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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) essa estrutura da consciência é muito frequente nos filósofos, ou seja, nos homens que têm um grande hábito de 'pensar sobre o pensamento', como diz Goethe, isto é, que estão profundamente penetrados pelo caráter imaterial do pensamento, que sabem de longa data que ele escapa a todo esforço para representá-lo, defini-lo, cristalizá-lo, e que, por conseguinte, só de modo sóbrio e com alguma repugnância usam comparações e metáforas quando falam dele" "A compreensão é um movimento que nunca se conclui, é a reação do espírito a uma imagem através de outra imagem, e a essa através de outra imagem, e assim por diante, em linha contínua, até o infinito" "Na atitude imaginante, com efeito, encontramo-nos na presença de um objeto que se dá como análogo aos que podem aparecer-nos na percepção" "(...) compreender por que percebemos de maneira diferente daquela com que vemos" "O ato de imaginação, como acabamos de ver

Buscas ou escolhas ?*

O passado é um lugar, nunca uma prisão. Confundir essa condição pode ser doloroso e degradante demais. E a nossa morada deve ser sempre agora, pois no passado não devemos permanecer, mas sim, visitar quantas vezes for preciso, sobretudo, para aprender a perdoar ou superar os desafios propostos na nossa jornada da vida como produto das nossas próprias escolhas. Afinal, podemos e até devemos sempre buscar sermos senhores das nossas escolhas; porquanto das consequências sempre seremos reféns. Musa! *Prof. Dr. Pablo Eugenio mendes Filósofo. Educador. Filósofo Clínico Uberlândia/MG – Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Para Isócrates, para Alcidamas, o lógos também é um ser vivo (zôon) cuja riqueza, vigor, flexibilidade, agilidade são limitados e constrangidos pela rigidez cadavérica do signo escrito" "Mas antes de ser dominado, subjugado pelo kósmos e pela ordem da verdade, o lógos é um ser vivo selvagem, uma animalidade ambígua. Sua força mágica, 'farmacêutica', deve-se a esta ambivalência, e isso explica que ela seja desproporcionada a esse quase nada que é uma fala" "O phármakon está compreendido na estrutura do lógos " "(...) dar nascimento aos outros é uma obrigação que o deus me impõe, procriar é potência da qual me afastou. E lembremo-nos da ambiguidade do phármakon socrático, anxiógeno e tranquilizante: 'Ora, esas dores, minha arte tem a potência de despertá-las ou acalmá-las" "O esperma, a água, a tinta, a pintura, o tingimento perfumado: o phármakon penetra sempre como o líquido, ele se bebe, se absorve, se

Aceite críticas: notas sobre minha tese e o Facebook*

Pouco depois de defender minha tese de doutorado e ver alguns debates enraivecidos no Facebook, acabei refletindo sobre algumas coisas e, na medida em que as ideias surgiram, escrevi postagens avulsas sobre a dificuldade de algumas pessoas de serem criticadas. Dessas postagens, três acabaram se tornando a reflexão que segue, com ligeiras alterações para dar uniformidade ao raciocínio. A experiência de defender minha tese foi, antes de tudo, um exercício de humildade. Por mais que eu aconselhe os meus colegas a ficarem confiantes, uma vez que a maior autoridade no trabalho de pesquisa que fazemos somos nós mesmos, isso não isenta o trabalho de erros que podem ser encontrados pelos avaliadores.  Eles provavelmente não leram tudo o que você leu, na ordem em que leu e com a perspectiva que você interpretou para escrever seu trabalho. Mas eles são os primeiros – em muitos casos, os únicos – receptores de seu trabalho e alguns dos mais atentos que o lerão. Desde sua monografia d

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Todo mundo elevado requer que se tenha nascido para ele; ou melhor, que se tenha sido cultivado para ele: direito à filosofia - no sentido mais amplo - obtém-se apenas em virtude da ascendência, os ancestrais, o 'sangue' decide também aqui. Muitas gerações devem ter trabalhado na gênese do filósofo; cada uma de suas virtudes deve ter sido adquirida, cultivada, transmitida, incorporada, e não apenas o passo e curso ousado, leve e delicado de seus pensamentos, mas sobretudo a disposição para grandes responsabilidades, a elevação de olhares que dominam e olham para baixo, o sentir-se apartado da multidão e seus deveres e virtudes, a afável proteção e defesa do que é incompreendido e caluniado (...)" "Todos os deuses até aqui não foram demônios rebatizados e santificados ?" "(...) todos grandes descobridores no terreno do sublime (...) Com misteriosos acessos a tudo que seduz, atrai, compele, transtorna, inimigos natos da lógica e da linha ret

Ressurreição*

Desta vez Não haveria volta Ela havia decidido Falou de si Para si mesma: - Desta vez, ou vai , ou racha... Rachou seu coração Quebrou a casca E a borboleta saiu Tropeçou Caiu Levantou Quase desaprendera a voar. Ele ainda tentou falar: - Cuidarei da casa Cuidarei do jardim Cuidarei das flores E dos beija flores E das borboletas. Afinal, borboletas Sempre voltam! Ela disse-lhe: - A borboleta sou eu...!!! *José Mayer Filósofo. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"É necessário lembrar que a classificação das vozes humanas - como toda classificação elaborada por uma sociedade - nunca é inocente" "(..) o corpo dispensa o sujeito e a pintura de Réquichot vai, então, ao encontro do que seria a extrema vanguarda: aquela que não é classificável e cujo caráter psicótico a sociedade denuncia, pois que, assim fazendo, pode, pelo menos, nomeá-la" "Ora, é mais u menos o que ocorre na cura analítica: a própria ideia de 'cura', inicialmente muito simples, transforma-se, torna-se distante: a obra, como a cura, é interminável: trata-se, em ambos os casos, menos de obter um resultado do que modificar um problema, isto é, um tema: livrá-lo da finalidade em que se encerra seu início"  "A metáfora é a única maneira de nomear o inominável (transforma-se, então, em catacrese): a cadeia de nomes substitui o nome que falta" "A polissemia desenfreada é o primeiro episódio (iniciático) de uma asc

A cegueira nossa de cada dia*

Tenho refletido bastante sobre o uso das mídias digitais... Tudo tem os dois lados. Usar o caminho do meio nem sempre é fácil. Usar este espaço para divulgar cultura, reflexões e trocar afetos, para mim é sempre bom. Preocupo-me com os discursos agressivos, o excesso de exposição, as falsas imagens e tanto desrespeito. Preocupo-me principalmente com o vício do uso excessivo destes canais que tiram as pessoas das relações olho no olho. Preocupo-me com o tempo perdido no uso excessivo destas mídias que roubam a leitura de um bom livro, dos encontros com amigos, família e colegas. Que roubam tempo no trabalho, no estudo e fazer bem feito coisas simples do dia a dia. Administrar o Tempo do uso destas mídias se faz urgente, senão seremos cegos e máquinas e perderemos nossas vidas, como bem diz Saramago em seu livro e filme: "Ensaio sobre a Cegueira". Pensem nisto! *Dra. Rosangela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Filósofa Clínica. Livre Pensadora. Juiz

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