Pode ser, claro que sim
Você me leu confuso
Neste seu jeito de me
ler.
Seus olhos nublados
Me viram no côncavo
Ou no convexo me viram.
E me leram invertido.
Pode ser, claro que
sim
Este seu medo tremido
De um grande amor.
Pode ser este seu riso
Que me fez de casa
E feliz por um dia.
Pode ser este desespero
Caindo no copo vazio
De uma saudade.
Pode ser este seu
cheiro
De fruta madura
Dos dias finais de
outono.
Pode ser a pele
infantil
De uma neblina suave
Pedindo um abraço.
*José Mayer
Filósofo. Livreiro.
Estudante na Casa da Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS
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