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Para que serve a inteligência?*

Você sabe o que é inteligência artificial?   Em geral nosso conhecimento sobre o assunto não vai muito além de pensar em algo parecido com um computador super inteligente. Na verdade, inteligência artificial ainda é uma mistura de sonho e realidade. A tecnologia já foi alcançada. Máquinas com capacidade de memória, raciocínio e argumentação superiores aos humanos estão disponíveis  em qualquer esquina, no entanto,  carecem de recursos emocionais. Até onde isto pode ser considerado inteligência? Como o próprio nome diz, são apenas máquinas que buscam dados armazenados e os combinam em alta velocidade.  Cientistas buscam ir além e compreender o fenômeno da inteligência, procurando decifrar o modo como os seres humanos pensam e representam suas vivências.  Elaboram teorias e modelos matemáticos de inteligência e depois os transferem para dentro de computadores, com o objetivo de multiplicar a capacidade racional do ser humano de resolver problemas, pensar ou, em última anális

Do que Nada se Sabe*

A lua ignora que é tranquila e clara E não pode sequer saber que é lua; A areia, que é a areia. Não há uma Coisa que saiba que sua forma é rara. As peças de marfim são tão alheias Ao abstracto xadrez como essa mão Que as rege. Talvez o destino humano, Breve alegria e longas odisseias, Seja instrumento de Outro. Ignoramos; Dar-lhe o nome de Deus não nos conforta. Em vão também o medo, a angústia, a absorta E truncada oração que iniciamos. Que arco terá então lançado a seta Que eu sou? Que cume pode ser a meta? Jorge Luis Borges

As palavras e o silêncio*

Sem palavras O silencio diz Os pássaros cantam O sol mima as flores Minha alma vagueia Existo Pelo avesso Em liberdade Sou E o tempo para Neste agora eterno Pinto e bordo Arremato instantes Sem antes e depois Costuro a vida! *Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filósofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG

Os Instantes Superiores da Alma*

Os instantes Superiores da Alma Acontecem-lhe - na solidão - Quando o amigo - e a ocasião Terrena Se retiram para muito longe - Ou quando - Ela Própria - subiu A um plano tão alto Para Reconhecer menos Do que a sua Omnipotência - Essa Abolição Mortal É rara - mas tão bela Como Aparição - sujeita A um Ar Absoluto - Revelação da Eternidade Aos seus favoritos - bem poucos - A Gigantesca substância Da Imortalidade Emily Dickinson

Apenas palavras*

Palavra pode ser entendida como um conjunto de letras que significam algo. Ao longo da história da linguagem a palavra aos poucos deixou de ser ação: do primeiro grunhido primata às palavras mais bem elaboradas dos dias atuais o que se percebe é a distância entre a ação e a reflexão. Nos primeiros idiomas, por exemplo, entre os egípcios, a palavra era construída com símbolos retirados da realidade como uma águia, uma perna, uma pedra. Anos mais tarde os Sumérios desenvolveram a escrita Cuneiforme, que eram marcas feitas com um palito em uma tábua de argila. Depois destes vieram os Fenícios que desenvolveram o primeiro alfabeto, o qual continha apenas as consoantes. Os gregos, aproveitando-se deste alfabeto, inserem as vogais e constroem o alfabeto que é a base para o idioma que hoje falamos, o português. Essa breve história do alfabeto mostra que no início o homem tinha a palavra vinculada aos objetos reais, já nos dias de hoje a letra “A”, por exemplo, só existe enquanto pens

Canto dos Espíritos sobre as Águas*

A alma do homem É como a água: Do céu vem, Ao céu sobe, E de novo tem Que descer à terra, Em mudança eterna. Corre do alto Rochedo a pino O veio puro, Então em belo Pó de ondas de névoa Desce à rocha liza, E acolhido de manso Vai, tudo velando, Em baixo murmúrio, Lá para as profundas. Erguem-se penhascos De encontro à queda, — Vai, 'spumando em raiva, Degrau em degrau Para o abismo. No leito baixo Desliza ao longo do vale relvado, E no lago manso Pascem seu rosto Os astros todos. Vento é da vaga O belo amante; Vento mistura do fundo ao cimo Ondas 'spumantes. Alma do Homem, És bem como a água! Destino do homem, És bem como o vento! *Johann Wolfgang von Goethe

Azul e amarelo*

Amar é um elo entre o azul e o amarelo (Paulo Leminski) Dizem que o arco-íris condensa todas as cores, assim como sonhos, esperanças e olhares perdidos. Ele se esquece no horizonte e cruza os destinos de quem ousa ver além, ao alcance dos que fantasiam.  Para tanto, basta a pressa da felicidade e a ingestão dos encantamentos.  Porque é preciso vida para cruzar a fonte e é preciso amor para encontrar o pote das preciosidades inebriantes. Também é preciso acordar cedo (ou tarde), apenas para ter certeza de que mais um dia acontece para que se intencione ser feliz.  Depois, há o tempo de caminhar juntos, comprometidos com o que nem sempre importa, mas que costuma ser bom. Se no meio do caminho tropeçar, paciência. Sorria e estenda a mão à alma caída para que ela possa te puxar.  Participar de dores e dissabores também faz parte, como tempero para o prato principal, mesmo que seja só uma saladinha. Assim como o vaivém das singularidades traçam uma dança inusitada que e

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