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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Pequenos Robinsons em terra firme, somos todos, desse ponto de vista, heróis de romances que vagamos por mundos em construção, obrigados que estamos, para advir à existência no interior de nosso próprio texto, a fazer de nós também construtores de cenários, planejadores urbanos, geômetras, agrimensores, sinalizadores do espaço - e do tempo." "(...) Espécie mais raro, o segundo - o viajante disponível -, por sua vez, chega, ao contrário, livre de todo programa preciso. Não tem nenhuma transação para concluir, nenhuma cobiça a satisfazer, nenhuma ordem a estabelecer. Desejando-se inteiramente desimpedido, ele sequer se preocupou, antes de partir, de notar o que poderia haver 'para ver' ali onde ele vai chegar. na realidade, se ele se pôs a caminho numa bela manhã, foi mais ou menos de improviso (...)" "Ele não se instalará. Ele não se comportará como ocupante, nem por conta própria nem por conta de algum longínquo mandatário. Apenas passando

Contradição*

E então vestia-se de anjo Sabia exatamente o que queria Mas o que queria mesmo, nunca soube... Adorava a noite com suas sombras. Contudo temia os olhos do escuro. Seu dia era pesado. Á noite vestia-se de seu sorriso e se alegrava. Enchia-se de coragem. Reclamava do tempo e da sua lentidão. Sabia, todavia, que não havia outro jeito. O tempo era o melhor remédio para algumas dores. Então, dava tempo ao tempo. E o tempo lhe retribuía na mesma moeda. Amava a chuva e os dias nublados. Por aquilo que eles escondiam..Escrevia sobre aquilo que o tempo não mostrava. Ansiava por um grande amor na chuva.... Temia o desconhecido. Mas o mistério a fascinava. Vestia-se muito mais para se ocultar, do que se revelar. Entrava mar adentro, voava com o vento , surfava nas nuvens. Adorava viajar. Pegou então uma carona para as estrelas. Não haviam lhe ensinado que o brilho de umas é tão lindo de longe, mas queima de perto. Não queria se entregar a amores. Mas pensava o tempo int

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Não existe nenhum organismo individual que viva em isolamento. Os animais dependem da fotossíntese das plantas para ter atendidas as suas necessidades energéticas; as plantas dependem do dióxido de carbono produzido pelos animais, bem como do nitrogênio fixado pelas bactérias em suas raízes; e todos juntos, vegetais, animais e microorganismos, regulam toda a biosfera e mantêm as condições propícias à preservação da vida."   "Todo organismo vivo se renova constantemente, na medida em que suas celulas se dividem e constroem estruturas, na medida em que seus tecidos e órgãos substituem suas celulas num ciclo contínuo. Apesar dessa mudança permanente, o organismo conserva a sua identidade global, seu padrão de organização." "(...) o sistema que se liga ao ambiente através de um vínculo estrutural é um sistema que aprende." "A cognição, portanto, não é a representação de um mundo que existe independentemente e por si, mas antes a contínua

Apontamentos de lógica superlativa*

Existe um mundo exageradamente singular. O lugar constitui-se de eventos descritos por um vocabulário de exuberâncias. Uma estrutura onde tudo se agiganta diante das expressões de êxtase. Sua sobrevida se alimenta de anúncios dos eventos realçados. Um teor fantástico expressa rumores de imensidão. Seu ser extraordinário transborda numa perspectiva exaltada.  Nas entrelinhas do discurso bem ajustado essa lógica dos excessos busca emancipar-se. Um devir assim aprecia o refúgio numa dialética dos sobressaltos. Ao sujeito constituído nalguma forma de esteticidade, não é raro o olhar da tradição prescrever-lhe alguma tipologia, enquadrando-o como desajustado.   Ao surgir numa intensidade máxima contrapõe-se a rotina mediana. Seu dizer superlativo emancipa o cotidiano para engendrar sonhos, arremessar possibilidades. Os relatos dessa linguagem sugere um brilho incomparável ao seu autor. Desdobrando-se para além dos territórios conhecidos, modifica recriando o lugar_espaço_tempo

