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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O tempo é uma realidade encerrada no instante e suspensa entre dois nadas" "Numa evolução verdadeiramente criadora, existe apenas uma lei geral, segundo a qual um acidente está na raiz de qualquer tentativa de evolução" "Requer-se o novo para que o pensamento intervenha, requer-se o novo para que a consciência se afirme e a vida progrida. Ora, em princípio a novidade é, evidentemente, sempre instantânea" "Mas a função do filósofo não será a de deformar o sentido das palavras o suficiente para extrair o abstrato do concreto, para permitir ao pensamento evadir-se das coisas ?" "(...) ela leva em conta não apenas os fatos, mas também, e sobretudo, as ilusões - o que, psicologicamente falando, é de uma importância decisiva, porque a vida do espírito é ilusão antes de ser pensamento"  "Para as concepções estatísticas do tempo, o intervalo entre dois instantes é apenas um intervalo de probabilidade; quanto mais

Fazer poesia*

Escrever poesia é esta tentativa de dizer algo sobre alguma coisa que não se deixa dizer inteiro. O que escapa é mais que aquilo que se escreve. É uma tentativa infrutífera de dar forma a alguma coisa que não se deixa "com-formar". Fazer poesia É tão somente tentar Sutis aproximações Tímidos achegamentos Sublimes congraçamentos Delicadas harmonizações. É um esforço De tentar moldar As nuvens com as mãos... *José Mayer Filósofo. Livreiro. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Vivemos todos, neste mundo, a bordo de um navio saído de um porto que desconhecemos para um porto que ignoramos; devemos ter uns para os outros uma amabilidade de viagem" "Sou o intervalo entre o que sou e o que não sou, entre o que sonho e o que a vida fez de mim, a média abstrata e carnal entre coisas que não são nada, sendo eu nada também" "Mas, felizmente para a humanidade, cada homem é só quem é, sendo dado ao gênio, apenas, o ser mais alguns outros" "Há metáforas que são mais reais do que a gente que anda na rua. Há imagens nos recantos de livros que vivem mais nitidamente que muito homem e muita mulher" "Transeuntes eternos por nós mesmos, não há paisagem senão o que somos. Nada possuímos, porque nem a nós possuímos. Nada temos porque nada somos. Que mãos estenderei para que universo ? U universo não é meu: sou eu" "Qualquer coisa, conforme se considera, é um assombro ou um estorvo, um tudo ou um na

Técnica dos cupins e o blogueiro*

“Dois mil e quinhentos anos depois da tecedura de Platão, parece que agora não só os deuses, mas também os sábios se retiraram, deixando-nos sozinhos com nossa ignorância e nosso parco conhecimento das coisas.” Peter Sloterdijk Definitivamente o determinismo decretou que os blogs estão em crise, que as pessoas migram mais rápido que cupins de uma madeira a outra, que passam num movimento rápido à noite e que de durante o dia já se percebe que ali viveu um blog. Ninguém naquele espaço habitará mais, a não ser o vazio de caracteres deixados consiga ser a metafísica constante das linguagens trôpegas de uma modernidade cínica. Assim penso, será que foram os blogs que migraram à noite para outro espaço em caracteres em uma necessidade causal, que no lugar onde existia uma linguagem restou uma pasta oculta e que um dia alguém ainda irá lembrar? Ou mesmo, posso pensar, que de onde havia a linguagem nunca existiu destino e significados em sua textura, que tudo é fruto dos que pe

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) Croce entendia originariamente que a representação de um drama ou a declamação de um poema eram obras novas e diferentes da obra original; tal como na tradução, também neste caso, após um 'primeiro momento' em que o ator ou o declamador evocava a obra originária, com base neste 'antecedente' ou 'ponto de referência', desencadeava o 'segundo momento', a tradução propriamente dita, expressão da personalidade do intérprete e, portanto, obra nova e 'novo canto'"  "O estilo é o 'modo de formar', pessoal, irrepetível, característico; a marca reconhecível que a pessoa deixa de si na obra; e coincide com o modo como a obra é formada. A pessoa forma-se, portanto, na obra: compreender a obra é possuir a pessoa do criador feita objeto físico" "A pessoa forma na obra a sua experiência concreta, a sua vida interior, a sua irrepetível espiritualidade, a sua reação pessoal ao ambiente histórico em que vive, o

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