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Acordem belos adormecidos Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Onde estamos? O que pensamos? O que sentimos? Será que os cifrões não estão nos adormecendo e hipnotizando? Comprar, consumir, ter, competir.. A moda seduz e engole a maioria. Todos querem ter saúde perfeita. Muitos desejam a beleza eterna. Os programas de TV atacam com receita de vida saudável. As propagandas vendem até a alma. E continuamos de braços cruzados, vendo tudo sem fazer nada. Fazer? Agir? Para que? Adianta? E vamos colocando tampões nos olhos. A espera da salvação. Infeliz esperança que paraliza. Enquanto isto a fila nos hospitais não andam. Crianças não tem escolas e são exploradas e vendidas. A corrupção continua sem punição. Adormecidos pela mída, administrada pelo poder, vamos. Aliás, paramos. Colocar microfones no ar incomoda. Mas, as lojas nesta quase véspera de natal se abarrotam. Que humanos somos em nossa desumanidade? Só estou convidando a
Helena quer voltar para casa* (Jardins da Universidade Moura Lacerda, em Ribeirão Preto) Ela me disse que primeiro afastou o sorriso logo que se casou e teve o primeiro filho. O sorriso a incomodava porque revelava seu ar maroto, ameninada e, agora que era casada, sua demanda dizia respeito a ser mulher. Com o sorriso, perdeu também um aspecto jovial que tinha e que somente era possível compor tendo como elemento seu jeito de alegrar o rosto. O cigarro que usava, ocasionalmente, deixou ao engravidar. Logo o cigarro, um cigarrinho ou dois por semana, que fumava inclinando a cabeça, enchendo-se de esperança. Com o marido aprendeu a não se expor socialmente, o que incluía evitar com alguma cerimônia importante comentários sinceros sobre qualquer um. A sinceridade passou a ser utilizada em casa; na rua passou a se estranhar em várias situações. Helena um dia me perguntou se Fausto, de Goethe, em meio ao pacto, que ela entendia como concessão, não se perdeu de si mes
AMOR DE FILÓSOFO Will Goya Filosofo Clínico, Poeta Goiânia/GO O verdadeiro filósofo mora na cidade das aparências E tem um olhar de espírita, atravessando as paredes. Ensina os indivíduos a serem bons, Mas sabe que não se pode esperar muito dos que muito têm. Bondade é não exigir aquilo que se pode dar. Não é se dar ao outro, é a caridade de pedir E receber o que ele tem de bom para dar. A civilização precisaria de séculos para acordar A sabedoria que se pode aos quarenta, Por isso não é amável consertar o mundo, antes do tempo. Seria ingratidão pedir a Deus que seja humano, Como se houvesse algo errado com a maldade natural do mundo, Como se o nosso mundo precisasse de boa vontade para existir E não existissem muitas e muitas moradas. Que importa a religião? A maioria dos religiosos não tem religião. A maioria dos filósofos só tem diplomas. Quem fala de um amor verdadeiro, usa tanto a emoção quanto a categoria da lógica. Bem mais que gostar, amar é saber c
Filosofia e Música Beto Colombo Empresário, Filosofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Querido leitor, que você esteja bem. Hoje, em nosso comentário, vamos falar sobre filosofia e música. Filosofia, como sabemos, significa “amigo da sabedoria”. E também sabemos que todos filosofamos, de um jeito ou de outro e que cada um que me lê nesta coluna não deixa de ser um pensador, um filósofo. Mas, para pensar, para filosofar, é necessário fazer algo fundamental: perguntar, questionar. A pergunta abre, impulsiona, nos faz movimentar. A pergunta nos move. Talvez as descobertas mais importantes da humanidade surgiram com as perguntas. Justificada a importância da pergunta, vamos a uma: quanta filosofia há nas notas musicais? Caetano Veloso canta sabiamente: "Quando eu te encontrei frente a frente não vi o meu rosto, chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto mau gosto. É que Narciso acha feio o que não é espelho, e a mente apavora o que ainda não
Íntima raíz Jane Difini Kopzinski Fisioterapeuta, quiropraxista, filosofa clínica Porto Alegre/RS Entre devaneios, delírios e poesias, o ocultar da real objetividade. A grande dança da singularidade da alma O feito por menor dos desejos ocultos Entrelaçados em um emaranhado de subjetividades objetivas em si No repouso do olhar sobre si mesmo Revela a obra mais rara e única de um ser A complexidade da alma se ajustando Entre estruturas intrínsecas, dançam e compõe Delirantes poemas, músicas raras, inéditos sonhos... A obra inigualável da vida Brotando de um ser em autogenia constante Na roda viva de sua própria existência Sua íntima raíz
Fragmentos filosóficos delirantes LXXI* Balada do louco* Dizem que sou louco por pensar assim Se eu sou muito louco por eu ser feliz Mas louco é quem me diz E não é feliz, não é feliz Se eles são bonitos, Sou Alain Delon Se eles são famosos, Sou Napoleão Mas louco é quem me diz E não é feliz, não é feliz Eu juro que é melhor Não ser o normal Se eu posso pensar que Deus sou eu Se eles têm três carros, eu posso voar Se eles rezam muito, eu já estou no ar Mas louco é quem me diz E não é feliz, não é feliz Eu juro que é melhor Não ser o normal Se eu posso pensar que Deus sou eu Sim sou muito louco, não vou me curar Já não sou o único que encontrou a paz Mas louco é quem me diz Que não é feliz, Eu sou feliz *Letra e música: Arnaldo Baptista e Rita Lee
SUPER-HERÓIS NÃO PODEM AMAR Ildo Meyer Médico e Filosofo Clínico Porto Alegre/RS Neste mundo que nos tocou viver, temos que matar um leão por dia. Somos cobrados e ao mesmo tempo cobramos metas, números, competências, desempenhos. Precisamos ultrapassar a concorrência, vencer desafios e mostrar a todos que somos os melhores. Temos que ser perfeitos, bem sucedidos e deixar bem claro para todos que o fracasso mora ao lado. Acontece que não somos perfeitos. Ninguém é perfeito, mas não queremos mostrar isto. Escondemos nossos defeitos e não mostramos quem somos de verdade. Temos vergonha que descubram nossas fraquezas. Fomos criados para nos preocupar com o que os demais pensam de nós e para permitir que outros ajudem a definir quem somos. Por conta disto, todos os dias, antes de sairmos da cama, precisamos vestir nossa máscara de super herói. Atrás dela, ocultamos nossos pontos fracos, disfarçamos nossos medos e ficamos prontos para encarar o cliente, o patrão, o vizinho, o
Fragmentos filosóficos delirantes LXX* "No início era uma lenda estes olhos de criança meiga: O que restava era um espaço ilhado por tanta dor." "Amar o que não sei, só tem uma forma: Mirar-me num espelho e ver-me em você." "A fala tinge de branco o que a incerteza nos impõe: o silêncio." "A solidão me madurou de borboleta... Estou apto. Já posso discursar com minhas paredes." "Falar de mim talvez necessite Um reinaugurar de novas palavras. Criar descontos.. andarilhos de silêncios. Ignorar as sintaxes cheirosas de brejos... Borrificar as sílabas ardente de ermos... (simplesmente influir nos desertos de minhas letras)." "As lágrimas de minhas dores viraram mares de poesias." "Inventei uma casa sem telhados, numa rua sem nome: queria com isto perder-me devagarinho como uma noite cega..." "Não pude dispersar os meus deslimites que caíam e refaziam os caminhos de volta à mim: E agora...

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