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Quando a vida se torna invivível, deve-se inventar uma vida nova." "Cada reorganização produz, implicitamente, versões diferentes da história de um indivíduo." "No decorrer da existência, cada indivíduo experimenta então, diferentes versões de si mesmo, que incluem trechos não traduzidos na linguagem das camadas seguintes." "O sujeito delirante acha-se, assim, no centro de um embate entre lógicas que, em diferentes períodos, estruturaram, separadamente, a experiência atingível e agora não conseguem explicar a con-fusão dos respectivos conteúdos. (...) Sua mente torna-se, então, a matriz de novas traduções impróprias, absurdas e bizarras, mas adequadas ao novo mundo em que ele se encapsula."  "O delírio dilacera o cenário opaco do mundo da vida, dado por todos como pressuposto, e o coloca em discussão abertamente. Onde nada é óbvio, tudo deixa de ser familiar, tudo é submetido a um exame cuidadoso e a uma revisão radical.

Mônica Aiub desfilia-se da ANFIC*

       Esclarecimentos sobre minha desfiliação da ANFIC:      Iniciei meus estudos em filosofia clínica em 1997, desde então tenho dedicado grande parte de meu trabalho, incluindo as pesquisas, a esta área. Além das pesquisas, do trabalho em consultório, da responsabilidade pela formação dos filósofos clínicos em São Paulo, atuei na formação da Associação Nacional de Filósofos Clínicos – ANFIC, fundada em 2008. Fui sócia fundadora e presidente desta associação de 2008 a 2010 e de 2012 até dia 16 de janeiro de 2016, quando, durante a Assembleia Extraordinária convocada por mim para a reforma estatutária, renunciei ao cargo de presidente. Findada a assembleia, desfiliei-me da ANFIC.      Minha decisão foi provocada, principalmente, pelo distanciamento que observo entre as práticas da filosofia clínica e sua base, a filosofia. Desde o início tenho defendido que a filosofia clínica é filosofia, e com isso quero dizer que não podemos nos distanciar da pesquisa filosófica, da me

*Floresceres

...e assim a flor abre a cada amanhecer trazendo sonhos para colher fazeres e as possibilidades infinitas ...e assim a vida floresce se torna poema para quem tece amores e coze obstáculos ... e assim Deus se distribui em milhões de orvalhos no fazer brilhar o Cris/Tao em nossos corações ...e assim vamos vivendo dia após dia em Graça apesar de todos apesares a observar estes floresceres. ... e assim vale dizer: Bom dia! na eterna esperança de ver a vida brotar em paz a dissolver a guerra *Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Filósofa Clínica. Escritora. Juiz de Fora/MG

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Nossos pensamentos correm sobre a fronteira aberta para confraternizar com povos de outros costumes e outra língua. A fascinação nos confronta diuturnamente com o diverso. Etnias de diferentes origens nos levam a saborear diferenças dentro das nossas fronteiras." "Louvável nesta visão panorâmica da literatura brasileira é o esforço de compreendê-la na sua diversidade sem as deformações provocadas quando submetida à ótica dos centros hegemônicos." "(...) Viaja-se pelo puro prazer de viajar. Coisas acontecem ao sabor do deslocamento. Homens se renovam. Tudo se renova. O viajante não é mero espectador. Tocado pelo lugar, ele se transforma. Fronteiras se movem ao infinito. Odisseu, o navegante homérico, se desloca conduzido pelo desejo de conhecer o espírito dos homens, o espaço contribui para formar os espíritos inventados (...)." "Fantasmagórico é o universo verbal. Faça-se a afirmação que se fizer, ela será sempre traidora, prostituíd

