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De volta ao meu eu escondido Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filosofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG Malas desfeitas e coração cheio de graça. Renascida, pois há muito me deixei escondida. No México fui em busca dos maias e encontrei-me, Não só em meio a selva de Palenque, Mas, no olhar silencioso do subcomandante Marcos, Reencontrei aquela que deixei em 68. As palavras fazem a revolução, Disto nunca duvidei. De Frida khalo, reencontrei as cores e a coragem, Em Diego Rivera a arte revolucionária. Dos maias trouxe a esperança no novo tempo. Despertar da consciência. Ser com todos. Fazer das palavras um movimento de libertação. Colorir o mundo com surrealismo real. Lutar sem armas, com coração amoroso. Caminhar mesmo que a angústia se faça presente. Que continue angustiadamente feliz para não me alienar. Que eu grite com as palavras e os pincéis. Que eu denuncie sempre de forma incansável o ocultado. Que não me quede sob a opressão e corrupção. Que meu
Eternidade interrompida Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Morrer é preciso... tão preciso quanto necessário. Morremos a cada momento através da eternidade; vivemos pela sua possibilidade. Somos impotentes diante do tempo, mas detemos a condição incontestável de exercer a vida. Direito este nem sempre exercido, mas que na maior parte das vezes é reivindicado. Prescindir dele pode significar perdas incomparáveis para alguns; outros, porém, necessitam ter seu tempo supostamente abreviado... quem pode saber? Na existência talvez nada possa ser predeterminado. Apenas intuímos o porvir, que nem sempre se manifesta por um caminho esperado. O inusitado provavelmente está a nos esperar depois daquela curva, como um prêmio atento às nossas necessidades. Podem acontecer imprevistos, surpresas, desvios e até o rigor de um traçado delineado. Cada fibra se desvela e se revela no desenrolar de uma rotação. O dia se inicia para alguns, mas apenas acontece para outros. A eternidade,
Desumanização no Atendimento Beto Colombo Filósofo Clínico, Empresário, Coordenador da Filosofia Clinica na UNESC Criciúma/SC Ultimamente, poucas coisas me irritam muito, mas tem uma que quero compartilhar com você, que é ligar para uma empresa com o objetivo de comprar algo e meu telefonema ser atendido por uma secretária eletrônica. Gélida, ouço uma voz que diz: “Para artigos domésticos, tecle 2; para eletrônicos, tecle 3; para falar com o setor de crédito, tecle 4...” e assim vai até chegar a célebre frase “Se quiser algo mais, aguarde um instante para falar com um de nossos atendentes.” Já aconteceu isso com você? Confesso que não tenho a paciência ideal, mas extrapola os limites de qualquer um ficar aguardando uma máquina dando ordens a você, que fica totalmente sem ação, sem poder fazer nada, a não ser esperar ou desligar o telefone. Na verdade, é isso que tenho feito, desligado o telefone. Cansei de ser ridicularizado, de ser humilhado. E olha que não sou só eu. R
Vida nova Sandra Veroneze Jornalista e Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Os primeiros dias da primavera estão aí e com eles um clima todo especial de renovação, vida nova. São as flores que nascem, os ventos que se espalham e pra mim, que faço aniversário em outubro, o convite é duplo para que de fato se inicie um novo ciclo. Setembro, portanto, costuma ser um mês diferenciado, por um lado com energia pulsante, direcionada para a vontade de empreender e realizar. Os sonhos gestados ao longo do último ciclo começam a tomar forma numa planilha de planejamento, programação, e os cenários que se desenham também desenham o sorriso nos lábios. Por outro lado, setembro é portanto e igualmente um mês de limpar gavetas, mente e coração. Jogam-se fora objetos, emoções, sentimentos e planos mortos. Às vezes até pessoas cujo prazo de validade já venceu, por mais duro que isso possa parecer. Humanos que somos, precisamos desses ritos de passagem, e como é bom respeitá-los, vivê-los. É u
