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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Não acontece aos homens aquilo que eles merecem, mas sim o que se lhes assemelha" "Agora tenho a convicção de que qualquer filosofia superior, na qual não continuem a  existir as realidades do plano que ela pretende ultrapassar, é uma impostura" "As reviravoltas das abelhas, tão rápidas e incoerentes, parecem desenhar no espaço figuras matemáticas precisas e constituem uma linguagem" "Uma imaginação poderosamente aplicada ao estudo da realidade descobre que é muito tênue a fronteira entre o maravilhoso e o positivo, ou, se preferem, entre o universo visível e o universo invisível" "O que finalmente nos impressiona é a afirmação reiterada dos rosa-cruzes e dos alquimistas, segundo a qual o objetivo da ciência das transmutações é a transformação do próprio espírito. Não se trata nem de magia, nem de recompensa vinda do céu, mas de uma descoberta das realidades que obriga o espírito do observador a situar-se de outro modo&

O verbo e as carícias*

Hoje eu me apaixonei de novo por maneiras antigas de compor carícias em forma de palavras porque descobri outros caminhos para delinear velhos verbos de ação já muito aplicados outrora em linhas e entrelinhas de vida; agora.  E de tantos encontros, desencontros e reencontros nascera um dom que nunca morrera, pois nitidamente me parece que ele sempre esteve aqui, pulsando com canto sutil e quase sem nenhum intervalo. E é isso que muito corrobora para que a poesia prevaleça de dentro para fora, de fora para dentro e ainda, para muito além do meu próprio ser e estar.  E pensar que um sorriso tímido, de olhar profundo, de lábios e gestos doces demais pudessem sobreviver décadas sem jamais se desconstruir. E reconhecer que esse sorriso, que esse olhar e aqueles lábios e gestos contribuíram enormemente nesse papel existencial de ser ou estar poeta.  Portanto, hoje e sempre eu precisarei agradecer com todas as minhas forças ao belo fato de haver pessoas que me comovem e me co

A gleba me transfigura*

Sinto que sou abelha no seu artesanato. Meus versos tem cheiro de mato, dos bois e dos currais. Eu vivo no terreiro dos sítios e das fazendas primitivas. (...) Minha identificação profunda e amorosa com a terra e com os que nela trabalham. A gleba me transfigura. Dentro da gleba, ouvindo o mugido da vacada, o mééé dos bezerros. O roncar e focinhar dos porcos o cantar dos galos, o cacarejar das poedeiras, o latir do cães, eu me identifico. Sou arvore, sou tronco, sou raiz, sou folha, sou graveto sou mato, sou paiol e sou a velha tulha de barro. pela minha voz cantam todos os pássaros, piam as cobras e coaxam as rãs, mugem todas as boiadas que vão pelas estradas. Sou espiga e o grão que retornam a terra. Minha pena (esferográfica) é a enxada que vai cavando, é o arado milenário que sulca. Meus versos tem relances de enxada, gume de foice e o peso do machado. Cheiro de currais e gosto de terra. (...) Amo aterra de um velho amor cons

A escuta das palavras*

A palavra, em deslocamento por seus muitos territórios, também busca uma legibilidade para sua singularidade. Aptidão rara em meio às ditaduras da semiose verbal. Ao conviver sempre no mesmo lugar, ainda que em línguas diferentes, exibe uma excepcional aventura discursiva em cada pessoa. Em um mundo apropriadamente imperfeito, pode ser indizível, ao dicionário conhecido, o melhor ponto de equilíbrio para se traduzir. Essa suspeita se insinua nas possibilidades do instante perfeito. Essa transgressão da zona areia movediça de conforto existencial aproxima-se de um mundo quase invisível. Assim pode acolher e dialogar com a mutante medida de todas as coisas. Ao destacar o viés dessas poéticas da irreflexão, apresenta-se uma negação de que tudo já foi dito, pensado, tentado. Nele um espaço desconhecido se abre como proposta. Talvez a escola, ao ensinar a ler e escrever incluísse aprendizados na arte de ouvir, sonhar, flutuar, dialogar com suas paredes, e

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) a dialética corre o risco de abrir um mundo que todos estão tomando o cuidado de fechar sobre suas igualdades; na medida em que ela é uma técnica de transformação, opõe-se à estrutura enumerativa da propriedade, escapa para fora dos limites pequeno-burgueses (...)" "O bom senso é como o cão de guarda das equações pequeno-burguesas: ele tapa todas as saídas dialéticas, define um mundo homogêneo, no qual nos sentimos em casa, protegidos dos problemas e dos escapes do 'sonho' (entendam: de uma visão não contabilizável das coisas)" "(...) a arte morre por excesso de intelectualidade, a inteligência não é uma qualidade de artista, os criadores poderosos são empíricos, a obra de arte escapa ao sistema, em suma, o cerebralismo é estéril" "A Literatura, no entanto, só começa perante o indizível, em face da percepção de um algures estranho à própria linguagem que o procura. É essa dúvida criadora, essa morte fecunda, que a nsosa

Navegar os sonhos*

O Azul do mediterrâneo me acorda nesta madrugada. A história desta cidade de 2600 anos me revela a permanência do tempo nos espaços onde Deus e os homens comungaram da estética do existir. As estrelas deste céu azul anil me reforçam que podemos sair da rotina e adentrar outros espaços. O cotidiano engessa. A rotina limita. Colombo aqui viveu e um dia desejou navegar e desbravar novos horizontes. E descobriu as Américas! Quantas vezes do alto destas torres e neste jardim sonhou em ver novos terras? Não ficou no sonho. Rompeu o medo e navegou. Sair dos agendamentos e criar ouvindo a alma e o coração nos permite navegar e descobrir possibilidades infinitas. Genova reforça em mim "O é Possível". Possível pensar por Si-mesmo e criar livremente. Liberdade requer coragem de sair da condição de escravo e assumir a loucura de ser Si mesmo! É possível! Dra. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG

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