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Mostrando postagens de julho, 2010
Entrar na singularidade existencial Vânia Dantas Filósofa Clínica Uberlândia/MG Os rituais intuitivos se realizam na mente; nela são revisitados espaços mágicos por onde passamos, onde estiveram duendes, os elementais da natureza, por entre os troncos estreitos de árvores adolescentes ainda um pouco verdes no cerrado de inverno. Estão lá, na baixada da capoeira de nosso altiplano rodeado de represas. Muita terra se vira em poeira e repousa nos sapatos, no rosto e faz parte de nós pela respiração. A conexão do chacra raiz com a terra se faz, seja pelos pés bem fincados no chão, seja na postura de lótus, absorvendo do cosmos o “Segredo” ou na manipulação da energia. Tai chi chuan, aikidô, I ching. A ecologia do corpo vincula-se à natureza alquímica. Absorver o brilho pelo olhar, captar as temperaturas do ar pela pele, conhecer a umidade pelas narinas; sentir em tudo o cheiro, o perfume, o ondear das nuvens, os cochichos do mar, as energias impregnada nos papéis de parede da
O OLHAR QUE BEIJA Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS O poder da mídia é inquestionável e ao mesmo tempo assustador. Através de mensagens diretas ou subliminares, recebemos em média trezentas sugestões diárias de como tornar nossa vida melhor e sermos mais felizes. Quase todas indicando dois endereços bem pontuais: consumo e beleza física. Quanto maior a capacidade de consumo e proximidade da perfeição estética, maior também será o grau de satisfação pessoal e a admiração dos outros. Certo ou errado? A pretensão aqui não é entrar no mérito dessa discussão, apenas comentar as implicações desses comportamentos nas relações afetivas. Uma mentira repetida mil vezes pode acabar parecendo verdade. Depois de bombardear o público durante um mês com o comercial do pop-star vendendo determinado produto ou estilo de vida, a mensagem acaba sendo assimilada e o desejo de compra passa a ser uma consequência lógica. É mais ou menos assim que somos induzidos à mudança
O Espelho perdeu Joana Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Da estrada A partir de uma terça-feira, no outono de 2005, Joana acordou com a música do despertador (que ela não gostava, mas nunca trocava), foi para o banho e notou, no Box envidraçado do banheiro, que não via mais a própria imagem refletir. Durante três meses ela tentou vários espelhos, roupas e chapéus à prova de invisibilidade, chegou a pendurar fotos suas no vidro polido e visitou duas espelharias para saber o que havia de errado com os refletidores. Quando de fato constatou que sua imagem não retornava de superfícies lisas e polidas, nem mesmo a de um lago, um copo, o chão encerado que fosse, tomou algumas medidas urgentes. Primeiro, passou a usar os outros para luzir sua imagem. Perguntava freqüentemente o que achavam de seu penteado, de sua roupa, de seu jeito para o dia. O retorno a deixava animada, ainda que às vezes certas roupas dividissem opiniões e a jogassem em confusão. Passou então, mas i
Em cima da hora! Diversos Planos de Saúde abrem as portas para profissionais da Filosofia Clínica. Um exemplo acontece em Uberlândia, Minas Gerais, onde colegas atendem pelos planos de saúde Pirâmide e Nossa Clínica. A partir de agora, os associados desses sistemas de saúde, poderão contar com atendimentos diferenciados e ampliar sua rede de profissionais. Assessoria de comunicação.
