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Mostrando postagens de abril, 2012
Fragmentos filosóficos delirantes XCVI* "O encantamento é sempre o efeito de uma representação, pictural ou escultural, capturando, cativando a forma do outro, sobretudo em seu rosto, na sua face, fala e olhar, boca e olho, nariz e orelhas: vultus" "A cura pelo lógos, o exorcismo, a catarse anularão pois o excedente. Mas esta anulação, sendo de natureza terapêutica, deve apelar àquilo mesmo que ela expulsa e ao excesso que ela põe fora. É preciso que a operação farmacêutica exclua-se de si mesma" "A filosofia opõe, pois, ao seu outro, essa transmutação da droga em remédio, do veneno em contraveneno" "Sócrates mostra que o todo do corpo só pode ser curado na fonte - a alma - de todos os seus bens e males" "O contra-encantamento, o exorcismo, o antídoto é a dialética" "Eros, que não é nem rico, nem belo, nem delicado, passa sua vida filosofando; é um temível feiticeiro, mágico (...) indivíduo que nenhuma lógica pode rete
Uma resenha* Strassburger, Hélio. Editora E-papers. Rio de Janeiro/RJ. 2009. Filosofia Clínica, diálogos com a lógica dos excessos *Por prof. Dr. José Mauricio de Carvalho Chefe do Departamento de Filosofia da UFSJ O livro de Hélio Strassburger apresenta um olhar sobre o fenômeno da loucura nascido de sua experiência de trabalho em clínicas psiquiátricas. Não se trata propriamente de uma descrição detalhada do fenômeno da loucura, mas de um enquadramento poético que baliza uma futura descrição. Vamos esclarecer: o método usado é o fenomenológico, mas o procedimento metodológico para tratar a linguagem delirante é a poética. Para o autor tal linguagem revela mais adequadamente os meandros da loucura. A linguagem delirante, ele lembra, não é lógico-discursiva. Os delírios e alucinações traduzem um modo singular de expressão, própria de um mundo desestruturado. Afirma: “No saber desajustado dos delírios, algo se anuncia entrevista de tradução” (p. 7). A chamada loucura corres
Uma metafísica dos refúgios* “Deram-me um corpo, só um! Para suportar calado, tantas almas desunidas, que esbarram umas nas outras.” Murilo Mendes Um íntimo estranhamento chega á superfície na forma do dizer desencontrado. O gesto inseguro, a voz trêmula, a lágrima bailarina no canto dos olhos, parecem querer falar da indefinição em curso dentro de si. Assim, em nuanças de antigas vivências, a linguagem faz voltar o que parecia esquecido. Ao descrever invisibilidades seu olhar insinua uma tradução para as mil mensagens interditas. A contenção física não fora capaz de desarrumar o caos precursor, aliás, amarrar o corpo serviu para liberar a alma. O espanto inicial multiplica os acessos a uma nascente, através das miragens, franjas, detalhes quase imperceptíveis, na sutileza de parágrafo maldito. O movimento especulativo se disfarça de realidade aparente, insinua segredos, se esquiva na pluralidade dos labirintos de si mesmo. Um sonho acordando-se para dentro, numa alma exil
Fragmentos Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Principalmente a partir do feudalismo, e provavelmente antes dele, havia alguns princípios lineares nos quais valores, éticas, preceitos, arrumações gerais usadas em casa serviam para a atividade pública, para o comércio, para a vida. Um indivíduo poderia manter-se como era nos vários âmbitos de sua existência. Com os séculos XVII e XVIII uma tendência em andamento se aprofunda: a fragmentação das vivências, da mente. Nos séculos seguintes a fragmentação mostrou que determinadas especificidades nos relacionamentos, na família, no trabalho, na religiosidade não poderiam mais ser conciliadas segundo algum critério que levasse à paz, ao convívio harmonioso. Alguns aprenderam a viver com estas peculiaridade, seguem altivos para um novo tempo. Muitos não têm como viver o que consideram paradoxos. E muitos andam quebrados ao meio por angústias referentes a terem uma mente feudal que vive em um mundo de 2009. Quando Jacy veio
