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Mostrando postagens de junho, 2011
Filosofia Clínica e a afetividade* A emoção constitui um riquíssimo fenômeno psíquico, examinado com especial atenção pelos estudiosos, sobretudo de perspectivas filosóficas, psicológicas e fisiológicas. Segundo a definição mais tradicional, emoção é uma forte alteração ou perturbação do estado psíquico, acompanhada de determinadas modificações somáticas – corporais – de caráter transitório, como tremores, suor, rubor ou palidez. Fonte – Encyclopaedia Britannica. Entre os exemplos de emoções temos a alegria, a angústia. Mas, na Filosofia Clínica, tais exemplos são apenas formas sem conteúdo. É na historicidade da pessoa que saberemos o que está acontecendo. Por exemplo, algumas pessoas desenvolveram as emoções ao longo da vida de modo tênue. Algumas pessoas não desenvolveram as emoções como desenvolveram a razão, o raciocínio, as buscas, os pensamentos. Isso não constitui uma patologia ou uma perda. Em Filosofia Clínica, uma manifestação como esta pode ser condizente com di
O SILÊNCIO QUE ACOLHE Sueli Vaz Calvet de Magalhães Filósofa Clínica Santos-SP Gostaria de relatar uma ida minha ao Teatro, quando a noite terminou com forte emoção e muitas reflexões. Era uma noite fresca em São Paulo, dia 26 de Fevereiro de 2011, o Teatro Tucarena. A peça, Dueto Para Um, uma adaptação de um dos textos mais conhecidos do inglês Tom Kempinski, inclusive virou filme em 1986 dirigido por Andei Konchalorsky e roteirizado pelo próprio Tom Kempinski, no Brasil foi batizado de Sede de Amar tendo a atriz Julie Andrews no papel do personagem Stephanie. Texto bem escrito, diálogos fortes, a história verídica conta a trajetória da renomada violoncelista inglesa Jacqueline Dupré, que no auge da sua carreira profissional, vê-se impedida de exercer sua vocação por adquirir uma doença degenerativa. A violoncelista vivia em Londres, concertista de renome internacional, era um dos gênios da arte interpretativa do séc. XX segundo João Carlos Martins. Casada com o pianista e ma
Aprendendo Patrícia Rossi Filósofa Clínica Juiz de Fora-MG Usar filtro solar é apenas uma das tantas coisas que precisamos aprender nessa vida. Aprender a desaprender. Aprender a respeitar, o outro e principalmente nós mesmos. Aprender a deixar de lado a vergonha: se erramos, o que os outros tem com isso? Todo mundo erra, não seremos melhores nem piores do que ninguém se isso acontecer. Aprender a nos aceitar: é somente quando isso acontece que aprendemos que umas gordurinhas a mais não vão fazer diferença na busca de um amor, no compartilhamento de uma amizade ou no prazer de uma balada com os amigos. Aprender a se respeitar, por você ser quem você é, e ter um DNA só seu que ninguém mais no mundo compartilha com você, ter orgulho por isso. Aprender que o amor se constrói com respeito ao outro, e não com imposições. Você nunca achará o par perfeito, simplesmente porque não existem pessoas perfeitas. Se nós mesmos não somos, porque procuramos isso no outro? Aprender a l
Doutor, eu ando sobre as águas!* "Se não fizesse versos Enlouqueceria. Minha saúde mental Depende da poesia.” Prado Veppo Assim se inicia uma viagem pelos arredores do recomeço, onde a palavra mais antiga se encontra com seus rituais de anúncio. Interseção entre o esboço dos primeiros traços e os símbolos originados na conversação. Nessa época as mãos e braços podiam servir para acolher, cuidar, abraçar tudo ao seu redor. Um tempo onde os dias e as noites se encontravam para passear e se alimentar dos diálogos intermináveis, tudo era bem vindo. Os passeios seguiam as madrugadas, ao jardim cabia reinventar amanhãs. Alimento vigoroso num romance do sereno com a lua. As lágrimas oferecidas pelo céu nutriam o terreno dos brotos. Nesse tempo, se sabia sem pensar: sonho e realidade aconteciam no mesmo lugar. Depois foram chegando outras razões, algumas delas encarceraram e destituíram àquelas de legalidade, jamais da legitimidade sonhadora. Nesse sentido, o exercício da