Há tempos que não olho mais para trás...*

Há tempos que não olho mais para trás, não por querer fugir ou não querer enxergar o que foi vivido, mas por ter consciência que o amanhã não existe mais. Hoje sou assim, serena, confiante, amante da vida com todas as suas imperfeições. Talvez essa seja realmente a beleza da maturidade. Viver o hoje! O agora! Entretanto, se for preciso curar alguma ferida ou reavaliar uma atitude que me inquieta, abro uma licença poética para fitar o passado. Só nesse caso. Não sou muito saudosista, nem gosto de ficar remoendo o que passou, gosto de abrir o peito para o novo, o por vir... Tenho a esperança como um leme para meu viver, aliás o que seria dessa mulher que vos fala se não fosse a esperança? Sinto o cheiro da noite fresca da minha cidade natal, o silêncio de poucos carros que passam pela rua lá fora, o barulho dos meus pensamentos, a maciez do meu anoitecer. Ah!!! Como gosto da noite. Secreta. Sincera. Amiga de sempre, companheira no momento de solidão. Como é bom viver e cri

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Era eu um poeta estimulado pela filosofia e não um filósofo com faculdades poéticas. Gostava de admirar a beleza das coisas, descobrir no imperceptível, através do diminuto, a alma poética do universo." "Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas." "Desde criança tive a tendência para criar em meu torno um mundo fictício, de me cercar de amigos e conhecidos que nunca existiram. (Não sei, bem entendido, se realmente não existiram, ou se sou eu que não existo. Nestas coisas, como em todas, não devemos ser dogmáticos.)" "Toda a coisa que vemos, devemos vê-la sempre pela primeira vez, porque realmente é a primeira vez que a vemos. E então cada flor amarela é uma nova flor amarela, ainda que seja o que se chama a mesma de ontem. A gente não é já o mesmo nem a flor a mesma." "(...) Seus poemas são o

A Lei da Verdade – Pincel Sobre Um Caso*

Cansados, desgastados e ávidos por verdades que eles nem sabem onde encontrar. Interessante essa habilidade do homem em acreditar na sua majestade diante de tão pouca certeza sobre ele mesmo. Me lembrei do pavão. Meu Deus, aquela cauda, aquelas penas reluzentes que de repente em um mínimo acidente, podem não existir mais. Que tristeza, o pavão destronado indo buscar alento no colo de sua pobre, sem cauda reluzente e boa galinácea. É sempre assim. Eles chegam ou voltam depenados, e tão logo se aprumam se esquecem das mãos que repuseram suas plumas no lugar. E a “simples e boa mulher”, crente no amor e esperançosa por uma vida plena em companheirismo, sincronismo, prazer, respeito e tudo o que deve cercar uma convivência conjugal bacana, ainda faz com que este homem se sinta único. A maioria das mulheres age assim e isso não é bom! Isso não é verdadeiro e não pode dar em boa coisa. É uma troca interesseira disfarçada de amor. Ao identificar que seu investimen

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"A alquimia também entrega-se frequentemente a essa simples perspectiva dialética do interior e do exterior. Ela se propõe muitas vezes a 'revirar' as substâncias, como se revira uma luva. Se sabes pôr para fora o que está dentro e para dentro o que está fora, diz um alquimista, é um mestre da obra." "E é aqui que se pode captar a diferença entre as dialéticas da razão que justapõe as contradições para abranger todo o campo do possível e as dialéticas da imaginação que quer apreender todo o real e encontra mais realidade naquilo que se oculta do que naquilo que se mostra." "A cor negra, diz também Michel Leiris, 'longe de ser a do vazio e do nada, é antes a tinta ativa que faz sobressair a substância profunda e, consequentemente, escura de todas as coisas. (...) O negro alimenta toda cor profunda, é a morada íntima das cores. Assim o sonham os obstinados sonhadores." "Temos aqui um bom exemplo da necessidade que tinham os a

Poema sobre o que sei*

"Continuo impetuosamente absorto Calado estou a me torturar Nada para meu ser é absoluto Ponho-me sempre a fragmentar Confundo-me! Estou ou devo ficar ? Minha alma possui um vazio Cheio demais para tentar Sou itinerante e meu amor é idílio O que intensamente sei é amar! *Dionéia Gaiardo Administradora de Empresas. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica. Porto Alegre/RS

