Pular para o conteúdo principal

Postagens

Ofertas de Aninha*

Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida. Não desistir da luta. Recomeçar na derrota. Renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos. Ser otimista. Creio numa força imanente que vai ligando a família humana numa corrente luminosa de fraternidade universal. Creio na solidariedade humana. Creio na superação dos erros e angústias do presente. Acredito nos moços. Exalto sua confiança, generosidade e idealismo. Creio nos milagres da ciência e na descoberta de uma profilaxia futura dos erros e violências do presente. Aprendi que mais vale lutar do que recolher dinheiro fácil. Antes acreditar do que duvidar. *Cora Coralina

A palavra fora de si*

A percepção dos excepcionais arranjos existenciais se movimenta em ritmo de euforia narrativa. Sua estética de viés inacabado contém presságios de reciprocidade com tudo ao seu redor. Seu vislumbre aponta rascunhos de exceção para anunciar regiões desconsideradas. Um traço de alvoroço criativo antecipa subterfúgios de vida nova. Acrescenta rasuras à máscara bem moldada da definição. Seu aspecto de miragem delirante possui uma fonte inesgotável. Uma nascente multifacetada denuncia o refúgio de onde alça voos e mergulhos ao viver sem pensar. Seu estado de embriaguez epistemológica sugere a quimera por onde a irrealidade se faz um saber eremita. Sendo evento de rara inspiração, aloja-se nas entrelinhas da vida. Ao desrealizar seu cotidiano, atualiza andanças pelas margens de si mesmo. Em meio à multidão estrangeira de pensamentos, sensações, ideias, o enredo visionário antevê a alquimia das múltiplas narrativas. Assim, a autoria transborda na esteticidade da palavra fora

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Exprimir-se é portanto um empreendimento paradoxal, uma vez que supõe um fundo de expressões aparentadas, já estabelecidas, e que sobre esse fundo a forma empregada se destaque, permaneça suficientemente nova para chamar a atenção. Trata-se de uma operação que tende à sua própria destruição, uma vez que se suprime à medida que se propaga, e se anula se não se propaga. Assim, não se poderia conceber uma expressão que fosse definitiva, pois as próprias virtudes que a tornam geral a tornam ao mesmo tempo insuficiente" "Nossa língua reencontra no fundo das coisas a fala que as fez" "Na terra, já se fala há muito tempo, e a maior parte do que se diz passa despercebido" "(...) Aqui, o cúmulo da sabedoria e da astúcia é uma ingenuidade profunda" "(...) é o preço que se deve pagar para ter uma linguagem conquistadora, que não se limite a enunciar o que já sabíamos, mas nos introduza a experiências estranhas, a perspectivas que

Leve minha árvore para passear!*

Não se é poeta Por escolha Poesia não se escreve Não se lê poesia Vive-se poeticamente Fala-se como poesia Canta-se como poesia Uma forma de olhar Um jeito de abraçar A poesia se ri A poesia se encena Na cena da vida. Dizia-se por aí Que ele estava "Fora da casinha" Levava uma vida vegetativa - Leve minha árvore para passear! Apenas fazia silêncio Ficava longos tempos mudo Tinha medo que o mundo Descobrisse quando falava Que estava a ficar "maluco"... *José Mayer Filósofo. Livreiro. Poeta. Especialista em Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) sobre o papel - e devido ao papel - o tempo está em perpétua incerteza" "(...) o exercício de uma imaginação desse tipo não depende apenas da 'arte', mas também do saber: captar metamorfoses (o que fez várias vezes, Leonardo da Vinci) é um ato de conhecimento; todo saber está ligado a uma ordem classificadora; expandir ou simplesmente mudar o saber, é experimentar, através de audaciosas operações, aquilo que subverte as classificações a que estamos habituados: esta é a função nobre da magia"  "(...) o sentido depende do nível em que o leitor se coloca" "Dionísio é um deus complexo, dialético; é ao mesmo tempo um deus infernal e da renovação; é o próprio deus desta contradição. É verdade que, ao se civilizarem, isto é, ao passarem à categoria de instituições civis, os gêneros dionisíacos (ditirambo, drama satírico, comédia) purificaram, simplificaram, apaziguaram o temperamento inquietante do deus: era uma questão de ênf

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) o sonho se fizera realidade, e ele, que antes o desejara surpreendia-se agora e não o reconhecia porque antes tinha um aspecto totalmente diverso" "Em sua vida de preceptor solitário nunca soubera conformar seus pensamentos e palavras aos ouvidos a que eram dirigidos e, em vão, muitos anos antes, tentara sair de seu casulo e comunicar-se com as gentes (...) Agora, ao contrário, como era agradável evitar a palavra ou melhor o conceito difícil, e dar-se a compreender" "Amante das imagens, via sua própria vida como um caminho reto, uniforme, atravessando um vale tranquilo; no ponto em que encontrara Angiolina, o caminho se curvava, desviava-se para uma paisagem de árvores, flores e colinas. Um breve trecho apenas; depois retornava ao vale, ao fácil caminho, plano e seguro, tornado menos tedioso pela recordação do intervalo encantador, colorido, fatigante talvez" "(...) Emilio sentia uma satisfação completa com a posse incompleta d

Visitas