As vidinhas sob os meus auspícios Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre-RS De todas as alegrias que a vida já me deu e continua dando, quero falar de duas que são muito especiais. A primeira delas é o aprendizado da filosofia como algo vivencial e prático e a segunda é a ‘maternidade’ da Miara, da Pipoca e do Peppe, meus gatinhos viralatas lindos. O ponto de intersecção entre essas duas alegrias foi uma aula em que se estudou sobre a vida ‘nas’ coisas, algo diferente da vida ‘das’ coisas. Faz muito tempo atrás e convidava cada um a entender a vida como uma força superior, suprema, presente em todo o universo e que se manifesta das mais diversas formas: árvores, plantas, animais, riachos, pessoas... Desde então vejo tudo com outros olhos. Uma pedra não é apenas uma pedra. É um organismo com zilhões de possibilidades de formas que reuniu determinados elementos que lhe garantem textura, peso e composição únicos. Uma planta não é apenas uma planta. Mais complexa que a
Dois mundos Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Ando pirando em dois mundos. Um que escarrado foi, mas que a última gosma ainda gruda, por um fio minúsculo prende e mancha de roxo meu tendão. Outro cheio de vida nova que agarro ferozmente em sonhos e para onde me dirijo. Meu pensamento andarilho leva meu corpo, entre veredas onde busco prazeres que saciem minha sede. Preciso ir! Fugir do tédio desses dias quentes, madrugadas arrastadas. Quero usar o tempo e me fartar com novos ares, pés nus, livre pensamento. E nesta fúria alegre, despejar raios ao meu redor. E meu redor é minha casa, meu amor, minhas gatas, meus amigos, as flores que virão. Lá onde entre os odores, sabores, sons e descobertas haverá tempo de boa solidão prazerosa. Sorverei de minhas próprias entranhas o energético capaz de limpar definitivamente o repugnante fio. Pés alados, novas horas, céu imenso... Lá em espírito já estou!
Coisas que ficaram pelo caminho Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Porto Alegre-RS Há aspectos corriqueiros no consultório, eventos que se repetem, que fazem parte dos protocolos e das rotinas da profissão. Um destes elementos diz respeito às coisas que ficaram pelo caminho e que usualmente a pessoa pode entender como terminadas, bem ou mal, acabadas. Esta impressão se deve muito a fatores como a distância entre os eventos, o tempo que passou, outros acontecimentos que surgiram e que desapareceram depois, entre outros elementos. Quanto a isso, temos caracteres internos, constitutivos de cada questão, que promovem ajustes. Um exemplo: há oito anos, um câncer de mama, debelado após uma extensa ação cirúrgica, causou grande susto. O tempo passou, nunca mais nas relações desta pessoa, e ela com ela mesma, ninguém retornou ao tema. Tumor extirpado e assunto igualmente morto. Quando, no entanto, em uma noite numa formalidade de formatura na Universidade, o tema é ventila
Deslocamento Olympia Filósofa Clínica São João del Rei-MG Bicicleta Gulliver Chinelo de teto Rabo de cavalo Vento no rosto Pele morena Joelho ralado Sol a pino Jarra d'água Açúcar cristal Cubos de gelo Limão rosa da cor do sol Liberdade Saudade...
