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PONTO DE VISTA* Will Goya Filósofo Clínico, Poeta Goiânia/GO Conseguir no querer prédio intensamente, sem sentido. Quase palavras, nada mudo. Não deixa dizer! Imensidão mais forte alto. Va-ga-ro-sa-men-te. Para! ... Pera pira pora, puríssima. Do que mesmo você não se lembra? Sobre o que você não quer falar? Pensa que sou cozinheira já pensando o tempero... A bebida e o marido? Eu não sei. É... Talvez, hã? É... Hã? Eu não sei. Por que tudo eu, logo eu, sempre eu? Limão, navio... E adoro geleia! O carro é azul. – Silêncio, vou limpar o ouvido! O cotonete? Época de vestibular... Não imaginam que talvez eu seja feliz, desse jeito Em algum lugar entre lá e aqui. E me chamam de louco! Acha que isso não exige coragem? Nessa vida, quem não rala não faz pamonha. Eu me pergunto: De quem deve ser a compreensão, a compreensão? Há compreensão? *Apaixonado por Filosofia e Psicologia, perguntei-me sobre o que faz de alguém “louco” ou “normal”. A resposta é um po
Farol da Vida Pe. Flávio Sobreiro Filósofo Clínico,Poeta Cambuí/MG Na antiguidade, quando os faróis ainda não existiam, acendia-se uma grande fogueira no alto de uma torre para que os barcos que se encontravam em alto mar pudessem se orientar. Ver a luz da fogueira à distância era sinal de que a tripulação do barco não se encontrava mais perdida em alto mar. Com a luz da fogueira o barco poderia chegar com segurança em terra firme. Com o surgimento dos faróis, o trabalho ficou mais fácil, porém a utilidade dos mesmos até hoje continua sendo a mesma da antiguidade: orientar o barco de maneira segura. O farol tem sua utilidade principal quando é noite. Mesmo a grandes distâncias no escuro da noite ou no meio de uma tempestade o farol cumpre a sua função: indicar por meio da luz o caminho certo a seguir. Na escuridão o farol é guia seguro para quem se perdeu em alto mar, e sozinho não é capaz de regressar à terra firme. Muitas vezes nos encontramos como um barco perdido em
Luz-cidez Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filosofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG Não sou minha profissão Sou minha alma Não preciso dos titulos para me apresentar Sou o que sou Sem máscaras e disfarces. Consegui minha carta de alforria Apenas vivo com coração pensante Por vezes apaixonada, fogo intenso Em outra hora, lago amoroso pura poesia Vento nos voo da borboleta, ar sutil Sou terra com pés caminhantes Peregrina no agora Cansei de estar sucumbida pela sedução Joguete das multimidias Objeto a ser consumido Não preciso me submeter a mediocridade Estar escrava das ilusōes da maioria Posso escolher trilhar a liberdade Sou hoje tudo que construi Ninguém me tira a dignidade de ser Por inteiro Abro a janela Mesmo sem sol lá fora O aqui de dentro brilha
Exercícios de Liberdade Jussara Hadadd Terapeuta Sexual, Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Não existe tempo na história do homem para definir o início do seu tempo de liberdade. As pessoas confundem liberdade com vários outros aspectos da vida. Talvez sem censura, talvez sem limites, talvez segura, talvez indiferente, talvez sozinha, talvez congruente, onde um mais um é um. Talvez imaturo ou maduro demais, ou ainda talvez, representando ser um ou outro. Ou então, ainda fingindo não ser nada nem ninguém. A verdade, para mim, é que o tempo de liberdade, hoje, é aquele em que conto os minutos para deixar de vez, de lado e para trás, qualquer incomodo, mazela, arrependimento, tristeza, mágoa, rancor, ciúmes, inveja, medo, principalmente o medo. Deixar para trás o medo de ser livre e feliz. Deixar para trás, toda minha incapacidade de amar, todo o meu medo de me doar por inteiro, sem esperar nada em troca. Para muitos não é fácil, mas certamente é alvo. Talvez inatingível em um pr
Janelas e ventos* Existem janelas a espera de ventos, Onde nunca será cedo ou tarde, Ventos em busca de janelas, Lugar a sugerir vazios, Rastros invisíveis, pegadas sem pé, Embala procuras, esconderijos, Um agora oratório, confessionário, Anuncia anjos decaídos, O inesperado amanhã, Intui desejos inconfessáveis, Alvoroço de asa sem voo, Imensidão de vontades sem lei, A janela persegue ficar, O vento sugere partir, Um e outro são instantes, Rascunho aproximado, lonjuras, *Anônimo
Fragmentos filosóficos delirantes LXXV* "Há em cada pessoa, uma pluralidade, uma coexistência de léxicos; o número e a identidade desses léxicos formam o idioleto de cada um." "O sentido obtuso parece desdobrar suas asas fora da cultura, do saber, da informação; analiticamente tem algo de irrisório; porque leva ao infinito da linguagem, poderá parecer limitado à observação da razão analítica; pertence a classe dos trocadilhos, das pilhérias, das despesas inúteis; indiferente às categorias morais ou estéticas, enquadra-se na categoria do carnaval." "O fílmico é o que, no filme, não pode ser descrito, é a representação que não pode ser representada. O fílmico nasce exatamente onde cessam a linguagem e a metalinguagem articulada." "Dionísio é um deus complexo, dialético; é a mesmo tempo um deus infernal e da renovação; é o próprio deus desta contradição." "É necessário lembrar que a classificação das vozes humanas - como toda classif
Sons da alma Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Existem sons que vem de algum lugar que não distinguimos. Até conseguimos ouvi-los, mas eles nos surpreendem como se fossem brumas sonoras a se espalhar pelo ar... Essas ondas se espalham, penetram os sentidos e invadem expectativas, preenchendo entranhas e formando novos sonhos. Às vezes, formam delírios e transportam a outros mundos. Outras vezes, recordam instantes de êxtase que se propagam como impulsos a invadir destinos. Mas podem também massacrar como ferros, rasgando e ferindo, sepultando lembranças. E há os sonhos que cristalizam o momento, não permitindo que o tempo caminhe... ou talvez apenas o torne lento para que seus passos sejam marcados pelo deleite de um clímax anunciado. Esses momentos são como pérolas resgatadas que reverberam a concha que as abriga. Esses acordes iluminam os corações em sua mais íntima vibração, mas em segredo, de forma quase imperceptível, num ímpeto que ninguém consegue perceber
Freios existenciais Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Quando você for à bela cidade de Dourados, interior do Mato Grosso do Sul, observe que ela não possui subidas e descidas. Tudo é plano, tudo é povoado de planícies, poucos prédios, bicicletas por todo lado, árvores. Caso comprasse algum patinete para transitar pela região, provavelmente não seria necessário que tivesse um daqueles freios de mão. Para quê? Em lugares assim, a gravidade é o melhor e o mais suave freio ao embalo macio que traciona as rodinhas delicadas do patinete. No entanto, há modelos importados que já trazem o freio, modulado por um cabo, que naturalmente faz parecer necessária esta peça acoplada ao veículo. Acredito que alguns ficariam surpresos se soubessem que um patinete não precisa de freios. Talvez não comprassem, talvez devolvessem achando que tivesse um defeito. Lembro disso quando encontro seguidamente no consultório pessoas cujas construções semânticas, sintáticas, gramaticais trazem