Saudade Olympia Juiz de Fora/MG Ouço os apitos das fábricas Hora do almoço Lá vem o Pedro Pequenino, gordinho e barrigudinho Chapéu velhinho Lembra um anãozinho No braço direito um balaio enorme de bambu Dentro muitas marmitas dos Operários têxteis No esquerdo, o amigo Guarda-Chuva A meninada grita O sol Pedro Pedro responde bravo A tarde chove! Olhem o céu Sinto... Pedro com seu amigo Amando as chuvas
Quando o pouco ainda é muito Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Diógenes de Eneoda mandou entalhar o grandioso livro mural que atesta a vitalidade do epicurismo do século II a.C..Para ele o pensamento de Epicuro trazia paz e tranqüilidade a alma. No mural, dentre outros pensamentos, está inscrito: - A maioria dos homens tem por doença comum as falsas opiniões sobre as coisas. - Contagiam-se uns aos outros por imitação. - É dever da humanidade cuidar dos forasteiross que se encontram entre nós. - A pátria única de todos é toda a Terra e sua única morada é o mundo. - Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. - Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. - Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus. - Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus. - Se pode e quer, que é a única coisa compatível com D
Rastro Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Meu rastro eu mesma faço! Curvas, retas, pontes, edificações de uma existência. Lágrimas molham as vicinais, suores translitorâneos, alados torno-zelos, deviente via, acessos remotos, fados viajantes, amanhecer, orvalhos e lua cheia.
A TROCA DO INSUBSTITUÍVEL Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Durante vinte e cinco anos André trabalhou na mesma empresa. Começou como faxineiro e foi sendo promovido até alcançar o cargo de gerente executivo. Dedicou corpo e alma ao trabalho, conhecia com detalhes todos os setores. A empresa era seu lar. Um belo dia, ao entrar em sua sala, recebe a noticia de que foi demitido. Substituido por um funcionário mais jovem, mais graduado e menos oneroso para a empresa. Esta não é uma história rara, pelo contrário, está cada dia mais frequente. André ficou muito magoado e porque não dizer, decepcionado. Gostaria de ser considerado uma pessoa especial e não ser trocado por um “alguém” qualquer. Com que direito André pode ficar contrariado e se achar insubstituível? Afinal de contas, pessoas são ou não são insubstituíveis? Acredito que cada ser humano trabalhe e conviva com suas características únicas e especiais, e na impossibilidade ou ausência do mesmo, uma r
*A estética dos intervalos “A verdade que se abre na obra, nunca é atestável nem deduzível a partir do que até então havia. Pelo contrário, o que até então havia é que é refutado pela obra, na sua realidade exclusiva.” Martin Heidegger A fluência discursiva da ficção aprecia o lugar qualquer de todo lugar para justificar suas origens. Em algum ponto da interseção com a realidade empírica, sua atuação prolifera entremeios de uma zona incrível. Nesse extraordinário idioma é possível localizar várias fontes – de saber –, devaneios de reinvenção. Contradição bem vinda a inaugurar pontos de vista, até então, cristalizados num passado sem sentido. A pressa em querer consertar desajustes pode manter tudo como está. O codinome incomum dessas irregularidades criativas tenta descrever o território por onde a não-palavra se desloca, num processo a vislumbrar contornos invisíveis ao raciocínio das convenções. A pessoa condenada a viver em intervalos existenciais, onde as crises se
Bem vindos à Semana de estudos 2010! 27 de julho, terça-feira 12:30hs às 13h00 - os colegas são acomodados na sala de atividades. Recebem instruções iniciais, além dos materiais de trabalho (blocos, canetas etc). 13h30 - Exercícios práticos de Autogenia - primeira parte. Explicação: os colegas inscritos estudaram como requisito o curso de Autogenia, extensão, em nossa plataforma de ensino. Nesta primeira parte dos trabalhos, aprenderão como efetuar mudanças no padrão autogênico e os rudimentos da sustentação. 16h00 - 16h40 - lanche. 16h45 - Exercícios práticos de Autogenia - segunda parte. Explicação - os colegas trabalharão as consequências da sustentação de um padrão autogênico e como proceder. 18h45 - final dos trabalhos no dia. 28 de julho, quarta-feira 13h30 - A EP trabalhando para a pessoa e/ou a pessoa trabalhando para a EP? - identificando freios, armadilhas conceituais. Explicação: modos de alimentação da EP; pressupostos e riscos; aprendendo a fazer. 16h0