Filosofia Clínica e os enganos existenciais Bruno Packter Filósofo Clínico Florianópolis-SC Na Filosofia Clínica, tratamos os enganos existenciais como Termos Equívocos, ou seja, quando a pessoa em determinados contextos da vida apresenta dubiedade, confusão, um significado incerto, gerando aspectos como perplexidade, desorientação falta de compreensão ou dúvida. Equivocidade vem do termo aristotélico que significa dubiedade. Há pessoas que não permitem que a dúvida, a divisão, a incerteza, não toleram não saber que rumo tomar na vida. Essas pessoas não sabem viver com esse estado de equivocidade. Elas gostam da precisão, da objetividade e jamais vão permitir em sua vida a vivência de termos equívocos. Na história de vida, muitas vezes, a pessoa quando está em equivocidade ela pode apresentar a queixa de sentir perdida, de estar muito confusa e não saber exatamente o que fazer para solucionar a equivocidade. Algumas pessoas que associam as suas ideias os estados e
Amantes Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora-MG Amantes Somos todos que amamos Incondicionalmente Amantes Somos todos que aceitamos Os diferentes de nós Amantes Somos os que compreendemos Com coração aberto Amantes Somos os que compartilhamos Os silêncios e as dores Amantes Somos nós que escutamos Sem julgamentos Amantes Somos os que aprendemos Com a singularidade de todos Amante sou eu De você Que prezo o Nós Seja qual forem as circunstâncias Amantes Somos todos que conjugamos O verbo ação Amar
VINHO E MOINHOS Vânia Dantas Filósofa Clínica Uberlândia – MG Talvez a comunicação com as pessoas ‘diferentes’ seja mais possível pela emoção. Talvez nessa troca nos entendamos, tendo a razão recolhida. Mas como dizer isso para quem define a melhor forma da vida ser vivida, ou seja, através da racionalidade? A própria existência nos ensina a ser, na figura das pessoas e situações encontradas. Assim se percebe que há caminhos para uns e para outros. Com essa emoção me lembro dos delírios que observo no mundo, no caos da Terra e no das imagens mentais. Música, vinho e fantasia. Os moinhos de vento ruflam no meio do mar escuro. Altos, muito altos, construídos de tijolos antigos, querem tirar sal da água, água do sal. Os moinhos se vão com o redemoinho, sobem com o vento como num clipe de Pink Floyd. Esse mar, que é um copo de vinho, vinho amargo pela dor ou prazer adocicado de enjoar. Esse corpo de vinho que se liquefaz no chão já não se agüenta de saudade e não sabe mais com
Comunicado, Inscrições para o XIII - Encontro Nacional de Filosofia Clínica Encerradas! Interessados (as) que ainda desejam inscrever-se para o XIII - ENFIC, a partir de 16-06-2011, deverão encaminhar requerimento ao coordenador geral do evento solicitando liberação para preenchimento de ficha de inscrição e estarão sujeitos a análise e disponibilidade de vagas. Coordenador: Miguel Gomes Filho - E-mail: migomesfi@hotmail.com Um abraço, Coordenação.
Talentos desperdiçados Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Outro dia passei horas curtindo um dos maiores poetas que o Brasil já teve. Além das músicas, li e ouvi muita coisa sobre a vida de Cazuza. Conhecido pelo estilo irreverente e provocador, o artista, carioca da zona sul, morreu aos 32 anos, vítima da Aids. Na minha infância e adolescência, suas letras embalaram as aulas de violão e leituras reclusas. Muito embora ‘Exagerado’ combine melhor com meu tom de voz, tem uma de suas canções que me paralisam: Faz parte do meu show. Alguns dos versos: Faço promessas malucas, tão curtas quanto um sonho bom / Se te escondo a verdade é pra proteger da solidão / Encontro um amigo no peito do meu traidor... Lindíssimos. Quando observamos a carreira meteórica de Cazuza, a profundidade de seus versos, sua capacidade de retratar toda uma geração crítica, bem-informada, e desesperada por uma razão para viver, é natural que se lamente a perda de um grande talento. É a mesma
Olá amigos, Nosso Banquete Filosófico Clínico no Casarão do Belvedere será sábado, dia 18/6, às 17 horas. Desta vez contaremos com a presença de Leo Cavalcanti ( www.leocavalcanti.com.br ), que nos apresentará algumas de suas composições. Os Banquetes Filosófico Clínicos são conversas informais sobre questões cotidianas, abordadas sob a perspectiva da filosofia clínica, podendo ser apresentadas em diferentes linguagens (poesia, prosa, música, pintura, vídeo, dança, teatro...). Em 2011, a temática central de nossos encontros é a questão da diferença. Tragam suas questões, suas expressões, sua arte. Banquete Filosófico Clínico no Casarão do Belvedere Sábado, 18 de junho 17 horas Rua Pedroso, 267 - Bela Vista - São Paulo Programação gratuita Instituto Interseção www.institutointersecao.com (11)3337-0631
Onde tuas asas te levam II* Letícia Porto Alegre Jane Difini Kopzinski Rafael Gabellini Ribas Filósofos Clínicos Porto Alegre-RS Asas que levam a vôos rasantes, altos demais ou em um rumo descoordenado, procuram ajuda para voar no sentido correto de seu próprio vento. Nas palavras de um ser, dentro da verdade de uma historia contada no momento da terapia ou no hospital psiquiátrico ao filósofo clinico que, diante do partilhante, faz uma escuta sem julgamentos deixando o outro a sua frente se expressar e acolher, captando sua singularidade e principais características das Eps, integrando um momento mágico de interseção. Desejos, buscas, vontades, todos temos, mas qual o limite entre aquilo que se conhece por loucura, um devaneio, uma simples expectativa? Conforme a direção do vôo, haverá como saber o que é plausível e verdadeiro para quem é incapaz de acompanhar esse vôo? Asas que levam a várias direções e autogenias, se mostrando somente no momento da terapia. Partil
INVERNO Olympia Filósofa Clínica São João del Rei-MG Fogão de lenha Panela de barro Colher de pau Porção de fubá De moinho de água Torrado na manteiga Sal e alho Couve rasgada Ovo caipira Cachaça Mineira Cheiro de Lar...
