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Um verso a beira do precipício*

Abri no peito uma trilha por onde passa a dádiva da dúvida conduzindo o passo que o erro lapida dilapidando perfeições que inexistem... Que sorte a minha, esses enganos cilindrando espiral ascendente, rumo a clareiras mais fartas em serenar, mesmo que sem garoa. O verso só baila a beira de precipícios! Fora do equívoco, não há vida e vícios de criar... A calma que desenha a estrada, é erguida a nervuras cuja dor oprime a inércia! Cambaleante a mão que nina o verso, só concebe a estrofe porque sente o amargor da morte do sonho... Ou contrariamente sonharia a esmo, pra sempre e sem mais arte. Gratidão é para os fortes! Força é para os vulneráveis! Fraqueza é erigir são equilíbrio sobre o chorume azedo da vida que para arfar notas em flor carece do lixo da nossa falência!!! *Jullie Vague Cientista social. Musicista. Poetisa. Roteirista e pesquisadora. Filósofa Clínica. Curitiba/PR

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) na proporção em que o matrimônio passou a ser considerado sagrado e indissolúvel, a psiquiatria involuntária foi considerada indispensável, uma verdadeira benção; e na medida em que a discórdia conjugal e o divórcio são considerados escandalosos, a doença mental e seu tratamento compulsório serão considerados científicos" "A loucura, conforme sugeri há algum tempo, é fabricada. num certo sentido, por alienistas. Em outras palavras, a psiquiatria produz a esquizofrenia ou, mais precisamente, os psiquiatras criam esquizofrênicos (...)" "(...) na medida em que é concedido aos psiquiatras o privilégio, em sociedades livres, de tratar pessoas adultas contra a vontade delas - um privilégio de que outros médicos e profissionais não gozam -, a psiquiatria tornar-se assimilada a jurisprudência e ao direito carcerário; em suma, torna-se uma disciplina para controlar os desviantes, não para curar doenças"  "A esquizofrenia é definida de m

Inspirar a existência*

Só um pedacinho de Deus, Nas pequenas coisas. Não preciso de muito. Viver me basta! Ser amiga da sabedoria Aquece meu coração. Para que? É a pergunta preferida. Para ver os cristais do luar. Viajar nas estrelas. Respirar e inspirar a existência. Para enlouquecer e simplesmente Ser! *Dra Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Palestrante. Filósofa Clínica. Juiz de Fora/MG

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"É contra uma fala indefinida e incessante, sem começo nem fim, contra ela mas também com sua ajuda, que o autor se exprime" "O livro é sempre outro, muda e se transforma pelo confronto da diversidade de suas partes, evitando assim o movimento linear - o sentido único - da leitura. Além disso, o livro, se desdobrando e se redobrando, se dispersando e se unindo, mostra que não tem nenhuma realidade substancial: nunca está presente, não cessa de se desfazer enquanto se faz" "Que o livro mais incongruente, como o qualifica Georges Bataille em seu prefácio, seja finalmente o mais belo livro, e talvez o mais terno, isso é então totalmente escandaloso" "No centro de toda narrativa, há uma consciência subjetiva, um olhar livre e inesperado que faz surgirem os acontecimentos pela visão com a qual os capta" "(...) as culturas moribundas são muito aptas a produzir obras revolucionárias e talentos de futuro" "Qual é

Invisibilidade*

Ninguém sente, nem olha, a frente é que se pressente, A imagem distante fica de frente, o tempo que existe, A lente que perfura o coração exausto, batimentos da vida. O que nem todos percebem é que o tempo é um tanto diferente. Ele, sem as rédeas humanas, é o pêndulo dos poetas, Torna invisível tudo que ata, entre nós, a âncora estende a vida, Do barco, o mesmo fluxo dos trajetos, O desconhecido é que está atrás da sincronia do tempo. E ninguém olha mais por dentro, está tudo do lado de fora, Em frente, a imagem segue reunindo fome de signos, Milhões de gente, e nem tudo é vida. Às vezes mata por não aceitar o Outro. Ninguém diz mais que a verdade depende da vida, A vida é um coração frágil. Nem tudo é visível, o que se alimenta da razão que inventa, É o real que vira semente do imaginado.   Nem todo bem é o todo que é, parece ser diferente, Melhor é a invisibilidade sincronizada do Ser que se refugia no tempo. Nem toda noite é escura, nem todo d

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) o descontínuo é o estatuto fundamental de toda comunicação (...) O problema estético consiste simplesmente em saber como mobilizar esse descontínuo fatal, como lhe dar um sopro, um tempo, uma história" "(...) a literatura é pelo contrário a própria consciência do irreal da linguagem: a literatura mais 'verdadeira' é quela que se sabe a mais irreal, na medida em que ela se sabe essencialmente linguagem, é aquela procura de um estado intermediário entre as coisas e as palavras(...)" "(...) o estruturalismo é essencialmente uma atividade, isto é, a sucessão articulada de crto número de operações mentais (...)" "O objetivo de toda atividade estruturalista, seja ela reflexiva ou poética, é reconstituir um 'objeto', de modo a manifestar nessa reconstituição as regras de funcionamento desse objeto. A estrutura é pois, de fato, um simulacro do objeto, mas um simulacro dirigido, interessado, já que o objeto imitado faz a

Encontros e desencontros*

Nós somos todos linhas tortas porque nos encontramos. Nós somos quase todo feitos de encontros e de desencontros também; somos um conglomerado de fragmentos de você. Sim, nós somos linhas tortas porque linhas retas jamais se encontram mesmo sendo curvas infinitas. E certamente, escrever certo por linhas tortas parece cada vez mais ser o melhor caminho. Pois muito do que eu sou agora deve-se em grande medida as contribuições dos encontros e dos desencontros que compuseram e impactaram a minha vida tão somente porque a minha vida toda foi feita de histórias repletas de fatos que transcenderam e muito a lógica comum e cotidiana imposta pelos mais superficiais e céticos. A verdade é que quando se toma consciência de tudo que os encontros e os desencontros nos causaram fica difícil não nutrir paz e uma gratidão gigante e crescente por tudo que nos fora doado nessa jornada existencial sempre tão significativa, desafiadora e dignificante. Musa! *Prof. Dr. Pablo Mendes Filó

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