Olá amigos, O Banquete Filosófico Clínico no Casarão do Belvedere não ocorrerá na próxima semana, sendo o próximo Banquete no dia 21 de agosto, 16 horas. Dia 28 de julho (quarta-feira), às 18h30, ocorrerá no Espaço Cultural IBEP (Rua Santo Amaro, 766 - Bela Vista - Tel. 2936-4491), palestra sobre Filosofia Clínica. Aproveito para informar que em agosto, além do Café Filosófico Clínico na Livraria Martins Fontes (dia 5), realizaremos um Café Filosófico Clínico na Bienal de São Paulo, no estande da WAK editora, no dia 19 (quinta-feira), às 19 horas. Abraços, Monica Instituto Interseção www.institutointersecao.com (11)3337-0631
A solidão no instante que passa Margarida Nichele Paulo Filósofa Clínica Porto Alegre/RS A solidão neste momento É tudo que eu sinto. Solidão no instante que passa Fugi de mim ... Fugi de você. Fiquei com a solidão e ela entrou em mim. A solidão do instante que passa Deixou uma marca Que brota como lágrimas E lava meu ser. Não estou só, mas sinto-me só É a solidão que permeia No instante que passa No momento que existo sem você!
Agna é menina Gustavo Bertoche Filósofo Clínico Rio de Janeiro/RJ Agna, portanto, é uma menina. Surpreende-se com o mundo - e com ela mesma. Haverá diferença entre o mundo que Agna vê e a própria Agna ? Não vê ela o mundo com seus olhos ? Agna tem dúvidas: não sabe se ela é um ser-no-mundo ou se o mundo é um ser-em-Agna. Existirá de fato ? A leitora sabe a resposta. Agna é um ser-no-mundo, porque é uma invenção da pobre alma que escreveu este livro. A dúvida de Agna não tem sentido. Uma outra leitora, que sabes superficial como não és (te sei profunda), diria talvez ser Agna um não-ser - um fruto da imaginação de um autor louco. Não responda à outra leitora que sabes que um ser imaginado é um ser real, um ser mais real até do que o que é real, um ser que é real em sua própria e específica realidade - é um ser super-real, um ser surreal. Sabes que a palavra surreal é a equivalente francesa de super-real, e sabes que o super-homem é exatamente o homem que vive na realidade mai
Todos falam mal de todos Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Por que todos falam mal de todos? Esta é uma pergunta que não cala. Constantemente me perguntam com ansiedade se falar do outro é instintivo ou aprendido. Fico num beco sem saída, pois a cada dia mais compreendo que não existe resposta certa ou verdadeira. As questões têm vários ângulos e normalmente pegamos um só ângulo, o tomamos como um todo, o reduzindo a uma reposta, nos arvorando de uma saber poder equivocado. Quem pergunta quer uma resposta. No caso desta pergunta a coisa fica mais feia, pois o mal estar de se perceber no centro do julgamento do outro é profundamente incomodativo. Falar do outro é fácil, mas se sentir alvo de crítica é muito ruim. Vamos pegar uma vertente psicológica e refleti-la filosoficamente. Começando co uma dúvida: - Por que o outro nos incomoda a ponto de falarmos mal dele? Projeção da sombra? Inveja? Competição? E muito mais questões subjetivas. Que
Verdades subjetivas Bruno Packter Filósofo Clínico Florianópolis/SC Na filosofia clínica, tratamos dos pré-juízos como verdades subjetivas que a pessoa traz previamente e que entrarão em contato com suas vivências. Por exemplo, algo é assim para ela, antes mesmo de conhecer mais a seu respeito. Portanto, pré-juízos dizem respeito a verdades, tratam do que é a priori e tendem a uma conclusão, um dado que se cristalizou em uma verdade. Em alguns casos, os pré-juízos não passam por questões ligadas aos defeitos ou virtudes. Os pré-juízos correspondem a tudo o que uma pessoa é, tudo o que ela pensa ser, fazendo parte de suas crenças e verdades subjetivas, e que também para o “outro”, ocorra desta forma. Podemos ser diferentes e ainda assim estarmos certos, tudo ao mesmo tempo. É preciso, na medida do possível, partindo-se de cada estruturação, abrir caminho às diferenças.