Saudades Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Saudades. Sentimento estranho e cruel que arrebata a alma, desafia a dor e obriga a recomeços, impondo um novo tempo. Tempo de dizer adeus e olhar em frente, pois a vida continua... Saudades do que está longe... do que não vivi... de significado e de incondicionalidades. Saudades existenciais.
Aceitando você como você é Patrícia Rossi Filósofa Clínica Juiz de Fora-MG Voltando do Café Filosófico hoje, cujo tema foi "Montaigne e a auto estima", me deparei com algumas questões e gostaria de compartilhá-las com vocês. Montaigne foi um filósofo do fim so séc. 16 e um pouco diferente dos outros. Segundo ele, é preciso superar a vergonha do corpo e da mente e o medo do julgamento alheio para levantar a auto-estima. “A pior desgraça para nós é desenhar aquilo que somos” dizia ele. Em sua filosofia ele dizia que “temos tantos problemas justamente porque somos racionais, porque pensamos, e isso atrapalha nossa relação com nosso corpo. Ao contrário dos outros animais temos repulsa por nossa corporalidade. Achamos que somos gordos, brutos ou desajeitados demais. Desenvolvemos distúrbios alimentares, complexos sexuais e bloqueios.” Pensando assim, podemos ver que isso não mudou com o passar dos anos. Percebemos então que a relação com o corpo vem muito antes do mas
Bom dia, Informamos que as inscrições ao XIII Encontro Nacional de Filosofia Clínica se encerram no próximo dia 15-06-2011. Confira a programação completa e acesse o site: www.ceficcgde.com.br para garantir sua vaga. Um abraço, Coordenação.
Afinal, você está namorando? Ildo Meyer Médico, Escritor e Filósofo Clínico Porto Alegre-RS A História: O imperador romano Claudio II proibiu casamentos durante as guerras com o argumento de que homens solteiros eram melhores combatentes. Um bispo chamado Valentin rebelou-se contra esta ordem e continuou celebrando casamentos secretamente. Acreditava tanto no amor que foi mais além, casou-se também. Descoberta a transgressão, Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto aguardava sua execução, sucumbiu novamente ao amor e apaixonou-se pela filha cega de um carcereiro. Comunicavam-se através de bilhetes onde assinava sempre “seu namorado Valentim”. Reza a lenda que milagrosamente a amada recuperou a visão, o que explica como conseguia ler sem enxergar. Valentine’s day é celebrado como o dia dos namorados no dia 14 de fevereiro na maioria dos países. No Brasil os namorados comemoram em outra data, 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio, conhecido por seus “milagre
Comunicado urgente, Informamos que as aulas de Filosofia Clínica com Hélio Strassburger, inicialmente marcadas para os dias 10, 11 e 12-06 em Juiz de Fora-MG e Petrópolis-RJ, estão canceladas. As cinzas do vulcão chileno chegaram ontem à tarde ao sul do país, fechando aeroportos e cancelando todos os voos. Confirmamos o próximo módulo de estudos para os dias 08, 09 e 10-07-2011. Agradecemos a compreensão de todos. Um abraço, Coordenação.
