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Trabalho, uma atividade da alma Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Escritora, Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Falar do trabalho de uma maneira poética e estética poderá parecer uma viagem de alguém fora do tempo presente. Tempo este que só pensa o trabalho numa visão econômica e finanveira. Grande engano! O trabalho como sagrado ofício, fenômeno psicológico instintivo, é uma atividade da alma, das mais sofistificadas e essenciais para uma vida potente e vibrante. Busque apenas o pagamento em dinheiro, as vantagens financeiras e deixe de lado as necessidades da alma, que logo,logo estará engolido pela alienação de um trabalho enfadanho. Feliz morte lenta! Facilmente nos sentiremos escravos se ligarmos o dinheiro apenas ao trabalho. A linguagem financeira eliminou a linguagem da alma para falar sobre riqueza, crédito, poder de comprar e venda, juros, débitos , passivos e ativos. O trabalho perdeu seu encantamento e seu verdadeiro sentido de valor, quando a alma foi abandonada.
Ausências e presenças Vânia Dantas Filósofa Clínica Uberlândia/MG Por que é preciso tanto tempo e distância pra se encontrar quem fale a nossa língua? Por muito tempo a gente procura o sublime e pensa que vai encontrar. De vez em quando vem a sensação de que esse melhor que se busca não existe, ou não foi reservado a nós, por enquanto. E às vezes uma presença é como um véu de estrelas e precisamos desencantar. Nos unimos pelos defeitos, também pela maldade, que não somos certinhos, e às vezes nos maltratamos, competimos, querendo nos livrar porque dói muito amor e não poder. E talvez, pisando no outro, ele desista e nos livre da decisão que não tomaremos. No caminho, vemos florezinhas azuis claras, dessas de vida curta, em plantas de 25 centímetros, entre meio-fio e asfalto. Elas estão ali, como a felicidade pode estar por toda parte, invisível, no som de um soprano, no doce da goiaba, nas contas de madeira da pulseira xamânica. Fabricamos felicidade, ou melhor, para sair
Reversos Pe. Flávio Sobreiro Poeta, Filósofo Clínico Cambuí/MG Dos mistérios da vida apenas o sorriso e as alegrias as manhãs que ainda irão chegar e as tardes que se despediram o brilho do olhar e o silêncio dos poetas apenas o presente a saudade do abraço e a esperança no futuro certezas não tenho me faço um com o mistério que ainda não tem nome e que faz de cada fragmento do meu ser o mais belo momento daquilo que em mim é um reverso das muitas vidas que cruzam as esquinas do meu ser
ENQUANTO SE ESPERA, TUDO PODE ACONTECER Ildo Meyer Médico, Escritor, Filósofo Clínico. Porto Alegre/RS Nem tudo na vida pode acontecer exatamente como planejamos e no momento que desejamos. Algumas situações exigem esperar. Esperar o nascimento de um filho, a diplomação na faculdade, a recuperação de uma doença, a fruta amadurecer, o sinal de trânsito abrir, a fila do banco andar, o pagamento no final do mês, a raiva ceder, o perdão transcender, o amor aparecer... Nem todas as esperas são iguais e nem todos esperam da mesma forma. Algumas esperas podem ser programadas e não causam tanto incômodo, porém quando eventualmente surge algo fora da rotina ou planejamento, alguns conseguem lidar com a situação tranquilamente, enquanto outros são mais impacientes, se estressam, sofrem demasiadamente e chegam até a perder o controle emocional. A insegurança provocada por um imprevisto e a sensação de perda do controle do futuro podem alterar a percepção do tempo real e causar a impre
Fragmentos filosóficos delirantes XCX* " Sou palavra louca sem pernas, eiras e beiras, beiro o não sentido do oposto sou louco! Rouca gargalhada... Sou o que não sou uma estrada sem fim." "Andarilho beatificado pelas mãos dos ventos, pelas asas dos rios, cheirosos por lírios, pelos lixos ditos e desorganizados por várias bocas" "Estou num estado que nem me procuro mais!" "Porque escrevo ? Escrevo por dentro por não ser alma por fora Não compreendo, sinto apenas. Pensamentos são veios: poetas, filósofos. Troco o amargo pelo agrado. Mentiras por falsas verdades... É preciso escrever mesmo em maltratadas palavras! Sentir, olhar, andar... trincar o cambalear de incertezas. Por isso escrevo! Para que as memórias do eterno estendam sobre o cotidiano a luz do frescor e os ruídos da lógica." "A fala tinge de branco o que a incerteza nos impõe: o silêncio!" "Todas as minhas lendas que moravam nas estradas do meu
Considerações de cinema e clínica* A improvável interseção entre cinema e terapia faz possível sentir as influências, reciprocidades. Intermináveis derivações a partir da versão original para explorar os inéditos recantos de cada um. Ao ser informação dirigida já é algo mais sobre a película passando. Roteirizando trajetos com recheio das simbologias discursivas, a intencionalidade aponta alegorias numa estética das fontes, um lugar onde saber_sentir é. A fita concede aberturas até então desconsideradas pelo cotidiano. Nessa magia perspectiva uma interpretação fascinante se desdobra entre atores principais e coadjuvantes nas possibilidades de cada ato. Sua promessa indeterminável elabora uma dialética entre autor e espectador, mescla por onde se realiza a con_fusão entre realidade e irrealidade. Seu manuscrito inicial, tornado acessível a várias frequências de percepção e entendimento, permite uma variada interação com o público, desde um visar de superfície até me
Geração Celular Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Querido leitor que você esteja bem. Sábado à noite saí para beber um chope e, como de costume, observo hábitos, comportamento das pessoas que, assim como eu, saíram de casa num gostoso sábado e aprazível à noite. Saí para relaxar, bater um bom papo com amigos; e olha que eu vou longe atrás de um bom bate-papo e curtir a filosofia de botequim, entre outras coisas. Como disse, gosto de observar hábitos e, nesse local que fui, era um bom laboratório, pois a maioria do público era de jovens abaixo de 30 anos. O que me chamou atenção era o volume do ruído ocasionado pela conversa entre as pessoas que ali se encontravam. Prestando melhor atenção, qual não foi minha surpresa quando percebi que o ruído era ocasionado sim pelas conversas, porém, o diálogo se dava não só pelos presentes e sim pelo diálogo que ocorria devido ao telefone celular. É isso mesmo! Você convida a