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Fragmentos filosóficos delirantes LXXXV* "(...) considerei a rua um ser vivo, tão poderoso que consegue modificar o homem insensivelmente e fazê-lo o seu perpétuo escravo delirante (...)" "Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem" "Para compreender a psicologia da rua não basta gozar-lhe as delícias como se goza o calor do sol e o lirismo do luar. É preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível, é preciso ser aquele que chamamos 'flâneur' e praticar o mais interessante dos esportes - a arte de flanar" "A rua continua, matando substantivos, transformando a significação dos termos, impondo aos dicionários as palavras que inventa, criando o calão que é o patrimônio clássico dos léxicons futuros" "O homem chora, ergue os olhos para o azul do céu, a menor das suas ilusões povoa-o de forças invis
Cambalhotas do mundo Patrícia Rossi Psicoterapeuta, Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Hoje eu não vim falar de moda. Nem vim falar de maquiagem, nem de sapato, nem bolsa, nem creme, nem vestido. Hoje eu quero falar de gente. Quero falar de sentimentos, de corpos, de almas, de encontros e desencontros. Já pararam pra pensar em como o mundo não dá apenas voltas, mas dá cambalhotas? E o mais curioso, com todos nós dentro dele? Pois é, pois é! Embaralha tudo que estava quieto, em seu devido (será?) lugar, no seu canto, do seu jeito, na sua quietude. Ele vem, e como um tsunami ou um furacão, arranca tudo do lugar, mistura, reorganiza, bagunça, e leva as coisas e pessoas não se sabe pra onde, e te põe de frente com não se sabe o que, ou quem. E no começo você chora a falta do seu lugar, do seu espaço como era, das suas coisinhas ali inertes, e se assusta com aquela imensidão de incertezas, de coisas belas e feias que você jamais poderia imaginar se tivesse continuado quieto no seu
Dublin, Irlanda Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica O rapaz contou em tom casual, literatura de passeio, que se casou com um casal. Quinta-feira, 25 de setembro, uma tarde de sol na Irlanda. Bem, ele se casou com um casal, mas como ele era anteriormente casado, perguntou se existiria algum grau de parentesco entre sua mulher e o casal com quem se casou. Um casamento verbal, sem papel, porque “no verbal o mundo parece mais íntegro” – foi o que ele disse. Reparei que ele tinha as unhas das mão esquerda pintadas de azul; as unhas da mão direita eram carmim. Esta situação vertiginosa para muitos de nós torna-se menos rara a cada dia. As interseções deixam os limites dos padrões e rumam para complexidades maiores e maiores. Algumas pessoas adoram concepções que dificilmente têm como ter desempenho de eficácia ou eficiência juntas; no entanto, as adotam exatamente porque é no impedimento que ela transitam com a espevitamento esportivo com que transitamos em um Ferry Boat em
Silêncio Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Sábado eu e minha companheira fomos num Shopping Center em Florianópolis onde as garagens ficam no último andar e, ao entrarmos, foi como entrar numa colmeia de abelhas, tamanho o ruído. Mas minha maior surpresa foi quando fui pela primeira vez no Corcovado (RJ), o ruído é coisa impressionante, eu não conseguia entender de onde vinha tanto ruído, é inacreditável. Como gosto de ouvir o silêncio... Às vezes vou para a Chácara da Lagoa somente para ouvir o silêncio. Ultimamente não tenho conseguido, até lá o barulho dos sons dos tocadores de CD´s dos automóveis têm quebrado aquele paraíso silencioso. Será que temos medo do silêncio? Ano passado emprestei o chalé para um colega que precisava se concentrar no seu trabalho de mestrado e pediu para se hospedar por três dias. Foi sem seu automóvel, pois pretendia se isolar do mundo e temia que se fosse com seu automóvel ele reto
