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Mostrando postagens de março, 2012
Gramática da vida Pe. Flávio Sobreiro Poeta, Filósofo Clínico Cambuí/MG No plural da vida sou o singular de minha história nos pontos finais insisto em ser reticências de esperança conjugo o verbo do meu viver no presente dos sonhos escrevo nas linhas da vida com a cor das possibilidades no imperfeito que sou aprendo com erros de tristes interpretações com as vírgulas das experiências separo o que de mim não pertence interrogo a indiferença e exclamo de surpresa diante dos mistérios divinos abro as aspas da alma para citar o amor de outros verbos no sujeito simples que sou me encontro com o composto, o indeterminado e o oculto que ainda busca se encontrar nos parênteses da vida sou a gramática de meus sentimentos
O sonho das palavras* “Quem se entrega com entusiasmo ao pensamento racional pode se desinteressar das fumaças e brumas através das quais os irracionalistas tentam colocar suas dúvidas (...).” Gaston Bachelard Um enredo malabarista se insinua em rasuras de quase traço. O sonhar das palavras rascunha vontades, antecipa delirando aquilo desconsiderado pela razão conhecida. Seus apontamentos dizem mais do que consegue traduzir. Não-ser acontecendo nalgum ponto entre realidade e ficção. Essa sensação do fenômeno ter alguma sobrevida nos termos agendados no intelecto, possui rasgos de transcendência inevitável. Parece reverenciar o lugar instante onde a exceção, o acaso, se desdobram no agora continuado. É possível ao verso irreal conter mensagens ilegíveis. Sua referência ao texto repleto de incompletudes parece querer dizer, ao leitor atento, sobre as alternativas de reescrever-se com sua leitura. Como se fora um rascunho a silenciar sobre a linguagem da natureza da lin
A diferença singular estrangeira e o espaço entre nós e os outros Josy Panão Filosofa Clínica São Paulo/SP (...) A cada peça de roupa e a cada objeto meu que organizava, a sensação era de que, por mais identitárias que essas coisas fossem, eu me despojava de uma zona de conforto, de um lugar onde minha identidade exercia seu legítimo direito de existir. Essa sensação era algo difuso num ambiente onde era grande o impacto de viver um projeto novo e completamente diferente de tudo que já havia vivido antes. E por isso mesmo, perceber o que acontecia por dentro só podia realmente se dar num outro momento: num momento em que a conexão com essa nova experiência que se abria para mim encontrasse um plano de fundo totalmente diferente. Partia levando minhas malas e todas as minhas expectativas. Seguia rumo ao desconhecido, ao encontro como o outro; partia com o corpo todo preenchido por uma sensação inexplicável: uma sensação intensa, frágil, delicada, desnorteante, vital. Viver
Desejos Patrícia Rossi Advogada, Gestora em RH, Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Hoje eu resolvi “não fazer nada”, que no final acabou sendo um “fazer tudo”. Um tudo diferente… uma faxina… faxina da alma. É tempo de catarse, momentos de reflexão, solidão, pensamentos, desejos, pedidos… amanhã será outro ano. Meu ano de verdade só começa depois que faço aniversário. Meu calendário é diferente, é só meu. Vai de acordo com meu nascimento. Começa e termina comigo. E é comigo que preciso conversar e trocar figurinhas hoje. Falar com a pessoa que encontro desde a hora que acordo até a hora, o minuto e o segundo que vou dormir. Essa pessoa que vejo todos os dias no espelho e que se mostra com mil facetas pra mim: tem dias que está bonita, maquiada, arrumada, e tem dias que está horrível, de cabelo em pé, olheiras, toca no cabelo ou com um pijama que só o espelho e a cama conhecem. Pessoa mais íntima pra mim impossível. E apesar de toda convivência ainda continua sendo um misté