Rituais de fé Pe. Flávio Sobreiro Poeta, Filósofo Clínico Cambuí/MG Na cores da manhã cubro meus dias de verdes esperanças na tarde do dia que se foi despeço-me das tristezas dou lugar às estrelas que me guiam pelas noites do medo nos outonos da estação deixo as folhas cumprirem seu ritual de despedida a vida cumpre seu papel no cotidiano de chegadas e despedidas reconcilio-me comigo mesmo e descubro novos horizontes de um tempo novo que nasce a cada novo aprendizado
Reinventar Vânia Dantas Filósofa Clínica Uberlandia/MG Reinventar. Revi essa palavra num cartão que recebi, com a linda fênix de fogo subindo ao céu.... Sim, se pode reescrever o passado. A tentativa de ser outra pessoa persiste. Afinal, Por todos os lados se propaga a famigerada correção. O passado que nos fez ser quem somos. Para deixarmos de sê-lo há que se ressignificar vivências, memórias e valores, embora estes estejam mais próximos ao essencial e ao presente... ou estaria ancorado em eventos mudos para o dia de hoje? Procura-se a chave da prisão da casa corpo. Procura-se a vida nas dimensões sutis quando a matéria é campo minado. Os alunos percebem que, além da letra há o intertexto, o contexto, a intenção, a entonação e a falácia. Os mundos dentro de mundos sugam para o interior do redemoinho o espírito indócil. Fatalmente, as roupas velhas, ainda no corpo, já não servem mais.
O Silêncio que fala Alto Beto Colombo Empresário, Escritor, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Querido leitor, aceite o meu fraternal abraço. Nos últimos anos, tenho procurado valorizar a simplicidade da vida, até de forma lúdica e ingênua, se é que dá pra falar assim. E o silenciar é um caminho tão intenso quanto profundo. Na verdade, para mim, o silêncio mostra muito. Ainda na infância lembro de dias silenciosos sem televisão, sem rádio, passávamos boa parte do tempo ouvindo e discernindo o cantar dos pássaros, se arrepiando com os sons uivantes do vento. Na tenra idade, marcou-me muito os poucos momentos em que esse silêncio era quebrado e um deles era quando o leiteiro de charrete tocava sua buzina avisando que estava passando e era a deixa para trocar a vasilha. Há poucos anos, precisamente em 2006, quando fiz o Caminho de Santiago pela primeira vez, tenho saudade dos dias inteiros em que fiz companhia para mim, em silêncio, ouvindo
Fragmentos filosóficos delirantes XCV* Não-coisa O que o poeta quer dizer no discurso não cabe e se o diz é pra saber o que ainda não sabe. Uma fruta uma flor um odor que relume... Como dizer o sabor, seu clarão seu perfume? Como enfim traduzir na lógica do ouvido o que na coisa é coisa e que não tem sentido? A linguagem dispõe de conceitos, de nomes mas o gosto da fruta só o sabes se a comes só o sabes no corpo o sabor que assimilas e que na boca é festa de saliva e papilas invadindo-te inteiro tal do mar o marulho e que a fala submerge e reduz a um barulho, um tumulto de vozes de gozos, de espasmos, vertiginoso e pleno como são os orgasmos No entanto, o poeta desafia o impossível e tenta no poema dizer o indizível: subverte a sintaxe implode a fala, ousa incutir na linguagem densidade de coisa sem permitir, porém, que perca a transparência já que a coisa ë fechada à humana consciência. O que o poeta faz mais do que mencioná-la é
O abismo é logo ali Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ As lembranças vão se insinuando pouco a pouco, como se viajassem ao longo de um caminho incerto, impreciso, familiar... mas que aos poucos se desenha obscuro e tenso. O ritmo se traduz intenso e a velocidade se revela em descontrole, imbricando pelas voltas sinuosas de tudo o que não conseguimos compreender. Sentimos a sensação iminente de um vazio, de um vácuo a se formar pela possibilidade do pressentido temor que se aproxima... o temor do desconhecido. Não sabemos ainda se queremos acessar o abismo, embora saibamos que ele permanece logo ali, acompanhando, com seu olhar penetrante, na certeza de que, em breve, e mesmo a contragosto, mais uma partícula se aninhará em seu acolhedor destino. Muitas vezes não sabemos para onde ir ou o que devemos fazer, pois não importa o que se escolha, somos levados talvez para onde não desejássemos estar, pelo menos não ainda... ou jamais. Escolhas talvez não definam sentimento
