“Quando dois filósofos
não concordam em relação ao ser, eles não concordam em nada.” Étienne Gilson
Havia muito tempo que
eu só pensava, passei alguns anos, dias em pensamentos, totalmente absorto. Era
uma disputa entre o que eu estava a pensar e o que externamente me cercava.
Acordo sob a égide do
panegírico dos homens engravatados que discursavam, mostravam uma tecnologia do
século XX, depois disso pensei: realmente, o mundo é feito apenas de
convicções. Voltei aos pensamentos. No outro dia o líder maior das minorias e
maiorias desanda a desvendar a realidade vazia e a perplexidade em que as
pessoas se encontram.
Mais uma vez sem
convicções, me tornei mais cético do que já sou. Não a ponto de cometer uma
asneira existencial e me agarrar a uma promessa prometeica. Tenho respeito ao
mito, mas àqueles que foram forjados, e ninguém com mais de cinco anos leva a
sério esses mitos. Errado. Todos se agarram a mitos. Ao homem cabe o argumento,
aos deuses não cabe nada, aliás, eles poderiam dar um descanso à insanidade dos
homens.
Nem tudo está perdido, existe ainda a capacidade de argumentar, de
pensar, até mesmo de reconhecer no Outro a possibilidade de ler o livro, de ver
o filme, de ouvir o som, de poder refletir sobre todas as coisas sem que as
convicções tomem conta dos argumentos.
*Prof. Dr. Luis Antonio
Paim Gomes
Filósofo. Educador.
Editor. Livre Pensador.
Porto Alegre/RS
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