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De que tamanho somos?* De olhos vendados mergulhamos Sem noção de porvires Sem absolutamente nada a respaldar o horizonte Nada que se defina, nada que transpareça Só a linha que se desdobra incansavelmente A nos esperar e a resguardar o infinito Que se retrai indeciso Rumo ao vazio distante e desafiador da imensidão à frente Luana Tavares Ainda que vislumbrássemos o infinito, interna e externamente, qual seria o sentido de tudo? Onde poderíamos estar ou até onde chegaríamos? Quais seriam as probabilidades de reconhecermos o que realmente somos? E qual a dimensão racional que nos conduziria de volta? A probabilidade de haver respostas é mínima, não haveria como dar conta da dança que continuamente nos embala, no sono da imprevisibilidade, e que nos conduz ao eterno, não importando a forma como este seja concebido. Será que entenderíamos a dimensão do improvável? Ou será que alcançá-la não pertence à realidade, mas somente aos sonhos? Talvez apenas não sejamos solitári
Sobre o amor Pe Flavio Sobreiro Filósofo Clínico, Poeta Cambuí/MG Quem poderá explicar a sua origem? Filósofos, teólogos, psicólogos e curiosos tentam dar uma razão ao sentido dele existir. Poetas da alma procuram respostas. Alguns dizem que ele vem sem esperar. Outros que ele nasce aos poucos. Uns dizem que ele surge de um lindo olhar. Outros que falam que o conheceram através de um sorriso. Buscar razões para a sua existência talvez seja percorrer uma estrada sem fim. Onde cada curva revela-nos os mais belos horizontes ainda não conhecidos. Ele é assim: uma surpresa a cada novo momento. Semelhante as flores que desabrocham e exalam o seu mais suave perfume. Mario Quintana sabia que se morresse deste mal ainda continuaria vivendo: “Tão bom morrer de amor e continuar vivendo” O amor é como uma noite de estrelas iluminando a infinitude de nossa alma. Compreende-lo é romper com o mistério que o torna único. Suas razões são tão variadas como as flores de um jardim. Porém de uma
2012, seja bem vindo, finalmente! Patrícia Rossi Advogada, Psicoterapeuta, Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Hoje é dia de viver o luto. Mas se engana quem pensa que viver o luto é ruim.. não! Pelo contrário. Ele faz parte do crescimento, amadurecimento, transformação. Mas luto de quê? Luto de tudo que vivemos no passado e que precisa ser mudado, precisa seguir adiante. Luto de 2011, de velhas metas não realizadas… luto de carnaval, de samba, de viagens, de praia, amigos, pôr do sol.. de juntar os amigos em uma tarde ou noite sem se preocupar com o trabalho ou o estudo no dia seguinte. Mas o luto é renovador. O ano finalmente começa e com ele o renascer. Agora é hora de parar, respirar, olhar pra dentro de você e realmente colocar em práticas todos aqueles objetivos traçados no reveillon. Tirar eles do papel e concretizar. Que venham os estudos que prometemos serem em dobro, o trabalho que decidimos empenhar com mais garra… as dietas, a ginástica… novos amores, novos amigos
Escócia Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Em uma acolhedora cafeteria de uma pequena cidade do centro-oeste, onde faço as clínicas didáticas com os alunos, por entre os vidros e letras pastel escritas neles, observo que faz uma tarde muito bonita, o sol se inclina suavemente. A pequena cidade é arborizada em suas ruas longas e retas. Hoje pela manhã, caminhei pelo centro e agora que meu café chegou, inicio cartas semanais que escreverei por meses a colegas, alunos e leitores que viajarão comigo para a Escócia no segundo semestre. A cada ano, reúno pessoas que desejam viver uma jornada de estudos, conversas, vinhos e caminhadas por algum belo recanto do mundo. Em 2011 iremos à Escócia, um país que me é familiar e com o qual eu tenho uma afeição antiga. A Escócia começa por muitos lugares, pela Royal Mile, em Edimburgo; pelos castelos em todas as partes; por suas colinas e campinas; por seus vales e highlanders; suas comidas e bebidas; suas tradições, lendas e históri