Sua boca é o céu que eu quero alcançar Jussara Hadadd Terapeuta Sexual, Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG De olhos fechados deixando o pensamento ir, encontrar as nuvens. O frescor e a leveza das nuvens brancas que passam sem sentido fluindo para onde a chuva tem de chegar. De olhos fechados, imaginando e sentindo. Percebendo cada toque dos lábios, os sons e o perfume da respiração do amor que nesta hora vem afagar os anseios por carícias e ensejos que o desejo acendeu. De olhos fechados, caminhando sob o calor do sol que inunda de luz um corpo que pede amor no corpo do outro... De olhos fechados, sonhando com a luz do amor, com o brilho que o desejo acende na alma, trazendo cores a um momento dedicado a vida. Que o sol brilhe apenas neste instante e que a luz pareça eterna. De olhos abertos, olhando nos olhos e confirmando o instante presente e ausente que nasce e morre e que morre feliz se morrer ali. De olhos bem abertos confirmando a presença e a proximidade do amor q
Penúltimas notícias: Experiências sensoriais e abstratas são temas de palestra em Florianópolis Temas que envolvem a psique humana sempre aguçam a curiosidade e despertam indagações. O cérebro é capaz de reproduzir sentimentos, abstrações, pressentir ações futuras e até mesmo, coordenar atitudes e estimular a imaginação. No dia 18 de abril, quarta-feira, o filósofo clínico Bruno Packter coordena a palestra Filosofia Clínica e as experiências sensoriais e abstratas, na Livrarias Catarinense no Beiramar Shopping. O evento, com início às 19h30, terá entrada franca. Para a Filosofia Clínica as chamadas experiências abstratas estão diretamente relacionadas a questões como conceitos e ideias. “As abstrações dizem respeito aos ‘movimentos’ soltos dos conceitos intelectuais e nem sempre possuem fundamentos lógicos”, diz Bruno Packter. Já as experiências sensoriais estão diretamente ligadas aos cinco sentidos humanos – visão, audição, paladar, tato e olfato. “É possível que uma pesso
Apenas um garoto de 26 anos Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica O futuro está lá, não é nítido, será construído pelo caminho. E o caminho é feito de momentos; os bons momentos são os que acontecem com a pessoa certa no lugar certo. É quase um estado de espírito. Casamento e filhos são relacionados a alguém para ficar junto depois dos 30, por aí. Depende, porque o futuro está em aberto. Vida social é importante, contatos, nada a ver com questões de trabalho, de família. A explicação é que contatos são importantes porque são contatos. O capitalismo é bom, o que não é bom é o governo. A política é o problema, não a economia propriamente. A idéia é que a política influencia a economia. Não interessa muito se a pessoa é católica, evangélica, taoísta, o que está em questão é a energia que a pessoa passa. A ênfase é no que a pessoa mentaliza e passa, não a ideologia. Sobre comida, é saudável evitar porcaria e isso está ligado a exercício, a boas idéias, a bons papo
Transgredir Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filósofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG Por que? Para que? Como? Por que dormir à noite e não ficar acordado vendo as estrelas, lendo um livro, escrevendo ou amando até o sol nascer? Por que não tomar cerveja ao amanhecer e café ao anoitecer? Por que não almoçar às 18 hs e jantar ás 3 hs da manhã? As regras vão nos engessando e nos emburrecendo. A vida vai passando no sempre tudo igual, certinho e chatinho. Sem perceber vamos nos perdendo no tudo sempre o mesmo. Marasmo. Para que? Servindo a quem? A Apolo? Ao Logos? Quero ser Bacante e seguir Dioniso pelos caminhos de Eros. Quero dormir ao relento em pleno sol do meio dia. Caçar pirilampos e me enrolar no cobertor sob o luar. Não seguir regras e ouvir o canto encantado de minha alma. Posso transgredir como quiser a qualquer tempo. Ser maluco beleza ou Frida khalo ou Picasso ou Chaplin ou.... Muitos. Ser um eu que até então não me deixei ser. Por que? Porque deix
