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A psicologia de Sartre* Outro dia estava discutindo com uma colega psicóloga sobre a teoria sartriana da existência que precede a essência. Após a discussão, dei-me conta de uma coisa: e se o existencialismo de Sartre fosse já um essencialismo velado? Pois é. Estávamos conversando sobre a ótica da Psicologia e não da Filosofia. Sobre a ótica da segunda, há vários aspectos problemáticos que podem aparecer. Mas é sobre a primeira minha teoria. O existencialismo de Sartre nos diz que o homem, a sua vida inteira, está sempre se fazendo, ou seja, determinando sua essência através de uma existência prévia. Nesse sentido, há uma primazia da existência sobre a essência. Entendo essência por aquilo que o homem traz dentro de si e que o constitui e, segundo Sartre, o homem não a traz: ela é construída com o passar do tempo. Porém, se formos analisar, o homem está sempre buscando se conhecer e quando procura um atendimento psicológico, antes de mais nada, ele quer entender como é que ele
Fé, Confiança e Esperança* Querido leitor, paz! Recebi recentemente uma mensagem em meu e-mail, dessas muitas que recebemos diariamente. Passei o olho e gostei. Gostei pela simplicidade e objetividade. Inspirado nela, repasso a você. Espero que assim como eu, você também goste. Certa vez, o povo de um vilarejo decidiu se reunir no centro do lugar para orar pedindo por chuvas. O solo estava seco e havia muito tempo que não caía uma gota sequer. Diante do acordo com todos os moradores, apenas um deles, um garoto, trouxe guarda-chuva. Isso tem nome, isso é fé. Quando você joga um bebê de um ano de idade para o alto, algo corriqueiro, principalmente para nós pais. Fazendo isso na criança, ele gargalha porque sabe que, na queda, alguém irá segurá-lo. Isso tem nome, isso é confiança. A cada noite, antes de dormir, não temos garantia alguma de que estaremos vivos na manhã seguinte, de que levantaremos e seguiremos nossa jornada. Mesmo assim, colocamos o despertador para tocar
Ah! Os Relógios* Amigos, não consultem os relógios quando um dia eu me for de vossas vidas em seus fúteis problemas tão perdidas que até parecem mais uns necrológios… Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida – a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira. Inteira, sim, porque essa vida eterna somente por si mesma é dividida: não cabe, a cada qual, uma porção. E os anjos entreolham-se espantados quando alguém – ao voltar a si da vida - acaso lhes indaga que horas são… *Mario Quintana
Ciúme* Sempre achei que ciúme era um sentimento baixo e jamais me atingiria. Confiava na altura do meu “taco” e na mulher que estava a meu lado. Até o dia em que tudo mudou. Fui atacado por um sentimento de perda, uma ameaça de abandono, um medo de não mais ser amado. Algo não andava bem. Seria ciúme ou quem sabe algum outro sentimento parecido? Talvez inveja, ansiedade, depressão...O nome do que sentia nem era tão importante, mas como desprezava tanto o ciúme e tinha vergonha de estar sendo contaminado por este monstrinho de olhos verdes, procurei ajuda. Para se caracterizar como ciúme é preciso o envolvimento de no mínimo três pessoas. Aquela que sente, a pessoa de quem se sente e o motivador do ciúme. A diferença entre ciúme e inveja é que o primeiro traz o sentimento de propriedade a ser perdida e o segundo, o instinto de apropriação indevida. Não restava dúvida
Canção de Mim Mesmo* 1. Eu celebro o eu, num canto de mim mesmo, E aquilo que eu presumir também presumirás, Pois cada átomo que há em mim igualmente habita em ti. Descanso e convido a minha alma, Deito-me e descanso tranqüilamente, observando uma haste da relva de verão. Minha língua, todo átomo do meu sangue formado deste solo, deste ar, Nascido aqui de pais nascidos aqui de pais o mesmo e seus pais também o mesmo, Eu agora com trinta e sete anos de idade, com saúde perfeita, dou início, Com a esperança de não cessar até morrer. Crenças e escolas quedam-se dormentes Retraindo-se por hora na suficiência do que não, mas nunca esquecidas, Eu me refugio pelo bem e pelo mal, eu permito que se fale em qualquer casualidade, A natureza sem estorvo, com energia original. 2. Casas e cômodos cheios de perfumes, prateleiras apinhadas de perfumes, Eu mesmo respiro a fragrância, a reconheço e com ela me deleito, A essência bem poderia inebriar-me, mas não permitirei. A a
Descrituras* “(...) Deram-me esta bela gravata... como um presente de desaniversário! (...) o que é um presente de desaniversário ? – Um presente oferecido quando não é seu aniversário, naturalmente.” Lewis Carroll Uma redação se faz página cotidiana na vida de qualquer pessoa, quer ela entenda ou não. Algo que restaria esquecido, não fora a ousadia semiótica a tentar decifrar essa trama de códigos imperfeitos. Por esse esboço a lógica descritura se incompleta para prosseguir inconclusa, aberta, viva. Nem sempre se escolhe escrever, muitas vezes são as palavras a escolher você para dizer suas coisas. Conteúdos de rascunho, ilação, percepção extemporânea de ideias, reflexão. Aproximações com a zona interdita das margens de cada um. O tempo aprecia conceder eficácia de tradução aos traços persistentes. O sujeito prisioneiro dessa armadilha conceitual experimenta liberdad

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