O que permanece quando muda? Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Juiz de Fora/MG Gosto de algumas afirmações heraclitianas, sobretudo a ideia de movimento. Plutarco (46 a 126 d. C) apontando concepção de Heráclito (535 a 475 a. C.) diz: “Em rio não se pode entrar duas vezes no mesmo, segundo Heráclito, nem substância mortal tocar duas vezes na mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança dispersa e de novo reúne (ou melhor, nem mesmo de novo nem depois, mas ao mesmo tempo) compõe-se e desiste, aproxima-se e afasta-se” (Plutarco, Coroliano, 18 p. 392 B.). A proposta de mudança pensada por esse pré-socrático pude vivenciá-la ao longo do que a vida me concedeu experimentar até agora. Eu mudei, a realidade à minha volta mudou, as pessoas mudaram. E talvez uma das mudanças mais claras e necessárias que experimentei foi a aproximação de algumas pessoas e o afastamento de outras. Aprendi que na medida em que mudamos, não mudamos o modo de ser das pessoas ao nosso r
Sobre a Lua Luana Tavares Filosofa Clínica Niterói/RJ A Lua sempre me encantou, mas não por algo em especial e sim por puro fascínio. Na verdade, não saberia explicar exatamente o porquê, talvez simplesmente a entenda como se fosse um espelho da própria singularidade humana. A Lua é inteira, é metade, se oculta e transparece no seu próprio tempo, mas também reflete, provoca, inspira, desvanece. Seu movimento preenche expectativas, controla colheitas, determina processos e desperta poesias... sem justificar ou se explicar, apenas concentrando a vida em suas fases e não se importando com as distâncias e as temporalidades. Desde que seu brilho não seja ofuscado pelo vácuo insondável da simplória existência, ela se manifesta a quem puder senti-la e apreciá-la. Também partilha momentos de intimidade e introspecção, assim como aqueles de euforia e perdição. Já presenciou dores e alegrias, discursos vãos e profundas falas de rua. Das sombras à plenitude, cumpriu seu destino de ma
Fragmentos filosóficos delirantes XCI* "As letras que compõem uma palavra, embora sendo cada uma racionalmente insignificante, buscam em nosso espírito, incessantemente, sua liberdade, a liberdade de significar outra coisa." "Dionísio é um deus complexo, dialético; é ao mesmo tempo um deus infernal e da renovação; é o próprio deus desta contradição." "É necessário lembrar que a classificação das vozes humanas - como toda classificação elaborada por uma sociedade - nunca é inocente." "(...) constato, mais uma vez, como é difícil falar daquilo que se ama." "O estatuto do canto romântico é, por natureza, incerto (...) como arte extrema, se exprime através de um ser singular, intempestivo, marginal, louco se, em um último gesto de elegância, não recusasse a máscara gloriosa da loucura." "A voz humana é, na verdade, o espaço privilegiado (eidético) da diferença: espaço que escapa a todas as ciências, pois nenhuma ciência (f
RETIRANTE DE SI* Vânia Dantas Filosofa Clínica Uberlândia/MG Vou-me embora[1] pro meu exílio[2]. A exilada procura semelhanças e não se encontra. Mora no escritório, trabalha no quarto. Às vezes procura a sorte como Macabéa[3] e teme seu fim, como acontece ao consultor de cartomante[4]. Mas seu futuro estava ali, está acontecendo tudo como foi visto. E digo mais, como foi escrito. Especializou-se em compor mitos sobre os quais funda sua esquizo-análise[5]; escreve antes o que vai viver. Conhece o personagem de Jack Nicholson[6], nega que também tenha uma coleção de rituais para se sentir melhor e... por favor, pare de escrever e viva – mas está assim na vida, perdida! Da percepção de Lya[7], destaco a solidão na praia. O cinza presente em tudo, como nas nuvens deste final de ano; tudo se decompõe porque ela assim se faz. Vê a dor dos outros porque também sente uma – várias: da infância, da falta, da adolescência, da idade adulta, da madureza, da velhice. Não termina feliz, m