Fragmentos filosóficos, científicos, delirantes*

"(...) Sou uma microcirurgiã da mente. Médica, psiquiatra e psicanalista por formação, uso palavras e símbolos para explorar e modificar o panorama neural das mentes e cérebros de meus pacientes, da mesma maneira como o cirurgião maneja o bisturi para expor e extirpar estruturas comprometidas do corpo."  "(...) a chamada "cura pela palavra", originalmente criada por Freud, altera literalmente a conexão dos neurônios cerebrais entre si." "Trabalhando com Alice em psicoterapia, tenho de visualizar o mapa em ziguezague de sua mente e explorar sua 'ilha da Terra do Nunca' na sua companhia." "Venho argumentando que a psicoterapia compreende a exploração e a transformação das conexões existentes entre os neurônios interligados do córtex superior que compõem nossas mentes." "(...) o cérebro humano, possui mecanismos biológicos que torna possível alterar as conexões entre os neurônios. Mostrarei por que acredito

Pobre rica menina*

Seu andar lento traía uma nostálgica tristeza. -É coisa minha.... - sempre dizia. Sabia, melhor do que ninguém, dos riscos da vida. Dos perigos do amor. Escolhia, contudo, amar e confiar. Entre a dúvida e a certeza, não vacilava. Mergulhava inteira e oferecia a cara e a alma. Havia traçado o seu destino. O que tiver que ser será. Estava escrito, e o que não estava escrevia. Mergulhava de cabeça em águas muito rasas. Ah, machucara-se tantas vezes. Quem não a conhecia comentava: pobre menina, insiste em se machucar. Ninguém entendia direito o porquê. Sempre que perguntada, ela respondia: -É coisa minha.... Sim, era coisa dela. Não desistia de acreditar no amor e nas pessoas. Vida arriscada a sua. Levava junto com ela as marcas dos amores. Onde chegava, amava Onde ficava, sonhava Onde passava, alegrava Onde caía, florescia Por vezes, quando caía Voava para mais longe E onde pousava, florescia de novo.... *José Mayer Filósofo. Livreiro.

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Operação capaz de mudar o mundo, a atividade poética é revolucionária por natureza; exercício espiritual, é um método de libertação interior." "Há máquinas de rimar, mas não de poetizar. Por outro lado, há poesia sem poemas; paisagens, pessoas e fatos muitas vezes são poéticos: são poesia sem ser poemas." "Cada poema é um objeto único, criado por uma "técnica" que morre no momento exato da criação. A chamada "técnica poética" não é transmissível porque não é composta de receitas, e sim de invenções que só servem a seu criador." "Ser um grande pintor significa ser um grande poeta: alguém que transcende os limites da sua linguagem." "A leitura do poema tem grande semelhança com a criação poética. O poeta cria imagens, poemas; e o poema faz do leitor imagem, poesia." "(...) as palavras são rebeldes à definição." "Cada palavra ou grupo de palavras é uma metáfora. E desse modo

O Olhar de Celan*

“por onde ela quer descer, a estrela: para embaixo nadar, embaixo, onde se vê cintilar...” Paul Celan Devir é transformar o Ser no que é, Ser é além do vir a ser, Nadar é olhar o rio, Celan em poética do sentir. Ver é o Ser que atira na vida, água, A expressão da contradição que molha, O manto, o corpo se move, sentido, A projeção da linguagem no absoluto, a morte. Devir é o velejar, o pensar no lago, O Nada é o descontínuo cruzar da diferença, O corpo é mais rápido que o olhar, Atravessa a margem, é o descobrir o lado seguro. A lógica da vida é o sentir, descreve o conceito, É o que está na essência, É o que trata do Ser, a expressão do “ondear das palavras errantes”, a diferença.   É tudo mais prazeroso, o que se lê com calma, a alma do absoluto desejo do leitor, o prazer de ler é quase Deus, retorna à compreensão ao texto, tudo faz sentido. Ao interpretar o texto, ao ler o poema, esse é o momento mais apropriado para se orgulhar

