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É disto que eu gosto*

Gosto de brincar com as palavras. Observar o entorno. Registrar os instantes. Fazer das letras uma pintura viva. Os símbolos dançam e me seduzem. Escravizando as palavras, Liberto minha alma. Egoísmo este meu hábito! Mas, o que fazer se tanto gosto? Nem sei, nem quero saber o porque. É bom e basta! Estou apaixonada pela literatura, Essa tecedura de imaginação Com o dar forma às palavras, Num dançar instigante e cativante. Bom e gostoso envelhecer assim, Entre a biblioteca e as teclas. Melhor ainda desenhando as letras Com lápis e papel à forma clássica! Um mundo se rebela a cada palavra. Vou tecendo a colcha... No final apenas um texto Que compartilho, pois humana Gosto também de gente Que, como eu, Gosta de brincar de ler! * Rosângela Rossi Psicoterapeuta, escritora, filósofa clínica Juiz de Fora/MG

Buscas***

"Sonhar o sonho impossível, Sofrer a angústia implacável, Pisar onde os bravos não ousam, Reparar o mal irreparável, Amar um amor casto à distância, Enfrentar o inimigo invencível, Tentar quando as forças se esvaem, Alcançar a estrela inatingível: Essa é a minha busca." *Dom Quixote **Miguel de Cervantes

Filosofando*

Outro dia estava discutindo com uma colega psicóloga sobre a teoria sartriana da existência que precede a essência. Após a discussão, dei-me conta de uma coisa: e se o existencialismo de Sartre fosse já um essencialismo velado? Pois é. Estávamos conversando sobre a ótica da Psicologia e não da Filosofia. Sobre a ótica da segunda, há vários aspectos problemáticos que podem aparecer. Mas é sobre a primeira minha teoria. O existencialismo de Sartre nos diz que o homem, a sua vida inteira, está sempre se fazendo, ou seja, determinando sua essência através de uma existência prévia. Nesse sentido, há uma primazia da existência sobre a essência. Entendo essência por aquilo que o homem traz dentro de si e que o constitui e, segundo Sartre, o homem não a traz: ela é construída com o passar do tempo. Porém, se formos analisar, o homem está sempre buscando se conhecer e quando procura um atendimento psicológico, antes de mais nada, ele quer entender como é que ele mesmo se entende e

Expressão!*

Livre movimento do corpo em ação guiado por várias emoções... Contração, expansão, vida ativa em reação ao belo e para o belo no seu mais sublime conceito. Respiração ativa e sensações à flor da pele. Bum! Grande sentimento que se encontra através de uma catarse daquele que vive por amor a arte.  Maravilhas, sofrimentos, descontentamentos, solidão, percepção a cada deslocamento, longo ou curto! Permitir-se! Solução para uma melhor compreensão de si e do todo! Vida voando com o coração pulsante e inquieto para melhor decifrar tamanho sentido de todas as coisas sensíveis e metafísicas. Explicações??? Não! Não temos essa intenção... Queremos arte para suportar a existência nua, vazia, brutal. Sem arte não conseguiremos seguir a diante. Tudo se torna meio bege, sem tom. E a canção poderá ser uma grande fonte de inspiração para muita piração consciente e equilibrada! Palavras, as guardo no coração. Só o ato de expressar poderá satisfazer tamanha

CONVERSAR*

Em um poema leio: Conversar é divino. Mas os deuses não falam: fazem, desfazem mundos enquanto os homens falam. Os deuses, sem palavras, jogam jogos terríveis. O espírito baixa e desata as línguas mas não diz palavra: diz luz. A linguagem pelo deus acesa, é uma profecia de chamas e um desplume de sílabas queimadas: cinza sem sentido. A palavra do homem é filha da morte. Falamos porque somos mortais: as palavras não são signos, são anos. Ao dizer o que dizem os nomes que dizemos dizem tempo: nos dizem, somos nomes do tempo. Conversar é humano. *Octávio Paz