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Solidão começa no pensamento Mônica Aiub Filósofa Clínica São Paulo/SP Em 1964, Jean-Paul Sartre recusou o prêmio Nobel de literatura e, na ocasião, Gilles Deleuze escreveu um artigo intitulado: “Ele foi meu mestre”, cuja tradução foi publicada no livro A ilha deserta e outros textos. "Estar só é falar por si mesmo, é não ter diante de si, nem atrás de si, algo que lhe ampare, que lhe sustente; é não representar ou ser representado por algo. Rejeição é repulsa, desaprovação. Estar só não implica em rejeição e esta não leva necessariamente à solidão" Ao estabelecer as diferenças entre o mestre e o professor, Deleuze cita duas características fundamentais do mestre: a solidão e uma certa agitação, uma certa desordem do mundo na qual surgem os mestres. Ao ler a afirmação de Deleuze, lembrei-me das muitas queixas de solidão que aparecem no consultório. Idalina Krause,
Workshop em Porto Alegre Convidamos para nosso encontro mensal na capital gaúcha. A promoção é do Instituto Packter e acontece no próximo dia 08/05/2010 (sábado) das 13:30 - 17hs, nas dependências do Instituto: rua Lucas de Oliveira, n. 1937/303 - bairro Petrópolis em Porto Alegre. Tema: "Lógicas da loucura - conversações sobre a linguagem." Coordenação: Hélio Strassburger O evento é gratuito e aberto a comunidade. As vagas são limitadas. Pedimos confirmar a presença pelo fone: 3330-6634 (tarde) ou pelo institutopackter@terra.com.br. Será um prazer recebê-los para compartilhar um café gostoso, um chimarrão e a tarde de estudos. Assessoria de eventos do Instituto Packter
Sinais Prof. Dr. Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Breno cuidou tanto os sinais que esqueceu da estrada. Percorreu todo o trajeto e quando terminou sabia exatamente que tinha terminado porque tinha lido na última placa, metros antes. Alcina viveu a estrada, os sinais eram apenas referências, instruções sobre cuidados. Avistou Breno diversas vezes, mas este nunca a viu. Afonso povoou a jornada com sinais contraditórios. Acabou atrapalhado, mas não sabia direito com o que, uma vez que um sinal lhe avisava que tudo estava bem, calçadas abertas. Clóvis nunca viu qualquer sinal, sempre guiou pelo curso que se abria diante de seus olhos, viajou bem, chegou em paz; diferente do que houve com Evaristo, que também ignorava os sinais, e acabou precocemente sua andança em uma bifurcação acentuada à esquerda. Gunter vinha atrás de Clóvis e de Evaristo, cuidou as coisas, cuidou ambos, tornou-se um
DOS ÂMBITOS DO ESQUISITO[1] Márcio de Faria e Vânia Dantas Filósofos Clínicos Governador Valadares e Uberlândia/MG Estranho, malvisto. Ou não usual, excêntrico. O exquisito[2]: magnífico, delicioso. Uma palavra que pode arrastar toda a estrutura de tópicos e trazer as vivências relacionadas com o termo presente em várias fases da vida; e talvez de várias vidas. Palavra que também faz o indivíduo sentir como se não fizesse parte de um todo social, um contexto, uma história; que marginaliza, diferencia, diminui. Nesse sentido, cada palavra do outro é uma pá de terra jogada para trás; desenterra memórias de vivências antigas, esquecidas, não verbalizadas e, nesse sentido, inconscientes[3]. Por isso, essa palavra acaba sendo direcionada para aquela pessoa que se faz única, com coragem de viver a sua unicidade/personalidade ou intus, sua condição humana que se configu
CONFIANÇA SEM FIANÇA Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Procurei escapar de todas as maneiras, mas não consegui. Vou ter que me operar. Trabalho todos os dias anestesiando pacientes para cirurgias, mas desta vez sou eu quem vai estar deitado do lado de lá. Quando acordar na sala de recuperação, imagino um curativo enorme tapando uma cicatriz através da qual será retirado um pedaço do meu corpo. Vão tirar um pedaço de mim. Já estou sofrendo por antecipação. Em quem confiar para realizar esta tarefa? Quem vou autorizar cortar minha pele, penetrar no meu interior, abduzir o pedaço que julgar conveniente e deixar a cicatriz como lembrança permanente desta agressão calculada, necessária e consentida? Posso confiar no cirurgião carregado de diplomas, na indicação de uma boa experiência obtida por um vizinh
O filme “Avatar”, uma reflexão profunda Rosângela Rossi Juiz de Fora Desde os três anos fui educada por meu avô a sentir e pensar o filme para além do gostar ou não gostar. Lembro-me que meus pés balançavam soltos nos bancos do cinemascope que havia na sua casa que era estúdio de edição cinematográfica. Ficava atenta assistindo Chaplin. Nasci sentido o cheiro dos rolos de filme e dando valor a sétima arte. Acho pobre apenas dizer que gostei ou não gostei de um filme. Todo filme nos toca ou não, dependendo de nossos agendamentos. A interpretação analítica de um filme demonstra nossa forma se ser e ver a vida, as coisas e as pessoas. Qualquer filme, comunica algo. Um filme é aclamado quando se torna um arquétipo do inconsciente coletivo, isto é quando tem elementos comum a todos. Podemos ver o filme com o olhar apenas consciente, do que é aparente, ou
AS PEDRAS DE GOIÁS VELHO Vânia Dantas Filósofa Clínica Uberlândia - MG Santuário, andor, altar, escada na cidade histórica. Retratos de um tempo que está ficando passado mas que a gente talvez tenha que revisitar. A cada dia a mensagem no programa matinal na TV elogia a retomada das forças e dos valores; ao que parece, enterrados em várias pessoas. E, de repente, viram flores. Esses são relances de quando o ouvinte se sente bem e tem ousadia de planejar agir, enquanto aos primeiros passos já é preciso parar e repensar a viabilidade do projeto, pois há desequilíbrio devido à compressão medular. A degeneração precoce leva a pensar em como se resgatar do chão e como viver uma terceira em tenra idade. A ambigüidade de uma vida assim confunde: a idade cronológica, a biológica e a que a estética revela. E também porque não há deficiência, mas d

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