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Recortes do Cotidiano*

“(...) O rosto do silêncio é o olhar que se percebe através dele. São muitas as mensagens à espera das representações de não-dizer. Natureza de difícil acesso em seus contornos mutantes. Costuma deixar pistas nos sussurros contidos por entre os espaços da intencionalidade. Lá onde o indizível se contém em enigmas de silenciar. (...) Lugar para relação da liberdade reflexiva com uma sublime aptidão criadora. Espaço para reorganização do mundo. Tempo de seguir os vôos e mergulhos com esses fenômenos de aparência desestruturada. Um vislumbre para a intuição de originalidades contidas entre o ser e o nada da condição humana. Contradição em curso na negação que os afirma.

                                                                          (...)

Aparente vazio onde a inspiração inscreve suas ideias e delírios em forma de traço. Onde o ser se objetiva além da palavra. Interseção das ausentes realidades com o silencioso abandono das horas. As expressividades do silêncio podem elaborar palavras de ordem para a invasão dos seus espaços internos. Momentos de autotransgressão. Essência do perceber reflexivo na alma a engendrar-se."

Hélio Strassburger in “Filosofia Clínica - poéticas da singularidade”. Ed. E-papers/RJ. 2007.

*Geórgia Chagas

Artista Plástica. Filósofa Clínica

Rio de Janeiro/RJ

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