Fragmentos filosóficos delirantes XCIV* "Não gosto de conclusões. Conclusões são chaves que fecham" "Acontece que meu espelho ficou cansado dessa função de só repetir o que vinha de fora e começou a ter ideias próprias" "'A ciência normal', diz T.S. Kuhn, 'não procura nem novidades de fato nem de teoria. Quando é bem-sucedida, ela não encontra novidades'" "'Estou muito curioso sobre aquilo que o senhor irá dizer', alguém comentou a Wilfried Bion, pouco antes de uma de suas conferências. Ao que ele retrucou: 'Eu também..'" "O entendimento esgota o sentido da palavra" "Os místicos e os poetas sabem que o silêncio é nossa morada original" "A verdade é underground, clandestina, subversiva" "Os poetas buscam as palavras que moram no silêncio" "Palavras de ordem não toleram as brumas, pois é lá que moram os sonhos. Luminosidade total para tornar impossível s
A VERDADEIRA NUDEZ Ildo Meyer Médico, Filósofo Clínico, Escritor Porto Alegre/RS Alguns leitores perguntam como acontecem tantas coisas em minha vida, como tenho tantas histórias para contar. Na verdade só consigo captar e contar uma parte muito pequena do que está acontecendo, o resto passa despercebido. Mesmo assim, esforço-me para tentar não ser um simples assistente ou personagem do enredo que me cerca. Pequenas rotinas, comportamentos robotizados, teses definitivas causam-me espanto. Costumo querer saber por que, como, onde, quando se originaram regras, conceitos, relacionamentos, religiões, paradigmas. Acredito em vias alternativas e fico atento ao lado B dos acontecimentos, aquilo que não é percebido se não houver sensibilidade, curiosidade, treinamento e vontade de olhar em outras direções. É por estes caminhos que surgem novas histórias e por onde podemos atuar pró - ativamente por um mundo melhor. Um famoso mestre zen budista havia sido convidado para uma fes
Divagações III Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Juiz de Fora/MG Depois de alguns dias com essa divagação escrita, me deparei com um fragmento a partir de uma leitura aleatória de Nietzsche e achei pertinente expô-lo como abertura ao texto. Entretanto, que seja reconhecido como trecho introdutório à divagação e não como fio condutor das reflexões desenvolvidas. “Há, frequentemente, uma espécie de humildade estúpida que quando nos afeta, nos torna para sempre impróprios para as disciplinas do conhecimento. Pois, no momento em que o homem que a transporta descobre uma coisa que o choca, dá meia volta, e diz consigo: ‘Enganaste-te! Onde é que estavas com a cabeça? Isso não pode ser verdade!’. E, ao invés de examinar mais de perto e de ouvir com mais atenção, desata a fugir, como que intimidade, da coisa diferente, e evita encontrar aquilo que o choca e procura esquecê-lo o mais depressa possível. Pois a sua lei interior, diz: ‘Não quero ver nada que contrarie a opinião corr
Mulheres super poderosas Débora Perroni Professora de Filosofia, estudante de Filosofia Clínica Porto Alegre/RS Hoje enquanto estava lavando a louça (isso também pode ser terapêutico), me dei conta do quanto é difícil ser uma mulher independente, livre, bem decidida, bem articulada, enfim contemporânea! Hoje, eu entendo uma série de relatos de grandes mulheres que afirmam ter problemas em relacionamentos amorosos, realmente não é fácil. Parece-me que os homens têm certo receio (pra não dizer medo), de uma mulher que parece ser tão auto-suficiente, que transmita uma imagem de que não necessite da sua presença. Talvez, se eu fosse homem, também escolheria uma mulherzinha mais meiga, carente, frágil, doce, que eu pudesse dominar e não me sentir inseguro ao seu lado. Por outro lado, me sentiria um machista com a idéia de um homem provedor, o que, enquanto mulher não acho ruim. Não posso negar que temos culpa no cartório, realmente, companheiras do século XXI, por vezes, nos es
