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Mostrando postagens de agosto, 2020

Resenha crítica*

"Pérolas Imperfeitas – Apontamentos sobre as lógicas do improvável" Ed. Sulina. Porto Alegre/RS. 2012, 142 p. Num estilo que dança por entre “a ilusão da realidade e a realidade da ilusão” o professor e filósofo clínico Hélio Strassburger compartilha com seus leitores suas experiências, vivências e desavenças em seu caminhar como filósofo clínico. Como um passeio pelos recônditos espaços da mente humana o autor nos presenteia com 28 pérolas que ainda imperfeitas na medida em que se constroem na busca pelo direito de serem únicas, singulares e livres das tipologias e semelhanças que mergulham o filósofo clínico num “sobrevoo que não aterrissa”.   O livro nos conduz pelos labirintos da relação entre o filósofo clínico e seu partilhante onde a interseção clinica ganha a forma de sentido para o partilhante a medida que seus ainda não traduzidos e interditados conteúdos ganham vida para o filósofo clínico. O livro vai ao longo do caminho desvelando, através de seus apontam

O que é a filosofia clínica***

A Filosofia Clínica, em uma nova abordagem terapêutica, é a filosofia acadêmica adaptada à prática clínica, à terapia. Não trabalha com critérios médicos, com remédios ou com tipologias na construção de uma proposta terapêutica cujo objeto é buscar o bem-estar do ser humano.   O instrumental da Filosofia Clínica divide-se em três partes: os Exames Categoriais, a Estrutura de Pensamento e os Submodos. Nos Exames Categoriais, primeiro momento da clínica, através da historicidade, o filósofo clínico situa existencialmente a pessoa colhendo todas as informações de sua vida, desde as suas recordações mais remotas, até as informações de suas vivências mais atuais.   O material colhido, na história da pessoa atendida - que em Filosofia Clínica é chamada de partilhante, justamente pela condição de ser alguém com quem o filósofo compartilha momentos da existência -, é a base para o desenvolvimento do processo terapêutico. A partir desses dados, num segundo momento, são verificados os tópi

Reflexões de um Filósofo Clínico***

"(...) Embora seja apresentado em cursos que variam entre 18 e 24 meses, o conteúdo da filosofia clínica preencheria tranquilamente uma formação de quatro anos com a carga horária de uma graduação. Ainda assim, continuaria sendo um curso com conteúdos introdutórios. Um filósofo clínico aprende a teoria, realiza a formação da prática, mas precisará continuar seus estudos teóricos e práticos por toda a vida.  A alma humana não se esgota em uma formação. O certificado que habilita à clínica é uma autorização e não a comprovação de que não há nada mais a ser aprendido. A filosofia clínica é um aprendizado para a vida toda.  Hoje, dez anos depois de ter iniciado minha formação, me vejo tão iniciante quanto meus alunos que estão há alguns meses na formação. Meus professores são os filósofos clínicos com os quais converso, os artigos e livros que leio, os áudios e vídeos que acompanho, e os partilhantes que atendo semanalmente.  Ser filósofo clínico é permanecer aprendiz, é se ver como i

Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*

 "(...) Aqui também, o terreno é incerto; somos levados a nos apoiar em descrições (do mundo psicótico) feitas a partir do universo do homem 'normal'. O comportamento do psicótico acha-se aí evocado não como um sistema coerente, mas como a negação de um outro sistema, como um desvio (...)" "(...) Palavras emprestadas ao léxico comum recebem um sentido novo que o esquizofrênico mantém individual (...)" "(...) O fantástico leva pois uma vida cheia de perigos, e pode se desvanecer a qualquer instante. Ele antes parece se localizar no limite de dois gêneros, o maravilhoso e o estranho (...)" "A definição clássica do presente, por exemplo, descreve-o como um puro limite entre o passado e o futuro. A comparação não é gratuita: o maravilhoso corresponde a um fenômeno desconhecido, jamais visto, por vir: logo, a um futuro; no estranho, em compensação, o inexplicável é reduzido a fatos conhecidos, a uma experiência prévia, e daí ao passado (...)" 

