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Médicos cubanos ou extraterrestres?* Como médico e escritor não posso negar, o assunto que está em discussão na mídia e nas ruas me agradou. O argumento é fabuloso. 6000 médicos importados para trabalhar no Brasil. Seis mil! Ótima inspiração para um livro da categoria realismo mágico: fatos insólitos, fantásticos, inseridos em um contexto realista, cotidiano, comum. Comecei a dar asas à imaginação. De onde viriam estes médicos? Qual lugar do planeta poderia se dar ao luxo de dispensar seis mil profissionais sem alterar o equilíbrio de seu próprio sistema de saúde? Talvez um país super desenvolvido, ou um planeta extraterrestre, preocupado com o bem estar mundial, apoiado por Organizações Não Governamentais, com a intenção de formar médicos sem fronteiras, dispostos a viajar para lugares miseráveis e cuidar das vidas que por ventura ainda lá existam. Continuei com a fantasia. O que estariam fazendo neste momento estes médicos? Seriam desempregados, recém formados, aposentados,
Mito e Filosofia* Toda civilização possui seus mitos. Mitos, em suma, são modos encontrados nas sociedades primitivas (termo sem sentido pejorativo) para dar conta de uma série de questões suscitadas pelos homens acerca da vida, da natureza e de si. O mito é compreendido em dois aspectos: mito-verdade e mito-fábula. Este diz respeito a estórias que nada mais visam do que expor um conto fantástico acerca de qualquer coisa sem compromisso com uma verdade nem mesmo por quem conta. Já o mito-verdade busca expor o sentido de uma determinada questão da realidade tendo em vista uma verdade, expondo-a a partir de um conto fantasioso. Os mitos cumprem basicamente três funções: religiosa, social e filosófica. Em outras palavras, a partir do mito (1) se fundamenta sentidos transcendentes para as coisas, (2) une-se um grupo em torno de um sentido comum e (3) busca-se compreender a realidade questionada. Na Grécia, com a filosofia, o mito passou a ser questionado há vinte e cinco séculos.
Fragmentos literários, filosóficos, delirantes* "(...) Quanto mais envelhecia, quanto mais insípidas me pareciam as pequenas satisfações que a vida me dava, tanto mais claramente compreendia onde eu deveria procurar a fonte das alegrias da vida. Aprendi que ser amado não é nada, enquanto amar é tudo. O dinheiro não era nada, o poder não era nada. Vi tanta gente que tinha dinheiro e poder, e mesmo assim era infeliz. A beleza não era nada. Vi homens e mulheres belos, infelizes, apesar de sua beleza. Também a saúde não contava tanto assim. Cada um tem a saúde que sente. Havia doentes cheios de vontade de viver e havia sadios que definhavam angustiados pelo medo de sofrer. A felicidade é amor, só isto. Feliz é quem sabe amar. Feliz é quem pode amar muito. Mas amar e desejar não é a mesma coisa. O amor é o desejo que atingiu a sabedoria. O amor não quer possuir. O amor quer somente amar." *Hermann Hesse
O rio do tempo* O tempo não existe, nem dentro nem fora. Esses peixes de opala são nomes que nadam na memória: são rostos, são risos, são prantos, são as horas felizes. O tempo não existe, pois tudo continua aqui, e cresce como se arredonda uma árvore pesada de frutos que são peixes, que são nomes de nomes, são rostos com máscaras. O tempo não existe. Sou apenas o aqui e o presente, e o atrás disso, como um rio que corre mas não passa - pois ele é sempre, em mim, agora. *Lya Luft
Fragmentos poéticos, filosóficos, delirantes* "Na realidade, todo leitor é, quando lê, o leitor de si mesmo. A obra não passa de uma espécie de instrumento óptico oferecido ao leitor a fim de lhe ser possível discernir o que, sem ela, não teria certamente visto em si mesmo" "No solitário, a reclusão, ainda que absoluta e até ao fim da vida, tem muitas vezes por princípio um amor desregrado da multidão e tanto mais forte do que qualquer outro sentimento, que ele, não podendo obter, quando sai, a admiração da porteira, dos transeuntes, do cocheiro ali estacionado, prefere jamais ser visto e renunciar por isso a toda e qualquer actividade que o obrigue a sair para a rua" "Os seres não cessam de mudar de lugar em relação a nós. Na marcha insensível mas eterna do mundo, nós consideramo-los como imóveis num instante de visão, demasiado breve para que seja percebido o movimento que os arrasta. Mas basta escolher na nossa memória duas imagens suas, tomadas em i

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