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Interseções*

E quando tudo parecer estranho não deixarei de olhar para dentro. Quando a vida se tornar tão fundamental quanto a arte e a filosofia, sentirei um começo de libertação na alma! E, se por ventura não lembrares de mim, direi que sou amante dos livros e das pessoas descomplicadas. Pode parecer que sou incoerente para muitos, mas, para tantos outros, sou pura lógica, ainda que um pouco delirante. Eu sinto mesmo, verdadeiramente, excessivamente, demasiadamente! Singularidade! O mundo me parece mais belo que é, sei que sou um pouco Alice e um pouco madrasta. Sou uma mistura única! Minha paixão dominante é o amor e a expressão... Vivo a intensidade de cada minuto, seja dormindo ou acordada. Não tolero intersecções negativas na minha vida pessoal!!! Sou fé, vontade, desejo, esperança. Também sou comum, a professora que ensina a cada dia com muita paixão e motivação... Vocação! *Vanessa Ribeiro Atriz, dançarina, matemática, filósofa, estudante de f

O Caminho da Vida*

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. *Charles Chaplin

A invenção da palavra*

                                                          "Eu vejo o mundo através de minhas palavras"                       Carlos Nejar Em nossa área de atuação: a Filosofia Clínica - não a medicina do ato médico, onde os robôs (mecânicos) e demais tecnologias, com propriedade, vão substituindo os 'outros' (de carne e osso) recém saídos da produção em série da fábrica acadêmica - é comum o acolhimento, compreensão e procedimentos adequados ao ser incomum.. A textura dos dias sugere a conjugação desse andarilho com o devir das quimeras para desler o mundo. Sua mal_dicção consiste em ser reconhecível para, logo após, refugiar-se na ilegibilidade dos novos apontamentos. Seu viés, inicialmente palavra desconhecida, afronta a sintaxe comum. Escolhe surgir à deriva dos consensos Um teor assim mencionado, antes de permitir algum deciframento, rascunha-se num dizer impregnado de meias-verdades, subterfúgios, errâncias discursivas. Quando chega a ter definição já é

Balada da masturbadora solitária *

O final de um caso é sempre a morte. Ela é a minha oficina. Olho escorregadio, fora da tribo de mim mesma o meu fôlego encontra-te ausente. Escandalizo os que estão presentes. Estou saciada. De noite, só, caso-me com a cama. Dedo a dedo, agora é minha. Ela não está demasiado longe. Ela é o meu encontro. Toco-a como um sino. Reclino-me no caramanchão onde costumavas montá-la. Possuíste-me na colcha florida. À noite, só, caso-me com a cama. Toma por exemplo esta noite, meu amor, em que cada casal mistura com uma reviravolta conjunta, para baixo, para cima, o dois abundante sobre esponja e pena, ajoelhando-se e empurrando, cabeça contra cabeça. De noite, só, caso-me com a cama. Desta forma escapo do meu corpo, um milagre irritante. Podia eu colocar o mercado dos sonhos em exibição? Espalho-me. Crucifico. Minha pequena ameixa, dizias tu. Á noite, só, caso-me com a cama. Então chegou a minha rival de olhos escuros. A dama de águ

Carimbos Existenciais*

Querido leitor, que você esteja bem.  Na Idade Média, os monarcas tinham como procedimento fixar uma coleira de ferro no pescoço dos reclusos que, assim, sofriam duas vezes: presos no calabouço e presos à coleira de ferro. Mas eis que esta coleira, de tanto roçar no pescoço, criava ferida que, depois, cicatrizava, deixando uma marca, um carimbo existencial. O grande problema para esses seres humanos era que ao buscar uma nova vida, um renascimento, uma transformação, eram descobertos com a marca escondida embaixo da camisa, do cachecol. Aquela sociedade reduzia essas pessoas aos atos cometidos. O que restava aquela gente a não ser continuar a cometer atos marginais? Embora eles tivessem pago na prisão sua conta para a lei, agora a sociedade os condenava perpetuamente a assumirem o único papel existencial que lhes restara: marginais. O tempo passou e essa situação mudou nos dias de hoje? Trago, agora, pessoas com outro tipo de carimbos, como aquelas que nascem com algum

Nosso Mundo Interior*

Há pessoas que passam pelo seguinte processo: nada está bom para elas. Ninguém é digno de sua confiança. Todos são falsos. Enfim, acostumaram-se a ver no outro a própria sombra que habita os seus sentimentos. Projetam no outro aquilo que não tem a coragem de encarar em si mesmos. A projeção é sempre prejudicial, pois impede o ser humano a conhecer-se asi mesmo. Quando temos a coragem de olhar para nossas próprias sombras e nelas buscar um jeito novo de viver e ser no mundo acontece a libertação. As algemas que nos prendiam são quebradas e passamos a ver no outro não um reflexo de nossas imperfeições, mas sim uma pessoa em processo de construção. Projetar no outro as nossas próprias trevas pode até ser uma maneira confortável de evitar o contato com nossas próprias imperfeições, mas com certeza não é a melhor maneira de sermos felizes. Somente é feliz verdadeiramente quem tem a coragem de encarar o seu próprio mundo interior e dele fazer o melhor lugar para

Fragmentos poéticos, filosóficos, delirantes*

"(...) Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos… Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação h