Ah, as palavras que eu
falava
E aquelas que não
falava
Só eram um convite para
a dança
Um convite para o canto
Ah, minhas palavras
Queriam só ser palavras
outras
De um mundo outro
Cansei das palavras
cansadas
Cansadas de tão reais
Ah, minhas vãs palavras
Caíram no vazio de um
vão
De um chão frio.
Ah, as minhas palavras
Apontavam um mundo que
não existe
Mas que poderia existir
Afinal, quantos mundos
existem
Além deste único, meio
cansado
Que fazemos acontecer?
Ah, minhas palavras vãs
Beijavam os olhinhos
dela
Última tentativa de
tirar as vendas
Dos nossos olhos
Mas éramos cegos
Eu e ela.
*José Mayer
Filósofo. Livreiro.
Estudante na Casa da Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS
Comentários
Postar um comentário