar cada vez mais... Na verdade, é Íris o nome de toda e qualquer mulher que se conheça e que, por isso, esteja conectada a sua ancestralidade. Íris está integrada nas almas capazes da compaixão, da solidariedade e da firmeza toda vez que se fizer necessário lutar por justiça. A grande Íris, filha de Taumas e de Electra, que na mitologia grega era a personificação do "arco-íris" capaz de unir a Terra e o Céu de qualquer mundo; era também a mensageira plena dos deuses na Ilíada. Mas a sua inegável grandeza e poder que era a expressão clara do seu próprio feminino, passou a incomodar cada vez mais covardes muito poderosos culminando na sua exclusão da Odisseia dada simbolicamente pela traição de Hermes que tomou o seu lugar. E se para quem sabe mesmo ler nas

Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*

"Ensina-nos a ver e escutar o Universo como se só agora tivéssemos dele a sã e súbita revelação. Reconduz a nossos olhares a graça de uma Natureza que desperta. Devolve-nos as horas encantadoras da manhã primitiva banhada de criações novas" "(...) Como realidade, só existe uma: o instante. Duração, hábito e progresso são apenas agrupamentos de instantes, são os mais simples dos fenômenos do tempo" "Para as concepções estatísticas do tempo, o intervalo entre dois instantes é apenas um intervalo de probabilidade; quanto mais seu nada se alonga, maior é a chance de que um instante venha terminá-lo" "(...) ela leva em conta não apenas os fatos, mas também, e sobretudo, as ilusões - o que, psicologicamente falando, é de uma importância decisiva, porque a vida do espírito é ilusão antes de ser pensamento" "(...) Mas a função do filósofo não será a de deformar o sentido das palavras o suficiente para extrair o abstrato do concr

Prolegômenos sobre a vida nas coisas*

                                                           “(...) Caravelas sonhando imóveis sobre velhos pianos...”                                                                                    Mário Quintana Na ótica das coisas, existe um deus que as faz nascer, morrer, reviver. Nelas mesmas, se encontra a versão silenciosa das múltiplas possibilidades. Tem as coisas que ofuscam a visão e as que a pluralizam, ainda àquelas à espera do olhar absurdo. Esse contexto de caos e harmonia convive na estrutura de quase tudo.           À primeira vista as coisas podem enganar intencionalidades. Ao lhe atribuirmos um nome, condição ou propriedade, ainda assim não se esgota sua condição original. Ao distorcer a impressão inicial, é possível atribuir-lhe um novo significado, concedendo-lhe razões desconhecidas. Ao ser inenarrável de forma definitiva, carrega a vertigem de suas outras regiões. Entre uma subjetividade e outra, as coisas reivindicam uma chave de acesso. Par

Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*

"(...) os pensamentos tem épocas de viver e épocas de morrer" "(...) seu único interesse verdadeiro é a evolução espiritual da alma (...) algo que de vez em quando se põe a crescer dentro de nós, a partir de um pensamento contido nas frases de um livro, ou que brota dos lábios cerrados de uma fotografia; essa coisa acorda uma ou outra vez, quando passa por nós uma rara melodia solitária" "(...) Afinal, por que motivo o que fica além de nossa compreensão não se permitiria brincar com nossa inteligência ?" (...) Momentos inesquecíveis, situações em que a vida perde sua lógica normal" "As coisas cruéis que acontecem servem unicamente para matar os desejos miseráveis que se dirigem para fora, e que, seja vaidade, fome, alegria ou piedade, apenas nos afastam do fogo que cada pessoa é capaz de acender dentro de si" "(...) E quando um ser humano se perdeu a si mesmo, renunciou a si, perdeu também aquela coisa especial,

Mestres Gatos*

Eu que morria de medo dos gatos, mesmo sendo Junguiana de carteirinha! Tendo visitado Dra Nise da Silveira e ficando catatônica com os Siameses sobre meu colo. Ah! Fui cativada pela Sophia, nossa gatinha dengosa e Bianco, nosso gatão vesguinho de olhos azuis! Aprendo com eles a cada dia a serenidade Zen. Descansam horas relaxadamente. Observam a natureza com paixão. Dão e recebem carinho, quando querem. Curiosos com tudo, andam delicados entre os cristais. Fazem a higiene no lugar certo e limpam sem deixar rastro de sujeira. Protegem a casa das energias negativas.... Ah! Só quem tem sabe! Com eles aprendi a amar todos animais. Achava lindo o pensamento budista sobre animais, mas tudo na teoria. Hoje sinto no coração e pele esse amor. Por incrível que possa parecer, me tornei muito, muito mais humana com eles ao meu lado. Ativaram minhas sensações. Chegar em casa, trocar carícias é o primeiro ato. Sophia até tomou meu lugar na poltrona ao lado do Luiz, meu marido. E n