Multiplicidades Pe. Flávio Sobreiro Poeta, Filósofo Clínico Cambuí/MG Nem todas as manhãs de sol são lindas, e nem todas as noites sem luar são tenebrosas. Olhar a vida sempre de diferentes pontos de vista é o caminho para quem deseja ir além do que possa parecer normal. Em tempos de normalidade, quem pensa diferente condena-se a uma perseguição preconceituosa. De normais o mundo está cheio! Mas o que é normal? No mundo dos conceitos e definições muitas poderiam ser as respostas. Mas no mundo da alma humana as definições são simplesmente uma maneira camuflada de dar uma resposta ao que ainda não tem nome. Anormal é sempre um modo de definirmos aquilo que não compreendemos. Diante de alguém que desenha rabiscos sem sentido (o que já é uma definição de anormalidade definida antecipadamente por quem escreve), muitos podem pensar que o incompreensível é uma definição de que tal pessoa precise de um acompanhamento terapêutico. Muitos foram parar em consultórios terapêuticos por
VINHO E MOINHOS Vânia Dantas Filosofa Clínica Uberlândia – MG Talvez a comunicação com as pessoas ‘diferentes’ seja mais possível pela emoção. Talvez nessa troca nos entendamos, tendo a razão recolhida. Mas como dizer isso para quem define a melhor forma da vida ser vivida, ou seja, através da racionalidade? A própria existência nos ensina a ser, na figura das pessoas e situações encontradas. Assim se percebe que há caminhos para uns e para outros. Com essa emoção me lembro dos delírios que observo no mundo, no caos da Terra e no das imagens mentais. Música, vinho e fantasia. Os moinhos de vento ruflam no meio do mar escuro. Altos, muito altos, construídos de tijolos antigos, querem tirar sal da água, água do sal. Os moinhos se vão com o redemoinho, sobem com o vento como num clipe de Pink Floyd. Esse mar, que é um copo de vinho, vinho amargo pela dor ou prazer adocicado de enjoar. Esse corpo de vinho que se liquefaz no chão já não se agüenta de saudade e não sabe mais com
Penúltimas notícias! Filósofa Clínica ministra palestra em Sorocaba/SP na quarta! Ipanema Online A Associação “MOSAICO” promove na próxima quarta-feira (11), a palestra “Filosofia Clínica e áreas de atuação”, com Monica Aiub,da Associação Nacional dos Filósofos Clínicos (ANFIC). O evento será realizado no auditório do prédio da reitoria da UNISO, no campus Cidade Universitária, a partir das 9h da manhã. A Universidade é parceira na realização do evento e certificará os participantes. Ao final da palestra haverá um “café e conversações”, que permitirá uma maior interação entre os presentes. “A Filosofia Clinica é um campo de atuação para o Filósofo. Nosso objetivo é criar um grupo de estudos em Sorocaba sobre o tema para que tenhamos, num futuro não muito distante, os cursos de formação para Especialistas e Filósofos Clinicos na cidade”, afima Jô Santos, Presidente da Associação “MOSAICO”. As inscrições, que são gratuitas, devem ser realizadas por email. Basta enviar nome
Esvaziar a Mente Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Querido leitor, que você esteja bem. Hoje vamos refletir um pouco sobre esvaziar a mente. Tenho pensado muito, nos últimos dias, sobre um assunto que a meu ver é interessante e extremamente importante em nossas vidas, na vida de cada um. E o foco do meu pensamento, até bastante prazeroso, é o de se esvaziar. Lembro que fiz o Caminho de Santiago duas vezes e dele tirei uma conclusão que trago até hoje, que é o de esvaziar a mochila, de deixá-la mais leve. Daqui a pouco a mochila está tão pesada que a vida, que é o que deve ser vivida, não pode seguir seu fluxo porque tem muito peso, muitos compromissos, muitas responsabilidades. É comum eu receber solicitações para encontros, para programas, para festas, para reuniões, para trabalho, para sociedade, enfim, como ser humano aberto ao contato com as pessoas, recebo muitos convites. Se eu aceitasse pelo menos metade d