Sou Flávio Sobreiro São Paulo/SP Sou a mistura das cores o preto e o branco o cinza das nuvens e o azul do mar Sou a chuva com raios e trovões a brisa serena o sol que queima e arde Sou a poeira da inexatidão o abstrato das impressões o sal que dá sabor Sou um coração que sonha uma alma que acredita Sou a essência de mim mesmo e nada mais que isso Sou a crença no futuro a esperança que é verde a tristeza que também chora Sou o encanto que se perde na utopia o reencontro com a chegada o desespero da partida Sou a alegria que vem do olhar a melodia que vem do ar o frio das madrugadas de inverno Sou todas as estações ao mesmo tempo sou humano
INVESTIR NA INCERTEZA Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Poetas gostam de falar de amor. São grandes amantes, flertam, escrevem lindas poesias, mas quase nunca permanecem casados. A maioria dos mestres espirituais que transcenderam são solteiros e castos, não trabalham e vivem de auxílios financeiros. Grandes filósofos também não fogem à regra e terminam seus dias solitários. Apesar de todos esforços, não me considero grande poeta, guru, filósofo ou amante. Isto não impede minha eterna busca, curiosidade e aprendizagem, mesmo que à duras penas, das nuances do amor. Com os devidos cuidados, para não ser condenado à solidão amorosa por pensar demais, vou me aventurar a discutir o assunto iniciando pelas bordas, muito embora exista a versão de que em matéria de amor o segredo é envolver-se por inteiro, não deixando espaço para um relacionamento morno. O fato de pensar o amor seria um obstáculo para a convivência entre amantes? O velho ditame popular “Quem pens
Inventários Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica J., 50 anos, em uma quarta-feira à tarde, em meu consultório, fez seu inventário habitual de final de ano. Entre os que partiram em 2008, Paul Newman (uma geração o lembrará para sempre como Butch Cassidy, de 1969), Bobby Fischer (que em 1972 venceu Spassky em uma das mais improváveis páginas enxadrísticas de todos os tempos), Dorival Caymmi (É doce morrer no mar...), Ruth Cardoso, Arthur Clarke (2001: uma Odisséia no Espaço), Jamelão. Para quem mais além deles morreu, a J. não interessa. Interessante notar que em 2008 J. perdeu um filho. Livro, só houve um: A Viagem do Elefante, de José Saramago. O Filho Eterno, de Cristóvão Tezza, é muito bom, mas J. não comenta. A cheia em Santa Catarina, quase 80 mil pessoas desabrigadas, fome, saques, medo. Por muito tempo será lembrada. A eleição de Barack Obama será um marco, assim como Sarah Palin, marcos por motivos que não se encontram, mas que se explicam um diante do ou
Vidas do Fora Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Ainda estou impregnada de vocês, de vida, excesso de pensamentos. Os livros entre as mãos num devorar de escrituras. A chuva que cai, seus pingos tilintantes fazem passar imagens entre suspiros, um mosaico de gritos, silêncios. Sem escafandro me lanço! "O caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria" (William Blake) Aos que me tocaram mesmo sem saber, meu abraço e meu carinho.