ALMA GÊMEA Ildo Meyer Médico, Filósofo Clínico, Escritor Porto Alegre/RS Parecia um dia como outro qualquer, mas não foi. Modificou minha vida. Acordei às oito horas, tomei café e sai para praticar a rotineira corrida matinal. Já havia percorrido uma boa distância quando percebi alguém se aproximando. Olhei para trás e vi um cão correndo para me alcançar. Era um boxer branco, magro, sem coleira e com algumas marcas no pelo. Não identifiquei se eram feridas cicatrizadas, micoses ou simplesmente marcas de nascença. Não importa. O cão começou a me acompanhar. Não deu um latido, sequer olhou para mim. Simplesmente quis correr ao meu lado. Achei engraçado e imaginei que logo adiante ele iria cansar e me abandonar. Não foi o que aconteceu. Depois de cinco minutos juntos, percebi que estávamos em perfeita sintonia. Quando eu aumentava a velocidade, ele correspondia. Quando parava em algum sinal de trânsito, o cão ficava ao meu lado. Era como se houvesse sido treinado desde
Redes Sociais e Ética Pe. Flávio Sobreiro Filósofo Clínico, Poeta Cambuí/MG Estamos conectados com os mais modernos meios de comunicação virtual: Facebook, Twitter, Orkut, Msn, Google +... Todos estes recursos modernos chegaram para facilitar a vida. Muitos tem acesso a internet e consequentemente as redes sociais. Hoje estas mesmas redes sociais se encontram nos celulares, Tablet’s, IPad, IFone. Carregamos o avanço tecnológico em nosso bolso. Mas como temos usado estas redes sociais? Quais os benefícios destas redes sociais? Existe algum perigo escondido no uso destas novas mídias? Toda moeda tem dois lados. O mesmo acontece com as redes sociais. Muitas pessoas procuram usar com sabedoria as Redes Sociais. Outras, no entanto esquecem-se de uma palavra importante e que aos poucos vai perdendo seu sentido em nossos tempos: o limite. Entre o particular e o público muitos acabam tornando a vida um livro aberto demais. Expõe-se de tal maneira que caem no ridículo. Em épocas em
Fragmentos filosóficos delirantes LXXXIV* "Palavras de ordem não toleram as brumas, pois é lá que moram os sonhos. Luminosidade total para tornar impossível sonhar. Pois os sonhos são testemunhos de que a alma se recusa a se tornar um pássaro engaiolado" "Poesia: o esforço desesperado para dizer o que não pode ser dito. Silêncio: o Vazio onde vivem criaturas impensáveis, protegidas pela escuridão!" "O deserto é belo porque, em algum lugar, ele esconde um jardim" "Cada sonho é um testemunho de que o Paraíso ainda não chegou" "No mundo descrito por Orwell, 1984, sonhar era crime, e um homem foi preso porque, ao dormir, falou o seu sonho. E, fazendo isso, confessou que sua alma voava longe" "Para uma lagarta não há nada mais lindo que coisas que se assemelhem a ela. No mundo das lagartas, até os deuses são lagartas. Mas as borboletas obviamente dirão: tolice..." "(...) 'Ali, onde penso, lá não estou'.
Multidão, sociedade imaginável invisível Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filosofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG Foi de Hillman que tomei emprestado este título. Hillman foi para o mundo de Hades em pleno sol em escorpião, 27 de outobro 2011. Psicoterapeuta brilhante e rebelde, demonstrou que o Self, não se encontra apenas como subjetividade, mas na interação com o mundo. A alma está no mundo. Habita em nós uma multidão que vive na relação contínua com o mundo. Já dizia o poeta Walt: - Sou múltiplo, contenho mim multidōes. Esta multidão chora e ri, sofre e se deleita de amores, relaxa e goza.... Agendamentos invisíveis. Imagens que dizem mesmo sem palavras. E alguns pensam não haver inconsciente. Que eles comandam, comandam. E toda nossa historicidade se apresenta como complexos. Complexos que nos paralizam, quando devíamos agir. Que gera a depressão e múltiplas ansiedades. Tomar consciência de nossa realidade psíquica é fundamental. Não somos tão bonzinho

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