É de mim que tenho mais saudades Jussara Hadadd Terapeuta Sexual e Filósofa Clínica Juiz de Fora-MG É muito comum ouvirmos mulheres de todos os tipos queixando-se de suas vidas, principalmente quando estão há muito tempo envolvidas com alguém. Queixam-se de que não dançam mais, que não cantam, que não exercem a sua sensualidade, que estão ficando velhas e secas mais depressa do que imaginavam. Queixam-se da falta de romantismo em que suas vidas se inseriram. Queixam-se dos homens que amam e dos filhos que este amor gerou. Queixam-se de Deus e do mundo ao seu redor. Chegam quase a se arrepender da opção de partilhar a vida com alguém. Numa relação estável é muito comum que a mulher conste como a parte menos conformada da situação e que logo, com poucos anos de convivência, se sinta anulada e cobrando caro toda a dedicação dispensada ao convívio (ao bom e sereno convívio), entre ambos. Um erro muito frequente está intrínseco ao fato de a mulher fantasiar demais antes de se relac
Ser feliz é muito fácil Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Vivemos uma época em que, para ser feliz, é muito fácil. Partindo da premissa de que existem momentos e episódios pontuais na vida de cada um que podem ser uma usina de alegria (promoção no trabalho, casamento, nascimento do filho, viagem, etc), e que existem situações mais ‘permanentes’ (como trabalhar naquilo que gosta, ter uma renda compatível para o estilo de vida que se aprecia, um relacionamento afetivo conforme sua própria natureza e recíproco...) podemos dar uma atenção especial, no caso das anteriores ainda estarem em processo de construção, aos pequenos prazeres cotidianos. Para quem gosta de música, por exemplo, é muito fácil: liga o rádio, escolhe um cd, puxa um arquivo específico no mp3, e tantas outras possibilidades, como os vídeos no youtube. Até não muitas décadas atrás, se alguém quisesse ouvir música (e como faz bem pra alma), precisava pegar uma viola e tocar e cantar, sem a facilida
Convite, Café Filosófico: Quando o que utilizamos como um BEM (ético) é usado de volta contra nós. O café filosófico é um acontecimento com periodização mensal com temas variados, realizado sempre aos domingos das 18h30 às 20h, envolvendo o instrumental da Filosofia Clínica ou não, e coordenado por Filósofos Clínicos e outros convidados. O Coordenador do dia faz uma exposição por aproximadamente uns 40 minutos e posteriormente, abre para questionamentos e manifestações do público presente. Próximo Café: DATA: 12/06/2011 - Horário: 18h30min. Explicação – Suponha um sacerdote que utiliza o amor e a compreensão como instrumento de ensino e encontre pessoa, ou pessoas, que usem precisamente este amor e esta compreensão com arma para manipular o sacerdote. Quais os caminhos, quais as orientações? Coordenador do Dia: Prof. Dr. Lúcio Packter – Fundador da Filosofia Clínica Local: Auditório da Paulus Livraria, sito à Avenida Calógeras, 2405 Campo Grande-MS (entre Marechal Rond
O viajante de amanhãs* “O filósofo é uma das maneiras pela qual se manifesta a oficina da natureza – o filósofo e o artista falam dos segredos da atividade da natureza.” Friedrich Nietzsche O espírito aventureiro impróprio a cristalização do saber, se refaz nas escaramuças de um território movido a movimento. Seu viés de intimidade precursora se alimenta das ruas, estradas, subúrbios desmerecidos. É incomum ser facilmente compartilhável, esses eventos anteriores ao engessamento conceitual. A irregularidade narrativa como propósito sem propósito, se reveste de uma quase poesia, para tentar dizer algo sobre os eventos irreconciliáveis com a ótica dos limites bem definidos. Essa lógica de singularidades flutuantes se aplica as coisas irreconhecíveis ao vocabulário sabido. Seu desprezo pelas fronteiras, objetivadas pelos acordos e leis, é capaz de antecipar amanhãs no agora irrecusável. Num caráter de existencia marginal entre o cotidiano e a miragem da
Pressão Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Juiz de Fora/MG Esses dias, ouvindo alguns estudantes de medicina, aprendi que o corpo que apresenta problemas de pressão arterial alta, num primeiro momento deve esperar ver se o próprio organismo se regula sem intervenção farmacológica. Isso também acontece com as questões psicológicas. As dores existenciais são expressas em certos momentos até em “esteticidade bruta”, ou seja, por ações ou expressões fortes como choro, gritos, ações agressivas, xingamentos, etc. Interessante foi perceber que esses mesmos estudantes logo depois acreditavam na possibilidade de recorrer a remédios para sanar suas dificuldades psicológicas. Mesmo sabendo que receitar remédios para um paciente só deve ser feito quando necessário, eles já se auto creditaram o diagnóstico de necessitados de remédio para sanar seus conflitos existenciais. Se o corpo apresenta determinados problemas em seu funcionamento, as causas podem ser resolvidas assim que descob