RASCUNHOS FILOSÓFICOS SOBRE UM (NOVO) CONCEITO ÉTICO DE SUBJETIVIDADE EM CLÍNICA Will Goya Filósofo Clínico Brasília/DF Resumo: A Filosofia clínica tem sido equivocadamente compreendida como uma razão instrumental e criticada como não sendo nem autêntica filosofia, nem sequer terapêutica. Entretanto, nela subjaz um novo contorno fenomenológico do conceito de subjetividade e um núcleo ético capaz de orientar, com grande força terapêutica, costumes e modos de ser aos indivíduos que partilham junto ao filósofo clínico um cuidado existencial. Palavras-chave: filosofia clínica, subjetividade, ética. Um texto como pretexto de discussão, uma canção a tantas músicas sem letras, quem sabe apenas uma distração aos ânimos demasiadamente concentrados em seus focos de vigilância, não sei... O que aqui pretendo é mais um repensar algo da práxis clínica da filosofia, criada pelo filósofo Lúcio Packter. Em particular, gostaria de atender ao reclame da ainda tarda polêmica questão de s
"Meus heróis morreram de overdose" Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Um milhão de anos atrás, o mundo era bem diferente, e por incrivel que pareça, ainda carregamos certos traços e predileções herdadas de nossos antepassados. As emoções permanecem as mesmas desde que o mundo é mundo. Alegria, tristeza, raiva, amor, saudade, ódio foram sendo estudados, segmentados, refinados, mas a verdade é que em maior ou menor intensidade, sempre se fizeram presentes na humanidade. Os homens das cavernas defendiam-se dos inimigos como podiam. Usavam mãos, pedras e ossos e só os mais aptos sobreviveram. Quando sobrava algum tempo, se acasalavam e procriavam. Alguém tinha que cuidar dos filhos pequenos, pois cobras, aranhas, ursos, lobos e até inimigos de outras tribos podiam atacá-los. O homem primitivo aprendeu que vivendo em grupo, poderia ter benefícios em relação a segurança, alimentação e acasalamento. Os mais fortes eram destacados para as tarefas perigosa
Axiologia Andrea Vermont Filósofa Clínica Uberlândia/MG O grande desafio do “terapeuta”, e ai incluindo todas as “terapias”, talvez não seja a absorção de conteúdos, nem o labor da formação, e nem mesmo os mundos que se fenomenalizam diante de si, na pessoa do outro. O maior desafio talvez, seja ter que conflitar constantemente seus valores, com os valores que ali se desnudam e ainda assim não pré-conceituar, não direcionar, não significar... Bem dizia o velho Sartre: “Meu inferno são os outros”, pois o diferente atua em mim como um fator revelador, que coloca em questionamento também a minha história, meu ser, meus valores, e especialmente a minha dificuldade de lidar com a alteridade. Pensando no mundo Schopenhaueriano, como sendo uma representação pessoal de cada um, nos deparamos com as dificuldades em aceitar a representação axiológica do outro, quando esta é muito diferente da minha, pois quando eu “estou” terapeuta, eu não consigo
O melhor caminho Gustavo Bertoche Filósofo Clínico Rio de Janeiro/RJ Sei qual é o caminho mais curto até minha casa. Faço o trajeto mais longo, caminhando sob a chuva, só para me divertir às minhas custas.
Vida Compartilhada Dra. Rosângela Rossi Juiz de Fora/MG A inteligência humana sempre acha soluções incríveis que vão superando nossa imaginação. Hoje, quando se opta pela simplicidade voluntária, possibilidades infinitas surgem facilitando a vida, driblando a rotina. Você já pensou em compartilhar sua casa de praia com outros que têm casa de veraneio em outros lugares do país e do mundo? A troca de casa abre novas oportunidades de conhecer lugares nunca antes pensados e pessoas diferentes no entorno. Quem já pensou e compartilhar carros, livros e mil outras coisas úteis e mesmo inúteis? È a antiga troca entre amigos que foi deixado de lado. Abrindo mão do egoísmo, colocando a economia e a criatividade em foco, o brincar acontece simplesmente na vida compartilhada. As mulheres, que adoram as novidades, poderiam trocar bolsas, roupas, enfeites e exercitar a criatividade abrindo para a economia sustentável. Basta organizar um grupo de amigas e experimentar. Homens podem co
