Pular para o conteúdo principal

Postagens

Loucura – danação da norma Vânia Dantas Filósofa Clínica Uberlândia/MG Pensei em escrever sobre os itens a loucura como tentação/danação à norma e observei a presença dela nos artistas, nas mulheres e nas clínicas, levada por diferentes motivos, dentre os quais a compulsão, a percepção, a sociabilidade e a mente. Percebe-se momentos de loucura quando o ser não suporta o abstrato ou o sensorial e desmonta por dentro ou por fora, tendo como motivos o que ele acha do mundo e da vida batendo de frente com seus preconceitos, as buscas que tem em confronto com os próprios valores, e daí pra uma série de outras coordenações tópicas possíveis. No mundo dos críticos perfeitos é possível rotular qualquer um. Segundo José Ângelo Gaiarsa , trata-se da expansão do sentimento egoísta na sociedade: o que não faz parte da família é estranho e não merece cuidado. O cliente nem sempre tem razão simplesmente porque o ser humano não é único e universal. A sociedade é uma fábrica de alienados
Eu só quero saber do que pode dar certo. Jussara Hadadd Terapeuta Sexual, Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG O que é dar certo? O que pode dar certo? Não, melhor perguntar, como pode dar certo? E melhor, a quem perguntar? Como não errar? O que é tacanho, quase sempre é o pressuposto que sugere o erro. É pensar que sabe como fazer para tudo dar certo. Que não necessita do que o outro pensa, que o outro deve se enquadrar e pronto. Ou então, o ridículo imaginário que o outro pensa como você e deseja o mesmo que você. Ou o que é pior, que o outro está tão disposto quanto você. É como alguém que acredita piamente que o tempo resolve tudo. Alguém um dia disse isto. É mais fácil e menos trabalhoso. Mas e se, o outro, prefere ajeitar as coisas, esclarecer, resolver se aceita ou não? Como assim o tempo resolve tudo? No máximo acomoda tudo e na maioria das vezes, por falta de comunicação, por omissão, oportunidades valiosas são perdidas. Bom, mas tem quem prefira ir pulado de galho em g
Ir ao Mundo do Outro Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Querido leitor, paz! Desde que passei diariamente a falar na Rádio Som Maior, muitas pessoas que me encontram debatem na rua, fazendo suas ponderações, assim como também fazem sugestões de temas e, geralmente, os acolho. Hoje, por exemplo, vou falar de um tema sugerido pela xará Albertina Manenti Silvestrini. Refiro-me ao livro “Operação Cavalo de Tróia”, de JJ Benitez, lançado em 1984, que conta que no fim da vida, em seu refúgio no México, um militar e cientista da Força Aérea estadunidense confia a ele documentos que, surpreendentemente, revelam a execução de uma experiência que lhe permitiu voltar no tempo. Na verdade, retornar quase dois mil anos e ser testemunha ocular e participante dos últimos dias de Jesus Cristo na terra. Ele foi testemunha de sua entrada em Jerusalém, de sua prisão, julgamento, crucificação e ressurreição. Esta experiência, batizad
Fragmentos Filosóficos Delirantes XCVII* "(...) as conclusões a que chegamos através do raciocínio tinham muito pouca ou mesmo nenhuma influência para alterar o curso de nossas vidas" "Diante do desconhecido o homem é aventureiro. Dar-nos uma sensação de esperança e felicidade é uma qualidade do desconhecido. O home sente-se robusto, jovial. Mesmo a apreensão que o desconhecido desperta é muito gratificante. Os novos videntes viram que o homem fica em sua melhor forma diante dele" "Um nagual deve ser flexível o suficiente para ser qualquer coisa. Ser um nagual, entre outras coisas, significa não ter nenhuma posição a defender" "(...) os antigos videntes se concentraram exclusivamente no desenvolvimento de milhares das mais complexas técnicas de feitiçaria. Acrescentou que o que nunca perceberam foi que seus métodos intrincados, por mais bizarros que fossem, só tinham valor como meios de quebrar a fixação de seus pontos de aglutinação e faze