Primeiros outonos Pe. Flávio Sobreiro Poeta, Filósofo Clínico Cambuí/MG Aprendizados nascem de experiências de antigos passados e novas esperanças sempre assim uma lágrima que brota da dor e muitas saudades sem nome de despedidas que anunciam o regresso daquilo que em nós sempre esteve guardado nos jardins de nossa alma saudade é flor que desabrochou e se perdeu em outras tantas no mistério que somos o singular dos múltiplos plurais que habitam meu ser perdem-se em mundos de outras dores e em sorrisos de novos tempos viver talvez seja isso fazer de cada outono a despedida de processos que cumpriram seu papel e esperam as possibilidades de novas estações que anunciam as alegrias de sementes que serão frutos de um novo tempo que vai chegar
Coisas simples encantam a alma Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Escritora, Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Estou convidando você a parar um pouquinho. Olhar seu entorno E ver...sentir...perceber. Há vida pulsando em tudo. Átomos em movimento. Coração, em sístole e diástole, no ritmo da terra, Tocando seu tambor. Na complexidade existencial a simplicidade no foco. Instante de suprema atenção. Figura no fundo vasto e intenso. Ponto de encontro. Um ponto apenas. A diferença. Entrega. Rendiçåo - rendenção. Para quem vê e ouve nesta pausa. A revelação. As coisas simples encantam a alma. Músicas e cores dançam a celebrar a vida. A poética do existir perpassa todo o corpo. O nada se faz tudo. Benção dos deuses. Sem bem, sem mal. O que é apenas é no vir-a-ser. A razão pura, intuição, faz brotar O lótus da criatividade suprema. Inspiração. Respiração. É vida!
Em cima da hora! Um super abraço aos colegas que embarcaram ontem a tarde de São Paulo em direção à Universidade Hebraica em Israel. Terão pela frente uma jornada de estudos, celebração de parcerias, confraternização com a cultura local. Que os bons ventos ofereçam saber, sabor e harmonia ao querido grupo de Filósofos Clínicos, coordenados por Lúcio Packter. Coordenação.
Alfin, o fantasma Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Alfin notou que Samary o chamava eventualmente de Velles quando muitos meses depois de se conhecerem ela o chamou de “... não diga assim, Velles” – em frente a um amigo em comum. O amigo em comum conhecera Velles, ex marido de Samary, e comentou, com ar afetadamente informal com Alfin enquanto Samary atendia a uma breve chamada no celular. Alfin achou curioso e passou a reparar na frequência com que Samary o chamava de Velles. Estes reparos se somaram a outras observações como “... tu nunca me ouves” – logo ele que se caracterizava entre as pessoas por ser um compadecido ouvinte. E “... tu sempre me colocas para baixo, nunca me apoias”, expressões sinônimas de “...estás sempre me criticando”. Alfin começou um processo de perguntas a Samary. As respostas de Samary eram somente confirmações para as perguntas. - Samary, eu sempre te critico? - Sempre... ontem quando comprei aquele sapatinho baixo me perguntaste po
Singularidade Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Recebi um e-mail de um amigo empresário depois da aula sobre Filosofia Clínica nas Organizações. Nessa aula, estudamos Schopenhauer, principalmente na parte de seus escritos, quando ele nos diz que o mundo é a nossa representação: “O mundo é a minha representação (...) tudo que existe, existe para o pensamento, isto é, o universo inteiro apenas é objeto em relação a um sujeito, percepção apenas, em relação a um espírito que percebe numa palavra, é a representação”. Sendo assim, existem tantas representações de mundo quanto pessoas existem sobre a Terra. “Como vou me posicionar diante de um ponto problemático como esse em minha empresa?” – perguntou o empresário. Veja só, disse-me ele: “Eu tenho uma visão de mundo que não é a mesma visão de meu diretor, que por sua vez tem uma visão diferente de seus subordinados, que por sua vez tem visões diferentes entre si, sen