Fragmentos filosóficos delirantes XCIII* "Para algumas almas, ébrias de onirismo, os dias são feitos para explicar as noites" "(...) no mundo do sonho não se voa porque se tem asas, mas acredita-se ter asas porque se voa" "Há palavras que, apenas pronunciadas, apenas murmuradas, abrandam em nós os tumultos. Quando sabe uni-las em sua verdade aérea, o poema é por vezes um maravilhoso calmante." "No reino do imaginário, não é impossível que o moinho faça girar os ventos" "Aquilo que é difuso nunca é visto na imobilidade" "O sonho é a cosmogonia de uma noite. Todas as noites o sonhador recomeça o mundo. Todo ser que sabe desprender-se das preocupações do dia, que sabe dar ao seu devaneio todos os poderes da solidão, devolve ao devaneio sua função cosmogônica" "Há no céu tantos sonhos que a poesia, embaraçada pelas velhas palavras não conseguiu nomear" "O conhecimento poético do mundo precede, como
A medida de Cada Um. Jussara Hadadd Filosofa Clínica, Terapeuta sexual Juiz de Fora/MG Eu sei que vocês vão dizer que é tudo mentira e que não pode ser... Será que esta terapeuta não tem uma posição definida sobre a necessidade sexual do ser humano? Do ser humano sim, num apanhado geral, eu digo e repito que sexo é essencial, que esta é uma energia que não se despreza e que muitas pessoas lotam consultórios de terapias diversas em busca de respostas e soluções para uma vida mais feliz quando, na verdade, o que lhes falta mesmo é um pouquinho de carinho ou, melhor dizendo, uma pegada daquelas de alguém com quem se tenha afinidade. Agora, quanto a cada ser humano... Aí a coisa tem que ser mais bem analisada. Cada um tem a sua medida, é verdade e isto deve ser respeitado. A quantidade e a qualidade do sexo que uma pessoa faz, depende muito de vários fatores e entre eles, seu humor, sua saúde, seu estado emocional, o clima no relacionamento. O que vemos com freqüência hoje em
MELHOR CALAR Ildo Meyer Médico, Filósofo Clínico, Escritor Porto Alegre/RS Poderia dizer mil coisas, mas resolvi calar...Melhor assim. Em algumas situações o silêncio expressa sentimentos que palavras nunca vão conseguir traduzir. Também estou calando para não brigar e magoar quem mais precisaria me ouvir e calar-se. Alguém precisava tomar a iniciativa de interromper o diálogo antes que virasse uma batalha interminável. Optei por utilizar a voz do silêncio. Nem tudo precisa ser dito com palavras. Nem todas as perguntas necessitam uma resposta. Nem sempre a solução dos problemas aparece quando se abre a boca. Existem coisas que melhor se dizem calando, pois o silêncio é um dos argumentos mais difíceis de refutar. Calando-me consigo ouvir meu coração, que ainda sente, continua falando e precisa de ajuda. Aproveito meu silêncio para escutar melhor, prestar atenção ao outro, interpretar gestos, olhares, respiração. Tenho tempo para analisar, deixar que as idéias circulem
Em cima da hora! Arthur Bispo do Rosário: a poesia do fio A mostra apresenta um conjunto expressivo de obras do artista cuja poética tem profundo impacto na teoria crítica da arte, na arte contemporânea, nas terapias ocupacionais e também na medicina. Bispo do Rosário passou a maior parte de sua vida internado em uma clínica para doentes mentais e lá produziu toda sua obra, que hoje é um importante patrimônio cultural brasileiro, por meio da qual é possível acessar um imaginário que serve de ponto de partida para um amplo processo de reflexão sobre a arte contemporânea e a cultura popular. A mostra conta com a parceria do Museu Bispo do Rosário e o olhar dos curadores Helena Severo e Wilson Lázaro. Aberta ao público de 21 de março a 29 de abril Entrada Franca. Santander Cultural Porto Alegre Rua Sete de setembro, 1028 Centro Histórico. Porto Alegre/RS. Tel. 51 3287 5500 De terça a sexta, das 10h às 19h Sábados, domingos e feriados, das 11h às 19h Coordenação.
