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Ser feliz é muito fácil Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Vivemos uma época em que, para ser feliz, é muito fácil. Partindo da premissa de que existem momentos e episódios pontuais na vida de cada um que podem ser uma usina de alegria (promoção no trabalho, casamento, nascimento do filho, viagem, etc), e que existem situações mais ‘permanentes’ (como trabalhar naquilo que gosta, ter uma renda compatível para o estilo de vida que se aprecia, um relacionamento afetivo conforme sua própria natureza e recíproco...) podemos dar uma atenção especial, no caso das anteriores ainda estarem em processo de construção, aos pequenos prazeres cotidianos. Para quem gosta de música, por exemplo, é muito fácil: liga o rádio, escolhe um cd, puxa um arquivo específico no mp3, e tantas outras possibilidades, como os vídeos no youtube. Até não muitas décadas atrás, se alguém quisesse ouvir música (e como faz bem pra alma), precisava pegar uma viola e tocar e cantar, sem a facilida
Convite, Café Filosófico: Quando o que utilizamos como um BEM (ético) é usado de volta contra nós. O café filosófico é um acontecimento com periodização mensal com temas variados, realizado sempre aos domingos das 18h30 às 20h, envolvendo o instrumental da Filosofia Clínica ou não, e coordenado por Filósofos Clínicos e outros convidados. O Coordenador do dia faz uma exposição por aproximadamente uns 40 minutos e posteriormente, abre para questionamentos e manifestações do público presente. Próximo Café: DATA: 12/06/2011 - Horário: 18h30min. Explicação – Suponha um sacerdote que utiliza o amor e a compreensão como instrumento de ensino e encontre pessoa, ou pessoas, que usem precisamente este amor e esta compreensão com arma para manipular o sacerdote. Quais os caminhos, quais as orientações? Coordenador do Dia: Prof. Dr. Lúcio Packter – Fundador da Filosofia Clínica Local: Auditório da Paulus Livraria, sito à Avenida Calógeras, 2405 Campo Grande-MS (entre Marechal Rond
O viajante de amanhãs* “O filósofo é uma das maneiras pela qual se manifesta a oficina da natureza – o filósofo e o artista falam dos segredos da atividade da natureza.” Friedrich Nietzsche O espírito aventureiro impróprio a cristalização do saber, se refaz nas escaramuças de um território movido a movimento. Seu viés de intimidade precursora se alimenta das ruas, estradas, subúrbios desmerecidos. É incomum ser facilmente compartilhável, esses eventos anteriores ao engessamento conceitual. A irregularidade narrativa como propósito sem propósito, se reveste de uma quase poesia, para tentar dizer algo sobre os eventos irreconciliáveis com a ótica dos limites bem definidos. Essa lógica de singularidades flutuantes se aplica as coisas irreconhecíveis ao vocabulário sabido. Seu desprezo pelas fronteiras, objetivadas pelos acordos e leis, é capaz de antecipar amanhãs no agora irrecusável. Num caráter de existencia marginal entre o cotidiano e a miragem da
Pressão Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Juiz de Fora/MG Esses dias, ouvindo alguns estudantes de medicina, aprendi que o corpo que apresenta problemas de pressão arterial alta, num primeiro momento deve esperar ver se o próprio organismo se regula sem intervenção farmacológica. Isso também acontece com as questões psicológicas. As dores existenciais são expressas em certos momentos até em “esteticidade bruta”, ou seja, por ações ou expressões fortes como choro, gritos, ações agressivas, xingamentos, etc. Interessante foi perceber que esses mesmos estudantes logo depois acreditavam na possibilidade de recorrer a remédios para sanar suas dificuldades psicológicas. Mesmo sabendo que receitar remédios para um paciente só deve ser feito quando necessário, eles já se auto creditaram o diagnóstico de necessitados de remédio para sanar seus conflitos existenciais. Se o corpo apresenta determinados problemas em seu funcionamento, as causas podem ser resolvidas assim que descob
