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Com as palavras Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Com as palavras vamos tecendo o tempo, Construíndo afetos, destruíndo mitos, Ascendendo consciências, fazendo revoluções. A poética dos desejos, faltas traçadas nos vazios, Compostas nas fronteiras do existir enigmático Entre o nascer e entardecer, nas entrelinhas Das noites de nossas almas, Rasgam páginas da história, Que nos desafiam a viver as dores E as alegrias de ser em acão contínua. Com as palavras desbravamos acontecências, Pontuamos acontecimentos, Interrogamos injustiças, Exclamamos atenção, Agradecemos solidariedade, Quebramos fronteiras desumanas. Com palavras podemos revolucionar, Construíndo laços para ação efetiva, Tecendo esperanças, criando possibilidades Infinitas de mudar sempre. Com as palavras bem ditas, Distribuímos o pão da vida. Com as palavras mal ditas Destruímos sem dó. Urge pensarmos antes de falar Ou simplesmente trazer as palavras Do fu
Terapia é... Letícia Porto Alegre Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Terapia é um espaço, com uma terra fértil, que ajuda a desabrochar as mais lindas flores. Ao desabrochar se descobre espinhos, folhas mortas e até galhos tortos. Detalhes que compõe uma flor única. Mas são apenas partes que constituem o todo da flor. Terapia é significar, é resignificar, é dançar entre as linguagens que formam o mundo de cada um. É descobrir para onde as tuas asas podem te levar, ou melhor ainda, é poder escolher para onde deseja que tuas asas te levem. Terapia é contato com as suas verdades, é poder brincar com essas verdades e, quiçá, descobrir que o que existe é apenas um espaço infinito de possibilidades de verdades. Terapia é descobrir que você faz parte de um todo, mas também é autônomo e tem as suas próprias escolhas. Fazer terapia é escolher para si mesmo despreender-se das grades de uma prisão, é poder se colocar sem se defender das mesmas e de se mudar para
E o que dizer da saudade... Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Às vezes, ao deslocarmos olhares em direções confusas e imprecisas, que mal distinguimos, podemos sentir vazios que, por estranhos e cruéis, perpassam emoções impregnadas de conflitos. Estes vazios justificam angústias e antecipam ausências; eles abatem, drenam forças e podem nos lançar em labirintos cujo fio se desfaz a cada intenção de fuga. Arrebatam a alma, desafiam a dor e obrigam a recomeços não previstos, e nem mesmo permitidos, de onde questionamos as possibilidades de sobrevivência. Nesses instantes, as dúvidas se revestem de uma irritante prepotência e insistem em fazer (re)visitas que não podemos receber. Não estamos preparados. A imposição deste novo momento não vem acompanhada de sorrisos e atitudes adequados, nem do chá com bolinhos. Pasteurizar a alma não é próprio de sentimentos sinceros, simplesmente porque não é possível fingir ou transferir ilusões. O que dizer da saudade? Talvez, apenas
Fragmentos filosóficos delirantes LXIII* Crônica do Amor* Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? En
O tempo que resta Sandra Veroneze Jornalista e Filósofa Clínica Porto Alegre/RS “O tempo que resta” é um dos últimos filmes a que assisti. É francês e mostra os meses finais de vida de um jovem fotógrafo que descobre sofrer de um tipo de câncer já em processo de metástase. O filme é sensível, triste e tem aquele tempo e tom especialíssimos que só os europeus sabem imprimir nas produções cinematográficas. Em alguma medida, ‘O tempo que resta” lembra outro filme: “O poder além da vida”. Este fala também de um jovem que precisa encarar a morte ou a vida depois de sofrer um acidente de trânsito enquanto se prepara para participar das olimpíadas. Com os movimentos limitados, se vê obrigado a deixar para trás a vida de noitadas, mulheres e bebidas, contando com o auxílio e inspiração de um senhor que o jovem apelida de “Sócrates”. A diferença das duas obras é que, no primeiro caso, o personagem principal desiste de viver e, no segundo, a tragédia serve como divisor de águas na tra
Fragmentos filosóficos delirantes LXII* Estamos com fome de amor* Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias. Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida? Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas&q
CONGRESSOS, JORNADAS, SIMPÓSIOS... Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Cenas lamentáveis aconteceram durante um congresso médico de âmbito mundial, realizado recentemente em Buenos Aires. O número de congressistas ultrapassou em muito as previsões da comissão organizadora, transformando o que deveria ser uma jornada de atualização científica e congraçamento em uma maratona de reclamações e indignação. A fila de espera para receber o crachá de inscrição, que permitia o ingresso nas salas de aula, demorava em média quatro horas. Muitos olhavam o tamanho da fila, que chegava a dar voltas no prédio e desistiam. Alguns retornaram no dia seguinte e encontraram a mesma situação. Quase dois dias de congresso perdidos numa fila. A surpresa maior estava no interior do centro de convenções: salas de aula sempre lotadas. Quando se conseguia entrar em alguma, não havia mais lugares disponíveis. Sentava-se no chão ou ficava-se em pé pelos cantos. Os restantes acotovelavam

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