Reflexões de um Filósofo Clínico*

Amigos, a mais importante conquista da Modernidade não foi material: não foi a industrialização, nem o desenvolvimento dos aparatos técnicos, nem mesmo o progresso da ciência natural. A mais importante conquista da Modernidade - via o processo que Kant chamou de Aufklärung - foi de natureza político-cultural: a autonomia do pensamento e da expressão. Por isso, a virtude moderna por excelência é a capacidade de discordar, discutir e debater com liberdade, tolerância e serenidade. * * * Amigos, não há, na comunidade de idéias que é a rede social, nada mais ridículo que o patrulhamento ideológico. Sempre que vejo alguém se julgando no direito de decidir como o outro deve pensar e o que deve dizer, tenho a certeza: o patrulhador está na infância política - e é um ἰδιώτης, um idiota, no sentido mais preciso. * * * As polêmicas são necessárias para o movimento da razão. Como dizia Bachelard, "a verdade é filha da polêmica, não da concórdia". A ausência da dúvida a respe

Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*

"(...) Platão pôs-se a inventar uma prosa ágil, despojada das fossilizantes leis da retórica, uma prosa que unisse a sedução da poesia e a espontaneidade da fala, uma prosa que tivesse a gravidade da tragédia e a malícia da comédia, uma prosa que soubesse fixar rigorosamente as etapas para o avanço dos argumentos (...) Foi assim que a filosofia oral se tornou escrita (...)" "Platão substitui a memória pelo texto escrito, ambíguo, lacunoso, feito para refletir e não para recordar (...) O texto platônico, infiel como registro literal, estimula a reflexão, reavivando a voz cáustica, irônica, que atenienses queriam para sempre silenciada. A escrita não aparece aqui como capa de ocultos sentidos, mas como fonte de intermináveis significações (...) Na escrita de Platão, prosa e poesia confluem (...)" "(...)Platão indica vários caminhos e não se fixa em nenhum. Definido está o filósofo, o que incessantemente busca" "(...) Andamos no território do discurso. T

O Texto e a Vida*

Em uma obra de essência inacabada, a pluralidade discursiva, nem sempre coerente e recheada com algum tipo de fundamentação, exibe capítulos de uma subjetividade em vias de acontecer.  Nessa arquitetura de palavras, a versão dos rascunhos se inicia na multidão improvável dos sentidos sem tradução. Por esse não lugar se alternam pronúncias da voz na palavra escrita. Um apurado senso de irrealidade parece tomar conta da estrutura narrativa. Ao (re)nascer de cada pessoa uma nova obra se inicia. As lógicas da incompletude ampliam as chances para descrever o infindável movimento da vida. Sua eficácia institui novos parágrafos existenciais e se oferece como possibilidade inadiável de reescritas. A autoria, em sua singularidade, esboça um cotidiano de páginas inéditas. A letra parece querer anunciar, desvendar, transgredir cotidianos em roteiros de inconclusão. Uma estranha alquimia ressoa aos sons do silêncio, das dúvidas sobre a expressividade dos eus possíveis. O paraíso onde a linguagem s

Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*

"(...) No fim das contas ninguém pode captar nas coisas, incluídos os livros, mais do que ele mesmo já sabe. Para aquilo que a gente não alcança através da vivência, a gente também não tem ouvidos" "(...) Não acreditar em nenhum pensamento que não tenha nascido ao ar livre e em livre movimentação" "A gente retribui mal a um professor, quando permanece sendo sempre apenas seu aluno" "Zaratustra: 'Vós ainda não havíeis vos procurado: aí encontrastes a mim. É assim que fazem todos os crentes; e por isso valem pouco todas as crenças. Agora eu vos ordeno: perder a mim pra vos encontrardes (...)'" "Quem sabe respirar o ar das minhas obras, sabe que ele é um ar das alturas, um ar vigoroso. A gente tem de ter sido feito para ele, caso contrário não é nem um pouco insignificante o perigo de se resfriar no contato com ele" "A filosofia, assim como a entendi e vivenciei até agora, é a vida espontânea no gelo e nas montanhas mais altas