Divagações I Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Juiz de Fora/MG O mito, tanto quanto qualquer construção referencial humana pode ser desfeito, destruído ou reelaborado pelo homem que o criou. Nenhum constructo humano cuja finalidade é compreender ou dar sentido à natureza ou ao cosmos, pode ser considerado absoluto. A experiência e os fatos demonstram que toda afirmação humana elevada à absolutização, tomando caráter dogmático – não somente no sentido religioso, mas político, social, cultural, etc. – acabou por tornar-se opressiva, agressiva ou punitiva para os que não comungaram da afirmação proposta. Os inovadores tenderam a ser massacrados pela massa que já haviam aceitado, por convenção, afirmações que um dia foram novas e agora tornaram-se “verdades”. Tudo o que o homem tem como referencial a partir do qual todas as suas ideias são desenvolvidas vem por meio dos sentidos. No primeiro momento, os sentidos fornecem as primeiras impressões e, com o tempo, desde as primeir
Fragmentos filosóficos delirantes XC* "Não-coisa O que o poeta quer dizer no discurso não cabe e se o diz é pra saber o que ainda não sabe. Uma fruta uma flor um odor que relume... Como dizer o sabor, seu clarão seu perfume? Como enfim traduzir na lógica do ouvido o que na coisa é coisa e que não tem sentido? A linguagem dispõe de conceitos, de nomes mas o gosto da fruta só o sabes se a comes só o sabes no corpo o sabor que assimilas e que na boca é festa de saliva e papilas invadindo-te inteiro tal do mar o marulho e que a fala submerge e reduz a um barulho, um tumulto de vozes de gozos, de espasmos, vertiginoso e pleno como são os orgasmos No entanto, o poeta desafia o impossível e tenta no poema dizer o indizível: subverte a sintaxe implode a fala, ousa incutir na linguagem densidade de coisa sem permitir, porém, que perca a transparência já que a coisa ë fechada à humana consciência. O que o poeta faz mais do que mencioná-
PARECE FICÇÃO CIENTÍFICA, MAS NÃO É. INFELIZMENTE. Ildo Meyer Médico, Filósofo Clínico, Escritor Porto Alegre/RS Dizem que médicos não são bons administradores. Sabem tratar de pacientes e doenças, mas quando precisam negociar honorários, tabelas, vencimentos, pacotes hospitalares deixam muito a desejar. Existem exceções, mas em regra, médicos preocupam-se muito mais com a saúde dos pacientes do que com os custos para mantê-la. O risco deste comportamento é que a gestão da saúde, se não for muito bem controlada, pode ser deficitária. A profissionalização da administração, com o intuito de viabilizar o sistema, foi uma exigência quase que formal, porém esbarrou em um problema de sensibilidade. Produtos podem ser gerenciados de maneira fria e matemática, pacientes não. Médicos não conseguem e não podem trabalhar sem envolvimento emocional, compaixão pelo sofrimento e obstinação pela cura. Imagine como seria se algumas m
De que tamanho somos?* De olhos vendados mergulhamos Sem noção de porvires Sem absolutamente nada a respaldar o horizonte Nada que se defina, nada que transpareça Só a linha que se desdobra incansavelmente A nos esperar e a resguardar o infinito Que se retrai indeciso Rumo ao vazio distante e desafiador da imensidão à frente Luana Tavares Ainda que vislumbrássemos o infinito, interna e externamente, qual seria o sentido de tudo? Onde poderíamos estar ou até onde chegaríamos? Quais seriam as probabilidades de reconhecermos o que realmente somos? E qual a dimensão racional que nos conduziria de volta? A probabilidade de haver respostas é mínima, não haveria como dar conta da dança que continuamente nos embala, no sono da imprevisibilidade, e que nos conduz ao eterno, não importando a forma como este seja concebido. Será que entenderíamos a dimensão do improvável? Ou será que alcançá-la não pertence à realidade, mas somente aos sonhos? Talvez apenas não sejamos solitári
