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CONTO DE FADAS MODERNO Ildo Meyer Médico, Filósofo Clínico, Escritor Porto Alegre/RS Quando éramos crianças, adorávamos dormir escutando contos de fadas. Os finais eram sempre felizes, mas os começos muito tristes. Com freqüência existia um padrasto ou madrasta má, alguém que se perdia, estava muito doente, era espancado, seqüestrado, engolido. O enredo das histórias envolvia crueldade e injustiça, para no final surgir o amor e os mocinhos viverem felizes para sempre. Nossos pais não sabiam, mas é claro que estas histórias de amor romântico contadas ao pé da cama, mais tarde trariam conseqüências. Crescemos, acabou a fantasia, caímos na realidade. Nosso mundo está cheio de injustiça, maldade, mentira, inveja, egoísmo, doenças, sofrimento. Nos contos de fadas sempre havia um herói para reverter a situação e encerrar o livro com um final feliz. E na vida real, onde estão estes heróis? O sonho de que o sofrimento é passageiro, a injustiça será corrigida, mais cedo ou mais t
Fragmentos filosóficos delirantes LXXXVIII* "O nosso ensino moderno da medicina, bem como o da psicologia e filosofia acadêmicas, não dão ao médico a formação necessária, nem lhe fornecem os meios indispensáveis para enfrentar as exigências, tantas vezes prementes, da prática psicoterapêutica (...) vamos ter que frequentar mais um pouco a escola dos filósofos-médicos daquele passado longínquo, do tempo em que o corpo e a alma ainda não tinham sido retalhados em diversas faculdades." "É a sua visão do mundo que orienta a vida do terapeuta e anima o espírito de sua terapia. Como ela é uma estrutura subjetiva, por mais rigorosa que seja sua objetividade, é possível que desmorone muitas vezes ao contato com a verdade do paciente, para depois levantar-se de novo, rejuvenescida por este contato." "A psicoterapia surgiu de métodos nascidos da prática e da improvisação. Tanto é que por muito tempo teve dificuldade em refletir sobre os seus próprios fundamentos c

