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Apontamentos, percepções, reflexões* Em 2013 gostaria que palavras como: Amor, paz, amizade, solidariedade.. deixassem de ser palavras. Se traduzissem em atitudes. Também, se possível, que tivéssemos menos programas de rádio, tv, textos em revistas, entrevistas em jornais, proclamando verdades, propondo aconselhamentos, agendamentos de como 'viver melhor' e testemunhássemos mais atendimentos em hospitais, clínicas, escolas. Gostaria de ver, cada vez mais, colegas exercitando seu papel existencial na atividade clínica presencial. Sentindo cheiro de gente nas periferias, subúrbios, hospitais, casas de saúde e onde mais for necessário o cuidado e atenção com a vida. Assim, talvez, se realize a mensagem de humanidade, rara sensibilidade e carinho com a condição humana que a Filosofia Clínica possui. Um abraço cheio de esperança e fé na vida, *Hélio Strassburger
Lua Desejante* Ele não tem pressa. Chega em cima da hora. E o tempo sai de cena… Uma Lua Desejante é simpática. Uma Lua do Diabo, sintomática. Desfaz a impermanência com sua natureza resoluta, que perdura e atravessa. O Diabo é Velho. E Vivido. Ví_vido pelo tempo. É do tempo, do qual dispõe e domina. O Diabo combina com seu próprio usufruto. Sela o prazer diante de uma estrutura que crê neste mesmo tempo, crê-se tempo e desfruta das mudanças. No mínimo, prazeroso. O resto é espreita e esperteza. Essa Lua atualiza nossos desejos e ardências. Já era hora! Não mais um calor só de fora. É dentro que ele vive, compactua assim com um fogo de Reveillon (não literal, por favor!). Dê passagem para trans_formar as outras passagens, e dá pra contar com uma confiança “pós alquímica” da Temperança que acessa um poderoso desejo, imerso de integralidade. Essa intensidade se movimenta bem e poderia ser este Dragão_dragãozinho aprendiz e indicador. O Diabo é Velho. E vivido. Mas não se preoc
Começo, meio e fim* Quando entrei na escola pensava que escrever era fácil. Tudo o que precisava era começar o texto com letra maiúscula e terminar com um ponto final. No meio colocava as idéias. Mais tarde aprendi que para tirar uma boa nota em redação, esta precisava ter começo, meio e fim. Não sei como, mas este conceito de que as coisas precisam ter um inicio e um encerramento bem definidos têm acompanhado e confundido a vida de muita gente. “Aos 14 anos de idade fui oficialmente pedida em namoro por um menino. Era uma noite de verão e depois do jantar, enquanto jogava conversa fora com os amigos, o Dudu me chamou num canto e fez o pedido de namoro. Quando voltei pra casa, na hora de dormir, já havia trocado de "status". Ainda não existia o Facebook para que pudesse postar e anunciar para o mundo, mas de um momento pra outro, minha vida mudara, como se estivesse publicamente tomando posse de um cargo e iniciando naquele dia e naquela hora a nova relação. Uma separaçã
Presenciando mudanças e reconhecendo genialidades* Mudei-me de república (moradia compartilhada por estudantes) este ano. E, para minha feliz surpresa, fui morar com pessoas fantásticas com focos na vida e origem das mais diversas. Dentre essas pessoas, gostaria de comentar sobre o que notei em duas, especificamente. Não vou entrar em detalhes e falar diretamente de algumas características para não expô-los demasiada e desnecessariamente. Falo de dois colegas que hoje posso chamá-los de amigos. A convivência diária e a distância da cidade de origem e da família acabaram por me fazer considerá-los minha família. Dois irmãos (morei e vou morar com mais pessoas na mesma república, mas estou tratando desses dois somente) que obtive graças a caminhos que se cruzaram. Dentre várias metas que temos, partilhamos uma em comum: estudar. Gostaria de elencar, sem delongas, algumas características sem, contudo, especificar a quem se refere. Um deles é um gênio. Não penso genialidade como ori
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXVII* Mundos perdidos O mundo não acabou outro dia, mas vários mundos acabam todos os dias, sempre que morre um escritor -ou um ator, um sambista, um arquiteto, um cientista, um gari, até mesmo um político. Hierarquias são perigosas, mas a morte de um escritor parece atingir fundo as pessoas, inclusive as que nunca o leram. Supõe a perda de um ou mais mundos organizados, que ainda não foram e não serão cristalizados em palavras. Pior ainda quando são escritores populares, como Dickens, Zola, Hemingway, Jorge Amado, Saramago --porque muitos de seus contemporâneos sentiam-se parte de tais mundos. É como se a morte deles os privasse de seu chão. Claro que nem sempre é assim, e há escritores cujos mundos têm a profundidade que Nelson Rodrigues lhes atribuía -aquela que uma formiguinha atravessa a pé, com água pelas canelas. Em 2012, morreram -até agora, e apenas entre os que nos falavam mais de perto- o mexicano Carlos Fuentes, os americanos G