Ele tem que ter pegada Jussara Hadadd Filósofa Clínica e Terapeuta sexual. Juiz de Fora/MG Tudo é muito relativo, a gente sabe disso. Enquanto para algumas mulheres os homens têm que pegar, matar e comer logo, para outras, sensualidade exagerada, pressa para chegar ao "tudão" e toques com a força que ultrapassem o peso de uma pluma de pavão, podem significar o fim da relação. Sendo assim, como classificar o que seja uma boa "pegada"? Como hoje em dia algumas mulheres já estão fazendo sexo de uma forma mais descomplicada, sem misturar amor, compromisso ou culpas, ficou bem difícil para os homens entenderem ou mesmo adivinharem como começar, como pegar e como transar com uma mulher. Ela quer? Quer logo? Quer carícias preliminares? Quer estabelecer critérios? Quer ficar só essa vez? Quer clima de romance? Diante de tanta liberdade, o que antes tinha que ser trabalhado, hoje deve ser resolvido e bem rápido, por favor. Mas também não é bem assim. Não é assim
Fragmentos filosóficos delirantes LXI* "Casanova não é um gênio pelo modo com que descreve sua existência, e sim pelo modo de vivê-la." "A eficácia de toda terapêutica, que tem a fé por base, aumenta com a contribuição de um cerimonial mágico ou religioso." "Os enfermos não se preocupam com o fluido, nem o como nem o porque: limitam-se a precipitar-se para o mago, impelidos pela fama de sua novidade e atraídos pela esperança." "Desde as fórmulas do exorcismo dos antigos até a teriaga e os excrementos cozidos de rato da idade média e o rádio de nossos dias, todos os métodos de cura, devem uma grande parte da sua eficácia à vontade de sarar, ingênita no enfermo, e em tão alto grau que o veículo eventual, base dessa fé, seja imã, hematias ou injeções, em grande número de enfermidades, pode dizer-se que é supérfluo comparado à energia que possui o enfermo e que é a que dá eficiência real ao medicamento." "A própria natureza é o 'mé
Os filhos nossos de cada dia Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Hoje quero falar de filhos. Mas não importa muito a que filhos me refiro. Filhos podem ser de muitas naturezas. Podem ser tantas coisas... de infinitas e diferentes origens. Quem sabe sejam aqueles sonhos que acalentamos, ou as nossas incertezas que nos perseguem, ou ainda nossas reflexões inusitadas e com um toque bizarro de surrealidade, ou a ocupação que nos consome e nos delicia; podem ser também aqueles que levamos no ventre físico ou do nosso coração. São muitos os filhos dos partos diários que fazemos e que nos (pré) ocupamos em embalar. Esses partos podem ser fáceis ou podem acontecer mediante fórceps, mas ainda que isolados na condição pessoal de existir, o fato é que parimos um novo dia, a cada dia, a favor ou contra a corrente. Às vezes a existência parece ter uma respiração inexorável. Dos filhos nascidos da união das sementes, houve um tempo em que os considerei a máxima do papel existenci
Pensar? Para que pensar? Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Somos viciados em receber tudo pronto. Pensar? Para que pensar? Se tudo já vem enlatado, deformado em informações programadas. Questionar, para que questionar? Mais fácil ser conduzido pelas ideologias dominantes. Ser massa e rebanho. Para ser aceito pela alienação da maioria. Ligamos a TV e ficamos paralisados vendo todos os mais fantásticos recursos tecnológicos nos ensinando o que devemos ou não fazer. Acreditamos que todo o televisivo é a verdade absoluta. Ser ou não ser. Relatividade. Dúvida. Interrogação. Angústia. Para que vamos complicar a vida? Sombra? Queremos apenas a perfeição. Acreditamos que a vida é apenas isto. O que os outros nos dizem que deve ser e é, passa a ser o dogma estabelecido. O ‘pode ser’ ou ‘não ser’ não tem lugar no nosso dicionário diário. Gente maluca estes tais filósofos. Complicam a vida. Andam na contra mão e questionam tudo. Nada respondem,