COMO ACABAR COM A CONCORRÊNCIA Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre-RS Todo palestrante precisa saber que em algum momento de sua carreira vai enfrentar situações constrangedoras. Uma pergunta de cunho pessoal, um microfone que não funciona, um branco na memória, uma imagem trocada na tela...Com o tempo, a experiência vai ensinando a contornar com leveza e humor estes contratempos. Nem sempre. Certa ocasião, minutos antes de iniciar uma palestra de Marketing para Médicos no interior de São Paulo, recebi o telefonema de um ginecologista local perguntando se havia a possibilidade de recebê-lo antes da apresentação. Combinamos um breve encontro e ele foi direto ao assunto: - Quanto o senhor está cobrando por esta palestra? Pago o dobro para que o senhor não se apresente, vá embora da cidade e não ensine nada de marketing para meus colegas. Quero uma aula particular, assim vou ganhar a concorrência. Fiquei tão espantado com a proposta que quase perdi a voz. Não s
Onde tuas asas te levam? Leticia Porto Alegre Jane Difini Kopzinski Rafael Gabellini Ribas Filosofos Clinicos Porto Alegre-RS Ao caminhar pelo jardim do hospital psiquiátrico, em verdes campos, flores, com o som da água ao fundo caindo pelas pedras e tomando um rumo desconhecido, observamos pássaros indo ao encontro de suas necessidades singulares. Alguns voam para longe, outros buscam as árvores e gramas, e outros que lá pousam levados pelo vento em uma direção descoordenada do seu real pouso. Os pássaros, assim como os partilhantes, possuem em sua natureza o processo de construção de seu próprio vôo. A linguagem singular do partilhante usada na consulta, na maioria dos casos, sem o tempo suficiente de se coletar uma historicidade completa que permita elaborar sua EP, apenas apresenta algumas características dos tópicos dominantes permitidas pelas circunstancias. O filosofo clínico, nas consultas com os partilhantes internados, acaba por ter que se arriscar em su
Navegação Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Nau conduzida em sonhos Mares, marés, maresias Sal nos lábios Palpitações verde beira calcária casca ovo do mar Circe espreita círculo mitológico Sexta-feira corre olhar antropofágico recomeço ou danação
Sob meu próprio sol Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Quanto tempo nos entretemos a procurar o sol? Na verdade, o tempo não importa. Porque encontrar o próprio sol é para muitos uma meta, um fim a ser alcançado, ainda que não necessariamente saboreado. Continua valendo o prazer do percurso, mesmo que muitas vezes extenuante. Alguns ousam desistir, mas aí... haja coragem para fechar as cortinas. Outros apenas permitem uma fresta de luz penetrando, vislumbrando poeiras e aparições. E o sol... o sol que nos ilumina o espírito é o mesmo sol que aquece nosso íntimo; o mesmo que incendeia o corpo e a alma em momentos fugazes e o mesmo que produz as sombras que nos escapam. Desejar o sol é uma potência que nos credita sentido, que nos redime da ilusão que ronda nosso cotidiano, que nos lembra da necessidade premente de respirar e de seguir adiante. Há um lugar onde o sol acontece e na percepção do espaço, do lugar que nos pertence, intuímos o que dá sentido ao espetáculo q
Sfumato Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Iniciei o ano tocando pandeiro. Melhor: tentando aprender, sob a orientação de amigos que se revezavam no violão, no microfone do videokê e na coreografia. Tamanho o talento das pessoas, em minutos já tínhamos nos arranjado para formar uma banda que até nome já tem: Inimigos do Ritmo. Mas não estou escrevendo para divulgar o novo grupo musical, cujo repertório contempla, a julgar pelo primeiro ensaio, estilos como gauchesco, pagode, MPB, música latino-americana, bossa nova e jovem guarda, com possibilidade ainda de expandir para o samba e axé. Isso tudo sem considerar a grande chance de o grupo criar seu próprio estilo musical, para desespero principalmente dos vizinhos. Estou escrevendo para falar sobre sfumato. A palavra, em italiano, significa exatamente ‘esfumaçado’. Um dos maiores gênios da humanidade, Leonardo da Vinci, a adotou como um dos eixos de sua filosofia de vida. Acreditava, o artista e cientista, que sa

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