Obsessão do mar oceano*

Vou andando feliz pelas ruas sem nome... Que vento bom sopra do Mar Oceano! Meu amor eu nem sei como se chama, Nem sei se é muito longe o Mar Oceano... Mas há vasos cobertos de conchinhas Sobre as mesas... e moças nas janelas Com brincos e pulseiras de coral... Búzios calçando portas... caravelas Sonhando imóveis sobre velhos pianos... Nisto, Na vitrina do bric o teu sorriso, Antínous, E eu me lembrei do pobre imperador Adriano, De su'alma perdida e vaga na neblina... Mas como sopra o vento sobre o Mar Oceano! Se eu morresse amanhã, só deixaria, só, Uma caixa de música Uma bússola Um mapa figurado Uns poemas cheios da beleza única De estarem inconclusos... Mas como sopra o vento nestas ruas de outono! E eu nem sei, eu nem sei como te chamas... Mas nos encontraremos sobre o Mar Oceano, Quando eu também já não tiver mais nome. *Mário Quintana in " O Aprendiz de Feiticeiro ". Ed. Cia das Letras. SP. 2005.

Entre bruxas e princesas*

Você já teve contato com bruxas? Tive vários. Algumas usaram a vassoura pra varrer e logo em seguida partiram, outras voaram comigo por muito tempo. Algumas purificaram minha alma, outras lançaram feitiços, outras me encantaram. Talvez você não acredite em bruxas, mas que “las hay, hay”. Antigamente eram queimadas vivas, hoje a era das fogueiras acabou, e as netas daquelas que sobreviveram estão mais vivas que nunca, espalhadas por todos os cantos, queimando todas as regras. Numa pesquisa aparentemente inocente, pediram a vários homens que fizessem uma escolha delicada. Suas companheiras seriam doze horas por dia   bruxas e nas outras doze horas, princesas. Metade do dia elas teriam pele enrugada, cabelos desalinhados, mau cheiro, verrugas no nariz, falta de dentes, comportamento estranho, marcas de nascença, cicatrizes e tudo mais que caracterizasse uma bruxa clássica. Na outra metade teriam pele sedosa, cabelos lindos, bem tratados, corpos esculturais, olhos da cor azul p

Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*

"Em 'Nossa Música', de Jean-Luc Godard, vemos a ponte de Mostar sendo reconstruída graças à Unesco. E ouvimos o diretor dizer a uma jovem que lhe pergunta por que as revoluções não são feitas pelos homens mais humanos: 'Por quê? Porque os homens mais humanos não fazem revoluções, senhorita. Eles fazem... bibliotecas, por exemplo" "(...) O vilarejo indígena em que ela se encontrava estava em plena atividade, as crianças brincavam e, no entanto, tudo era silencioso, era possível ouvir os pássaros. Ela foi recebida pelo 'chefe cultural'. Ele costurava um mosquiteiro e lhe disse: 'Minha esposa gostou da formação, mas ela me disse que vocês falam demais. Nós ensinamos as crianças a pensarem antes de falar e a ver se o que têm a dizer é mais bonito que o silêncio'" "(...) não é somente um reconhecimento de si que a literatura permite, mas uma mudança de ponto de vista, um encontro com a alteridade e talvez uma educação do sent

O partilhante ensina*

O filósofo clínico aprende, sobretudo, a ser um bom ouvinte. Na verdade, ele aprende a “ouvir” com todos os seus sentidos. É por meio da percepção aguçada de seu partilhante, que ele compreende como a pessoa é e como age. É ouvindo a história de seu partilhante que suas circunstâncias e o modo como lidou e foi afetado por ela é revelado. A fonte de compreensão do partilhante é o próprio partilhante. O filósofo clínico é orientado, desde o início de sua formação, que para compreender como o partilhante “funciona” é necessário aprender dele mesmo. Não há teorias ou qualquer tipo de estudo estatístico que revelará mais sobre o partilhante do que ele próprio. Aliás, quanto menos carregado de pressupostos o filósofo clínico for, mais chances tem de compreender aquele que o procura no consultório. Às vezes, o terapeuta pode traçar diversos caminhos para ajudar seu partilhante a romper com determinados conflitos. Suas tentativas podem ter grande efeito. Mas, surpreendentemente, o

Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*

"(...) é uma perfeita introdução a este gênio confuso, conhecido por seus contemporâneos como o 'Bruxo de Praga' (...) rascunhado na época em que Metterling escreveu As confissões de um queijo monstruoso , obra de impressionante importâncias filosófica, na qual prova que Kant não apenas se enganou sobre o universo como também nunca pagou uma conta" "Em 1884, Metterling conheceu Lou Andreas-Salomé e, a partir daí, passou a exigir que sua roupa fosse lavada diariamente. Na verdade, os dois foram apresentados por Nietzsche, que disse a Lou que Metterling tanto podia ser um gênio quanto um idiota e que competia a ela descobrir" "(...) o universo consiste de uma substância (...) Demócrito chamava-a de átomo. Leibniz preferia 'mônadas'. Felizmente, os dois nunca se encontraram, se não teríamos pancadaria da grossa (...) O fato é que já é tarde para fazer qualquer coisa a respeito, exceto provavelmente escovar os dentes quatro vezes ao di

Eu e o tempo*

O tempo é criação do homem? Ou compreensão da translação da Terra em volta do Sol? Nem mais sei se sou do dia ou da noite. Varo a madrugada namorando estrelas. Durante o dia, na caverna, do meu consultório, Vejo frestas do sol pela cortina entreaberta. É na noite que em minha criatividade desenho poemas. Com a Lua mergulho nas águas do inconsciente, Reencontro minha ancestralidade andarilha, Vou para além da história Sapiens. Nem sei se sou deste mundo em louca lucidez. Rio e choro dos acontecimentos existenciais, Que tentam colocar regras e “tem que”. Atraso, adianto e paro o relógio. Vivo entre livros e filmes, Gente e literatura, Plantas e gatos, No jardim real construído Para eu dar forma ao real Na metáfora do viver. No tempo perdido, as ilusões Criam personagens Angelicais e vampirescos. O caleidoscópio se abre e fecha Metamorfoseando instantes. A matrix deste mundo virtual, Da inteligência artificial, Dissolve o tempo inv

Biografia do orvalho*

A maior riqueza do homem é a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito. Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai. Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas. *Manoel de Barros

Apontamentos de Lógica Superlativa***

Existe um mundo exageradamente singular. O lugar constituí-se de eventos descritos num vocabulário de exuberâncias. Uma estrutura onde tudo se agiganta diante das expressões de êxtase. Sua sobrevida se alimenta de anúncios nos eventos realçados. Seu teor fantástico traduz rumores de imensidão. Seu ser extraordinário transborda numa perspectiva exaltada. Nas entrelinhas do discurso bem ajustado, essa lógica dos excessos busca emancipar-se. Um devir assim aprecia o refúgio numa dialética dos sobressaltos. Ao sujeito constituído nalguma esteticidade, não é raro seu meio prescrever tipologias.  Ao surgir em intensidade máxima, contrapõe-se à rotina mediana. Seu dizer superlativo emancipa o cotidiano para engendrar sonhos. Os relatos dessa linguagem sugerem um brilho incomparável ao seu autor. Desdobrando-se para além dos territórios reconhecidos, modificam o lugar-espaço-tempo ao seu redor. Uma fonte inesgotável de paixões renova suas armadilhas existenciais. Assim, caminh

Fragmentos Filosóficos, Devaneios Criativos, e algo mais*

"Sou médico e lido com pessoas simples. Sei, por isso, que as universidades não são mais fonte de conhecimentos. As pessoas estão cansadas da especialização científica e do intelectualismo racional. Elas querem ouvir a verdade que não limite, mas amplie; que não obscureça, mas ilumine; que não escorra como água, mas que penetre até os ossos" "O médico é o instrumento por cujo intermédio a natureza é levada à obra... O remédio cresce espontaneamente e surge da terra, destarte nos nada criamos. O que o médico faz não é obra sua. O exercício desta arte está no coração: sendo teu coração falso, também será falso o médico dentro de ti" "Mesmo limitando-nos somente a descrever o médico Paracelso, encontramos esse médico em planos tão diversos e em tão múltiplas formas, que toda tentativa de descrevê-lo resultará em colcha de retalhos (...) Tudo nele tem grandes proporções ou, dito de outro modo, tudo nele é exagerado. Vastos e áridos desertos de palavrór

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