Quando as portas se abrirem*

Em plena pandemia, você retido contra vontade em casa há mais de cem dias, resolve passar o tempo   arrumando os armários de seu quarto. Bem lá no fundo da última gaveta, encontra uma velha lâmpada metálica, guardada desde os tempos da infância, que nem lembrava mais que existia. Como na história de Aladim, esfrega um pano para limpar a poeira e surpresa: surge o gênio da lâmpada.   Desta vez não lhe pede para fazer três pedidos, oferece de imediato aquilo que talvez você e toda a torcida do Flamengo estejam suplicando há meses: a cura da pandemia e o retorno da liberdade de ir e vir. Só que este é um gênio do século 21, não tão bondoso, e vai lhe cobrar algo em troca. Mas fique tranquilo, você pode escolher o que vai ceder na permuta, ele lhe ofereceu várias opções.   - Você sai da quarentena imediatamente, mas estará envelhecido 10 anos.   - Você sai da quarentena agora mesmo, porém 20 quilos mais gordo.   - Você paga um milhão de dólares e está livre da quarentena.   - Voc

Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*

"(...) o homem sempre é, além de homem, outra coisa: anjo, demônio, fera, deus, fatalidade, história - algo impuro, alheio, outro." "(...) O homem é inacabado, embora seja cabal nessa inconclusão; e por isso faz poemas, imagens, nas quais se realiza e se conclui sem nunca concluir totalmente (...)" "(...) Ser si mesmo é condenar-se à mutilação porque o homem é apetite perpétuo de ser outro" "(...) Seus signos não são uma linguagem: são os marcos que sinalizam as fronteiras, sempre em movimento, entre o homem e a realidade inexplorada" "Estamos condenados a buscar a razão da desrazão" "O poeta limpa de erros os livros sagrados e escreve inocência onde se lia pecado, liberdade onde estava escrito autoridade, instante onde se gravara eternidade" "(...) O homem original é inocente e cada um de nós tem em si um Adão. O próprio Cristo é Adão. Os dez mandamentos são invenção do Demônio (...) A missão do poeta é restabelecer a pa

Trajeto*

  “Somos poetas no silêncio da introspecção.”              Juremir Machado da Silva     A ideia fluida corre ao vento, ao sol queima o lado sombrio,   a vida se oculta do corpo que passa ao tempo.   Tão longe da dor, tão próximo do fim,   o tempo esquece de tudo que é humano, desintegra-se na natureza.   Desde a remota lembrança, desde o primeiro beijo, a vida foi intensa,   a gratidão é compartilhada na solidão deste olhar guardado.   A caixa está fechada, o tempo pode esperar, o amanhã renascerá,   a vida passa pelos sentidos, a linguagem ganha força, o sonho é filme, a trilha é o elo entre a compreensão e o poder viajar para dentro do mundo.   Estamos ainda a olhar, aprender que viver é mais que uma intelecção da racionalidade.   Sem a solidariedade nosso orgulho não se salvará. O domínio é eminente, está preso na liberdade provisória, o trajeto do caminhante se refaz no confinar.   Amanhã o porto será a porta de saída, o retorno ao mundo. *Luiz Antonio Gomes F

Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*

"(...) a partir do momento em que se fala, e mesmo de maneira e de coisas as mais simples, logo algo de desmesurado está em jogo, algo que está à espera na reserva do discurso familiar" "(...) É no entanto apenas a partir dessa relação enigmática entre pensamento, impossibilidade e fala que se pode tentar reapreender a importância geral das obras singulares que a cultura rechaça ao mesmo tempo em que acolhe, tal como recusa, objetivando-se, as experiências-limite, obras que se mantêm portanto solitárias, quase anônimas, mesmo quando falamos a respeito delas (...)" "(...) Hegel, comentando a lei sobre os suspeitos durante a Revolução Francesa, mostrou que, cada vez que se afirma o universal em sua brutal exigência abstrata, toda vontade particular, todo pensamento separado caem sob o golpe da suspeita. Agir bem já não é o bastante. Todo indivíduo carrega dentro de si um conjunto de reflexões, de intenções, isto é, de reticências, que o condena a uma existência o

Notas sobre a Filosofia Clínica*

A Filosofia Clínica é um método terapêutico filosófico que tem como pressuposto a noção de que cada pessoa possui uma representação de mundo. Derivando de noções de Protágoras para o qual “o homem é a medida de todas as coisas”, atualizado em Schopenhauer que ensina que “o mundo é minha representação”, Lúcio Packter percebeu que cada pessoa representava o mundo a partir de seu contexto, historicidade e os elementos que a constitui estruturalmente. O filósofo clínico é aquele que busca aproximar-se ao máximo da representação de seu partilhante. Isso ocorre por aproximação e não por exatidão.   Os Exames Categoriais fazem parte do método da Filosofia Clínica. Os pensadores que inspiraram a estruturação desse procedimento foram Aristóteles e Kant. As categorias do Estagirita serviam para compreender as coisas. Já o autor da Crítica da Razão Pura, intentava compreender as estruturas a priori do entendimento. A Filosofia Clínica possui cinco categorias que servem para compreender as duas

Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*

 "(...) Em alguns dos primeiros quadros de Goya (...) há algo que perturba, mas não se sabe o que seja. Não a princípio. É porque em todo grupo daquelas pessoas, encantador, o formal, o pastoral, o essencialmente civilizado, há sempre uma que olha diretamente para fora do grupo, para fora da tela, para os olhos da pessoa que contempla o quadro. Essa pessoas que se recusa a conformar-se com as convenções do quadro em que o artista a colocou, interpela e de fato destrói a convenção (...)" "Às vezes, quando se lê um livro ou uma história, as palavras estão mortas, você luta para terminá-lo ou largá-lo, a sua atenção vagueia. Em outra ocasião, exatamente com o mesmo livro ou história, ele parece cheio de significado e ideias, ao lê-lo você parece estar-se enchendo de adrenalina (...)" "(...) então temos de aceitar como verdade a sugestão inacreditável de que não só um pássaro, o raio, música, chuva, as palavras de uma cantiga de roda, mas também um homem falando nu

Reflexões de um Filósofo Clínico*

A pesquisa "Retratos da Cultura" revela que um em cada três brasileiros nunca comprou um livro. E 44% dos brasileiros nunca lêem livros. Nem livros técnicos, nem religiosos, nada: os livros simplesmente não fazem parte do cotidiano de quase metade da população brasileira. E não porque um livro seja caro: sim, é caro, mas custa menos que uma conta de bar ou um lanche de fast-food... Aliás, com o valor que custa qualquer televisão ou smartphone dá para montar uma pequena biblioteca - e, assim, abrir o horizonte da existência. (...) Falando em livros... "[Os pobres], num primeiro momento, quando fizeram o auxílio emergencial, estavam mais preocupados em sobreviver do que em frequentar as livrarias", diz o ministro da economia. Por isso, defende que seria melhor se o Estado tributasse mais pesadamente as editoras e distribuísse livros "gratuitamente" aos pobres. Não se trata de polêmica partidária. Não importa se você apóia o governo Bolsonaro ou

Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais***

"(...) Patologizar o comportamento (...) pensar no (mau) comportamento como doença, conforme é sugerido pelas seguintes frases, profundamente reveladoras: 'Será lícito injetar Salvarsan nas veias de todo paciente cujo Teste Wassermann é positivo ? Muitos casos de esquizofrenia 'latente' são diagnosticados como totais, com absoluta certeza. Jamais ocorre ao médico considerar todas as consequências: confinamento do paciente numa instituição psiquiátrica, privação dos direitos civis, abandono de sua profissão, etc...'" "Quando os guardiães de manicômios chamam de 'pacientes' seus prisioneiros e de 'doenças' o (mau) comportamento de seus prisioneiros, e quando se intitulam 'doutores' e chamam suas punições de 'tratamentos', eles estão, com efeito, usando conosco (e possivelmente com eles mesmos) o mesmo ardil a que Ulisses recorreu contra os Cíclopes"  "(...) os homens e as mulheres comuns poderiam ter visto que o p

Para saber aquilo que se conhece***

"Se duvido, penso. Penso logo existo"                 René Descartes Um dos aspectos mais importantes da epistemologia são as derivações, contornos e sua aptidão de inventar e manter interseção com o mundo ao seu redor. Com eficácia de multiplicar desenlaces e engendrar novas formas de racionalidade, destaca-se ao descrever e analisar os eventos que a integram.  Sua investigação analítica transita entre a matéria-prima da experiência compartilhável e a organização interna de cada pessoa. Para entendê-la melhor, a introspecção e as vivências podem ajudar. Nesse tópico é possível entender o pensar sobre as coisas a partir dos desdobramentos da estrutura do próprio pensar. Uma reflexão a descobrir algo mais sobre si mesma.  Até os simulacros da realidade podem ser desvendados por essa via precursora do conhecimento. Sua expansão acontece na relação entre atitudes especulativas, dúvidas e as provisórias certezas.  No esboço sobre si, o viés racional desliza para contornos desconh

Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*

"Meu caro colega: recebi sua carta pedindo-me, com pressa, a biografia de Ramalho Ortigão. Creio que o que você deseja é a biografia do espírito de Ramalho Ortigão, a história interior, a do seu talento, não a história exterior, a da sua vida (...)" "(...) A multidão vê falho. Vê, em Portugal sobretudo. Pela aceitação passiva das opiniões impostas, pelo apagamento das faculdades críticas, por preguiça de exame - o público vê como lhe dizem que é (...)" "(...) Nós em Inglaterra afirmamos, com a Bíblia apertada contra o coração, e a garrafa de gin escondida debaixo da mesa, que a moralidade dos nossos costumes é superior à de todas as nações do Universo (...)" "(...) Teve por isso de construir outra linguagem que pudesse traduzir todo o homem, toda a Natureza, nos seus mais adversos extremos (...) tão dúctil, penetrante, transcendente que pudesse modelar o invisível e dizer o indizível. Victor Hugo disse o indizível, desde o esparso cismar dos olhos azu

O deserto e o dilúvio*

Sonhava ficar em casa de pernas pro ar durante três meses enquanto é jovem e sadio? Pode comemorar. Seu pedido foi atendido. Você está livre do trabalho, da escola, da universidade. Agora tem tempo de sobra pra fazer o que quiser. Não está doente, tampouco aposentado e se tiver sorte ou for precavido, seus rendimentos ainda estão garantidos.   Só que não. Você está doente, mas não sabe. Os sintomas estão saltando aos olhos e você não vê ou se nega a enxergar. Pensa que está saudável e assintomático, mas está enganado. Não estou falando do coronavirus, desta praga vamos nos salvar. A sua doença é mais grave, assumiu uma forma crônica e a única maneira de se curar talvez seja o confinamento obrigatório.   Hipócrates, o pai da medicina, dois mil anos atrás prescrevia que antes de curar alguém é preciso perguntar se a pessoa está disposta a desistir das coisas que a fizeram adoecer. Faz de conta que seu filho adora sorvete, mas precisa parar de comer porque está ficando obeso. Come e

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