Sobre o amor Pe Flavio Sobreiro Filósofo Clínico, Poeta Cambuí/MG Quem poderá explicar a sua origem? Filósofos, teólogos, psicólogos e curiosos tentam dar uma razão ao sentido dele existir. Poetas da alma procuram respostas. Alguns dizem que ele vem sem esperar. Outros que ele nasce aos poucos. Uns dizem que ele surge de um lindo olhar. Outros que falam que o conheceram através de um sorriso. Buscar razões para a sua existência talvez seja percorrer uma estrada sem fim. Onde cada curva revela-nos os mais belos horizontes ainda não conhecidos. Ele é assim: uma surpresa a cada novo momento. Semelhante as flores que desabrocham e exalam o seu mais suave perfume. Mario Quintana sabia que se morresse deste mal ainda continuaria vivendo: “Tão bom morrer de amor e continuar vivendo” O amor é como uma noite de estrelas iluminando a infinitude de nossa alma. Compreende-lo é romper com o mistério que o torna único. Suas razões são tão variadas como as flores de um jardim. Porém de uma
2012, seja bem vindo, finalmente! Patrícia Rossi Advogada, Psicoterapeuta, Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Hoje é dia de viver o luto. Mas se engana quem pensa que viver o luto é ruim.. não! Pelo contrário. Ele faz parte do crescimento, amadurecimento, transformação. Mas luto de quê? Luto de tudo que vivemos no passado e que precisa ser mudado, precisa seguir adiante. Luto de 2011, de velhas metas não realizadas… luto de carnaval, de samba, de viagens, de praia, amigos, pôr do sol.. de juntar os amigos em uma tarde ou noite sem se preocupar com o trabalho ou o estudo no dia seguinte. Mas o luto é renovador. O ano finalmente começa e com ele o renascer. Agora é hora de parar, respirar, olhar pra dentro de você e realmente colocar em práticas todos aqueles objetivos traçados no reveillon. Tirar eles do papel e concretizar. Que venham os estudos que prometemos serem em dobro, o trabalho que decidimos empenhar com mais garra… as dietas, a ginástica… novos amores, novos amigos
Escócia Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Em uma acolhedora cafeteria de uma pequena cidade do centro-oeste, onde faço as clínicas didáticas com os alunos, por entre os vidros e letras pastel escritas neles, observo que faz uma tarde muito bonita, o sol se inclina suavemente. A pequena cidade é arborizada em suas ruas longas e retas. Hoje pela manhã, caminhei pelo centro e agora que meu café chegou, inicio cartas semanais que escreverei por meses a colegas, alunos e leitores que viajarão comigo para a Escócia no segundo semestre. A cada ano, reúno pessoas que desejam viver uma jornada de estudos, conversas, vinhos e caminhadas por algum belo recanto do mundo. Em 2011 iremos à Escócia, um país que me é familiar e com o qual eu tenho uma afeição antiga. A Escócia começa por muitos lugares, pela Royal Mile, em Edimburgo; pelos castelos em todas as partes; por suas colinas e campinas; por seus vales e highlanders; suas comidas e bebidas; suas tradições, lendas e históri
Fragmentos filosóficos delirantes LXXXIX* "A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida. Os gregos adivinharam esta verdade com aquele maravilhoso instinto artístico que tinham, e colocavam no quarto da noiva as estátuas de Hermes ou de Apolo, para que ela parisse filhos tão lindos quanto as obras de arte que podia ver nos momentos de êxtase e nos momentos de angústia." "O caminho do paradoxo é o caminho da verdade. Para pôr à prova a realidade é preciso vê-la andar na orda bamba. Só quando as verdades tornam-se acrobatas podemos julgar o valor delas." "Aquela dama estava usando arrebique demais, ontem à noite, e roupa de menos. Isto sempre é sinal de desespero numa mulher." "O artista ignora as simpatias éticas. Para o artista uma predileção ética representa uma imperdoável falta de estilo." "Quanto a acreditar, estou pronto a acreditar em tudo aquilo que é inacreditável." "Os amantes fiéis só conhecem o