Fragmentos filosóficos delirantes LXXXIX* "A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida. Os gregos adivinharam esta verdade com aquele maravilhoso instinto artístico que tinham, e colocavam no quarto da noiva as estátuas de Hermes ou de Apolo, para que ela parisse filhos tão lindos quanto as obras de arte que podia ver nos momentos de êxtase e nos momentos de angústia." "O caminho do paradoxo é o caminho da verdade. Para pôr à prova a realidade é preciso vê-la andar na orda bamba. Só quando as verdades tornam-se acrobatas podemos julgar o valor delas." "Aquela dama estava usando arrebique demais, ontem à noite, e roupa de menos. Isto sempre é sinal de desespero numa mulher." "O artista ignora as simpatias éticas. Para o artista uma predileção ética representa uma imperdoável falta de estilo." "Quanto a acreditar, estou pronto a acreditar em tudo aquilo que é inacreditável." "Os amantes fiéis só conhecem o
Entre o Sagrado e o Profano não sobra lugar para promiscuidade. Jussara Haddad Terapeuta sexual, Filosofa Clínica Juiz de Fora/Rio de Janeiro Em tempos onde a Filosofia e a busca por sabedoria estão em alta, onde as religiões começam a ser respeitadas ou conscientemente desprezadas em seus pontos de vista, ouve-se muito falar de questões mais elevadas que envolvem a sexualidade humana. Muitas dúvidas sobre o comportamento sexual estão latentes e buscam esclarecimento para o que pode ou não comprometer nossa dignidade e nossa evolução moral, intelectual e espiritual. Bom isso não é? Elevação através de uma preocupação com o que se faz com o corpo e com a alma perante a necessidade carnal e energética de fazer sexo? Preocupação e lembrança de sermos bem mais que animaizinhos seguidores de seus instintos o que em uma visão muito errônea se baseiam algumas pessoas para praticarem sexo sem “pé e nem cabeça”. Os animaizinhos ainda são melhores que nós neste sentido. Pois é, finalm
Amar sempre amar Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filosofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG Falar de amor em tempo de mutação e transição é um convite a imaginar com o coração,onde a poética do existir nos leva a um "fazer a alma", um cuidar do outro. A alma é múltipla e plural, politeísta, pois representa o Olimpo inteiro em nós. Alma é nossa totalidade psíquica. Logo, alma é amor, amor é alma. A alma transita por nossa existência abrindo às possibilidades infinitas. Sem alma o amor não circula, sem amor a alma fica nos pantanais. Falar de amor talvez seja fácil, mas viver o amor é difícil. Pois, para viver o amor precisamos encontrar nossa alma e dialogar com os deuses em nós. Até o amor chegar.... Que haja caminhar pelo enamorar, pelas paixões alegres e no vencer as paixões tristes. A surpreendente arte de amar se faz no exercício diário, nas mínimas coisas, através dos encontros e desencontros e fundamentalmente no pensar bem. Quem pensa bem, vive b
Sociedade dos perfeitos Pe. Flávio Sobreiro Filósofo Clínico, Poeta Cambuí/MG Na sociedade dos perfeitos, ser imperfeito está fora de moda. Ao ligarmos a televisão ou acessarmos a internet encontramos protótipos de pessoas perfeitas. Seres humanos imperfeitos maquiados com aparência sagrada. Uma forte tendência dos tempos atuais é a exigência de que o outro seja perfeito. Está marca de nossa época vem disfarçada com o nome de “falta de paciência”: “Não tenho paciência com as pessoas de minha família”, “Sou extremamente impaciente com meus colegas de trabalho”, “Meus pais não são do jeito que eu quero”... Frases como estas são mais comuns do que ousamos imaginar. Exige-se a perfeição do outro a qualquer custo. Pessoas perfeitas exigem que seus irmãos e irmãs também o sejam. Caso isto não ocorra, às brigas e decepções acontecem em níveis agressivos. No tempo de Jesus não era diferente. Os fariseus, escribas e mestres da Lei, responsáveis pelo cuidado do templo e consequentem
Significados Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Aquela água da torneira clorificada torna-se benta se colocada num cântaro no altar da gruta, assim como a flor pode ser uma confissão de amor, ou até uma afirmação de saudade se jogada sobre uma sepultura. O fogo torna-se símbolo sagrado nas velas dos altares e nas piras olímpicas. Rubem Alves, no livro O Que é Religião, com sabedoria diz que há coisas que significam outras, são as coisas/símbolos. “Uma aliança significa casamento; uma cédula significa um valor; uma afirmação significa um estado de coisas além dela mesma.” E se alguém simplesmente usar uma aliança na mão esquerda sem ser casado? Uma cédula pode ser falsa. Uma afirmação pode ser uma mentira. Por isso, quando nos defrontamos com as coisas que significam outras coisas é inevitável que levantemos perguntas acerca de sua verdade ou falsidade. Aquela fonte no morro, que era apenas uma bica d’água, torno

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