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Escrituras, desleituras, releituras I* " Kafka, talvez sem o saber, sentiu que escrever é entregar-se ao incessante" "A escrita automática tendia a suprimir as limitações, a suspender os intermediários,a rejeitar toda mediação, punha em contato a mão que escreve com algo de original" "Quanto mais a inspiração é pura, mais aquele que penetra no espaço de sua atração, onde ele ouve o chamado mais próximo da origem, está despojado, como se a riqueza em que ele toca, essa superabundância da fonte, fosse também a extrema pobreza, fosse, sobretudo, a superabundância da recusa, fizesse dele o que não produz, o que vagueia no seio de uma ociosidade infinita" "Para Kafka, a angústia, os contos inacabados, o tormento de uma vida perdida, de uma missão traída, cada dia convertido de que 'a metamorfose é ilegível, radicalmente fracassada'" "A leitura do poema é o próprio poema, que se afirma obra na leitura, que, no espaço mantido aber
Filosofia: o ser, o conhecer, a linguagem* A filosofia, conforme apresentado em Introdução ao pensar[i], é compreendida a partir de três elementos: o ser, o conhecer e a linguagem. Trata-se de instâncias que se complementam na experiência do filosofar. Sucintamente é necessário elucidá-los, sabendo que serão paulatinamente esclarecidos ao longo das reflexões que sucederão esta. Esses textos sucessivos são baseados no supracitado livro de Arcângelo Buzzi e são parte de um autoexercício de resenha, resumo e exposição de conteúdos alheios os quais nem sempre estarei de acordo.[ii] Um conceito central e que serve de elo aos termos dessa reflexão é o pensar. “O homem é definido como ser que pensa ou animal que fala”[iii], ou seja, o pensamento e a fala, ou linguagem, são características marcadamente humanas. O homem que vive dentro do todo da realidade busca por meio do pensar expressar via linguagem essa realidade que se lhe desvela. Este é possível por meio dos entes, são por estes qu
Íntimas entregas* Os ipês rosa começam a entregar buquês aqui no cerrado. No inverno também é possível se apaixonar, e apaixonar pelo mesmo, reapaixonar, sofrer por isso e tentar se reconstruir. Nas entregas íntimas de falas inéditas, temos o outro em nossa mão, uma mão macia e paciente, que ainda é um carinho; as mãos que são os ouvidos do terapeuta, em seu cotidiano missionário, brincado por encontros de magnificência emocional. Enriquecem nosso pensamento letrado com a premência de entendimento sobre suas estratégias de vida, os motivos escusos, indiretos, as raízes dos comportamentos e dos gostos à primeira vista incompreensíveis e revividos a partir de óleos essenciais, peças de roupa, flores secas e texturas coloridas. E aparece a fala rebelde: quem quer livros que andam? Pessoas há muito substantivas, há as ativas, as interjeitivas. Mas muito nos assustam mesmo os seres adjetivos, para além da teoria, e vice-versa. A vida sensível, na nossa semana de compromissos e con
Certezas...* Já sei que realmente nada sei aqui nessa estranha terra. Descobri que o ser humano mais possível pode se tornar um ser improvável do dia para a noite! De repente, me olho no espelho e com muitas certezas, me estranho! Tento decifrar-me a todo momento, sinto de que matéria-prima sou feita, vou tateando-me vagarosamente e aí... Susto! De não saber direito quem é essa que se reflete. Será que é uma estrangeira? Será que é uma habitante de outras terras menos errantes? Não sei não! Olho pro lado e encontro um outro alguém, viajo, penso se durmo ou se desperta estou... Olho novamente... Então, eis que de uma hora para outra sinto-me diferente, meio contente, meio nada, e muitas vezes meio tudo. Saio para caminhar no jardim, sinto o vento soprar dentre meus longos cabelos, bocejo com vontade de engolir o mundo, uma, duas, três vezes. A razão não me deixa flutuar. Tento buscar na memória a sensação de anestesia. Lembro-me dos beijos e dos abraços arrepiados e amados
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXIX* PALAVRAS EM FORMA DE REDEMOINHO Abro a janela que dá pra nenhuma parte A janela que se abre para dentro O vento levanta instantâneas levíssimas torres de poeira giratória São mais altas que esta casa Cabem nesta folha Caem e se levantam Antes que digam algo ao dobrar a folha se dispersam Torvelinhos de ecos aspirados inspirados por seu próprio girar Agora abrem-se noutro espaço Dizem não o que dizemos outra coisa sempre outra a mesma coisa sempre Palavras do poema não as dizemos nunca O poema nos diz Octavio Paz 1914 - 1998
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXVIII* Ueba! Dilma veta Fim do Mundo! Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Fim do Mundo! E eu no engarrafamento! Socorro! Corram! Todos Para o Abrigo! Hoje é o Fim do Mundo. Menos pro Sarney! Só sobrarão as baratas, o Keith Richards e o Sarney! E os motoboys! Rarará! Fim do Mundo! Veta Dilma! Fim do Mundo! E o Itaquerão nem ficou pronto! E eu não tenho medo dos maias porque os maias já morreram. Tenho medo dos maias vivos: Marco Maia e Cesar Maia! Rarará! E como disse uma amiga minha: "Falta uma hora pro fim do mundo e eu ainda não sei com que roupa eu vou!". Fim do Mundo! Pense pelo lado positivo: se o mundo acabar, a Argentina acaba junto. Fim do Mundo! Outro lado positivo: se o mundo acabar, o Palmeiras não precisa disputar a segunda divisão! E as manchetes do Fim do Mundo! Capa da "Caras": "Xuxa espera o fim do mundo na Ilha de Caras". Capa da "Veja": "C

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