Invisibilidades*

"Não pude dispersar os meus deslimites que caíam e refaziam os caminhos de volta a mim. E agora... encontro-me enfermo de sonhos!” Djandre Rolim Um reflexo parece dizer sobre se estar dentro da vida e fora do tempo, como uma ficção exilada na realidade. Ao ter uma epistemologia de subúrbio, sua filosofia da estranheza esboça um soar excessivo. A atitude introspectiva refaz manuscritos sobre o fenômeno à deriva no traço. Interseção extraordinária entre o lapso das travessias e as poéticas do absurdo. Atualiza a visão desses delicados contornos a se deslocar, parece reivindicar uma arte de tornar-se. A partir desse sujeito transbordando originais, os excepcionais eventos integram a irrealidade presente no cotidiano. Esse esboço de eus ficaria irreconhecível, não fora esse nômade das chegadas_partidas. O estrangeiro de cada um se oferece nos trocadilhos, distorções, contradições quase imperceptíveis, muitas vezes em labirintos de lógica kafkiana, onde os delírios rascunh
Delírios na multidão indecisa Luana Tavares Filosofa Clínica Niterói/RJ Na estrada adiante, a caminho de um destino qualquer, no meio da multidão que transforma todos em uma unidade festiva, sem rosto, sem corpo, ou melhor, com o corpo de todos, na expectativa de encontrar algo que não se sabe, ponderamos se o que existe atrás das infindáveis e ininterruptas respirações suspensas, reproduz a eternidade. Estamos todos a caminho do mesmo buraco negro existencial, para onde tudo converge, para onde a ausência de luz é justamente o prenúncio da clarividência. Mas mesmo em meio ao jorro da luz do dia, ou no manto escuro e silencioso da noite, sem noção de tempo ou espaço, entre o limiar do que pode ser estar em cima ou abaixo, os pés deslizam suaves no imaginário dos seus próprios significados, pouco importando para qual direção, pois nenhuma seria suficientemente justa para determinar seus horizontes. E a multidão acompanha, ainda incerta de suas certezas, levadas por uma força
Sofismas ou a fábrica de doenças. Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Nos próximos dias, se puderem, mantenham o computador desligado. Se possível, retirem o HD e o coloquem em um local arejado e seco. Mas se não puderem fazer isso, fiquem calmos e não abram nenhuma mensagem com um arquivo chamado “Olá, bacana!”. É a nova versão do antigo “Lembrei de você!”. O “Olá, bacana!” é terrível e não tem nada de bacana. Guarde água em casa, não abra a sua porta, independente de quem enviou o “Olá, bacana!”, não abra. Trata-se de um vírus que tem um sorrisinho safado. Cuidado, porque pode parecer bacana. Pois o bacana vai torrar o seu disco rígido, vai fazer a sua impressora imprimir ao contrário, vai disparar e-mail para todo mundo. Aliás, o vírus veio exatamente de um conhecido seu que gostou do “Olá, bacana!”. Olha, para o bem de todos, mande este e-mail para todos os seus conhecidos, mande para alguns desconhecidos também por segurança, afinal não se pode conhecer todos o
Livro 40, Sim! E dai?* Um guia de qualidade de vida feito para a mulher de 40 anos Jussara Hadadd Terapeuta sexual, Filosofa Clinica Juiz de Fora/MG Livro 40, Sim! E daí? Mostra como aproveitar melhor essa fase de vida A mulher de 40 anos de hoje é bem diferente da de antigamente. A que antes era quase que uma “matrona”, praticamente sem novas perspectivas de vida, agora é bem cuidada, moderna, inteligente, empreendedora, gosta de se cuidar e persegue seus sonhos e objetivos com muita vontade e determinação. Mesmo com a maturidade que os 40 anos proporcionam e com o acesso a muitas informações, fazer 40 anos ainda representa um período de muitas dúvidas para a mulher. Para acabar de vez com as dúvidas, a jornalista Andrea Franco escreveu “40, sim! E daí?”, (Idéia & Ação – 224 páginas). O objetivo é estimular a auto-estima dessa mulher e promover saúde e bem-estar por meio de orientações de ginecologistas, geriatras, psicólogos, endocrinologistas, nutricionistas, derma
Meus 60 anos Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filosofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG Nasci velha. Eterno retorno. Renascimento neste tempo de envelhecer. Por isto alegremente celebro meus sessenta anos. Nasci no dia de Ação de Graças. Desde pequenina olho para fora a questionar a existência e olho para dentro tentando encontrar minha essência... Sou esta que sou! Chegar aqui é uma vitória. Para quem não poderia viver um dia, todo dia é um milagre. Assim tenho muito que contar e muito ainda a comunicar. Entro no tempo da realização e celebração, no caminho alquímico de fazer a alma. Esta é minha carta de alforria para transgredir e subverter, para deixar sair esta rebelde que sempre me habitou e que por vezes reprimi. Poder viver sem culpa minhas imperfeições, livremente, e me expressar mais loucamente. Agora é tempo de lapidação, do tirar as arestas e dar brilho à consciência no exercício da compreensão. Hora de soltar meu Dioniso e dar vazão as imagens criativas q
Fragmentos filosóficos delirantes LXXXVII* "O Dr. Ricardo Reis nasceu dentro da minha alma no dia 29 de janeiro de 1914, pelas 11 horas da noite. Eu estivera ouvindo no dia anterior uma discussão extensa sobre os excessos, especialmente de realização, da arte moderna." "Ora um desvio patológico equilibrado é uma de duas cousas - ou o gênio ou o talento. Ambos estes fenômenos são desvios patológicos, porque, biologicamente considerados, são anormais; porém não são só anormais, porque têm uma aceitação exterior, tendo, portanto, um equilíbrio. A esse desvio equilibrado chamar-se-á gênio quando é sintético, talento quando é analítico; gênio quando resulta da fusão original de vários elementos, talento quando procede do isolamento original de um só elemento." "A verdadeira arte decadente é a dos românticos. Aqui o ponto de partida é o sentimento; o intelecto é utilizado para interpretar esse sentimento." "A beleza, a harmonia, a proporção não era

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