COMO ACABAR COM A CONCORRÊNCIA Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre-RS Todo palestrante precisa saber que em algum momento de sua carreira vai enfrentar situações constrangedoras. Uma pergunta de cunho pessoal, um microfone que não funciona, um branco na memória, uma imagem trocada na tela...Com o tempo, a experiência vai ensinando a contornar com leveza e humor estes contratempos. Nem sempre. Certa ocasião, minutos antes de iniciar uma palestra de Marketing para Médicos no interior de São Paulo, recebi o telefonema de um ginecologista local perguntando se havia a possibilidade de recebê-lo antes da apresentação. Combinamos um breve encontro e ele foi direto ao assunto: - Quanto o senhor está cobrando por esta palestra? Pago o dobro para que o senhor não se apresente, vá embora da cidade e não ensine nada de marketing para meus colegas. Quero uma aula particular, assim vou ganhar a concorrência. Fiquei tão espantado com a proposta que quase perdi a voz. Não s
Onde tuas asas te levam? Leticia Porto Alegre Jane Difini Kopzinski Rafael Gabellini Ribas Filosofos Clinicos Porto Alegre-RS Ao caminhar pelo jardim do hospital psiquiátrico, em verdes campos, flores, com o som da água ao fundo caindo pelas pedras e tomando um rumo desconhecido, observamos pássaros indo ao encontro de suas necessidades singulares. Alguns voam para longe, outros buscam as árvores e gramas, e outros que lá pousam levados pelo vento em uma direção descoordenada do seu real pouso. Os pássaros, assim como os partilhantes, possuem em sua natureza o processo de construção de seu próprio vôo. A linguagem singular do partilhante usada na consulta, na maioria dos casos, sem o tempo suficiente de se coletar uma historicidade completa que permita elaborar sua EP, apenas apresenta algumas características dos tópicos dominantes permitidas pelas circunstancias. O filosofo clínico, nas consultas com os partilhantes internados, acaba por ter que se arriscar em su
Navegação Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Nau conduzida em sonhos Mares, marés, maresias Sal nos lábios Palpitações verde beira calcária casca ovo do mar Circe espreita círculo mitológico Sexta-feira corre olhar antropofágico recomeço ou danação
Sob meu próprio sol Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Quanto tempo nos entretemos a procurar o sol? Na verdade, o tempo não importa. Porque encontrar o próprio sol é para muitos uma meta, um fim a ser alcançado, ainda que não necessariamente saboreado. Continua valendo o prazer do percurso, mesmo que muitas vezes extenuante. Alguns ousam desistir, mas aí... haja coragem para fechar as cortinas. Outros apenas permitem uma fresta de luz penetrando, vislumbrando poeiras e aparições. E o sol... o sol que nos ilumina o espírito é o mesmo sol que aquece nosso íntimo; o mesmo que incendeia o corpo e a alma em momentos fugazes e o mesmo que produz as sombras que nos escapam. Desejar o sol é uma potência que nos credita sentido, que nos redime da ilusão que ronda nosso cotidiano, que nos lembra da necessidade premente de respirar e de seguir adiante. Há um lugar onde o sol acontece e na percepção do espaço, do lugar que nos pertence, intuímos o que dá sentido ao espetáculo q
Sfumato Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Iniciei o ano tocando pandeiro. Melhor: tentando aprender, sob a orientação de amigos que se revezavam no violão, no microfone do videokê e na coreografia. Tamanho o talento das pessoas, em minutos já tínhamos nos arranjado para formar uma banda que até nome já tem: Inimigos do Ritmo. Mas não estou escrevendo para divulgar o novo grupo musical, cujo repertório contempla, a julgar pelo primeiro ensaio, estilos como gauchesco, pagode, MPB, música latino-americana, bossa nova e jovem guarda, com possibilidade ainda de expandir para o samba e axé. Isso tudo sem considerar a grande chance de o grupo criar seu próprio estilo musical, para desespero principalmente dos vizinhos. Estou escrevendo para falar sobre sfumato. A palavra, em italiano, significa exatamente ‘esfumaçado’. Um dos maiores gênios da humanidade, Leonardo da Vinci, a adotou como um dos eixos de sua filosofia de vida. Acreditava, o artista e cientista, que sa

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