Outra resenha Livro - Poéticas da singularidade Por Prof. Dr. José Mauricio de Carvalho Chefe do Departamento de Filosofia da UFSJ (Universidade Federal de São João del Rei/MG) 16 de November de 2008 STRASSBURGER, Hélio. Filosofia Clínica, poéticas da singularidade. Rio de Janeiro: e-papers, 2007. 116 p. O livro de Hélio Strassburger expõe suas experiências fazendo um relato singular da filosofia clínica por um terapeuta experiente e sensível. O autor percorre em vinte e seis pequenos textos os momentos fundamentais da relação clínico-partilhante e das singularidades desse processo, valendo-se do estilo poético. A filosofia clínica é apresentada como “escrita em reciprocidade de compartilhar (...) aquilo que, para muitas pessoas, é o mais sagrado, sua história de vida” (p. 7). Essa é sua forma de reconhecer que existir é coexistir. É sobre esta relação compartilhada que o autor descreve “uma fenomenologia do fazer clínico que esboça encantamentos indizíveis ao olhar de sens
Por que confiar? Ildo Meyer Médico, Filósofo Clínico, Escritor Porto Alegre/RS Faz tempo que tenho vontade de escrever sobre confiança. Alguns bloqueios e muitas dúvidas seguraram meu ímpeto de colocar no papel o que pensava. Precisei conversar com pessoas, testar níveis de confiança, fazer pesquisa de campo até decidir compartilhar minhas idéias. Para uns, confiança é um ato de fé e dispensa raciocínio; para outros, confiança não é inata e precisa ser conquistada. Seja como for, confiança é algo a ser dado ou emprestado a alguém como crédito ao bom comportamento. Funciona como um presente que é ofertado em determinado momento da relação e sinaliza uma expectativa de que esta pessoa ou entidade está orientada para decidir nossos interesses tão ou melhor que nós mesmos faríamos se estivéssemos em seu lugar. Resumindo, confiança é a previsibilidade de valores comportamentais em qualquer situação, até mesmo diante do imponderável. Cabe uma indagação: é possível prever o com
Anaxímenes e o aproximar-se do que não distancia Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Juiz de Fora/MG Anaxímenes, continuador do processo iniciado por Tales e discípulo de Anaximandro, escreveu uma obra intitulada Sobre a Natureza. Esse filósofo voltou sua atenção à meteorologia e foi quem primeiro disse que a Lua recebe luz do Sol. Embora pouco se falou dele na nascente história da filosofia, foi considerado o principal da escola de Mileto, da qual vieram os dois filósofos supracitados. Depois de Tales postular que o elemento fundamental do todo é a água e Anaximandro dizer que é o ápeiron, indeterminado, ilimitado, Anaxímenes apresentará outra tese. Segundo este, o princípio é o ar. Mas, ao introduzir essa definição acrescenta definições por analogias que geram uma série de interpretações. Primeiramente, nos voltemos para o que disseram os comentadores de suas sentenças. Simplício diz que assim como os filósofos predecessores, Anaxímenes afirma uma natureza como subjacent
Flores pelo caminho da alma Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filósofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG O vento vai trazendo e levando sementes. Plantando sonhos e desejos. Imaginando. Devaneios múltiplos. Angustiadamente duvidando assobiando vai. Lá vai o vento e o tempo! Lá vai! Pelos caminhos pedregosos, Flores, entre meios, escutam o vento. E se deliciam sem ao menos se entristecer. Há mais sentido em tudo Do que se enrigecer diante os vendavais. Render e se deixar levar, Como as folhas e flores, Acendem a alma e encantam a vida. As flores pelo caminho da alma Dão lições que nem mesmo o vento, Com toda sua serilepice, Consegue alcançar. Quem tem ouvidos aprende. Quem vê através da alma, imagina. Quem planta colhe poesia.
As paredes do labirinto Vânia Dantas Filósofa Clínica Uberlândia/MG Alguns cogumelos vivem no mundo real; para eles, o devir é o que existe: a grama, a pedra, o orvalho que bebem, o tronco das árvores que eles mesmos ajudam a decompor. Há os que sonham, saltitam no imaginário, um outro mundo no qual Platão preferiria viver e no qual plantava a sua verdade. Era assim pra ele, diria o Hélio. É assim para muitos. Lá eles são fortes, têm bolinhas azuis na sua copa de guarda-chuva vermelho e por dentro são uma sanfona macia e doce. E há ainda os seres simbólicos, metafóricos, psicodélicos, mitológicos, que existem em outra dimensão, flutuam para não se espatifarem sobre os blocos duros da realidade – e nem do sonho, imagina! Conseguem sumir do espaço insosso, espaço grosso no qual vivem e que não conseguem mudar. A rotina de ir à missa, diz minha mãe, é um meio de vida para se ter condições para sobreviver na vida a que se reservou o cogumelo bege. Quero passar algumas coisas mar

Visitas