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"O animal humano precisa dizer-se. Mas é próprio dos 'discursos' (mitos, representações, histórias) serem impermanentes, saturarem-se." "São cada vez mais numerosos os que nada têm a dizer e o dizem em voz alta." "A intranquilidade do ser não tem o que fazer, de fato, com promessas moles e hipócritas. Agrada-lhe muito mais a inquietante inquietação que é toda vida. O enigma, mais que a solução." "Quando se institucionaliza, a ciência torna-se dogmática e precisa ser sacudida para recuperar o dinamismo original e de origem." "Já não se trata de ser um adulto sério e tensionado para a perfeição de um "estado" estável, mas, pelo contrário, uma eterna criança, sempre em devir e ávida pelo que se apresenta." "(...) as apresentações vitalistas se empenham em descrever os frêmitos, as efervescências, o fervilhar de uma cultura em perpétua gestação." "Donde a necessidade de cultivar

As gavetas e os poemas*

Guardei nas gavetas de mim poemas. Dali me salvo de angustias e anseios. Fecho-me por vezes, me abro desfaço-me. Pinto e bordo. Nem sempre há um por que nem para que transcendo e me basta! *Dra. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Filósofa Clínica. Escritora. Juiz de Fora/MG

Fragmentos filosóficos, poéticos, delirantes*

"Como em Tchekhov ou na fase inicial de Joyce, o desejo é deixar os acontecimentos falarem por si mesmos, escolher o detalhe exato que tudo dirá e, desse modo, permitir que o máximo possível permaneça não dito. Essa espécie de contenção requer paradoxalmente uma abertura de espírito de que apenas poucos estão dotados: uma capacidade de aceitar o dado, de permanecer uma testemunha da conduta humana e não sucumbir à tentação de se tornar juiz." "(...) O indizível gera uma poesia que ameaça continuamente ultrapassar os limites do dizível (...)" "Ashbery escreve como um forasteiro, como alguém destituído da possibilidade de uma interação tolerável com o mundo e, por mais dissimulado ou humorístico que se torne, o sentimento essencial em seus poemas é de saudade." "Grande parte da melhor poesia atualmente escrita é publicada por pequenas editoras e apreciadas por não mais que algumas centenas de leitores." "(...) Acho que a ú

Vanitas e o lembrar de viver*

Geralmente, quando olhamos a imagem de uma caveira, associamos a morte. Parece que ali está a imagem da escuridão, do abismo, do sem volta, da tristeza, do sofrimento... Mas isso se deve a que? Isso me faz lembrar os quadros “Vanitas”, obras que traziam em sua configuração sempre a imagem de uma caveira, para nos lembrar de que um dia vamos morrer.  A chamada expressão natureza-morta demonstra motivos da vaidade deste mundo. Sabemos, ou melhor, deveríamos saber que nem tudo é para sempre, muito menos a vida. Mas para isso precisamos falar sobre ela, a morte, discutir, comentar, lembrar que ela, mesmo não aparecendo em imagem, está presente, esperando o momento certo para dar o “bote” e concretizar seu objetivo que é a finitude.  Para isso, precisamos deixar nossas vaidades de lado, deixar de se importar com o corpo, corpo esse que vai ficar, vai virar pó. Deveríamos lembrar, que o mais importante são nossas atitudes e momentos que vivenciamos, e não a parte concreta, que em no

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"A Loucura também tem seus jogos acadêmicos: ela é objeto de discursos, ela mesma sustenta discursos sobre si mesma; é denunciada, ela se defende, reivindica para si mesma o estar mais próxima da felicidade e da verdade que a razão, de estar mais próxima da razão que a própria razão." "(...) a loucura fascina porque é um saber. É saber, de início, porque todas essas figuras absurdas são, na realidade, elementos de um saber difícil, fechado, esotérico." "A loucura só existe em cada homem, porque é o homem que a constitui no apego que ele demonstra por si mesmo e através das ilusões com que se alimenta." "A loucura torna-se uma forma relativa à razão ou, melhor, loucura e razão entram numa relação eternamente reversível que faz com que toda loucura tenha sua razão que a julga e controla, e toda razão sua loucura na qual ela encontra sua verdade irrisória. Cada uma é a medida da outra, e nesse movimento de referência recíproca elas se re

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