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A imaginação e o sonho*

As coisas reais dos sonhos e da imaginação, por vezes não parecem menos reais do que a realidade. Sonhava seguidamente De forma urgente e vivaz Com duas casinhas perdidas Uma matrícula não feita Uma viagem perdida Um amor não acontecido Duvidava se isto Não teria acontecido Em sua vida... Incompletudes Interrupções Inconclusões Pedaços de um quebra-cabeças Perdidos...!! *José Mayer Filósofo. Livreiro. Poeta. Especialista em Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Via Láctea*

 “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto… E conversamos toda a noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.” *Olavo Bilac

As palavras e os pássaros*

Da torre de marfim Na ilusão do saber/poder Ornados da vaidade e orgulho Alguns se sentem deuses Longe do povo aprendiz Para que? Para alimentar seus complexos Se vestem de máscaras Se fantasiam de donos da verdade Criticam e julgam Disfarçando suas misérias Para que? Nossas palavras são pássaros Vozes que vem do coração Que gritam da alma Em versos simples descrevemos O pão da terra e as lágrimas De todos que vivem as dores E amores do humano Para que? Para dar as mãos em parceria Conseguir vencer as sombras Dar um salto quântico E no infinito se dissolver Em pó de estrelas cósmicas. Para que? Para nada! Pelo simples prazer De sentirmos pertencentes De sermos eternas crianças a brincar Com letras e símbolos No grande jogo do viver e ser. *Dra. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O médico é o 'instrumento por cujo intermédio a natureza é levada à obra... O remédio cresce espontaneamente e surge da terra, destarte nós nada criamos'. O que o médico faz não é obra sua. 'O exercício desta arte está no coração: sendo teu coração falso, também será falso o médico dentro de ti'" "Sou médico e lido com pessoas simples. Sei, por isso, que as universidades não são mais fonte de conhecimentos. As pessoas estão cansadas da especialização científica e do intelectualismo racional. Elas querem ouvir a verdade que não limite, mas amplie; que não obscureça, mas ilumine; que não escorra como água, mas que penetre até os ossos" "Muitas vezes já nos aconteceu redescobrirmos repentinamente um poeta. Isto ocorre quando nossa evolução consciente já alcançou graus mais elevados, e, a partir deles, o velho poeta nos diz algo de novo. Já existia antes em sua obra, mas era um símbolo escondido que só nos foi permitido ler após uma

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"De minha parte, só me sinto viver e pensar dentro de um quarto onde tudo é criação e linguagem de vidas profundamente diferentes da minha, de um gosto oposto ao meu, onde não encontro nada de meu pensamento consciente, onde minha imaginação se exalta sentindo-se mergulhada no âmago do não eu (...)" "Lembrando Descartes: 'A leitura de todos os bons livros é como uma conversa com as pessoas mais virtuosas dos séculos passados que foram seus autores" "(...) a diferença essencial entre um livro e um amigo não é seu maior ou menor grau de sabedoria, mas a maneira pela qual nos comunicamos com eles; a leitura, ao contrário da conversação, consiste para cada um de nós em tomar conhecimento de um outro pensamento, mas estando sozinho, isto é, continuando a gozar da força intelectual de que usufruímos na solidão e que a conversa dissipa imediatamente, continuando a poder ser inspirados, a permanecer em pleno trabalho fecundo do espírito sobre ele mesmo

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O percurso serve para enriquecer a alma, fazendo com que ela mesma se torne uma alavanca, dando-lhe a capacidade de chegar cada vez mais a conhecer a si mesma" "(...) O que realmente falta à beleza para ser tal, uma vez satisfeitas todas as exigências formais, deixou na verdade de ser focalizado durante muito tempo, até ser proclamada a necessidade de o artista possuir uma 'genialidade' especial, isto é, ter a capacidade de introduzir na sua obra o ingrediente imponderável, casual, desconhecido até por ele próprio, que faz a obra ser bela" "(...) os desejos de vagar, de perder-se, de naufragar, são os traços distintivos da beleza na sua forma mutável. As 'vagas estrelas da Ursa' ou 'o pastor errante' confirmam o caráter nômade, mutante e indefinido da beleza, no seu migrar - dentro do 'espaço imaginário' - entre o determinado e o indeterminado"  "(...) as teorias e as práticas artísticas se deslocam em

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