Entre o Sagrado e o Profano não sobra lugar para promiscuidade. Jussara Haddad Terapeuta sexual, Filosofa Clínica Juiz de Fora/Rio de Janeiro Em tempos onde a Filosofia e a busca por sabedoria estão em alta, onde as religiões começam a ser respeitadas ou conscientemente desprezadas em seus pontos de vista, ouve-se muito falar de questões mais elevadas que envolvem a sexualidade humana. Muitas dúvidas sobre o comportamento sexual estão latentes e buscam esclarecimento para o que pode ou não comprometer nossa dignidade e nossa evolução moral, intelectual e espiritual. Bom isso não é? Elevação através de uma preocupação com o que se faz com o corpo e com a alma perante a necessidade carnal e energética de fazer sexo? Preocupação e lembrança de sermos bem mais que animaizinhos seguidores de seus instintos o que em uma visão muito errônea se baseiam algumas pessoas para praticarem sexo sem “pé e nem cabeça”. Os animaizinhos ainda são melhores que nós neste sentido. Pois é, finalm
Amar sempre amar Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filosofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG Falar de amor em tempo de mutação e transição é um convite a imaginar com o coração,onde a poética do existir nos leva a um "fazer a alma", um cuidar do outro. A alma é múltipla e plural, politeísta, pois representa o Olimpo inteiro em nós. Alma é nossa totalidade psíquica. Logo, alma é amor, amor é alma. A alma transita por nossa existência abrindo às possibilidades infinitas. Sem alma o amor não circula, sem amor a alma fica nos pantanais. Falar de amor talvez seja fácil, mas viver o amor é difícil. Pois, para viver o amor precisamos encontrar nossa alma e dialogar com os deuses em nós. Até o amor chegar.... Que haja caminhar pelo enamorar, pelas paixões alegres e no vencer as paixões tristes. A surpreendente arte de amar se faz no exercício diário, nas mínimas coisas, através dos encontros e desencontros e fundamentalmente no pensar bem. Quem pensa bem, vive b
Sociedade dos perfeitos Pe. Flávio Sobreiro Filósofo Clínico, Poeta Cambuí/MG Na sociedade dos perfeitos, ser imperfeito está fora de moda. Ao ligarmos a televisão ou acessarmos a internet encontramos protótipos de pessoas perfeitas. Seres humanos imperfeitos maquiados com aparência sagrada. Uma forte tendência dos tempos atuais é a exigência de que o outro seja perfeito. Está marca de nossa época vem disfarçada com o nome de “falta de paciência”: “Não tenho paciência com as pessoas de minha família”, “Sou extremamente impaciente com meus colegas de trabalho”, “Meus pais não são do jeito que eu quero”... Frases como estas são mais comuns do que ousamos imaginar. Exige-se a perfeição do outro a qualquer custo. Pessoas perfeitas exigem que seus irmãos e irmãs também o sejam. Caso isto não ocorra, às brigas e decepções acontecem em níveis agressivos. No tempo de Jesus não era diferente. Os fariseus, escribas e mestres da Lei, responsáveis pelo cuidado do templo e consequentem
Significados Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Aquela água da torneira clorificada torna-se benta se colocada num cântaro no altar da gruta, assim como a flor pode ser uma confissão de amor, ou até uma afirmação de saudade se jogada sobre uma sepultura. O fogo torna-se símbolo sagrado nas velas dos altares e nas piras olímpicas. Rubem Alves, no livro O Que é Religião, com sabedoria diz que há coisas que significam outras, são as coisas/símbolos. “Uma aliança significa casamento; uma cédula significa um valor; uma afirmação significa um estado de coisas além dela mesma.” E se alguém simplesmente usar uma aliança na mão esquerda sem ser casado? Uma cédula pode ser falsa. Uma afirmação pode ser uma mentira. Por isso, quando nos defrontamos com as coisas que significam outras coisas é inevitável que levantemos perguntas acerca de sua verdade ou falsidade. Aquela fonte no morro, que era apenas uma bica d’água, torno

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