A Arte de Ouvir* Querido leitor, que você esteja bem. Hoje vamos refletir sobre um texto oportuno de Rubem Alves: “Saber Ouvir”. De todos os sentidos, o mais importante para a aprendizagem do amor, do viver juntos e da cidadania é a audição. Disse o escritor sagrado: “No princípio era o Verbo”. Eu acrescento: “Antes do Verbo era o silêncio.” É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Diz Rubem Alves: Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poetas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. Para ouvir as vozes do silêncio. Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa para, por não haver o que dizer, tratamos logo de falar qualquer coisa, para por um fim no silêncio. Vez por outra tenho vontade de escrever um ensaio sobre a psicologia dos elevadores. Ali estamos, nós dois, fechados naquele cubículo. Um diante do outro. Olhamos nos olhos um do outro
O Pensamento em 3D* Ao ligar conceito de fé somente a religião, o limitamos a uma margem de grandes equívocos e perdemos mais uma oportunidade de auto conhecimento. Sem poder desvincular a coisa da fé com a coisa da religião o transito sobre a riqueza desta competência humana fica limitada. É interessante, fazer uma pesquisa por dicionários e constatar que os mais antigos como o Aurélio, tem uma definição de fé ultrapassada e bem comprometida com a coisa da religião e da crença em Deus ou do misticismo e adulação do fantástico. São definições cartesianas e equívocos montados nas bases da escolástica medieval. Já dicionários mais modernos, nos dão folga e espaço, para existir ante ao conceito e permitir que ele seja singular a nossa forma de pensar e ser. Acredito ser impossível ao ser humano, uma existência desprovida de fé, ela é constitucional,serve como uma espécie de estrutura temporária para alguns movimentos e também para uma certa calmaria curativa. A fé tem ,
Do fim ao recomeço* Não sei…tem horas que bate umas coisas estranhas no coração. Um medo repentino de que todas as últimas escolhas tenham sido erradas. E se foram? Não dá pra voltar atrás. A vida é feita só de ida. Bate um medo de ficar sozinha, medo de ficar sem amigos. Medo de se perder no trabalho. Medo de se achar sem trabalho. O mercado de alto risco é perigoso. Ou se ganha muito ou se perde em demasia. Não sei se tenho corpo e alma nesse momento pra arriscar tanto assim. Ando com o coração machucado, com algumas feridas ainda por cicatrizar. Mas e se minhas apostas tiverem sido altas demais e o risco que corro for realmente elevado? Só o tempo irá dizer… o tão falado tempo… o temido! E enquanto vejo os minutos, as horas e os dias passarem, aguardando um fechamento para essa angústia, o que fazer com esse medo que insiste em gritar? E se foi tudo em vão? E se eu tivesse falado? E se eu tivesse calado? E se eu não tivesse largado? E se eu não tivesse arriscado? Agora não adianta
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXVI* Darwins do amanhã Se você se deixa levar pela fúria da conexão a cada cinco minutos, a chance de obter êxito na sua atividade diminui bastante. O escritor Malcolm Gladwell observa que os níveis de êxito obtidos em determinadas áreas estão relacionados com a pura prática deliberada na qual os indivíduos se envolvem dez mil horas pelo menos. Até os gênios, para serem gênios produtivos, têm que se dedicar. As consequências da hiperconectividade contemporânea começam a ser estudadas. Já sabemos que ela leva as pessoas a uma conexão profusa, mas superficial. Uma superficialidade perversa da qual pouco ainda sabemos. É muito bom precisar de uma informação e obtê-la em dois minutos. Não sei se é tão positivo se "entupir" de notícias, ti-ti-tis, não se aprofundar em nada e não se conectar verdadeiramente com ninguém. Para adolescentes, ajuda a forjar a identidade. Para a humanidade, pode vir a ser perda. O pensamento, para se desen

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