“É porque não aceito as
fugas e as mentiras que me acusam de pessimista...”
Simone de Beauvoir
O que permanece escrito
e não compreendido não é mais um hieróglifo, não participa mais do histórico
lastro da lingüística que identificava os significados através da escrita.
Hoje, podemos dizer que o não pressuposto ato de ver e não identificar é mais
um sintoma viral do século XXI.
O que chamo de burrice proposital, ou então, do
silêncio hipócrita das direitas e dos empedernidos esquerdistas, que acompanha
o som dos imbecis. É uma mistura nonsense que anda solta nas páginas dos
obsoletos jornais, das redes sociais, que percorre os planaltos, praias, palcos
até moldar o conformismo da opinião pública.
Ontem lendo um velho
livro, velho, porque foi escrito por uma senhora que marcou demais a cultura
ocidental com suas ideias inovadoras, libertadora e provocante em certo momento
histórico. Para que agora seja relida, consigo perceber, a muitos é parte do
esquecimento, sim, esquecida, mas também pudera, aqui se lê, aqui se escreve e
morre de esquecer o lido e o escrito.
Volto ao texto lido, se trata de um belo
livro, às vezes superado, mas não é isso que se tem de melhor dele, é o que
ainda hoje permanece intacto, pois tanto tempo para melhorarmos e só pioramos
as coisas. Está aí para ser lido um pouco mais da velha senhora Beauvoir no
livro “Tout Compte fait”, o “Balanço Final”.
“Quis fugir dessa
opressão, prometi a mim mesma que a denunciaria. Para defender-me dela,
apoiei-me desde cedo na consciência que tinha de minha presença no mundo; o
mistério de seu aparecimento, sua soberania, ao mesmo tempo evidente e
contestada, o escândalo de sua futura aniquilação: desde muito pequena, esses
temas me mobilizaram e ocupam lugar importante em minha obra.”
*Prof. Dr. Luis Antônio
Paim Gomes
Editor. Professor.
Escritor. Livre Pensador.
Porto Alegre/RS
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