Prezados amigos, Hoje, dia 5 de abril, às 20h, no Centro Cultural Yves Alves (SESI Tiradentes) será lançado meu novo documentário, "Deus Esteja". O documentário foi realizado no ano de 2011, na zona rural de Resende Costa, na VIII Reza do Retiro Velho. Seguindo a mesma proposta dos meus outros trabalhos, esse documentário busca registrar as manifestações culturais da nossa região, valorizando as tradições populares e dando voz às pessoas da comunidade. A singularidade deste trabalho está mais nas imagens do que nas falas e entrevistas. Realizadas com muita plasticidade e sonoridade, as imagens mostram um encontro de foliões, violeiros e religiosos que se reúnem anualmente para celebrar, cantar, pular fogueira, brincar de boi janeiro - o carnaval do povo da roça - com muita devoção e simplicidade. Conto com presença de todos vocês! "2011/ MG / Doc/ 30 min. Direção: Mariana Fernandes. Classificação Livre" Att., Mariana Fernandes Filosofa Clínica, C
Devaneios, poéticas, esquisitos_criativos I* "Estou com sono e vou acordar cedo, mas a solidão do pensamento noturno perturba minha alma, desorienta o meu mais profundo ser. Escrever tem sido a solução de compartilhar. O quê? Não importa! Quem vai ler? Pode ser ninguém, porém expurgo essa angústia existencial e crio... É só. Mais nada. Tenho necessidade de criar a todo instante que respiro. Uma alma como a minha não consegue ficar calada, talvez meu grande aprendizado seja o de me escutar. Mas o silêncio é tão barulhento quanto uma tempestade lá fora. agora vou criar nos sonhos... Neles posso até voar se quiser... Tanta insensatez deve ter uma significação, de preferencia sem punição! Não! Chega de culpas, disso acho que já me livrei. Continuarei buscando e caminhando e filosoficamente pensando. Preciso aprender a escutar-me!" *Vanessa Ribeiro. Filosofa, atriz, dançarina, estudante de filosofia clínica. Petrópolis/RJ
Divagações II Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Juiz de Fora/MG No texto Divagações I, discorri sobre o tema da limitação do conhecimento, também comentei sobre o caráter subjetivo desse conhecimento, ainda que o referencial seja o mesmo para todos os sujeitos. Agora tratarei sobre nossa relação com o todo, o mundo ou o universo. A proposta é pensar nosso lugar diante de ou em meio ao que nos rodeia e encontrar onde nos situamos e ao mesmo tempo pensar em que nos destacamos diante de tudo isso. O que nos diferencia de todos os seres vivos da Terra? Somos biologicamente constituídos dos mesmos elementos. Entre os seres de constituição simples ou complexas, seus elementos são os mesmos que estão presentes em nós. Quando deixarmos de ser, nossa constituição se desfará e se tornará parte de outras coisas. O que resta enquanto vivemos, que nos torna privilegiados? O fato de reconhecermo-nos parte desse todo. Ainda que nos julguemos superiores a tudo o que temos consciência, p
Sobre ausências e atalhos Luana Tavares Filosofa Clínica Niterói/RJ Às vezes, o olhar se distancia como se quisesse alcançar o que já não está mais ao alcance das mãos da alma. Porque sentir e tratar de ausências, num sentido que mais se refere como confirmação de uma presença, é como ter as entranhas se rasgando na tentativa desesperada de buscar uma completude que não se encontra mais lá, onde sentimentos não contaminados ainda tentam sobreviver. A ausência é a própria presença do vazio que preenche uma dimensão ainda desconhecida, ainda não descoberta. Nos vácuos deixados por quem está longe, poucos sentires consolam. Como se andanças percorridas na imensidão de um espaço ainda não desbravado se esvaíssem como brisas efêmeras e descoloridas num devaneio que, em vão, tenta se justificar. Em função de um desejo, trilhamos estradas na intenção de um porvir, de uma esperança que insiste em não se esvair. Não se esvai porque, para muitos, deixar partir também é demonstrar afeto,
