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Fonte* A fonte deste trabalho está no meu fluente interesse pelas movimentações do planeta Água chamado Terra. Foi através da Astrologia que passei a me sentir acolhida por este planeta, já que ela consegue mapear e indicar essas movimentações de forma viva, desenhando possibilidades a partir não somente de eixos, como também de triângulos, quadrados, retas e pontos, que se relacionam tanto ao mesmo tempo como ao longo do mesmo. A Astrologia é um saber dinâmico, considera e versa sobre a complexidade. Desde cedo, orientou muitos povos e, dentre eles, minhas crenças e buscas também. Como grande aliada do mapeamento destas possibilidades (a)fluentes, está a sabedoria Pitagórica, Numerológica, complementar de forma surpreendente da organização analítica entorno de um temperamento ou contexto que se apresente. De forma impressionante localiza períodos precisamente e define suas respectivas tônicas. A Voz da Sabedoria, como foi profetizado seu nome – Pitágoras -, realmente acessa a a
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXXV* Ismália Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar... *Alphonsus de Guimaraens 1870 - 1921
Escrituras, desleituras, releituras VII* "O panorama filosófico do século XIX desemboca no positivismo, postura eufórica e fechada a qualquer vislumbre super ou infra-humano, a qualquer visão mágica da realidade" "Surrealista é o homem para quem certa realidade existe, e sua missão consiste em encontrá-la" "(...) a irrupção da linguagem poética sem fim ornamental, os temas fronteiriços, a aceitação submissa de um transbordamento de realidade no sonho, o "acaso", a magia, a premonição, a presença do não-euclidiano que procura se manifestar assim que aprendemos a lhe abrir as portas são contaminações surrealistas dentro da maior ou menor continuidade tradicional da literatura" "(...) um caminho de compromisso, que cada escritor escolhe ou lavra segundo sua especial concepção da realidade. Assim se acede - por sendas numerosas - a um mundo de revelação até mesmo mágica, e sempre com a chave de mecanismos intuitivos, poéticos" &
O Poema, ou O Nada, ou O Ser* Nada. Página em branco. É isso que isso é! E é isso que isso não é. Um poema sobre nada, coisa alguma, Coisa nenhuma, ou coisa nem uma Talvez mais, talvez menos, Maior ou menor grau de abstração. Não faz sentido... Faz sentido! Sem sentido algum, sem sentido nem um Talvez muitos ou talvez nenhum. Pensado, desejado, falado, fitado Amargurado...! Porque não se consegue nada E sobre nada é isso aqui Mas já têm algo Aqueles que leem, ou que ouvem Ou que falam, ou que fitam. Folha branca esperando receber. Receber o que? O quê! Receber aquilo que se vai tornar palatável. Frouxo. Porque não é algo preso, Mas será preso. Será preso? Pode ser que passe adiante Ou adiante o que não se pode passar. Deixe estar. Deixe viver. Deixe ser! Olhe. Contemple. Sinta. Viva! E isso é sobre isso: O poder do branco ou do negro; Do caráter de folha no nada Ou a folha do nada, O papel do papel de página vazia. Vazia? Cheia! Mas chei
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXXIV* "Quem sou eu? De onde venho? Sou Antonin Artaud e basta que eu o diga Como só eu o sei dizer e imediatamente hão de ver meu corpo atual, voar em pedaços e se juntar sob dez mil aspectos diversos. Um novo corpo no qual nunca mais poderão esquecer. Eu, Antonin Artaud, sou meu filho, meu pai, minha mãe, e eu mesmo. Eu represento Antonin Artaud! Estou sempre morto. Mas um vivo morto, Um morto vivo. Sou um morto Sempre vivo. A tragédia em cena já não me basta. Quero transportá-la para minha vida. Eu represento totalmente a minha vida. Onde as pessoas procuram criar obras de arte, eu pretendo mostrar o meu espírito. Não concebo uma obra de arte dissociada da vida. Eu, o senhor Antonin Artaud, nascido em Marseille no dia 4 de setembro de 1896, eu sou Satã e eu sou Deus, e pouco me importa a Virgem Maria. Antonin Artaud 1896 - 1948
Uma clínica da não-palavra* Existem múltiplos sentidos refugiados na expressividade de um não dizer. As poéticas do indizível buscam expandir o conceito para reinventar a ideia. Seus relatos se oferecem entre parênteses, como se fora uma saga sem nome diante do olhar. Nesse contexto sem texto definido, sua menção aparece em manuscritos de feição indeterminada. Ao não ser verbalizada, deixar entrever a clausura recheada de conteúdos. Assim uma inédita zona se anuncia em rastros de originalidade. Sua feição inaudita pode ser descoberta no silencio porta-voz, assemelha-se a transgressão das miragens em apontamentos de luz e sombra. Essa fonte de criação possui inconclusão retórica, sua característica de ausência pode ser lembrada pela página em branco. Um logos multifacetado em fuga das contenções da classificação. Sua referência ao mundo sem nome compartilha uma zona impregnada de vida. A estrutura da quietude aprecia descons