Onde está você? Vânia Dantas Filósofa Clínica Uberlândia/MG Novamente, a experiência e a reflexão provam: ninguém quer a sua vida. Os comportamentos machistas que ainda imperam no interior do Brasil ou mesmo nas capitais, mascarados sob o direcionamento dos projetos de igualdade de gênero, resultam na comprovação desta tese. Se o homem se envolve com uma mulher, exige dela submissão, decoro, respeitabilidade – que seja uma dama, comporte-se, torne-se digna de carregar seu nome (ou sua personalidade do lado, como um obsessor, como o vigia do panóptico). Seja a empregada de sua casa, babá de seus filhos, profissional da sua cama, subserviente em todos os momentos. Mas que ela não chame a atenção de mais ninguém. Se feche para o mundo, adote a família dele, suas festas, suas metas – aliás, forneça o suporte do lar para que ele as alcance. No feminino. As setas de seu fluxograma devem ter a direção dele; os horários por ele ditados, a vida em sua função. Aí a aparência é dei
O que é ser feliz ? Mônica Aiub Filósofa Clínica São Paulo/SP "A felicidade consiste em ser o que se é", afirmava Erasmo de Rotterdam no Elogio da Loucura "... a felicidade é algo final e autosuficiente, é o fim a que visam as ações" Aristóteles Desde a Antiguidade, muitos filósofos consideraram a felicidade como o fim último da vida humana. Muitos foram os tratados sobre o que é a felicidade, sobre os caminhos para encontrá-la. Somos felizes? Em que consiste a felicidade? Aristóteles inicia o livro I da Ética a Nicômacos discorrendo sobre a finalidade das ações que praticamos: "Se há, então, para as ações que praticamos, alguma finalidade que desejamos por si mesma, sendo tudo mais desejado por causa dela, e se não escolhemos tudo por causa de algo mais, evidentemente tal finalidade deve ser o bem e o melhor dos bens. Não terá então uma grande influência sobre a vida o conhecimento deste bem?"(cap. 2). Epicuro, na Carta sobre a Felicidade, af
TECNOLOGIAS: ALGO MUITO ANTIGO Wilson Barbosa Filósofo Clínico Goiânia/GO Tenho aprendido em minhas viagens, cursos, workshop e oficinas, que muitas pessoas e professores, por mais paradoxal que isso possa parecer, ainda não entendem o uso das tecnologias em apoio ao ensino-aprendizagem como propósito de algo que veio para trazer leveza, simplicidade e, sobretudo, facilidade ao trabalho humano. É um equívoco pensar que todos os artefatos tecnológicos suprem o que o professor já trás consigo, seja por fruto de seus valores pessoais, seja por tudo o que aprendeu desde os bancos da faculdade. Outro engano é pensar que quando usamos a terminologia “tecnologia” refere-se sempre a algo inédito e futurista.Definitivamente não é. Desde que nos entendemos por seres pensantes, construímos, inovamos e inventamos, dessa forma, a muito já usamos subsídios para tornar mais fácil nosso trabalho que culmina, em nosso caso, no ato de ensinar. O papel-carbono e o mimeógrafo são exemplos cláss
O Ato médico e o Ato filosófico Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Ato Médico, projeto de lei em discussão no Congresso, torna privativos da classe médica todos os “procedimentos diagnósticos” e “indicações terapêuticas”. Se aprovado poderá ameaçar a sociedade com O Alienista, de Machado de Assis. O projeto baseia-se no saudosismo do poder que a Igreja teve durante a Idade Média ou no corporativismo que os militares desfrutaram durante o regime militar. A idéia acendeu os desejos de outros setores. O Ato Enfermeiro proibirá as mães de curativos e relegará os band aids às farmácias, mas nada poderá ser vendido em farmácia por causa do Ato Farmacêutico. De tanto não venderem nada, os farmacêuticos terão lesões na coluna, mas nem pensar em massagens porque o Ato Fisioterápico valerá em todo o território nacional. O problema é que de tanta vigilância, os fisioterapeutas ficarão doidos e não poderão ir a um médico psiquiatra porque estará vigente o Ato Psicológico, pelo

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