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Pensamos de mais e sentimos de menos*

Queremos todos ajudar-nos uns aos outros. Os seres humanos são assim. Queremos viver a felicidade dos outros e não a sua infelicidade. Não queremos odiar nem desprezar ninguém. Neste mundo há lugar para toda a gente. E a boa terra é rica e pode prover às necessidades de todos. O caminho da vida pode ser livre e belo, mas desviamo-nos do caminho. A cupidez envenenou a alma humana, ergueu no mundo barreiras de ódio, fez-nos marchar a passo de ganso para a desgraça e a carnificina. Descobrimos a velocidade, mas prendemo-nos demasiado a ela. A máquina que produz a abundância empobreceu-nos. A nossa ciência tornou-nos cínicos; a nossa inteligência, cruéis e impiedosos. Pensamos de mais e sentimos de menos. Precisamos mais de humanidade que de máquinas. Se temos necessidade de inteligência, temos ainda mais necessidade de bondade e doçura. Sem estas qualidades, a vida será violenta e tudo estará perdido. O avião e o rádio aproximaram-nos. A própria natureza destes inventos

Alerta!!***

“(...) Faça o homem sentir-se pequeno. Faça-o sentir culpa. Mate suas aspirações e sua integridade. Mate a integridade pela corrupção interna. Use-a contra ele mesmo. Pregue a abnegação. Diga a este homem que ele deve viver para os outros. Diga aos homens que o altruísmo é o ideal. Nenhum deles conseguiu chegar até lá e ninguém vai conseguir. Todos seus instintos clamam contra isso. Mas não vê o que se consegue? O homem compreende que ele é incapaz daquilo que ele aceitou como a mais nobre das virtudes...e isso lhe dá um senso de culpa, de pecado, de sua própria e fundamental inutilidade. Uma vez que o supremo ideal está além de seu alcance, ele vai acabar desistindo de todos os seus ideias, de qualquer aspiração, de qualquer noção de seu valor pessoal. Sente-se obrigado a pregar o que não pode praticar. Preservar a integridade é uma batalha dura. Sua alma desiste do amor-próprio. Aí então, ele é seu. Morto-vivo. Vai obedecê-lo. Vai ficar feliz em obedecer...porque ele não pod

O alimento do espírito vem de fora*

"(...) O espírito é uma máquina estranha que pode realizar as combinações mais extraordinárias com os materiais que lhe são oferecidos, mas sem esses materiais do mundo exterior é impotente; ao contrário da máquina de salsichas, é ele que os tem de colher, pois os acontecimentos só se tornam experiências graças ao interesse que por eles tomamos: se não nos interessam, não nos dão nada deles. Por isso o homem cuja atenção se desvia para dentro de si nada encontra digno de observação, ao passo que o homem atento a tudo o que o rodeia pode encontrar em si próprio, nos raros momentos em que contempla a sua alma, um conjunto de elementos, os mais variados e interessantes, para serem examinados e reunidos em motivos belos ou instrutivos. *Bertrand Russell, in "A Conquista da Felicidade"

Do fim da memória*

No filme: "O brilho eterno de uma mente sem lembranças", mergulhamos em uma historia sobre um amor, que se fundamenta pela manutenção da memoria. Um personagem decide apagar a memoria do namorado e isso provoca um interessante movimento no outro, que não suporta a realidade de não ser reconhecido.  O filme mergulha no significado da lembrança ,mostra como ela é importante para manutenção e fortalecimento de alguns sentimentos, também revela que o que fez você amar uma vez tende a retornar ,mesmo que parta do zero. Muitas perguntas surgem dai,a primeira que me ocorre, diz respeito ao significado e valência das memorias indesejáveis ou traumáticas,como seria se fossemos capazes de apaga-las? Algumas certamente teriam menos poder sobre as dores do ser, mas  por exemplo se alguém  tem um familiar que o machuca, fere, e o  caminho que encontrou  para não mais ser agredido foi por afastamento, a exclusão da memoria apagaria o sentido deste aprendizado. Cons

Nenhum Ser nos foi concedido*

Nenhum ser nos foi concedido. Correnteza apenas Somos, fluindo de forma em forma docilmente: Movidos pela sede do ser atravessamos O dia, a noite, a gruta e a catedral Assim sem descanso as enchemos uma a uma E nenhuma nos é o lar, a ventura, a tormenta, Ora caminhamos sempre, ora somos sempre o visitante, A nós não chama o campo, o arado, a nós não cresce o pão Não sabemos o que de nós quer Deus Que, barro em suas mãos, connosco brinca, Barro mudo e moldável que não ri nem chora, Barro amassado que nunca coze Ser enfim como a pedra sólido! Durar uma vez! Eternamente vivo é este o nosso anseio Que medroso arrepio permanece apesar de eterno E nunca será o repouso no caminho Hermann Hesse, in 'O Jogo das Contas de Vidro'

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