Pela primeira vez professora Débora Perroni Professora de Filosofia, estudante de Filosofia Clínica Porto Alegre/RS Hoje, 22 de março de 2012 eu me senti pela primeira vez professora! Não foi quando fiz o meu primeiro estágio (ocasião em que descobri a minha vocação), ou quando apresentei o meu trabalho de conclusão, nem quando vesti a toga e recebi o meu diploma. Hoje eu me dei conta do poder que tenho em minhas mãos, hoje eu sei o valor do meu conhecimento. Não foi à toa que dois políticos de partidos opostos vieram pedir o meu apoio, eles já haviam percebido o que eu nem sequer sonhava. De alguns de meus professores eu tirei lições para a vida toda, me dá saudade do convívio com pessoas tão especiais que puderam ver em mim um investimento e é assim que eu vejo os meus alunos. É neles que eu deposito a minha confiança em um mundo melhor. Pode dizer: é utópico, sim! Mas no sentido positivo da palavra, de algo que ainda não existe, mas que é possível! Realmente me cansa ve
Traidor ou traído Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filosofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG Acontece assim... De quem menos se espera. Pode acontecer todos os dias, em qualquer esquina. Você se entrega, confia, se doa e... Ao virar as costas, a traição. Mas, não pense que a culpa é do traidor. Seria fácil julgar quem traiu, se... O traído não tivesse elegido a traição. Isto mesmo! O traidor pode ser vítima de um jogo invisível. Traidor e traído jogam os enigmas das sombras. Projeção do insondável e imponderável mal vivido de ambos. Quem é o culpado? Quem é o responsável? Quem se aventura a ser juiz deste jogo por vezes singular. O traído sutilmente vai colocando as pedras de suas insatisfações No tabuleiro da existência complexa e cheia de surpresas. E sua vítima, colocada entre parênteses, se submete sem pensar Em múltiplas tramas emocionais. Ao se tornar traidor, colocado no altar de culpado, Liberta o jogador para voar para novos ares. Nelson Rodrigu
Fragmentos filosóficos delirantes XCII* "Um poema não tem moral; a obra de arte não tem moral. Não ensina qualquer lição específica, nem dá qualquer conselho específico." "O mesmo poema é lido por várias pessoas, e cada uma delas faz dele o "seu" poema." "As relações internas que o tornam belo para quem o vê precisam ser descobertas e, de certa forma, atribuídas pelo admirador." "(...) a história é feita por fanáticos. As pessoas de mentalidade aberta e generosa fazem ciência, poesia ou outra arte produzida pela imaginação. Mas é preciso decidir, quem quer fazer história deve ser como Stalin e Hitler." "(...) a obra de arte nos ensina não só o que é agir como se fôssemos outra pessoa, mas também o que é ser outra pessoa." "A obra de arte é essencialmente uma proposição incompleta, que nos é apresentada para que com ela possamos construir nossa própria generalização." "Na verdade, há muitas razões

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