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Fragmentos filosóficos delirantes XCXXV* " Escrever é um caso de devir, sempre inacabado, sempre em via de fazer-se, e que extravasa qualquer matéria vivível ou vivida" "Não há linha reta, nem nas coisas nem na linguagem. A sintaxe é o conjunto dos desvios necessários criados a cada vez para revelar a vida nas coisas" "(...) as coisas são mais perigosas que os seres humanos: eu não as percebo sem que elas me percebam; toda pecepção como tal é percepção de percepção" "Um mapa de virtualidades, traçado pela arte, se superpõe ao mapa real cujos percursos ela transforma" "O original, diz Melville, não sofre a influência de seu meio, mas, ao contrário, lança sobre o entorno uma luz branca lívida, semelhante àquela que 'acompanha no Gênesis o começo das coisas" "(...) a língua não dispõe de signos, mas adquire-os criando-os, quando uma língua age no interior de uma língua para nela produzir uma língua, língua insólita,
Mulher: Substantivo feminino...* Nem sempre contente com a realização de um grande dia, muito inconstante e dores diferentes. De repente o peito aperta e então ela pensa se é por causa dos hormônios ou do inchaço da última menstruação! Chega a diversas conclusões sem solução, aí, eis que lágrimas correm desassossegadas por sua face e ela escreve e escreve sem parar como numa neurose incansável. Ela sabe que já é madrugada e que deveria ter lido um pouco antes de dormir, surgem culpas e pensamentos desordenados enquanto ela está cansada de ter que arrumar tempo para viver uma vida contemporânea. Estar arrumada, trabalhar, namorar, ser bonita a todo momento, gentil e afetuosa... Porém, Soa um grito de dor! Porta do quarto fechada e o coração sufocado de tanto representar a "mulher ideal", perfeita sem uma gota de insatisfação! Não, não mesmo! Não foi por isso que ela lutou séculos e séculos. Ela só pretendia ser uma pessoa, entendam, uma pessoa como outra qualquer... Er
Des-Concerto* Na utopia da vida o coração é sempre peregrino percorre territórios desconhecidos e encontra-se sempre com o que em mim se perde nas esquinas dos sentimentos atravessa as ruas da insensatez faz escolhas certas e se perde nas verdades quase sempre erradas que sempre foram o que nunca eram vive-se o que acredita do pouco apenas o muito e das esperas sempre as partidas nos mapas da vida a direção sempre certa sempre se perde nos caminhos que não estavam no mapa *Pe. Flávio Sobreiro Poeta, Filósofo Clínico Cambuí/MG
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXIV* EMBRIAGUEM-SE É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso. Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se. E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. *Charles Baudelaire
Jogo de Linguagem* Querido leitor, aceite o meu fraternal e caloroso abraço. Hoje vamos refletir sobre jogos de linguagem. Antes de aprofundar no tema, vale lembrar que foi o filósofo austríaco, naturalizado britânico, Ludwig Wittgenstein que criou a expressão “jogos de linguagem”. Ao fazer isso, seu objetivo era descrever o que fazemos ao falar, ou seja, nossos jogos com as palavras. Talvez o exemplo seja mais claro. No consultório do amigo e médico cardiologista, Dr. Carlessi, há uma arte representando o funcionamento de um coração: as camadas, as artérias, os músculos, enfim um desenho anatômico. Certa ocasião tive uma verdadeira aula acerca do assunto, justamente de uma das referências do tema no Sul do Brasil. Ciência pura, gélida e racional. E foi bem interessante. Continuamos com o cardiologista, em outros papeis existenciais do Rogério Carlessi, agora não mais o doutor, mas sim pai e avô. Ao chegar em casa, ele chama sua netinha Bianca que o recebe de braços abertos, so
Experimentando....* Pensar é bom, sentir é ótimo e experimentar melhor ainda. A existência nos convida o tempo todo a experimentar. Escolher livremente qual caminho seguir. O medo nos boicota no fixar na suposta certeza do acertar. Paralizados vamos criando desculpas no fazer tudo sempre igual. Evitamos as novidades e o trilhar caminhos desconhecidos. A capacidade de experimentar os desafios que nos apresentam Promove vivências, por vezes positivas, por vezes negativas. Por que não podemos falhar, errar, perder? Para que sempre acertar e ganhar? A vida, como caminho no cultivar a alma, nos coloca diante Florestas obscuras, cavernas escuras, mares profundos. A riqueza do experimentar permite que vivenciemos as intensidades Mesmo que o medo por vezes apareça. Podemos sentir medo e mesmo assim ousar experimentar. Não temos que ser heróis. Podemos chorar, sofrer, frustrar... Ilusão buscar verdades e certezas absolutas. Quem sonha com a vida apenas perfeita, certinha...
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXIII* Uma oração Minha boca pronunciou e pronunciará, milhares de vezes e nos dois idiomas que me são íntimos, o pai-nosso, mas só em parte o entendo. Hoje de manhã, dia primeiro de julho de 1969, quero tentar uma oração que seja pessoal, não herdada. Sei que se trata de uma tarefa que exige uma sinceridade mais que humana. É evidente, em primeiro lugar, que me está vedado pedir. Pedir que não anoiteçam meus olhos seria loucura; sei de milhares de pessoas que vêem e que não são particularmente felizes, justas ou sábias. O processo do tempo é uma trama de efeitos e causas, de sorte que pedir qualquer mercê, por ínfima que seja, é pedir que se rompa um elo dessa trama de ferro, é pedir que já se tenha rompido. Ninguém merece tal milagre. Não posso suplicar que meus erros me sejam perdoados; o perdão é um ato alheio e só eu posso salvar-me. O perdão purifica o ofendido, não o ofensor, a quem quase não afeta. A liberdade de meu arbítrio é talve
Escrever... ... é uma construção de difícil partilha. Tão rápido se escreve, mais rápido ainda se dá a incompreensão. Como se fazer compreender? Talvez a melhor resposta seja: lapidação. Tal como um diamante que antes de ser lapidado parece ser mais uma pedra bonitinha, depois da lapidação orna, em colares, pulseiras e roupas, o corpo humano. Por vezes, tenho simplesmente me ocupado em juntar pedras e mais pedras. O simples fato de poder expressar as várias ideias que brotam em mim, já me satisfaz bastante, mas não o bastante. Estou consciente de que a palavra é um símbolo, uma maneira aproximada de apontar para tudo o que experienciei de algum modo, seja o que vi, pensei, li, intuí, etc. Mas, não basta um apressado gesto de expressão. Muitas vezes, ainda que brote e pareça muito com o que quis expressar, o texto, tal qual um mapa, pode orientar os navegantes para longe do tesouro que quis compartilhar. Veja bem, leitura para mim não é um fim em si, é um caminho. Diante disso,
Entre achados e perdidos* Como eh boa a sensação de achar algo que te traga boas memórias, lembranças guardadas hå muito em um baú de madeira, então lå vai um poeminha de 24.01.2000! Necessito-te quando estah longe saudade quero estar com ele sempre me tornou uma pessoa pacífica me sinto de alma limpa é a certeza de que soh pode ser amor nåo eh mais paixão que sufoca segurança no seu peito proteção no seu abraço me sinto inabalável com ele por perto com ele por perto o mundo eh estranho aos meus olhos mas tudo se explica como se fosse fácil apenas acreditar seus carinhos são o que eu preciso na dose certa todos os dias hoje hoje meu coração bate afagado como se tivesse uma boa razão para bater *Débora Perroni Professora de Filosofia, estudante de Filosofia Clinica. Porto Alegre/RS

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